O império milionário do polêmico Reverendo Moon

O multimilionário Moon se autoproclamou ‘messias’ e misturou os assuntos espirituais com atividades empresariais e políticas, atuando na Ásia, Estados Unidos e América Latina.

Jornal GGN – O Reverendo Moon, ou Sun-Myung Moon, citado pelo pastor Amilton Gomes de Paula, na CPI da Covid, é uma figura controversa. O líder espiritual morreu aos 92 anos, em setembro de 2012, dono de uma grande fortuna. Ele foi o fundador da Igreja da Unificação, seguido por milhões de pessoas no mundo todo, e extremamente controvertido.

O multimilionário Moon se autoproclamou ‘messias’ e misturou os assuntos espirituais com atividades empresariais e políticas, atuando na Ásia, Estados Unidos e América Latina.

Nascido na Coreia do Norte, Moon vem de uma família de camponeses, e veio em momento em que o território estava sob domínio do império japonês.

Ele chegou a estudar dois anos de engenharia em Tóquio, quando voltou à Coreia do Norte, para pregar. Foi preso e ficou três anos na cadeia, sendo mais tarde libertado pela coalizão liderada pelos EUA, assim que explodiu a Guerra da Coreia, que durou de 1950 a 1953.

Em 1954, na Coreia do Sul, fundou a Igreja da Unificação, onde o mote principal era sua própria glorificação, o ‘pai autêntico’, que dizia agir por mandato divino e obedecendo a Bíblia.

Com um discurso neocristão e chegada do novo messias, comunicação com os mortos e predestinação divina, Moon expandiu sua igreja e, na década de 1970, se mudou para os EUA. No país norte-americano, passou 13 meses na prisão por evasão de impostos, em 1984.

 Moon garantia que o próprio Jesus Cristo o encarregou de completar o trabalho evangelizador que deveria ter feito, mas não finalizou.

Uma prática de Moon eram os casamentos em massa, onde dezenas de milhares de pessoas que não se conheciam, contraíam casamento. São os ‘moonies’. Em uma ocasião, cerca de 30 mil casais se casaram em 1992, no estádio olímpico de Jamsil, em Seul.

Esses casamentos geraram críticas pois se dizia que o movimento tentava subjugar a vontade de seus fiéis, já que normalmente era Moon que escolhia os futuros esposos e esposas.

Moon era de forte tendência anticomunista, e este foi o mote de seu plano político. Se reunião com o fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, nos anos 90, com Richard Nixon, nos anos 70, com Mikhail Gorbachev, nos anos 80, e com Carlos Menem, nos anos 90.

Seus negócios, além dos espirituais, abrangiam meios de comunicação, hotelaria, indústria e o esporte na Coreia do Sul, Estados Unidos e América Latina. Fundou vários jornais, entre eles o The Washington Times, de viés conservador e que, em 2020, tinha uma tiragem em torno de 40 mil exemplares.

O grupo Tongil é a vertente empresarial da Igreja da Unificação, sendo um dos maiores conglomerados da Coreia do Sul e que é dono de um time de futebol na Coreia do Sul, aliás é o maior.

Moon publicou cerca de 450 volumes de sermões, conseguiu fazer um discurso de 16 horas seguidas sem descanso, e o único líder que conseguiu levar sua religião a mais de 190 países, segundo sua organização.

Depois de sua morte, seu filho mais novo assumiu a Igreja. Hyung Jin Moon assumiu a liderança em 2008, e o conglomerado Tongil ficou sob os cuidados do quarto filho, Kook Jin Moon.

Redação

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