…diria um dirigente de um banco norteamericano…
O tempo roubado
Informação Incorrecta
Você não pode ficar ligado ao trabalho 24 horas por dia, você não pode esquecer a família, você não pode esquecer as crianças, você não pode esquecer a sua vida.
O actual modelo de desenvolvimento tem conseguido na admirável empresa de tornar doente até quem é suposto estar melhor do que os outros. Imaginemos os outros.
Na base está a competição económica, conceito quase desconhecido antes da Revolução Industrial, e as consequências devastadoras enfatizadas pela globalização; um fenómeno que também deu os primeiros passos nos meados do século XVIII, mas hoje atingiu a plena maturidade com a adopção do modelo de desenvolvimento ocidental em quase todos os Países do mundo.
Os clássicos da economia liberal, Adam Smith e David Ricardo, argumentavam que a concorrência é uma coisa boa porque reduz os preços e aumenta os benefícios do consumidor (outra figura surgida nos tempos modernos). Mas não é isso que aconteceu.
Apesar disso, continuamos alegremente a viver segundo o pensamento de Ludwig von Mises, segundo o qual não é bom contentar-se com quanto já temos. É preciso ir além, obter mais, sempre, alcançando assim um estado de eterna frustração e infelicidade (mas justificando plenamente a competitividade). Perdendo a saúde e um bem particularmente precioso e insustituível: o tempo.
É dito que uma das grandes conquistas da sociedade civil é o dia de trabalho de 8 horas. Certeza?
A vida para o camponês medieval não era simples, disso não há dúvida: a vida era marcada pelo medo da fome, da doença, das guerras. A dieta e a higiene pessoal deixavam muito a desejar. Duma gripe morria-se.
Lavrar os campos e colher os frutos do trabalho eram tarefas árduas, mas o agricultor podia desfrutar entre oito semanas e seis meses de descanso por ano.
Só 150 dias.
Não era suposto acabar assim: o economista John Maynard Keynes, um dos fundadores da moderna economia, fez uma famosa previsão, segundo a qual em 2030 as sociedades avançadas teriam sido suficientemente ricas para que o lazer, e não o trabalho, caracterizasse o estilo de vida nacional. Em 2013 assim não é.
1300, trabalhador, Reino Unido: 1440 horas
1400-1600, camponês ou mineiro, Reino Unido: 1980 horas
1840, trabalhador médio, Reino Unido: 3105-3588 horas
1850, trabalhador médio, EUA: 3150-3650 horas
1987, trabalhador médio, EUA: 1949 horas
1988, trabalhador médio, Reino Unido: 1856 horas
http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/2013/09/o-tempo-roubado.html
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