Figuras fantasmagóricas se movimentam em telas dentro de ambientes escuros como imagens passadas de um esporte que já não mais existe. O Museu do Futebol parece um requiém da indústria do entretenimento a um esporte que ela mesma ajudou a transformar, destruindo tudo aquilo exposto e celebrado pela Exposição. Um exemplo da gnóstica ironia da “reversibilidade simbólica” onde a linguagem destrói tudo aquilo que ela tenta representar.
Nessa semana visitei o Museu do Futebol, no Estádio do Pacaembu, aqui em São Paulo. Enquanto caminhava pelas instalações high techs (multimídias, interativas etc.) insistentemente vinha à mente a tese do pensador francês Jean Baudrillard de que, quando a mídia se erotiza, falando muito de sexo é porque este deixou de existir; quando fala-se muito de informação, é porque esta também deixou de existir, e assim por diante. Todas as coisas perdem a sua existência semiológica. O signo só pode representar a própria coisa a posteriori, depois que ela deixou de existir. Por isso, para Baudrillard, o signo só pode ser, desde o início, um simulacro daquilo que já não mais existe.
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