Nunca existirá lutador como Ali

Crônica de 06/05/2001

LUÍS NASSIF
O maior combate do boxe

A história do boxe está repleta de combates históricos, desde os de Jack Dempsey contra Finnigan, Sugar Ray Robinson contra Jack La Motta, La Motta contra Marcel Cerdin, Joe Louis contra Max Baer. Uma das características do combate épico é o equilíbrio, a imprevisibilidade, o fato de se saber que qualquer um poderá cair na lona a qualquer momento.

Durante longos anos, por exemplo, o peso médio argentino Carlos Monzon -o maior da história, na sua categoria-, com seu corpo esguio, magro até, a maneira de jogar o tronco para trás para se desviar dos golpes dos adversários, foi previsível: vencia todas, como quem vai a um passeio, do mito italiano Nino Benvenutti ao extraordinário cubano-mexicano José “Mantequila” Nápoles.

Épicos mesmo, pelo equilíbrio de forças, foram seus combates contra o talentosíssimo colombiano Rodrigo Valdez, que fez carreira invicta como a dele.

Épico também foi o combate entre o nicaraguense Aléxis Argüelo e o negro americano Ray “Boom Boom” Mancini, outra máquina de bater. Argüelo dominou até o penúltimo assalto, dando um dos maiores shows de boxe da história. Bastou um soco bem colocado do americano para ele vacilar e ser demolido por uma saraivada de golpes.

Mas o maior épico da história do boxe foi Muhammad Ali, especialmente quando voltou da suspensão a que foi submetido por ter se recusado a lutar no Vietnã. E digo especialmente não porque ele tenha voltado melhor. Voltou pior.

Mais pesado, menos efetivo nos seus golpes, ainda ostentando “jabs” fortes, mas sem a leveza dos primeiros tempos, e sem aqueles golpes que, aparentemente sem forças, destruíam animais como Sonny Liston. E talvez no período em que vicejou o mais forte conjunto de pesos pesados da história.

Voltou, foi derrotado por Joe Frazier em uma luta histórica, na qual foi à lona do penúltimo assalto. Antes da revanche, Frazier foi demolido por George Foreman -provavelmente o mais forte lutador de todos os tempos-, com um murro no estômago no terceiro assalto que o levantou do tablado como a uma boneca de pano.

Para recuperar o título mundial, Ali tinha que enfrentar Foreman, e o significado dessa luta transcendeu o tablado. Foreman era o oposto de Ali. Era o representante típico do establishment norte-americano, certinho fora de quadra, um animal de ferocidade dentro. Tinha sido o negro que se enrolara na bandeira dos EUA na Olimpíada, enquanto outros atletas negros protestavam contra o racismo e a guerra.

Era enorme e com um jeito de lutar todo especial. Cruzava os braços em xis, protegendo simultaneamente o tronco e a cabeça. E tinha um direto de direita fulminante.

Nenhuma de suas lutas passara do quinto assalto, a maioria absoluta terminara antes do terceiro. Pois era esse gigante que Ali teria que enfrentar, se quisesse recuperar o título.

A luta foi na África, e repleta de significados. Era o herói pacifista, o representante dos rebeldes de Woodstock, das passeatas no Capitólio, enfrentando a mais poderosa máquina de bater, quase um desses personagens de Stallone criados não pela KGB, mas pela CIA.

Começa a luta e, desde os primeiros minutos, via-se um Ali irreconhecível, preso nas cordas, protegendo o rosto com as luvas e recebendo, inerte, uma saraivada de socos no fígado, no estômago e nos braços.

Assalto após assalto foi isso. Confesso que pensei em desligar a televisão para não ver meu ídolo naquele triste fim de carreira. A única coisa que não batia naquele enredo era que, sempre que terminava um assalto, depois de passar três minutos sob pancadaria, Ali subia nas cordas e saudava a multidão de africanos que o aplaudia. Eu ficava pensando com meus botões, coitado, ele está comemorando o fato de poder respirar um minuto de intervalo antes de voltar a apanhar.

E foi assim até o sétimo assalto. No sétimo tinha-se um Foreman resfolegante que nem uma locomotiva velha, a esta altura dando socos sem direção contra um Ali que continuava paradão. Até que, em um determinado momento, Ali soltou um jab no queixo do adversário.

O gigante estacou, olhos já vidrados. Ali saiu debaixo de seus braços e foi fulminante: uma seqüência memorável de “um-dois” na cabeça do adversário.

E o que se viu foi o maior momento da história do boxe, o golpe que não houve. Aquele gigante desabando, que nem um jatobá podre, caindo em câmara lenta na frente de Ali. Esse o acompanhando, pronto para desferir o último golpe.

Com o gigante quase de joelhos, seu rosto fica a poucos centímetros das luvas de Ali. O campeão acompanha o adversário, os braços retesados, de quem está pronto para dar o golpe final. E se contém, o golpe não sai, porque não era mais necessário.

Nunca existiu nem existirá lutador como Ali.

Luis Nassif

28 Comentários

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  1. kkkk

    a luta de george foi até o segundo round figura que entendi de boxe… mais realmente foreman foi o maior demolidor q ja houve…. foi maior que muhammad…. apenas usou a tatica errada contra ali…. ali que tinha o queixo mais duro q ja existiu…. se era puro… eu n sei… só q ali estva tomando uma surra de sony na primeira luta…. a segunda só um não entendedor de boxe vai achar q foi veridica o segundo lutador mais bruto da historia cair com um jab lançada a 30 centimetros de distancia do seu rosto… sony tinha queixo de ferro… ele vendeu , e quis deixar claro isso … ali apanhou pra norton e joe fraizier ….. com eles foram travadas 3 com joe e 2 se n me engano com norton….. todas foram por pontos… todas apertadas…. e george destruiu joe em 2 lutas por nocaute uma no segundo outra no 4 ou foi no 5 round…. norton foi no segundo round tbm…. era facil perceber o ponto fraco de ali… ele era potente com jabs e diretos…. seus ganchos e cruzados eram ridiculos…. Big george … o maior ….. o subestimo , lutou gripado…. lutou sem estrategia… e pagou com o unico nocaute que sofreu em sua carreira….  sony que tinha o mesmo estilo de george, claro que george era muito mais forte…… contra ali usou o estilo de frazier, tyson, marciano…. lutava na curta distancia…. pendulando….. muhammad sofria com isso…. se george tivesse humildade pra mudar sua tatica e se preparar com fez com norton e frazier , o medo dos especialistas em boxe na época poderia  ter se concretizado….. eles tinham medo que george pudesse causar graves sequelas em ali….  ja li varios especialistas comentando q muhammad ganhar, foi a maior zebra da historia….  

  2. O melhor é a entrevista depois…

    Ele esculacha os críticos, diz que ficou nas cordas porque quis, e não “dançou” não porque não tinha pernas (como os críticos lhe disseram), mas porque queria destruir Foreman, fazendo-o acreditar que poderia ganhar.

    Diz que sempre falou que era o maior de todos

    Agradece a Alá, e diz que deseja falar com seu líder.

  3. Correndo o risco de ser mal

    Correndo o risco de ser mal interpretado: quem bom que ele morreu. 

    Explico: Parkinson (assim como Alzhaimer) é uma doença terrível. Fiquei constrangido em 96 quando vi aquele colosso na cerimônia de abertura dos jogos de Atlanta. Tremia o tempo todo e tinha que ser amparado. Ninguém merece viver assim. Infelizmente apenas a morte trás a cura para este tipo pavoroso de doença. Só quem conviveu com uma delas sabe o que é. Sabe do que falo.

    Que ele, que tanto fez pelo esporte e pelos negros dos EUA (tão discriminados até hoje) esteja bem, onde estiver. Enquanto isso só nos resta dizer: obrigado por tudo!

  4. …Muhammad…
    A palavra

    …Muhammad…

    A palavra negro te cai bem
    não são donos dessa palavra majestosa
    os que tentam há séculos
    denegri-la
    .
    a poesia é a verdadeira senhora
    soberana
    de todas as palavras
    é a melodia onde elas dançam
    libertas
    .
    como dançavas nos ringues, na vida,
    como um pássaro imponente
    como a leve borboleta
    .
    libertemos pois com o nosso amor
    a palavra
    negro
    que te cai tão bem
    Muhammad
    .
    negro
    negro
    negro
    .
    até à raiz de tua raça
    raça linda a nos ensinar
    a coragem
    a altivez
    aprendida de geração em geração
    dos que nasceram livres
    e não podiam sujeitar-se ao que é vil
    .
    como lindo, suave, feroz, pungente
    é o continente que te gerou a milênios,
    filho da África que és
    Muhammad
    homem
    negro,
    lindo
    .
    como linda foi tua bravura
    na luta secular onde sozinho
    Ali sobre o tatame armado no Zaire
    Ali onde achava o mundo
    encontrarias teu ocaso,
    teu fim,
    massacrado pelos golpes do gigante
    .
    e Ali,
    sozinho,
    fazes o que fizeste a vida
    toda,
    toda!,
    .
    desferes teus golpes mágicos
    que os olhos mal percebem
    e desmorona diante de teus olhos
    negros, negros,
    mais um desafio impossível de ser vencido
    mais um desafio em que Ali, sozinho,
    calas o medo
    .
    calas os que detestam tua altivez
    e impõe ao mundo
    o teu “eu-sou”
    livre
    lindo
    soberano
    .
    Muhammad…
    vestes bem
    a palavra
    negro!
    .
    com majestade rara
    com majestade
    única.

    *********

    (eduardo ramos)

    escrevi há uns dois anos…. trago como homenagem a um ser que me comovia muito, por sua coragem de ser, por sua autenticidade rara……

  5. Uma luta épica, sem dúvida.

    Uma luta épica, sem dúvida. Cassius Clay ou Muhammed Ali(nome que adotou depois de se converter ao Islamismo) fez por merecer o título de “atleta do século”. Com apenas cinco derrotas no currículo, aliou a expertise esportiva com altíssimo grau de qualidade, com uma militância política anti-estabelechiment. O avesso de Pelé por esse aspecto.

    Era carismático até dizer chega, bem como muito engraçado. Forma com Aírton Sena a dupla dos meus heróis de todos os tempos nos esportes. Uma admiração contraditória dado que nunca fui chegado a esportes violentos e sempre achei automobilismo um saco. 

    Só duas figuraças como ambos poderiam subverter essa postura. Suas despedidas desses dois tipos de esportes foram também a minha despedida. 

    Grande Ali, sim. Grande mesmo. 
     

    1. Eloquente e convicto, essa

      Eloquente e convicto, essa posição do Ali obviamente não é uma verdade absoluta, pois não existem verdades absolutas nas relações humanas. Essa fala  tem duas condicionantes básicas. A primeira é a reafirmação do Orgulho Negro, pois  coloca a raça  negra em iguais condições para com qualquer outra raça. A segunda é a reprodução da estrutura  de guetos étnicos vigente na sociedade americana, que obviamente não é a mesma, por exemplo, da sociedade brasileira onde os playboys vao a bailes na favela, a ocupação do espaço ocorreu mediante miscigenação. Nossos guetos são mais regionais e econômicos do que etnicos. E bem mais flexíveis.       

  6. Mensagem do Al Janiah

    Nós, do Al Janiah, lamentamos profundamente a morte de Muhammad Ali. Como se sabe, Antes de se converter ao islamismo, em 64, seu nome era Cassius Marcellus Clay Jr. Além de ser um dos maiores pugilistas de todos os tempos, se dedicou a luta dos oprimidos, contra o racismo, a guerra do vietnã etc. Esteve ao lado de Luther King e Malcon X. Mas, sobretudo, foi um grande apoiador da causa palestina. Como não homenagea-lo, como nao sentir sua ausencia, mas entendemos que seu espirito, sua determinação, sua força continuará nos guiando. 
    “Em meu nome e m nome de todos os muçulmanos dos EUA, eu declaro apoio à luta dos palestinos para libertar a sua pátria e expulsar os invasores sionistas” Muhammad Ali.
    Venha hoje para nosso espaço. colocaremos videos, fotos e conversaremos sobre esse mito – SALAMALEYKUN

    1. Boa, Fernando.
      Outro detalhe

      Boa, Fernando.

      Outro detalhe memorável da luta é o Ali dizendo que o Foreman não poderia ser o campeão, representar os negros, porque era feio, hahaha, e ele, Ali, era bonito [já tinha falado isso do Sonny Liston]!

      Demais!

      Ali bumaye!

  7. Norman Mailer

    Norman Mailer escreveu o livro “A Luta” sobre o embarte entre Muhamad e Foreman. Para escrever este livro fantástico, acompanhou todo os preparativos de Muahmad Ali para a grande luta. Nos treinos, Muhamad deu ordens ao sparring para bater muito nele, Muhamad, de forma a condicioná-lo a enfrentar a pancadaria do Foreman. Conforme relata Mailer, ele fez isto sabendo que a energia que um peso pessado dispende em cada soco é enorme e, em algum momento, Foreman estaria exausto – quando Ali partiria para o ataque. Foi exatamente o que aconteceu na luta. Mais um símbolo de minha geração se vai….

  8. Acho muito estranho o modo

    Acho muito estranho o modo como Ali demolia o adversário. Nessa luta com Foreman, a partir do quarto round, dá para notar que o rosto de Foreman estava ficando cada vez mais inchado e o do Ali não. No entanto, era Foreman que parecia dominar, dando a impressão de que venceria com facilidade. Quando Ali aplicava os golpes, não dava para notar a potência com que eram desferidos. Era mágico! Nunca existirá outro melhor do que Ali, realmente.

  9.  Lembro-me que ouvi,

     Lembro-me que ouvi, transmitida por uma rádio (Eldorado? a memória me falha), a primeira luta Ali vs. Frasier. Eu era jovem e não havia visto Cassius Clay, mas tinha lido e ouvido falar muito sobre ele. Para mim, que tinha algum treino do boxe, Ali era um mito; não só pelo que dele ouvíamos falar em termos da nobre arte, como se dizia na época, mas também pela recusa a servir o exército imperialista no Vietname, pela luta pelos direitos civis dos anos sessenta e setenta, que nos empolgava nesses anos. Mas eram tempos sombrios, com parcas vitórias e grandes derrotas. A morte do Che, ainda presente, o terror da ditadura no Brasil… Tínhamos apenas as pequenas resistências, as vaias, quase sussurradas no escuro dos cinemas, quando exibiam os documentários do Jean Manzon… Aquela derrota foi uma das grandes decepções da minha juventude. Fiquei arrasado.

    Ali vs. Foreman é a maior luta de todos os tempos. E nela tivemos o maior golpe da história do boxe: o golpe que não houve, como assinalou o Nassif. Foi grande, por tantas coisas… E a derrota de Foreman transformou o próprio Foreman. Abriu-lhe o mundo, tornou-o uma pessoa melhor, mais humana. Ele é hoje, também, um dos meus grandes ídolos do boxe.

  10. Teve também a luta de Dempsey

    Teve também a luta de Dempsey com Gene Tunney em que Dempsey foi à lona e o juiz demorou para contar, até chegar à nove, mas para os entendidos aquela contagem estava errada, poderia ter chegado a dezessete… E Arguello não perdeu contra Bom Bom Mancini, que era um baixinho branco. Perdeu contra o negro Aaron Pryor que, dizem, estava dopado. Boas lutas, sim. Mas nenhuma chega aos pés de Rumble in the Jungle com Foreman em Kinshasha. Eu era garoto quando ocorreu. Todo mundo apoiando Ali com aquele grito que arrepia: “Ali Boma Ye”. Outra luta dele muito boa, a terceira com Frazier, o famoso “Inferno em Manila”…

  11. um extra-classe

    Nassif,

    Existe o boxe e existiu Muhammad Ali, acontecimentos parecidos mas diferentes.

    Até hoje, nada nem ninguém foi capaz de sintetizar o significado deste fora de série MAli, personagem de rara inteligência, pois sem ela teria sido literalmente massacrado no Zaire, tal a disparidade das duas forças que se encontravam para fazer acontecer o maior, o mais impressionante de todos os momentos já ocorridos num ringue de boxe. 

    Para facilitar a compreensão a respeito do que ocorreu naquela noite inesquecível, vale mencionar que nem o corner de MAli acreditava em vitória.

    Noves fora os punhos, MAli encontrou apetite para enfrentar o governo americano, que também terminou beijando a lona. Falar sobre este episódio hoje pode parecer que foi coisa um pouco complicada, mas quem teve a oportunidade de acompanhar aquilo tudo sabe que foi uma luta de david e golias, com vitória de david. 

    Escrever sobre o extra-classe MAli sempre demandará páginas e páginas. 

    É inevitável que reprisem a luta realizada no Zaire, quem gosta de boxe ou de artes marciais não deveria deixar de assistir àquela verdadeira aula.

  12. Ali vs Bonavena

    Sem dúvidas a dimensão da luta com Foreman no Zaire é imensa. No entanto, se de combate épico pela dureza entre os adversarios se trata, a luta com o argentino Oscar Ringo Bonavena também é candidata. O combate durou os 15 rounds, e no 9°, Ringo teve Ali “groggy”. Não teve a frialdade de um Monzón para dar o “passo atrás” e conseguir o nocaute, e terminou perdendo pela mesma via no final da luta. Ringo já era querido na Argentina, depois da luta com Alí virou ídolo. Vale a pena.

    http://youtu.be/JiJ4tQIpOk0

  13. Certamente Sony Liston,

    Certamente Sony Liston, George Foreman  e Joe Frazier, além de Muhamed  Ali, o  maior, estão dentre os dez maiores peso-pesados de todos os tempos. As lutas estão disponíveis para quem quiser ver, bem como documentários, e cada um deles a seu jeito enquadrariam o Tyson e seus cruzados de cotovelo.  A loucura do Ali é que ele os provocava, lhes dava energia e e os enfrentava para  conquistar uma vitória ou derrota ainda mais épica. É a competição do homem, do esporte, levada às últimas consequências. Fora do ringue foi um homem que fez diferença no seu tempo. Esse viveu.

  14. Que eu tenha visto, sem ser

    Que eu tenha visto, sem ser em video teipe, a maior foi 

    Sugar Ray Leonard vs Marvin Hagler

    Descarto as lutas do Tyson.

     

     

     

    Me diverti com a série Luciano Todo Duro x Reginaldo Holifield …

    E as do Maguila, claro, todas “épicas”… 

  15. “Épico também foi o combate

    “Épico também foi o combate entre o nicaraguense Aléxis Argüelo e o negro americano Ray “Boom Boom” Mancini, outra máquina de bater. Argüelo dominou até o penúltimo assalto, dando um dos maiores shows de boxe da história. Bastou um soco bem colocado do americano para ele vacilar e ser demolido por uma saraivada de golpes.”

     Nassif: fui ver esta luta épica, por causa de seu texto. E o que vi? Mancini é branco, Arguello de fato dominou toda a luta, deu um show em todos os rounds, e no 14… continuou dando um show e derrubou Mancini com uma sequencia demolidora… Corrija aí, ok? Mas, o que vale é isso: Ali é único. Dentro dos rings. E especialmente, fora deles.  Abraços,Tarcísio Mauro VagoBelo Horizonte, MG   

  16. Para mim causar dano, ainda que consentido, nao é “Ok”

    Vou destoar completamente dos comentários – podem trollar.

    Nao falo de Ali ou do boxe porque pouco acompanho.

    Isso porque para mim a violência tira toda a atratividade. Na verdade causa até alguma repulsa.

    Para mim é a versão contemporanea dos gladiadores na Roma antiga.

    É contemporaneo, regrado, mas ainda traz uma dose de barbarismo.

    Nem falo de MMA entao…

    O excesso de violencia fica evidenciado, por exemplo, nas lesoes no cerebro do proprio Ali, que teve o Parkinson acelerado por conta disso.

    Para mim causar dano a outro, ainda que consentido, nao é “Ok”.

     

    1. Ok que você não

      Ok que você não goste.

      Esporte de competição mói o atleta. Fazemos escolhas segundo nossas capacidades e ambições.

      Eu, como ex praticante de lutas marciais aprecio e respeito.

      O que não pode é o estado paternalista tratar os cidadãos como relativamente incapazes e querer impedi-los de ditar o curso de suas vidas, cagando regras que proibem tudo.

  17. Concordo com tudo o que disse só não acho justo nessa escala de lutas épicas não colocar Éder Jofre vs Joe Medel em 1960 já que está luta foi considerada pelos especialistas como a maior luta dos últimos Dez anos na época!

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