Após manobra, indicado de Trump é aprovado novo juiz da Suprema Corte

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: The Independent

Da Agência Brasil com EFE

O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta sexta-feira (7) Neil Gorsuch, o juiz indicado pelo presidente norte-americano Donald Trump, como novo magistrado da Suprema Corte para a vaga de Antonin Scalia, que morreu em fevereiro do ano passado. As informações são da Agência EFE.

Com 54 votos a favor e 45 contra, o Senado confirmou Gorsuch por maioria simples depois de mudar na quinta-feira as normas da Câmara Alta, que exigiam maioria de 60 votos para esse tipo de procedimento.

A confirmação fecha uma semana de intenso debate no Senado, onde a oposição democrata levou ao limite suas manobras de filibuster (fazer longos discursos) para adiar a chegada do juiz à Suprema Corte.

Na quinta-feira, em uma primeira votação, os democratas chegaram a bloquear a confirmação do juiz, já que, embora majoritários, os senadores favoráveis não obtiveram os 60 votos, tal como requeria o regulamento.

Os republicanos, então, submeteram à votação uma mudança nas normas da Câmara Alta, em uma manobra conhecida como “opção nuclear”, para revogar a regra dos 60 votos necessários e derrubar a estratégia democrata.

A oposição democrata a Gorsuch era uma resposta à rejeição dos republicanos de submeter à votação o juiz progressista indicado pelo ex-presidente Barack Obama em março do ano passado, quando foi aberta a vaga de Scalia.

O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, bloqueou, durante o período recorde de 293 dias, a candidatura de Merrick Garland, o escolhido de Obama, e agora conseguiu confirmar Gorsuch com a manobra.

A confirmação de Gorsuch também é uma importante vitória para Trump, que até agora tinha visto fracassar algumas de suas primeiras medidas, como o veto migratório e a derrubada do chamado Obamacare, a reforma da área de saúde feita no governo Obama.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. É uma vitória com gosto meio
    É uma vitória com gosto meio amargo. O desgaste do processo foi um preço alto e criou o precedente que poderá ser – e provavelmente será – usado pelos democratas quando as posições se inverterem no futuro.

  2. Gilmar Mendes é americano

    “O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, bloqueou, durante o período recorde de 293 dias, a candidatura de Merrick Garland, o escolhido de Obama, e agora conseguiu confirmar Gorsuch com a manobra”.

    Eduardo Cunha é americano.

    “Na quinta-feira, em uma primeira votação, os democratas chegaram a bloquear a confirmação do juiz, já que, embora majoritários, os senadores favoráveis não obtiveram os 60 votos, tal como requeria o regulamento.

    Os republicanos, então, submeteram à votação uma mudança nas normas da Câmara Alta, em uma manobra conhecida como “opção nuclear”, para revogar a regra dos 60 votos necessários e derrubar a estratégia democrata”.

    As leis e as normas sempre estão certas quando nos beneficiam. Em caso contrário, obedeceremos sempre as leis e as normas, após as interpretarmos da forma que elas nos sejam favoráveis.

    É pedagógico assistir como casuismos são palicádos tanto aqui como nos EEUU.

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