Em despedida, Obama defende diálogo para manter democracia

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – No último discurso na cadeira da Presidência dos Estados Unidos, Barack Obama defendeu a democracia norte-americana, o diálogo, os valores do país, e disse que o racismo ainda está presente e que há “muito a ser feito” para eliminar preconceitos contra minorias e imigrantes no país.
 
As palavras proclamadas para cerca de 18 mil pessoas em Chicago, cidade onde também festejou a sua vitória na Presidência, em 2008, fez uma retrospectiva dos oito anos no cargo. De forma emocionada, também agradeceu à sua família.
 
Mas o destaque da noite foram extensas palavras sobre a democracia e o progresso, sobretudo com as diferenças – um recado ao seu sucessor, Donald Trump. “Assim como nós, como cidadãos, devemos permanecer vigilantes contra agressões externas, também nos devemos proteger do enfraquecimento dos valores que fazem aquilo que nós somos”, disse.
 
“A democracia não requer uniformidade. A democracia requer um sentido básico de solidariedade – a ideia de que perante todas as diferenças continuamos juntos nisto, subimos ou caímos como um só”, afirmou.
 
Entre as ameaças à democracia, apontou a desigualdade econômica, as divisões raciais e o conservadorismo. “A nossa democracia não funciona sem um sentimento de que toda a gente tem oportunidades económicas”, criticou.
 
“Se todas as questões económicas forem tomadas como uma luta entre a classe média branca e as minorias não merecedoras, então os trabalhadores de todas cores estarão a lutar por sucata, enquanto os ricos se retiram para os seus enclaves privado”, completou.
 
Sobre o racismo, lembrou que a sua eleição, como o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, não conseguiu acabar com a segregação racial. “Depois da minha eleição, houve uma discussão sobre uma América pós-racial. Esta visão, apesar de bem-intencionada, nunca foi realista. A raça continua a ser uma força potente e que muitas vezes divide a nossa sociedade. Vivi o suficiente para saber que as relações raciais são melhores do que eram há 10, 20 ou 30 anos atrás. Você pode ver isto não só em estatísticas, mas também nas atitudes dos jovens americanos em todo o espectro político. Mas não estamos onde precisamos estar”, manifestou.
 
Ressaltou que a transição para a presidência do republicano Donald Trump será “pacífica” e que dará espaço necessário a ele para assumir o posto, assim como George W. Bush lhe deu. Após dura campanha durante o pleito eleitoral, Obama adotou um discurso mais apaziguador: “cabe a todos nós assegurar que o nosso governo nos pode ajudar a enfrentar os muitos desafios que temos pela frente”, também afirmou.
 
Por fim, pediu aos norte-americanos que tenham fé na democracia, participando e mantendo o diálogo com aqueles que discordam, e agradeceu: “Vocês me fizeram um presidente melhor. Vocês me fizeram um homem melhor”. Ao encerrar, fazendo referência ao famoso slogan dos EUA “Yes, we can” (sim, nós podemos), afirmou: “Yes, we did” (sim, nós fizemos).
 
Assista ao discurso:
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

18 Comentários

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  1. Me esqueci.Formavam,ele e

    Me esqueci.Formavam,ele e loira fajuta Hilary Cliton a dupla Jane e Herondy,que embalou as noites romanticas do Moreno de Poços de Caldas em Poço de Caldas.Para a dupla,pimenta nos olhos dos outros é refresco.Nem sempre só nos olhos,me sopra o inefável peru. Que descansem em paz.

    1. KKKKKKKKK

      A-do-rei, JCF!  O item eh tao psicotico que nao eh legivel por mais que 4 paragrafos!

      Psicoticos de terceira classe, ja disse pra voces, ja cuspi na sua cara, nao adiantou ainda?  Ja disse.  JA DISSE!

      Psicotico de primeira classe eh so eu.

      NINGUEM MAIS!

  2. Quem os EUA pensa que engana?

    Amigos leitores

    Quem os EUA pensa que engana?

    A política externa de Obama foi um desastre completo.

    Não destruiram o estado islâmico até hoje porque não quiseram.

    Nação esquisita essa, querem ser os mais fortes e melhores em tudo.

    Eles sabem que em pleno XXI está supremacia americana está prestes a ruir.

    China e Rússia são uma ameaça real a esta supremacia. (Os Bric’s também)

    Acho que CIA e seus asseclas forçarão Trump a recuar nas relações com a Rússia.

    Por que será que John Kennedy foi assassinado?

    Bela pergunta que não encontra respostas plausíveis até hoje.

    Vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos.

     

     

  3. Mentiroso e hipócrita. Deve

    Mentiroso e hipócrita. Deve carregar com ele os mortos na Libia, na Síria, na Ucrania, no Afeganistão e em todos os lugares onde a Cia e máquina de guerra americana estendeu os tentáculos. E agora inventou esses factóides para impedir o diálogo entre os Estados Unidos e a Rússia. E se Trump continuar com esse propósito será impinchado.

  4. Vá com Deus !

    Com as pulgas e seu Oscar, ops, Nobel da paz !

    Paz , palavra linda!!!! Mas desde que usada e não simplesmente usada p/ levar a guerra a tantos países.

  5. Que a cor do elemento não

    Que a cor do elemento não sirva de álibi para encobrir as atrocidades do sujeito; pela idade que tem ainda viverá muito e irá infelicitar milhões com sua hipocrisia. Ao diabo, Obama!

  6. Quem não deve está gostando
    Quem não deve está gostando nadica de nada dos comentários acima,é o bom companheiro JB Costa.Mas tenho certeza que ele vai reconsiderar,pois ninguém melhor que ele sabe que pimenta nos olhos dos outros não é refresco.Nos olhos Jota,nem pense em descer.

  7. Estão tentando um golpe por lá
    É já foram desnudados.

    O relatório de inteligência desmoralizado com a revelação de que contém uma hoax plantada por um famoso hacker (não russo ) .
    Macain foi identificado como a fonte dp FBI para a suspeita sobre interferência russa nas eleições.

    Mas as mídias não reportam nada.

    Eu acho que Trump não vai ter força para se contrapor a isso tudo.
    Há risco de guerra civil…

  8. Adeus Barack Obama

    Tem uma coisa que me toca, sim, no Obama. Ele sabe mais que qualquer americano o quanto o racismo é cruel e destroi pessoas. E apesar de ter ficado aquém do esperado, foi um simbolo importante da possibilidade de um negro dirigir uma grande nação. Fala em democracia, espero que repense muito no caso Dilma Rousseff.

    Sobre a questão do racismo, que muitos pensam acabado. Ha uns três anos mais ou menos, ouvi uma pessoa dizer numa emissão de radio que ela não se sentiria bem trabalhando proximo de um negro. Na mesma época, vi uma frase de um apresentador de televisão de que certo politico teria dito que prefere estar ao lado de um branco idiota do que de um negro inteligente…. Essas e tantas outras abominações presencio no Pais da Liberté, Egalité e Fraternité frequentemente. A roda gira mas as mentalidades ainda são arcaicas.

  9. Obama não tem autoridade moral para falar de diálogo e democraci

    Quem bombardeia, invade e destrói países e bisbilhota a vida dos outros tem tanta moral para falar de diálogo e democracia quanto o Beira-Mar tem autoridade moral para reprovar criminosos.

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