PIB dos EUA cresce mais em governos democratas, diz estudo

Jornal GGN – Os economistas Alan Blinder e Mark Watson, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, traçaram um panorama que examina a disparidade de desempenho da economia americana em governos democratas e republicanos.

Ex-vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), Blinder foi membro do Conselho de Consultores Econômicos do democrata Bill Clinton entre 1993 e 1994.

Segundo o estudo, ela cresceu bem mais durante governos democratas do que em administrações republicanas no período posterior à Segunda Guerra Mundial, também por uma considerável dose de sorte.

Na média, os presidentes democratas tiveram em suas gestões choques do petróleo mais favoráveis, maior expansão da produtividade e expectativas do consumidor mais otimistas. Por isso, segundo os pesquisadores, a diferença não parece resultar da condução da política econômica.

Entre o segundo mandato de Harry Truman (1949 a 1953) e o primeiro de Barack Obama (2009 a 2013), por exemplo, os EUA cresceram a uma média anual de 3,33%. Nesse período, o país avançou a uma média de 4,35% ao ano nas gestões democratas e de 2,54% nas republicanas.

 
A maior parte da disparidade no ritmo de expansão entre as administrações dos dois partidos vem do investimento das empresas e dos gastos em bens duráveis, ocorrendo sobretudo no primeiro ano de mandato, dizem os autores.
 
Nas estimativas dos economistas, os preços do petróleo parecem explicar entre um oitavo e um quarto da diferença do crescimento do PIB entre governos democratas e republicanos. Para eles, isso se deve em grande parte à sorte. Ninguém tende a atribuir a decisões dos EUA os choques nos anos 1970, devido a ações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), dizem os autores.
 
Ao analisar o desempenho da produtividade, a maior parte da explicação da diferença se deve a grandes choques positivos nos governos democratas de Truman e de John Kennedy-Lyndon Johnson (1961 a 1969) e um choque negativo na primeira gestão do republicano Ronald Reagan (1981-1985).
 
Embora tenham herdado um crescimento do PIB mais fraco, os democratas também tiveram como legado uma expansão mais favorável da produtividade. Assim como a questão dos preços do petróleo, os autores consideram os choques de produtividade “principalmente como reflexo da sorte”. No entanto, dizem que não se deve descartar um “componente de políticas”. A confiança mais forte dos consumidores nos governos democratas também contribui para explicar a diferença de desempenho, diz a pesquisa.
 
O estudo analisa uma série de outros fatores, e não encontra evidências de que eles expliquem por que a economia cresce mais nos governos democratas. As reações da política fiscal, por exemplo, não diferem muito entre os partidos. O déficit público nas administração democratas ficou em média em 1,5% do PIB, menor que os 2,2% do PIB nas republicanas, mas não é algo estatisticamente significativo.
 
Ao examinar a política monetária, o estudo afirma que, se alguma coisa, ela seria mais favorável ao crescimento nas gestões republicanas, ainda que a economia tenha melhor desempenho sob presidentes do Fed indicados por presidentes democratas. Há uma pequena tendência de alta dos juros nos governos democratas e queda nos republicanos, sugerindo que o Fed normalmente faz aperto monetário nas gestões dos primeiros.
 
Blinder e Watson descartam que os gastos militares sejam os responsáveis pela diferença. Na média, essas despesas cresceram 5,9% sob os democratas, mas apenas 0,8% nos governos republicanos. A grande diferença está associada à Guerra da Coreia, que durou de 1950 a 1953. Tirando o segundo governo Truman (1949 a 1953) da conta, o aumento desses gastos fica em média em 1,2% nos governos democratas.
 
Juntos, diz o estudo, esses três fatores de ‘sorte’ (petróleo, produtividade e confiança dos consumidores) explicam de 46% a 62% da diferença de crescimento de 1,8 ponto percentual entre os governos democratas e republicanos.
 
Com informações do jornal Valor Econômico.
Redação

1 Comentário

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  1. É o moto-contínuo americano:

    É o moto-contínuo americano: os republicanos pegam a carroca quebrada, recuperam a economia e a deixam fluindo para os democratas (maldita mania da democracia americana essa de alternacia de poder!) surfarem na infra deixada pelos  REPs. Surfam e “gastam” o modelo até levar o pais a bancarrota. Dai tudo recomeça de novo (bendita mania da democracia americana essa de alternacia de poder!), os republicanos entram e consertarm os estragos deixado pelos DEMs e recomeça o ciclo…e o circo segue em frente.

    Mais ou menos como fez o PT com a herança bendita deixada pelo FHC.  O lulopetismo surfou no modelo macroeconômico dos tucanos (agora, depois de quase 12 anos, corrompido) até esgotar o prazo de validade do mesmo, e agora temos ai a  Dilma Perdidinha da SIlva frertando com a estagflação…

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