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Por Eduardo Maretti
Da RBA
O magnata Donald Trump, terror do pensamento progressista no mundo, um outsider, representante republicano descolado do establishment político, que ameaça construir um muro para separar os Estados Unidos do México, entre outras propostas consideradas absurdas, pode ganhar as eleições dos Estados Unidos em novembro, contra todos os prognósticos de até poucos meses atrás?
A poderosa máquina democrata comandada por Hillary Clinton, que envolve poderes de Wall Street, do aparato de guerra e dos setores de informação e tecnologia dos Estados Unidos, pode ser derrotada por um candidato considerado histriônico e fanfarrão, ou protofascista, pelos analistas políticos?
O cineasta Michael Moore não apenas acha que Trump pode ser o próximo presidente do país mais poderoso da Terra, como enumera cinco razões para respaldar sua opinião. Em primeiro lugar, ele diz que parcelas dos trabalhadores insatisfeitos com o desemprego podem enxergar em Trump, com seu discurso populista, uma saída para a crise de emprego que abala o país.
A segunda razão é que o magnata republicano pode representar uma reação à ameaça que os neoconservadores acreditam existir num partido (o Democrata) que já elegeu Barack Obama, um negro, duas vezes, e agora pode eleger uma mulher. “Vamos deixar que uma mulher nos governe por oito anos? Depois haverá gays e pessoas transgênero na Casa Branca”, pensariam os conservadores, segundo Michael Moore.
O terceiro e quarto motivos pelos quais o documentarista Moore acha que Trump chegará à Casa Branca se confundem. Podem ser resumidos pela rejeição a Hillary por parte eleitores democratas mais à esquerda (que só votariam na candidata como voto útil) e pela indisposição dos jovens que preferiam Bernie Sanders em relação a uma representante da “velha política”. Por fim, haverá, segundo Moore, o voto de protesto de parcela considerável dos eleitores contra o sistema político norte-americano, cujas mazelas associam aos democratas e a Obama, o presidente que está há oito anos no poder.
“Trump favorito”
Para Reginaldo Nasser, professor de Relações Internacionais da PUC-SP, as projeções de Michael Moore fazem sentido. Mais do que isso: “É difícil prever, mas Trump, hoje, é favorito, mantidas as circunstâncias atuais, já que os Estados Unidos mudam muito e pode acontecer um fato novo.”
Segundo ele, como Hillary assumiu uma posição conservadora dentro do Partido Democrata para tentar ganhar votos do centro, os jovens que ajudam a compor o perfil de esquerda dos eleitores democratas estão arredios à candidata. A crise que atinge os Estados Unidos, onde a pobreza vem crescendo, também deve prejudicá-la.
Hillary tem contra si um grande contingente do eleitorado à esquerda que a identifica com causas muito distantes do pensamento jovem e dos setores progressistas. “Ela é bastante conservadora. Por exemplo, é claramente pró-Israel, é belicista e apoia a guerra. O eleitorado democrata mais à esquerda não vota nela. Pode votar, mas como voto útil. Mesmo assim, vai pensar muito”, diz Reginaldo Nasser.
Do lado dos conservadores que Hillary quer atrair, também há problemas. “Na cabeça deles, o terrorismo no mundo aumentou com Obama e os latino-americanos estão tomando seu emprego. Vão colocar tudo isso na conta de Obama. Hillary pode ser vítima tanto do descontentamento dos democratas de esquerda como do voto dos conservadores que temem que os democratas de esquerda comecem a mandar no governo”, diz Nasser.
Por fim, há quem considere absurdo que um “maluco” como Trump chegue à Casa Branca. Mas não seria a primeira vez que um “ator”, de fato ou simbolicamente, conseguiria tal proeza. “Ronald Reagan, um ator de fato, não ganhou duas vezes?”, lembra Nasser. O republicano Reagan, presidente dos Estados Unidos de 1981 a 1989, foi ator em Hollywood de 1937 a 1964.
Para o professor da PUC, a força da candidatura de Trump pode ter sido subestimada: “o que a gente não pode esquecer, e aí divirjo um pouco do Moore, é que ele denigre a imagem do Bush e a gente ri. Só que esses caras, Reagan, Bush ou Trump, têm uma equipe de primeira. O sociólogo Erving Goffman fazia uma analogia com o teatro: é preciso ver o palco e o que está atrás. No palco estão os idiotas. Mas os que estão atrás do palco (backstage, os bastidores) não são idiotas, são competentes e poderosos.”
Apesar de tudo, Michael Moore, com seu estilo irônico, previu que o republicano Mitt Romney venceria as eleições em 2012. Mas quem ganhou e acabou reeleito foi Barack Obama.
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especialista de poltrona
O buraco é muito mais em baixo. Segue análise de quem sabe, porque é insider:
http://www.globalresearch.ca/the-democratic-party-no-longer-exists-and-an-orchestrated-war-with-russia-is-contemplated/5538809
Ele tem dois ou tres pontos
Ele tem dois ou tres pontos muito bons mas o chilique de extrema esquerda nao convence.
SQN – O buraco parece ser muito mais em cima
A mesma fonte, Global Research, apresenta uma visão oposta.
http://www.globalresearch.ca/like-trump-hitler-also-liked-his-small-people/5538880?utm_campaign=magnet&utm_source=article_page&utm_medium=related_articles
Calma lá, devagar com o
Calma lá, devagar com o andor.
Trump atraiu para si a ira do establishment por sua retórica fugir perigosamente (para eles) do script padrão de candidatos.
É um sujeito que, quando provocado pela mídia de ser o “candidato do Putin” (?!?!?), responde: “ora, sou pró-Rússia”. Em plena convenção republicana.
Por coisas assim, os neocons foram em peso para a Hillary.
Trump pode ser um palhaço, mas… Talvez esteja mais para o bobo da corte do Rei Lear!
A única coisa que sei é que ele é uma incógnita. A Hillary todos conhecem: é a “rainha do Caos”.
E é por isso que Trump provavelmente irá ganhar.
“O eleitorado democrata mais
“O eleitorado democrata mais à esquerda não vota nela. Pode votar, mas como voto útil. Mesmo assim, vai pensar muito”:
Quanto ao que me diz respeito, nem com colar de melancia eu voto nela.
Moore e Nasser estao ambos certos. Trump eh o favorito apezar da media.
Tanto faz
Tanto faz quem vai ganhar, os desdobramentos são imprevisíveis, e são candidatos a serviço da mesma lucrativa estrutura econômico-militar.
As vezes um imperador maluco como Nero pode até ser menos prejudial ou perigoso para as colônias ou para nações terceiras que um Júlio César.
O “equilibrado” Kennedy por exemplo, ordenou o engajamento norte-americano no Vietnam, além de ter ordenado o bloqueio à Cuba, o que na época quase causou uma guerra nuclear.
Um tanto fraca a análise, até
Um tanto fraca a análise, até por ser ainda muito cedo para crava-lo como favorito.
Quando Reagan chegou à casa branca ele não era mais ator há muito tempo. Era um politico tarimbado com larga experiência eleitoral.
O tamanho de cada candidato começará a surgir a partir de agora, após as convenções partidarias que os transformou oficialmente em candidatos. É quando as coisas vão começar a esquentar de verdade.
Realmente a esta altura
Realmente a esta altura apontar favorito não tem muita logica, é ainda muito cedo. A eleição americana depende de fatores mais sinuosos do que as eleições em outros paises, a questão dos votos populares e dos votos dos delegados, que podem não ser equivalente e a crucial questão do comparecimento, que as pesquisas não captam. Se 30% não votarem o resultado pode ser muito diferente da hipotese de uma abstenção de 20%.
Que se fodam todos
Realmente, o voto não obrigatório pode ser uma armadilha para os Democratas. Basta o voto democrata insatisfeito com a indicação de Hillary não comparecer às urnas e Trump será eleito.
Mas Trump pode ser prejudicial à si próprio ser produzir, pelo seu radicalismo, a reação do voto útil em Hillary.
Não creio. Trump tem a cara do “stupid american white man” que, desde 2008, está desempregado. E Hillary não tem a cara do Obama de 2008. Nem Obama a tem mais.
Eu, por mim, torço por Trump. Se teremos que aguentar Temer em grande parte por culpa dos americanos, eles que aguentem “Tramp”. E Obama e Clinton que se fodam.
Aliás, é impressão minha ou a Hillary está cada vez mais com a cara da Marta Matarazzo, e vice-versa?
Putzzz..
Foda-se os EUA!…
Como pode um candidato que
Como pode um candidato que “… envolve poderes de Wall Street, do aparato de guerra e dos setores de informação e tecnologia dos Estados Unidos” ser bom?????????????????????
Obrigado
Por compartilhar: artigo muito instigante. Valeu
É simples: pros americanos, é
É simples: pros americanos, é melhor Hillary. Pro resto do mundo, Trump.