Assassinato de embaixador foi “atitude vil”, diz Putin

Jornal GGN – Presidente da Rússia, Vladimir Putin afirmou que o assassinato do embaixador do país na Turquia pretende minar o relacionamento entre Moscou e Ancara, atrapalhando uma resolução para o conflito na Síria.

“O crime é, sem dúvida, uma provocação destinada a pôr fim à normalização das relações russo-turcas e atacar o processo de paz na Síria”, afirmou o líder russo.

Andrei Karlov, de 62 anos, foi morto a tiros em uma galeria de arte nesta segunda-feira (19) pelo policial turco Mevlut Mert Altintas, de 22 anos.

Putin também classificou o ataque como uma “atitude vil” e disse que acertou com Racep Erdogan, presidente da Turquia, uma investigação conjunta sobre o incidente em Ancara. “Devemos descobrir quem está por trás do assassino”, afirmou.

Ele também disse que o processo para encontrar uma solução pacífica para a guerra na Síria é apoiada pela Turquia, Irã e outros países. “A resposta ao assassinato do embaixador russo na Turquia será o reforço na luta contra o terrorismo. E os bandidos sentirão isso em suas próprias carnes”, afirmou Putin.

A fala de Putin se alinha com o discurso do presidente turco, que deu início a uma investigação conjunta com os dois países.

Erdogan disse que conversou com Putin e ambos concordam que o ataque foi um ato de provocação realizado por pessoas que querem prejudicar as relações entre Turquia e Rússia, dizendo que elas são vitais para a região.

Agências de notícias internacionais afirmaram que há fortes indícios de que o atirador tenha ligações com Fethullah Gullen, clérgio exilado nos Estados Unidos que é acusado de organizar a tentativa frustrada de golpe na Turquia, em julho.

Para Erdogan, Gullen criou uma rede paralela no país que tem a participação de policiais, das formas armadas, do Poder Judiciário e serviços civis.

Em agosto, Turquia e Rússia acordaram uma reaproximação diplomática após um período de tensões causado pela derrubada de um avião russo por um caça turco na fronteira com a Síria.

Os dois países estão em lados opostos no conflito sírio, mas estavam colaborando com uma operação de evacuação de civis na cidade de Aleppo. Andrei Karlov trabalhava nas negociações de cessar-fogo conduzidas pela Turquia e Rússia entre o regime de Assad e as forças rebeldes na Síria. 

Redação

7 Comentários

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  1. O país tem que ficar longe do

    O país tem que ficar longe do que acontece lá.

    Na alemanha foi um caminhão que entrou no mercado. Ouvi dizer que alguem levou tiro no tal caminhão… (e se ele estava sendo assaltado ?)

    Não tenho idéia do que ocorrido… Mas fiquem atentos.

    Este negocio de “terrorismo” virou Negócio desde 2001.

     

  2. Quem é esse Gullen?

    Algumas pessoas entendem que esse tal Gullen é um bode expiatório. Ele já apoiou Erdogan e hoje vive exilado nos EUA. Diz que não tem nada a ver com o recente golpe de Estado na Turquia e não tem essa influência que dizem.

    Se tiver, disfarça muito bem.

    1. Ideólogo

          F. Gullen atualmente representa somente um ideólogo, uma “marca”, que como Erdogan procurou romper com o “kemalismo” secular turco, e sem encher muito o saco, pode-se dizer que Erdogan foi na direção dos “pobres”, de um islamismo básico intelegivel pela massa, conservadora, que procurava uma versão mais atualizada do kemalismo anterior, mas somada a uma identidade islamica sunita e tradicional.

           Já Gullen, singrou em outra vertente, mais academica e certamete distante da média do povo, religiosamente não encaixa-se no sunismo tradicional e mais intelegivel as massas, ele é sufista, o que para sunitas sem cultura, é quase como um herege, mas teve e tem muita propagação nos estrattos mais cultos, academicos, da sociedade turca, em especial as classes médias mais “europeizadas”.

            Gullen é um ideólogo, não um “homem de ação “, nem de bastidores diretos, tanto que seu movimento politico, o “Hizmet” ( no turco : Movimento ), foi centrado e ainda está, nos estratos médios e superiores da sociedade turca, como na entidade empresarial, que Erdogan interviu, ” TUKSON ” ( uma ” FIESP” turca ), combinadas a intervenções na midia ( o jornal Zaman de Gullen foi importante ), no sistema financeiro ( Banco Asya – que Erdogan interviu neste ano ), principalmente no estamento militar e de segurança interna turco, fundamentalmente nas Academias Militares.

             Gullen hj. não é um “problema”, mas o gulenismo é, para Erdogan – um ditador em potencial – trata-se do maior inimigo interno, muito mais perigoso a seu governo que os curdos – que Gullen tb. detesta – pois esta entranhado em sua sociedade, e retira-lo ou expurga-lo, inclusive das FFAA e de segurança turcas, não seria tarefa facil, ou mesmo util neste momento.

                Poderia escrever sobre Gullen e o “gulenismo”, e o “moderno kemalismo”, direto, sem escalas, tenho parentes turcos gulenistas, até sobre a “papagaiada” de Gullen ser a favor do dialogo “interreligioso” ( o cara até encoutrou-se como Papa ), ou suas ligações com a CIA e Israel, mas acho que o acima descrito é o suficiente.

                Outra coisa : Nós ocidentais, mesmo que com vivencias na região do OM, ou com carradas de leituras, sempre será a nós complicado entender a esta região, os parametros ocidentais de analise não se aplicam as realidades lá encontradas.

  3. Verossimilhança.

    Não é fácil explicar porque quando o Putin brada uma bravata dessas:

     “A resposta ao assassinato do embaixador russo na Turquia será o reforço na luta contra o terrorismo. E os bandidos sentirão isso em suas próprias carnes”, afirmou Putin.

    soa mais convincente do que quando falava Bush, Hillary e Obama. Por que será, hein???

     

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