Conselho de Segurança da ONU autoriza “todas as medidas” contra Estado Islâmico

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Da Agência Brasil

O Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou, nesta sexta (20), uma resolução que autoriza todos os países com capacidade a utilizarem “todas as medidas necessárias” para atuar contra o grupo extremista Estado Islâmico na Síria e no Iraque. A resolução, aprovada por unanimidade, foi apresentada pela França em resposta aos atentados do dia 13 em Paris, que provocaram pelo menos 130 mortos.

O texto propõe “aumentar e coordenar” a luta antiterrorista e manifesta a intenção de reforçar as sanções contra cidadãos e entidades relacionados com o grupo extremista Estado Islâmico. O documento pede ainda para que seja feito um maior esforço para deter o fluxo de combatentes estrangeiros que viajam para o Oriente Médio.

Já na França, o Senado aprovou nesta sexta (20), quase por unanimidade, o projeto de lei que prorroga, por um período de três meses, o estado de emergência no país. O estado de emergência foi decretado pelas autoridades francesas após os ataques da sexta-feira passada em Paris, que deixaram 130 mortos. Com 348 senadores presentes, o projeto de lei foi aprovado por 336 votos favoráveis. Houve 12 abstenções. 

Na quinta-feira, o texto tinha sido aprovado pela Assembleia Nacional (câmara baixa), com 551 votos a favor, seis contrários e uma abstenção. O projeto propõe a prorrogação, por três meses, do estado de emergência, a partir de 26 de novembro.

O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou no sábado (14), em comunicado, a autoria dos atentados. Cerca de 350 pessoas ficaram feridas nos ataques. Os ataques – que tiveram a participação de pelo menos oito terroristas, sete dos quais morreram, – ocorreram em vários locais de Paris, entre eles uma sala de espetáculos e o Estádio de França, onde ocorria um jogo de futebol entre as seleções da casa e da Alemanha.

A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controle de fronteiras após os atentados, classificados pelo presidente François Hollande como “ataques terroristas sem precedentes no país”. Em uma operação policial no bairro de Saint Denis, ao norte de Paris, as autoridades mataram Abdelhamid Abaaoud, apontado como o mentor dos ataques.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Cui bono?

    Na Wikipedia:

    A expressão latina cui bono? – às vezes também expressa como cui prodest? – significa literalmente “a quem beneficia?” e é usada tanto para sugerir um motivo oculto quanto para indicar que o responsável por algo pode não ser aquele que, a princípio, parece ser. Geralmente a expressão é usada para sugerir que a pessoa ou pessoas culpadas de um crime devem estar entre aqueles que têm algo a ganhar com ele. Aplica-se na investigação criminal, sugerindo que a descoberta de um possível interesse pode servir para descobrir o culpado do delito.

    (…)

    Cui prodest? deriva das palavras pronunciadas por Medeia na tragédia homônima de Sêneca. Nos versos 500-501, ela afirma: “cui prodest scelus, is fecit”, isto é, “aquele que lucra com o crime foi quem o cometeu”.

     

    Com a decisão do Conselho de Segurança da ONU, apresentada pela França, de usar todas as medidas necessárias contra o chamado Estado Islâmico, abre-se uma oportunidade de reflexão para efetivamente acabarmos com este bárbaro, abjeto terrorismo que assola a humanidade.

    O que ganhou o suposto Estado Islâmico com os últimos atentados na França?

    1) Em termos de negócios, nada, muito ao contrário. Depois que sua entrega de petróleo foi explodida pela aviação russa (pela coligação liderada pelos EUA, segundo a Globo), uma importante fonte de renda se fechou. Vendido no mercado paralelo, o petróleo rápido era comprado por EUA e alguns países da Europa, incluindo a França. Nada indica que os atentados tenham ajudado nesta distribuição.

    2) Em termos de propaganda, um desastre. O que este grupo quer vender? Alguém já fez esta pergunta? Conseguirão mais adesões? Será mais difícil. Se pagavam US$ 10 mil ao mês para cada funcionário, agora precisarão de mais recursos, e sem petróleo.

    3) Venderão mais suas ideias? Como? Só se o público alvo for o das prometidas virgens, que os esperam cantando palavras de ordem ao terror. Haja imaginação.

    O que ganhou a França com os últimos atentados?

    1) Ela pode ter justificativa política e logo jurídica para reprimir o forte fluxo de imigração para seu território. Há um forte debate interno sobre este ponto, os atentados certamente favorecem um lado.

    2) Com o respaldo da ONU, e internamente, será prolongado o estado de emergência. Garantias constitucionais, liberdade de expressão poderão ser restringidas. Para combater o ISIS, o estado francês terá ferramentas poderosas contra outros inimigos indesejados que eventualmente se manifestam em suas ruas.

    3) A França agradará muito a seus aliados se aumentar sua presença na Síria, incluindo em solo. Se ajudar com um “fogo amigo” a derrubar o Assad, o caos poderá ser útil para transformar a Síria em nova Líbia.

     

    1. cui bono

      Existem coisas tao boas que se nao existissem seriam inventadas.O DAECH é uma delas. Pergunte aos Russos Franceses e norte Americanos. Em nosso capeta lismo,o salvelindo via tv intoxicada de seitas ,coloca em gestacao o nosso DAECH. jurandir,parabens, Cui prodest, na mosca.

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