Não confunda fascismo que se faz em nome do islã com os muçulmanos em geral, diz político

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O atentado ao jornal Charlie Hebdo por extremistas islâmicos chocou franceses e o mundo. Daniel Cohn-Bendit, que foi um dos líderes do movimento estudantil da década de 60 e que teve seu auge em maio de 1968, concedeu entrevista sobre o ocorrido. Para Cohn-Bendit o pior foi o sentimento de desamparo diante da selvageria. Ele foi próximo de algumas das vítimas e alertou que não se pode confundir a ação de islâmicos extremistas com todos os muçulmanos. Leia a matéria da Folha

da Folha

Entrevista – Daniel Cohn-Bendit

Jornal foi alvo por ir até as últimas consequências

Líder do maio de 68 e próximo de vítimas se diz desemparado com ‘selvageria’ e critica ‘fascismo’ de islã radicalizado

RODRIGO VIZEU EDITOR-ASSISTENTE DE “MUNDO”

O jornal “Charlie Hebdo” foi alvo de terroristas porque “ia até o fim”, afirma o ícone do Maio de 1968 francês Daniel Cohn-Bendit, 69. Hoje deputado no Parlamento Europeu, o franco-alemão Cohn-Bendit, um dos líderes do movimento estudantil dos anos 60, era amigo de alguns dos cartunistas assassinados.

Ele saudou as vítimas por sua capacidade de expor as contradições sociais e criticou o que chamou de “fascismo” do islamismo radical. Segundo o político, é preciso um combate de convencimento de muçulmanos europeus radicalizados.

Folha- Como o sr. recebe esse ataque, primeiramente de um ponto de vista pessoal?

Daniel Cohn-Bendit – Pessoalmente, é um choque terrível que esse atentado possa ter ocorrido em uma Redação de jornal em Paris. Nos sentimos totalmente desamparados diante da selvageria.

Dois deles, Cabu e Wolinski, eram próximos do sr.

Sim, nos acompanharam na maior parte de nosso percurso político. São pessoas que encontrava com frequência, com quem confraternizei, que lutavam o mesmo combate antinuclear, antimilitarista, anticlerical. Tinham a capacidade, com suas canetas e lápis, de mostrar as contradições da sociedade. Eram antinacionalistas, antinucleares, ecologistas, libertários.

É preciso entender que “Charlie Hebdo” foi alvo por ser um jornal no qual os fundadores eram anticlericais, antirreligiosos, eles iam até o fim. Jornalistas que se consideravam no espírito de 68, no senso crítico, de uma radicalização do pensamento, da rejeição da religião, do autoritarismo.

O sr. acredita que de alguma forma “Charlie Hebdo” exagerava nas piadas?

Era a concepção deles, um jornal satírico onde o exagero era parte de sua ideia. Se você diz que eles exageram, diz que eles não têm razão de ser. Estavam convencidos de que a liberdade de expressão é atacar de Cristo a Maomé. Era a concepção de liberdade deles. Pode-se achar isso babaca ou bom. Mas é parte do jogo. Uma sociedade livre é justamente aquela que suporta o excesso.

Como vê o ataque do ponto de vista político?

Creio que há no movimento islâmico terrorista e radical um momento fascista. São forças, pequenos grupos fascistas. Isso não quer dizer –e a elite política e todo mundo na França sublinhou isso bem hoje– que se deva confundir esse fascismo que se faz em nome do islã com os muçulmanos em geral.

Como combater isso?

Existe um combate militar-policial, como contra o Estado Islâmico. Não é com boas palavras e pedindo o dia todo que você vai derrotá-lo. Além disso, na sociedade, é preciso demonstrar aos muçulmanos europeus que eles são cidadãos europeus e como tal devem combater o extremismo.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

33 Comentários

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  1. Líderes muçulmanos que não

    Líderes muçulmanos que não querem ser confundidos com os fascistas poderiam colaborar dando declarações públicas condenando veementemente esse tipo de ação.

    1. Isso foi feito, caro Mauro.

      Isso foi feito, caro Mauro. Acabei de ver na TV. Uma assossiação de muçulmanos sunitas, não lembro o nome, fez uma declaração para a TV chamando o atentado de “crime contra a humanidade” 

  2. a melhor resposta

    concordando-se ou não com o tipo de sátira, acho que pouco lutaram pela liberdade de expressão  como o pessoal do Charlie Hebdo.

    eles sabiam dos riscos que corriam quando publicaram as charges de Maomé.

    pessoalmente sou contra este tipo de humor, mas neste momento a questão não é o tipo de humor e sim defender a liberdade de expressão.

    acho que a melhor resposta é a publicação de charges de Maomé até a exaustão, todo dia, por todo mundo.

    não adianta escrever “je suis Charlie”

    do contrário os malucos que fizeram isto provarão que tiveram sucesso.

  3. Abominável violência homicida

    “Qualquer que possa ser a motivação, a violência homicida é abominável, jamais justificável, a vida e a dignidade de todos devem ser garantidas e protegidas com decisão, toda a instigação ao ódio deve ser recusada, o respeito do outro deve ser cultivado. O Papa Francisco exprime a sua proximidade, a sua solidariedade espiritual e o seu apoio para todos os que, de acordo com as suas responsabilidades, continuam comprometidos com a paz, a justiça e o direito, para curar completamente as causas do ódio, neste momento doloroso e dramático, em França e em todas as partes do mundo marcadas por tensões e violências”

    Fonte: http://www.news.va/pt/news/papa-sobre-o-atentado-em-franca-abominavel-violenc

  4. A minha pergunta antes e

    A minha pergunta antes e depois: por que aquelas charges ridicularizando “o diferente”? Isso é uma agressão. Vai esperar o que?

    1. uma agressao para uma mente

      uma agressao para uma mente boçal totalitaria.

      uma mente normal acha errado e ignora, pois ler e falar  bobagens ( como esse texto ) faz parte da liberdade de expressao…

      1. Nem tudo é tão “pacífico”

        Nem tudo é tão “pacífico” como a sua mente:

        “Para o francês ‘de base’, as charges de Charlie Hebdo muitas vezes ultrapassavam o limite do aceitável e eram até consideradas uma agressão, uma forma de racismo; a censura dentro de casa era traduzida pelo baixo número de vendas; nas redes sociais, onda de mensagens de “bem-feito” também se intercalaram às de apoio às vítimas do atentado de ontem”

        (do Brasil 247)

    2. As charges contra Maomé começaram por boa razao

      Foi quando aquele outro escritor de nome esquisito foi condenado à morte  por um aiatolá por críticas ao islamismo radical. Foi uma resposta clara — e Charlie apenas, no início, reproduziu charges de outro jornal nórdico — do tipo “nao nos deixaremos intimidar, nao nos deixaremos chantagear”. 

  5. Enxugar o gelo que o Ocidente criou

    Acho que ele está propondo que se enxugue gelo. Combater algo tão difuso quanto o terrorismo através das armas, como se tem feito ao ISIS, é semelhante a guerra as drogas, que travamos no Brasil e que tem matado mihares de jovens.

    A raiz do problema está no empobrecimento e desetabilizacao politica causada pela ingerencia ocidental no oriente. Tenho um amigo iraniano que me disse: em 5 mil anos de história do oriente médio, foram 8 mil guerras. Assim, qualquer interferencia de forcas exogenas causa uma desestabilizacao persistente. Veja o Iraque, o Afeganistao. Tudo indica que o mesmo deve acontecer na Libia, e provavelmente na Siria.

    Se a Franca quiser lutar contra o terrorismo, que seja atraves do combate a politica da Otan e da ingerencia ocidental no oriente medio. Se abrirem uma frente de combate ao Isis, como fiteram contra Kadafi, vao fortalecer grupos menores que podem ser ainda piores.

    Já passou da hora do Ocidente deixar o Oriente Medio em Paz, ou com seus proprios conflitos. Nada que se faca por aqui pode resolver conflitos com milenios de historia. A unica ajuda que deve ser dada é a humanitaria.

    1. Mais um procurando justificar

      Mais um procurando justificar fascinoras culpando o ocidente.

      Aqui no Brasil ele certamente acha que a culpa de uma mulher estuprada é ter andando à noite com pouca roupa.

      Para mentes obscurecidas pela perversão ideologica há sempre uma razao para tirar uma lasquinha do ” inimigo”…rs

      1. Alhos com Bugalhos

        O que eu quis dizer é que não vai ser com mais violência que essa situacão vai se resolver. Não é atacando grupos extremistas no oriente médio que isso se resolve. O que tem a ver o que eu disse com culpar a vítima pela agressão? A vítima não foi o estado Francês, que é tem sido cúmplice da Otan na ingerência no Oriente Médio, lembre-se da Líbia. O estadao Francês tem se tornado um pária, inclusive na UE, sendo completamente submisso aos interesses da Alemanha.

        As pessoas só deixam sua terra se não conseguem viver nela. E quanto ao Oriente Médio, o ocidente tem grande responsabilidade nisso, financiando grupos extremistas (ex., EUA e Talibã) para desestabilizar governos que contrariam seu interesse.

        A única relacão disto com o estupro está na barbaridade dos atos.

        1. Esses imbecis migram ou

          Esses imbecis migram ou emigram.

          No decorrer de suas vidas se convertem ou retornam a determinada religião e quando isso ocorre é de forma radical

          Ou seja muitos deles nao estao na França porque ela esta no seu pais de origem, estao na França porque seus pais quiseram morar em algum lugar onde pudessem ter melhores condiçoes de vida.

          Mas devido a particularidades do intimo do sujeito ele se torna um radical, e radical só quer ou precisa de uma descullpa para excercer sua demencia , qualquer uma serve e se houver uma eles criam…

  6. O outro lado da moeda

    Não tenho religião, mas respeito a crença de qualquer um. O jornal era uma afronta pesada a todas as religiões. Um deboche que deveria agradar em muito os “fascistas franceses” também. Os crimes foram bárbaros e foi uma resposta desses grupos que cresceram na periferia e pregam um novo tipo de fascismo misturado a religião. Mas também é a falência de um modelo de democracia que exclui as massas desfavorecidas do conhecimento e as deixam ao bel prazer de grupos de fanáticos religiosos.

    Na França que muitos gostariam de morar, existem duas “populações” : os franceses e os emigrantes e seus descendentes. Vamos olhar o outro lado da moeda, imagine um grupo de franceses que adoram tirar “sarro” de judeus, mulçumanos e cristãos e grotesticamente praticar uma espécie de “descriminação” do tipo eu sou culto, revolucionário e vc são uns idiotas que acreditam em miragens. Tudo sob proteção divina da liberdade de opinão. Semanalmente ou mensalmente vc agride populações incultas com deboches de todas naturezas que eles, infelizmente, acham sagradas. Um dia a coisa pega. E pegou. Podes crer que os emigrantes e seus descendentes que creem nos céus devem estar dando com os ombros. Alguns até comemorando, como vimos nos territórios palestinos ocupados quando as duas torres que simbolizavam capitalismo intocável americano foram destruídas.

    O resultado dessa crise recente do capitalismo está sendo o crescimento do fascismo em toda a Europa, como outrora foi em 29 com ascensão do nazismo e o facismo italiano. O velho continente volta a cena, milhões de emigrantes estão presentes em sua sociedade mas a inserção deles é muito perene, vai demorar séculos para eles se acharem europeus. A França é a bola da vez, depois do novo fracasso dos socialistas (o mesmo modelo tucano e petista aqui no Brasil) em sua nova tentativa de governar, o que vem é fascismo ou na sua forma pura ou travestido de alma republicana. As cicatrizes da brutal colonização francesa sempre estiveram abertas e de vez em quando brota de forma violenta.

    1. Entao pode tratar de

      Entao pode tratar de conseguir uma pois nao seria menos obtuso do que é agora.

      Oras bolas, o jornal tinha mesmo um pessimo gosto.

      Porem a questao é que NAO SE PODE ACEITAR QUE PESSOAS MATEM OUTRAS EM NOME DE SUA FÉ OU DO QUE ACHE CERTO

      E muito menos ter isso como algo provocado pelas vitimas devido suas insensibilidades sobre a fé alheia.

      Peloamordedeus…

    2. Ah bom, temos q obedecer a preceitos religiosos pq sao sagrados

      Se alguns se sentem ofendidos por ver uma mulher de cabeça descoberta, temos todas que cobrir a cabeça? Se se ofendem com o uso de álcool ninguém pode beber? Ou, em exemplos mais perto de nós, se acham que homossexualidade é pecado ninguém pode ter relaçoes homossexuais? Se consideram o aborto pecado mulheres nao podem abortar? Isso é o fim da picada. E é preciso sim combater o fundamentalismo religioso, e o humor é uma das melhores formas de fazer isso. 

  7. Será que esses radicais

    Será que esses radicais muçulmanos são assim tão BURROS para cometerem um atentado tão letal como esse contra os islamitas? Logo agora que os países europeus estão reconhecendo a Palestina como país? Sabendo-se de antemão o estrago que fariam na opinião pública mundial e a precisão do ataque, não seria surpresa se fosse plano do Mossad. Se partiu de radicais islâmicos, realmente, são um bando de fascistas imbecis.

    1.  Mesmo sem investigação

       Mesmo sem investigação concluída, já está sacramentado que foram radicais islâmicos os responsáveis pelo ataque, mesmo que nenhum grupo tenha ainda assumido a autoria, o que costumam fazer de pronto. Se partiu deles,  foi  mesmo um ato estúpido e altamente nocivo à causa islâmica, embora perpetrado com organização e precisão militares, cf ontem foi bem observado por Junior 50. E ocorrido em um momento em que a causa palestina sensibilizava a Europa, a França em particular.

       Mais um atentado em que os culpados são rapidamente identificados, inclusive com documento de identidade encontrado facilmente. Isso não é novidade.

    2. Tava demorando para aparecer

      Tava demorando para aparecer um texto tao boçal assim…

      Nota: Ja foi identifcado os militontos sao franceses de ascendencia arabe e inclusive com antecedentes sobre radicalismo religioso.

      1. Um dos quais estava em aula com dezenas de testemunhas…

        Mas “já foi identificado”, claro. Até a priori, né? Documento deixado no carro tao convenientemente, etc. 

    3. Este é o ponto para refletirmos

      Um princípio de investigação criminal é começar perguntando pelas motivações do criminoso. O que ganharia com o crime? Na mesma ótica, a versão oficial do 11/9 foi a raiva passional de Bin Laden que organizou uma intrincada operação em solo americano. Nada ganharam os muçulmanos, muito ao contrário, mas ajudou muito e decisivamente o plano geopolítico americano. Agora, na França, aumentará o apoio da opinião pública internacional contra a Palestina, dando força aos grupos xenófobos europeus. Tudo o que alguns fundamentalistas muito desejam neste momento, mas estes não são muçulmanos.

      1. Tava demorando para aparecer

        Tava demorando para aparecer esse tipo de analise…rs

        Quando o cara é um fanatico religioso ele age com o figado nao com a cabeça.

        Não existe essa de relação custo x beneficio

        Essa analise é politica pode usar ela para analisar as açoes de grupos terroristas mas tambem politicos como Hamas ou Hezbollah 

        No caso trata-se de locura fundamentalista o cara acha que esta lavando a honra do profeta e que se F@#&¨ tudo e todos…

         

    4. Prezado Marcos,
      A

      Prezado Marcos,

      A inteligência, a perspicácia, a compaixão, a humanidade e a empatia não são atributos caros a fundamentalistas de qualquer espécie. 

      Seria uma contradição. …

  8. Se não tem justificativa para

    Se não tem justificativa para o ato terrorista, também não tem justificativa para a tal “liverdade de expressão” que pode ir agredindo a religião alheia. Não é assim, com charges ridículas, que se constrói a paz…

  9. A vida é quase indisponível!

    Olá pessoal,

    segue abaixo  uma passagem da entrevista para comentar. Lá vai:

    (…)”Era a concepção de liberdade deles. Pode-se achar isso babaca ou bom. Mas é parte do jogo. Uma sociedade livre é justamente aquela que suporta o excesso.”

    Comentário:

    O entrevistado afirma  que a liberdade, no caso, era  a da concepção deles. Nessa linha, pode-se pensar em dezenas, centenas, milhares, algumas unidades de bilhões   de concepções de liberdade. Ou seja,  cada ser humano vivo na terra pode ter uma concepção de liberdade que bem entender.  Daí cabe a pergunta: Será que a concepção de liberdade é a de cada um como parece ter sugerido o entrevistado?

    A liberdade tem limite ou não?

    E ainda, será que diante  6 ou 7 bilhões  de concepções de liberdade vamos encontrar dois sentimentos? Ou seja, uns vão achar que uma parte destas concepções  pode ser  babaca e outros que a outra parte  pode ser  boa?

    Mais uma pergunta:  as  concepções de liberdade , da forma sugerida pelo entrevistado, fazem parte do jogo  , e , portanto, poderíamos concluir que  estão autorizadas pelas regras do jogo? Ou seja, a regra autoriza é autorizar  bilhões de concepções de liberdade. Digo isso porque  se eles tinham uma concepção de liberdade , e esta fazia parte do jogo que deve suportar o excesso, então eu, você, ele, nós, vós, eles também podemos  ter outras concepções de liberdade.  Seria isso mesmo?

    E por último vem uma pergunta mais forte ainda:

    Uma sociedade livre é justamente aquela que suporta o excesso?  Ou seja, a justiça de uma sociedade livre é aquela que “justamente” suporta  o excesso de bilhões de concepções de liberdade? 

    Caro entrevistado gostaria profundamente o que V.Sa entende por liberdade.

    Comentário final.

    A vida ainda  é o nosso bem mais valioso.

    Somente na extremidade de casos é possível permitir a sua disposição. Ex.: Matar alguém para não ser morto. E essa “liberdade de pensamento” não é minha. Pertence a todos nós ainda que uns prefiram negá-la. Mesmo para estes , esta liberdade faz parte das regras do jogo ,razão pela qual,  ao usá-la não se cometerá um crime. Poucos são os outros casos nos quais a vida pode ser relativizada.  Portanto, tirante estes outros casos,  não se pode admitir que a vida seja objeto disponível, isto é, seja simplesmente retirada de alguém por qualquer outro motivo.

    Mas isso ainda não parece ser universal haja vista que algumas concepções de liberdade , sobretudo, na parte oriental do planeta, aceitam a disponibilidade deste bem ( vida) por outros motivos , isto é, por motivos diferentes daqueles aceitos pelos povos ocidentais.

    Ora, se a sociedade justa é “justamente” aquela que tolera o excesso então o que pode ser feito? Achar que a ação foi babaca?

     

    Saudações 

  10. Nem tudo é tão “pacífico”

    Nem tudo é tão “pacífico” como alguns acham. Nem a liberdade de expressão pode tudo.

    “Para o francês ‘de base’, as charges de Charlie Hebdo muitas vezes ultrapassavam o limite do aceitável e eram até consideradas uma agressão, uma forma de racismo; a censura dentro de casa era traduzida pelo baixo número de vendas; nas redes sociais, onda de mensagens de “bem-feito” também se intercalaram às de apoio às vítimas do atentado de ontem”

  11. Compartilho as reflexões do

    Compartilho as reflexões do Vini e do Sergio Lamarca. Mas claro, o Leonidas em sua obtusidade, não entende a diferença entre procurar entender a gênese da violência fundamentalista INJUSTIFICADA e justificá-la enquanto tal.

    Não se trata de proibir que cartunista façam piadas com Maomé, mesmo que no limite do deboche. Mas refletir em que contexto aparecem essas mentes fracas dispostas a estragarem suas vidas, para matar pessoas que nem conhecem.

    Isso num esforço para impedir que continue acontecendo. Não é combatendo o Isis militarmente apenas, embora seja preciso fazê-lo, como disse o Bendit. Basta lembrar que uma das causas do surgimento desse grupo radical foi a invasão do Iraque

    1. Grupos radicais existem há muito

      Não sei se eras nascido, mas em 72 houve um atentado contra atletas Israelenses em Munique. Se formos remontar (remoer) causas para, se não justificar,  dar um sentido nos atos como tais, teremos de voltar a África.

  12. Consequência dos fundamentalismos…

    O ataque foi bárbaro, ignorante e covarde, mas é consequência de um velho defeito que aflige uma parcela dos seres humanos pelo mundo a fora, o FUNDAMENTALISMO…

    Significado pesquisado na internet: Fundamentalismo “é um movimento que objetiva voltar ao que são considerados princípios fundamentais (ou vigentes na fundação) da religião. Especificamente, refere-se a qualquer enclave religioso que intencionalmente resista a identificação com o grupo religioso maior do qual diverge quanto aos princípios fundamentais dos quais imputa ao grupo religioso maior ter-se desviado ou corrompido pela adoção de princípios alternativos hostis ou contraditórios à identidade original.”

    Em minha opinião, nos dias “globalizados” e “encharcados” de política pelos meios de comunicação atuais, o fundamentalismo mudou um pouco, e foi além do conceito que pesquisei… Hoje (mas talvez sempre) ele é uma praga que divide as pessoas em grupos irreconciliáveis, pois acha que já possui todas as respostas, as dúvidas psico sociais, além das religiosas, seriam “ignorância” a ser combatida por qualquer meio à disposição… Então ele não admite dúvidas, não admite liberdade de pensamento, não admite o contraditório. Ele carrega a noção de possuir “a verdade ideológica e/ou teológica” sobre como a sociedade deve ser, e se ela não se consuma ou se impõe na paz, tem que se consumar na violência e/ou na guerra. Individualmente o fundamentalismo é produzido pelo medo psicológico de encarar a vida como ela se apresenta, e por consequência, como resposta, o fundamentalista é violento, e geralmente age na trairagem ou em grupos. Também creio que todo fundamentalista tem tendência a ser ditador ou apoiar ditadores… Bertrand Russell tem uma frase que se encaixa bem no problema do fundamentalismo: “aquilo que os homens de fato querem não é o conhecimento, mas a certeza.”

    Um abraço.

  13. “Quando o cara é um fanatico

    “Quando o cara é um fanatico religioso ele age com o figado nao com a cabeça.

    Não existe essa de relação custo x beneficio”

    Bobagem. Esses atentados são minuciosamente planejados do ponto-de-vista tático, e desse ponto-de-vista muito bem pensados e executados. Nada a ver com burrice ou loucura ou falta de racionalidade.

    E se são bem taticamente bem pensados, por que seriam necessariamente estúpidos do ponto de vista estratégicos?

    Não; o problema é que não queremos ver a lógica desses atentados.

    Eles se destinam a esvaziar qualquer possibilidade de meio-termo, e a colocar a população muçulmana em uma disjuntiva cruel: ou apoiar o fanatismo religioso, ou expor-se à reção violenta da população não muçulmana.

    É por isso que foram os humoristas do Charlie Hebdo os assassinados, e não políticos do Front Nationale. É por que os assassinos sabem muito bem que é o FN quem vai lucrar politicamente entre a população não-muçulmana, e é o FN que eles querem como inimigos, não a extrema-esquerda. E fazer com que a extrema-direita xenófoba cresça e se enraíze é fundamental para aumentar a insegurança da população muçulmana da França, da qual esses assassinos vão em seguida tentar se apresentar como protetores.

    É brutal e cruel, mas não tem nada de “insano” ou estúpido.

    É um cálculo de “custo-benefício” muito bem feito. E quem não quiser entender isso é que está colocando o fígado no lugar do cérebro.

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