Papa solicita reunião com Putin em Moscou, mas diz estar “pessimista” sobre futuro da guerra

Victor Farinelli
Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN
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“Creio que ele (Putin) não pode e não quer este encontro agora”, afirmou o pontífice, ao ser perguntado pela imprensa italiana sobre suas conversas com o líder da Igreja Ortodoxa Russa

Foto: ACI Prensa

O Papa Francisco revelou nesta terça-feira (3/5) que tem mantido conversas com o líder da Igreja Ortodoxa Russa, Patriarca Kirill, nas quais um dos temas é a intenção do sumo pontífice de visitar Moscou e se reunir com o presidente Vladimir Putin para falar sobre a guerra contra a Ucrânia e um possível acordo de paz entre os dois países.

Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, as conversas entre Francisco e Kirill tem sido mediadas pelo Secretario de Estado do Vaticano, Pietro Parolin. “Não vou a Kiev antes de ir a Moscou, para me encontrar com Putin”, declarou o líder da Igreja Católica, que ressaltou que pretende conversar com ambos os presidentes envolvidos no conflito – ou seja, ele quer primeiro uma reunião com o presidente russo, e depois faria uma visita a Volodymyr Zelenski, na capital ucraniana.

Contudo, o pontífice também admitiu que “até agora não tivemos resposta, e estamos insistindo desde poucos dias depois que a guerra começou”.

Em seguida, Francisco disse que as negativas de Moscou para reunião significam uma negativa do próprio Putin em realizar esta reunião. “Creio que ele (Putin) não pode e não quer este encontro agora”, comentou, o Papa, e completou: “eu sou apenas um padre. O que posso fazer? Faço o que posso. Se Putin abrisse a porta…”.

Francisco afirmou que teve conversas telefônicas com Zelenski desde fevereiro, razão pela qual assegura que o presidente ucraniano está disposto a um acordo de paz. Por essa razão, o sacerdote católico afirma que sua intenção de visitar as duas capitais e se reunir pessoalmente com os dois presidentes visa “realizar um gesto claro para o mundo inteiro”,

No entanto, Francisco reconhece que a paz está longe de ser alcançada. “Sou pessimista, mas devemos fazer todo o possível para que a guerra termine”, declarou, que também criticou “as ameaças da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) às portas da Rússia”, como um dos fatores que precisam ser contornados para que o conflito chegue ao seu fim.

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Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN

4 Comentários

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  1. Santíssimo padre, não seja dissimulado, pois ingênuo sei que não é.
    Sabes muito bem que está procurando as pessoas erradas para conversações sobre paz, seja Putin, seja Zelensky.

    O Homem a quem deve procurar atende pelo nome de Biden, Joe Biden e está do outro lado do atlântico.
    Peça uma audiência com ele e o convença a por fim a guerra, embora pessoalmente não creia que esta termine antes de novembro, quando acontece as eleições por lá e os democratas vão levar um chocolate, aí a guerra acaba.

    A Ucrânia, do palhaço midiático é apenas massa de manobra dos EUA contra a Rússia.

    Mas de tudo isso tú e sua legião de assessores estão cansados de saber, só estão marcando posição pró ocidente, pois não?

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