Falta transparência na taxa de câmbio cobrada pelos cartões de crédito

Qual é a taxa de câmbio que de fato os bancos cobram quando o consumidor paga a fatura de compras em dólar? Para esclarecer esta dúvida, a PROTESTE Associação de Consumidores, em parceria com o economista Samy Dana, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), fez um levantamento das faturas de cartões de crédito de sete bancos (Banco do Brasil; Bradesco; Caixa; Citibank; HSBC; Itaú; e Santander), e comparou as taxas cobradas na fatura com as taxas divulgadas pelo Banco Central do dólar comercial para o mesmo dia.

A diferença nas taxas de câmbio pode chegar a até 5,43%, como foi constatado no cartão selecionado do Santander. Já o cartão da Caixa foi o que cobrou a menor diferença em relação ao dólar comercial, 0,45%. O consumidor que tiver uma fatura de US$ 1 mil economiza R$ 114,48 no cartão da Caixa Econômica Federal, em vez do Santander, considerando-se uma taxa de dólar comercial a R$ 2,30.

Apesar de em tese a taxa que deveria ser referência pelos cartões de crédito ser a taxa de câmbio do dólar comercial (que historicamente nos últimos 5 anos é aproximadamente 6% menor do que a do dólar turismo), o que o levantamento constatou foi que isso não acontece. Os bancos não são obrigados a cobrar a taxa de câmbio comercial, mas são orientados a utilizá-la como referência, e por isso acabam sempre cobrando um valor a mais, e não raro muito a mais. 
Ou seja, o consumidor precisa ficar atento às taxas de câmbio cobradas pelos bancos nas compras no exterior com cartão de crédito. Quando faz alguma compra em algum site internacional ou quando viaja, o consumidor sabe que deve utilizar o cartão de crédito com cautela, devido a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6,38%. Entretanto, muitas pessoas não questionam a taxa de câmbio usada.

Confira as taxas cobradas: 
 

O consumidor fica sem saber quanto efetivamente irá pagar quando chegar a fatura, por isso a PROTESTE defende que haja regra clara de quanto pode ser essa diferença em relação a taxa oficial de câmbio. Não é justo quando o consumidor compra no exterior, ficar sujeito a flutuação cambial e também ao ganho dos bancos, por conta da diferença da taxa praticada. “A falta de transparência dos bancos preocupa, os clientes ficam absolutamente vendidos sem a menor ideia de quanto irão pagar na fatura”, avalia Samy Dana. Ele defende que o sistema deveria caminhar para que o cliente tivesse a opção de transferência para reais automaticamente em sua conta e assim, evitar o risco cambial. O banco ao oferecer isso, para não correr riscos cambiais também, poderia fechar o câmbio do dia do negocio. Já Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da PROTESTE, avalia que a indicação de uma média para o mercado é insuficiente para o consumidor.
 

As perguntas que ficam são:
 

– Quais são os critérios utilizados pelos bancos para a cobrança dessa taxa aos consumidores?

– Por que essa falta de transparência para o consumidor, que não consegue facilmente comparar as taxas de câmbio cobradas pelos diferentes cartões de crédito? Tal prática só beneficia os bancos e a não concorrência, o que só prejudica os consumidores.

Uma boa saída para evitar surpresas quando se viaja ao exterior é priorizar pagar a hospedagem e os passeios ainda no Brasil, quando os hotéis ou agências fizerem a cobrança em reais. Diante da flutuação da taxa de câmbio, o consumidor precisa avaliar bem em que situação vale usar o cartão para comprar no exterior ou mesmo na compra pela internet em sites internacionais.

 

Redação

8 Comentários

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  1. Interessante

    “Tal prática só beneficia os bancos…..o que só prejudica os consumidores”. Esta afirmação resume tudo. Um bando de gananciosos que justifica altas taxas de juros à inadimplência, sabendo que quem envia essas urupucas aos consumidores são os próprios bancos, sem qualquer critério ou vergonha na cara.

  2. Alternativas

    Cartoes pre-pagos, comprados em casas de cambio, onde se coloca com taxa conhecida.

    No caso de compras, varios sites permitem pagamento por boleto aqui mesmo no Brasil. Alem de economizar na cotacao, ainda se ganha na diferença do IOF (0,28 contra 6% do cartao). Juntando a cotacao com o IOF da mais de 10% de diferença a favor do consumidor!!!

  3. Que tal chamar a polícia.

    Sei que não é crime tipificado, bonita palavra, e não vai dar nada, mas é ó o que me ocorre. Chamem a polícia, socorro. O chico era mais direto e dizia “chamem o ladrão…”.

    Interessante que os economistas escrevem folhas e folhas sobre moeda e câmbio, deitam falação sofisticada, e nem tocam nesta bagunça de ladrões que  os banco fazem com o dinheiro. Que câmbio?? O real vale mesmo quanto em dolar??? Dolar comercial, dolar turismo, não sei o que… e os bancos oh! Economistas…!

  4. A falta de transparência para

    A falta de transparência para mim começa lá no Boletim Focus…

    As raposas dando palpites sobre como vão ser as coisas no galinheiro…

  5. Não é tão caro assim

    Se o dólar turismo é 6% mais caro que o comercial e o banco mais caro cobra o dólar comercial mais 5,43%, então o consumidor está pagando mais barato do que se comprasse o dólar na casa de câmbio.

    Mas a reclamação sobre a transparência procede.

  6. Falta transparência na taxa de câmbio cobrada pelos cartões de c

    O QUÊ PODE SER FEITO PARA ACABAR COM ESSA “FRAUDE” CONTRA OS CONSUMIDORES ???

    ABSURSO.

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