O jornalismo investigativo de Michael Moore

Por Tamára Baranov – Rio Claro/SP

Michael Moore é conhecido por ter a coragem de dar a sua opinião em público, o que muitas pessoas não são corajosas o suficiente para fazer, e por isso é respeitado por muitos. Cineasta, documentarista e escritor, Michael Moore nasceu em Flint, Michigan, estudou jornalismo e começou sua carreira escrevendo para o jornal da escola. Depois de abandonar a faculdade e antes de abraçar o cinema, trabalhou como editor da ‘Mother Jones’, uma revista independente, sem fins lucrativos, conhecida por suas reportagens investigativas e que segue os padrões gerais de orientação política da esquerda norte-americana. No cinema, tornou-se um dos mais conhecidos e mais polêmicos documentaristas da América e produziu uma série de filmes documentários e séries de TV, predominantemente sobre o mesmo assunto: ataques a políticos corruptos e à ganância de corporações empresariais.

O seu primeiro filme, ‘Roger & Me’ (1989), é o retrato de uma cidade que um dia foi modelo de bem-estar e entrou na miséria por uma decisão da mesma companhia que a levantou, a ‘General Motors’, que causou o sofrimento de milhares de famílias com o fechamento de onze fábricas em Flint, cidade natal de Moore. O Roger do título é Roger Smith, presidente da ‘General Motors’, que Moore durante dois anos tentou, sem êxito, entrevistar.

O seu primeiro grande sucesso no entanto foi ‘Bowling for Columbine’ (2002), uma análise ao direito de portar armas nos EUA, lhe valeu um Oscar e grande reputação e postura crítica particularmente em relação a George W. Bush, às grandes corporações, à violência armada, à invasão do Iraque e à hipocrisia dos políticos.

E Michael Moore abalou o mundo com o sucesso ainda maior em 2004 com o ‘Fahrenheit 9/11’, um dos filmes mais polêmicos e provocantes do ano que examina as ações da administração Bush na sequência dos trágicos acontecimentos de setembro de 2011. Com seu humor característico e obstinado compromisso de revelar os fatos, Moore analisa como e porque Bush e seu círculo íntimo evitou buscar a conexão saudita ao ataque às duas torres, a despeito do fato de que 15 dos 19 sequestradores eram sauditas e que era dinheiro saudita que financiou a Al Qaeda. E foi nesta atmosfera de confusão, suspeita e terror que a administração Bush fez a sua corrida precipitada para a guerra no Iraque e ‘Fahrenheit 9/11’ nos leva para dentro dessa guerra para contar as histórias não ouvidas, e o custo humano terrível para EUA, para os soldados e suas famílias.

‘SiCKO’ (2007), para variar, alvo de polêmica nos EUA, critica o sistema de saúde dos Estados Unidos e analisa o sistema de saúde e o humanismo de Cuba onde o atendimento médico é gratuito e que na época do lançamento do filme já tinha enviado médicos e paramédicos a mais de 70 países em desenvolvimento. Moore levou a Ilha voluntários norte-americanos que não receberam autorização das seguradoras para tratamento de saúde que salvariam suas vidas em seu próprio país porque não podiam pagar. 

‘Capitalism: A Love Story’ (2009), é sobre a crise financeira global e analisa o impacto desastroso sobre a vida dos norte-americanos e consequentemente nos demais países. Mas desta vez o culpado é muito maior que a ‘General Motors’. Dos corredores do poder em Washington ao epicentro financeiro global em Manhattan, Michael Moore mais uma vez leva os frequentadores de cinema a um território desconhecido. Com humor e indignação, o documentário explora uma questão tabu: qual é o preço que a América paga por seu amor ao capitalismo? Anos atrás, esse amor parecia inocente. Hoje, porém, o sonho americano está parecendo mais um pesadelo quando as famílias pagam um alto preço. Moore leva-nos para as casas de pessoas comuns cujas vidas foram viradas de cabeça para baixo, e ele vai à procura de explicações em Washington, DC. E o que ele encontra são os sintomas por demais familiares de um caso de amor extremo: mentiras, abuso, traição e empregos sendo perdidos diariamente.

http://www.youtube.com/watch?v=jbATTOh-ixM
http://www.youtube.com/watch?v=1YwsolsCObo
http://www.youtube.com/watch?v=VoBleMNAwUg
http://www.youtube.com/watch?v=Fl8xUjEh_yw

Redação

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