Oposição denuncia antigo acordo de lobistas dos EUA com Kadafi

Logo depois que George W. Bush suspendeu as sanções contra a Líbia em 2004, quando Kadafi anunciou que pretendia abrir mão das armas de destruição em massa e expressou seu entusiasmo em se juntar à guerra contra o terror, os produtores de petróleo dos EUA e da Grã Bretanha aproveitaram a oportunidade para se expandir no país. Empresas como BP, Exxon, Halliburton, Chevron, Conoco e Marathon Oil juntaram-se a gigantes da indústria armamentista, como Raytheon e Northrop Grumman, a multinacionais como Dow Chemical e Fluor e à poderosa firma de advocacia White & Case para formar a US-Libia Business Association, em 2005.

Nova York – Uma vasta coalizão de interesses de todas as companhias de petróleo, da indústria armamentista e de firmas de lobbies a acadêmicos neoconservadores e professores da Escola de Negócios de Harvard têm trabalhado nos últimos anos para tentarem uma aproximação com o líder líbio Muammar Kadafi e tirarem vantagem das oportunidades de negócios no país, mesmo diante de uma das repressões mais duradouras, brutais e párias sobre o próprio povo e sua beligerância lendária.

Os líderes da oposição na Líbia dizem que esses esforços têm prejudicado os interesses do país da África do Norte ao ajudar à família de Kadafi e seus aliados mais próximos a enriquecerem às expensas da maioria dos líbios, servindo unicamente para prolongar o regime brutal de Kadafi. Eles também culpam a política dos EUA de priorizar os interesses de segurança nacional sobre as questões da reforma e dos direitos humanos, cuja falta ajuda a alimentar a violência do levante atual.

Logo depois que o ex-Presidente George W. Bush suspendeu as sanções contra a Líbia em 2004, quando Kadafi anunciou que pretendia abrir mão das armas de destruição em massa e expressou seu entusiasmo em se juntar à guerra contra o terror, os produtores de petróleo dos EUA e da Grã Bretanha e os interesses econômicos aproveitaram a oportunidade para se expandir no país, que vinha sendo comandado com mão de ferro pelo instável líder ao longo de 40 anos.

Alguns dos maiores produtores de petróleo e derivados, como BP, ExxonMobil, Halliburton, Chevron, Conoco e Marathon Oil juntaram-se a gigantes da indústria armamentista, como Raytheon e Northrop Grumman, a multinacionais como Dow Chemical e Fluor e a toda poderosa firma de advocacia White & Case para formar a US-Libia Business Association, em 2005. Cada membro do seu conselho executivo paga 20 mil dólares por ano ao grupo, que é dirigido pelo Conselho Nacional de Comércio Exterior [www.nftc.org], uma coalizão que visa a facilitar as oportunidades internacionais para as companhias estadunidenses.

A maioria dos membros do grupo fez lobby para o governo dos EUA desde 2004, a fim de proteger seus investimentos na Líbia ou para facilitar a resolução de problemas dos interesses dos negócios com o regime. O comércio bilateral com a Líbia totalizou 2,7 bilhões de dólares em 2010, praticamente nada se comparado a 2003, quando as sanções ainda estavam em vigor.

O papel da USLBA, que auto-denominou-se como a única associação comercial dos EUA focada unicamente na relação EUA-Líbia, combina lobby pelo estado fora da lei anterior, com o progresso das metas comerciais dos membros associados ao grupo. Seu departamento de responsabilidade social bancou políticas, conferências, briefings e coletivas e eventos destacando as lideranças dos EUA e os oficiais líbios – dois meses atrás, o presidente honorário do grupo, David Mack, um ex-embaixador dos EUA e o diretor executivo Charles Dittrich viajaram para Líbia para se encontrarem com oficiais do governo líbio, com líderes de negócios privados e representantes de companhias estadunidenses trabalhando no país.

No seu website, que agora está off-line, o grupo diz que visa a promover a Líbia, educando a Casa Branca e o Congresso a respeito da “crescente importância do país na manutenção da estabilidade na África do Norte, bem como do potencial da Líbia como mercado comercial em expansão para os negócios americanos”. O website também “vende” a proximidade da USLBA a Kadafi, dizendo que “somos o único grupo de negócios que se encontrou privadamente” com o líder Kadafi durante a sua “primeira visita histórica” às Nações Unidas em 2009. Para dar uma medida da influência do grupo, o presidente fundador David Goldwyn indicou o coordenador para assuntos energéticos internacionais do Departamento de Estado para a Secretária de Estado Hillary Clinton. Numa visita a Líbia em dezembro de 2008, Goldwyn teceu loas à “recepção fantasticamente calorosa” que ele e oito executivos estadunidenses receberam dos oficiais maiores da Líbia.

Tradução: Katarina Peixoto

 

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17492

Redação

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