Juiz pilantra, tiroteio no Rio, uns sobem outros sofrem, por João Sucata

ESPORTE BRETÃO

Juiz pilantra, tiroteio no Rio, uns sobem outros sofrem

por João Sucata

JUIZ PILANTRA?

Nada mais nojento que juiz pilantra, aquele que aproveita sua condição de árbitro para entrar no jogo, juiz que prejudica um time dolosamente. Não se pode gostar também do incompetente, mas aí não dói tanto, é a chamada culpa, quando não há dolo, intenção. Vale também para dirigentes e bandeirinhas. No domingo, no Pacaembu, no jogo Santos x RB Brasil o juiz e o bandeirinha validaram um gol do Santos em que a bola não ultrapassou a linha fatal e foi impulsionada com o braço do atacante.  Dupla pilantragem? Aparentemente não. Nem por isso devem deixar de ser punidos, por incompetência grave. Há uma separação muito grande entre juiz pilantra e juiz incompetente. O prejuízo da vítima é a mesma, mas o fato de existir ou não intenção é relevante para que é juiz do juiz. O fato é que o Santos suou para ganhar do RB Brasil: 3 x 2. RB é Red Bull, propaganda escancarada; não gosto disso, mas os jogadores não mereciam o que aconteceu. E deveria haver punição para o atacante, quando a TV mostra com clareza que ele usou dolo (ou quem sabe, inspiração, instinto?). Mão de Deus, chega a do Maradona. Poderia haver até delação premiada, mas aí qual seria o prêmio?

O TIMÃO DESCE AO INFERNO, O PALMEIRAS PODE SEGUI-LO, SÓ O SÃO PAULO SE SALVOU

Corinthians 0 x Santo André  e Ituano 1 x Palmeiras 0. O jogo do Timão foi em pleno Itaquerão. O Timão entra em inferno astral, sua torcida precisará de paciência. E do jeito que está, endividado e sem jogadores, só a torcida poderá salvá-lo. Vai ter que fazer algo mais que torcer. O alviverde, por sua vez, era um juntamento de alguns craques com outros jogadores no máximo medianos. Não tinham padrão de jogo, não sabiam o que faziam no campo, lembrou o time de Luan e Juninho, de anos atrás, quando o único jeito da bola chegar ao ataque era o goleiro chutar para a frente. No gol do Ituano o zagueiro do time esperou a bola na cabeça sem sequer fazer esforço para marcar, enquanto os jogadores de defesa do verdão ficavam naquela correria ridícula de agarrar os atacantes. Aí não adianta saber jogar bola, precisa um pouco de inteligência. No Morumbi, do time que não se esperava tanto, o São Paulo goleou a Ponte Preta. Rogério Ceni estreou com torcida de seu anjo da guarda. Vamos ver o que virá pela frente.

TIROTEIO (DE CHUMBO MESMO) NO CLÁSSICO CARIOCA

Vai virar moda: como nada aconteceu no Espírito Santo, familiares dos policiais militares que iriam fazer policiamento no jogo Botafogo x Flamengo não deixarameles saírem (imaginem se fossem torcedores). Há que se ter em conta que pediam por salários atrasados. Daí, não se sabe bem como, o pau comeu entre torcedores e saiu até tiro. Impedir o jogo, com mais de 20 mil torcedores já no estádio seria uma revolução. Toca em frente para ver no que dá, deve ter dito alguém. Os jogadores entraram em capo com o c na mão, mas acabaram fazendo um jogo razoável. O Mengo venceu, 2 x 1, continua com o bom time do ano passado, Guerrero, ex Timão. O que acontecia do lado de fora, porém, mostra que  vivemos sobre um vulcão. Nada a reclamar quando os de cima se julgam no direito de depor uma presidente eleita e honesta e deixar gente cansativamente delatada como corrupta na presidência de todos os órgãos importantes do país. Com que cara podem exigir que os de baixo obedeçam a lei? 

O VASCO DE QUATRO E O FLUMINENSE BRILHA

Quem pensava que o Vasco, voltando a série A, tomaria jeito, parece que se enganou. Perdeu de time pequeno, não consegue articular jogadas, não consegue ficar com a bola. A torcida já está com a pulga atrás da orelha. O Flu, de seu lado, bateu o fraco Bangu, que já teve, ao lado do América,  momentos de glória nas décadas de sessenta e setenta. Agora a prisão é mais famosa que o time do bairro.

MG E RS: GRANDES PREVALECEM, MAS EM OUTROS ESTADOS OS CAMPEONATOS VÃO PEGAR FOGO

Nos demais campeonatos mais renomados, o gaúcho e o mineiro, os grandes venceram. O problema desses estados é que os grandes são grandes mesmos e sempre. O Internacional escorregou no Brasileirão, mas logo volta. De resto, a dominação de Atlético e Cruzeiro em MG é inconteste. O América de MG de vez em quando ameaça ficar grande, mas fica só na ameaça. Na Bahia é Bahia e Vitória. Em Santa Catarina , Pernambuco, Paraná e Goiás a coisa fica um pouco mais complexa e emocionante. Não há predomínios definitivos, há mais times disputando a primazia. Vejamos como será este ano.

.João Sucata

Redação

3 Comentários

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  1. Engana-se o colunista; no RS

    Engana-se o colunista; no RS o dito internacional da série b nacional, marcha célere para a série b estadual. Apenas 2 pontinhos em 3 jogos (dois em casa), em 10º lugar entre 12. O problema continua o mesmo de sempre, com o agravante de que a mídia gauchesca (aqueles que se falarem mal não entram mais nos estádios) continua alegando que o inter está em formação, mesmo que “aZiAGO”. Como se os demais clubes (tirante o grêmio) funcionassem a pleno vapor o ano inteiro. São times como os pequenos do riodejaneiro: contratam no início de janeiro e dispensam todos no final do ruralito.

  2. Corrija, por favor:
    Onde se lê, boa noite: “Corinthians 0 x Santo André  e Ituano 1 x Palmeiras 0.”,
    leia-se: “Corinthians 0 x Santo André 2 e Ituano 1 x Palmeiras 0.”.
    Sou corintiano, não burro para não entender que saiu barato. Fosse um time melhor qualificado, teríamos sido goleados. O Corinthians não jogou nada. A frente, de uns tempos para cá, funciona melhor sem um homem-referência e a zaga é de brincadeira [de mal gosto]. Cássio, só pega se bater nele, e desde aquele frango do Riquelme, ainda na Libertadores.
    A zaga, reitero, uma baba. Queria que alguém me ajudasse a entender a função do Balbuena. Ele nunca está na defesa.
    Bola aérea: quem souber, que reze.
    Depois, a diretoria, para se preservar, saca o Carrile. Filme manjadíssimo. Vem novo técnico, mais período de adaptação e, claro, mais peia…

  3. JUIZ PILANTRA?

    Nem tanto. Assisti ao jogo ao vivo pela TV. Vi também diversos vídeos, durante a transmissão e depois do jogo. Nenhum deles mostra a bola, se dentro ou fora do gol. Um desses vídeos, no entanto, mostra a sombra da bola exatamente sobre a linha do gol e a sombra do travessão dentro do campo, a uns 30 ou mais centímetros da linha do gol. A bola, portanto, estava toda dentro do gol. Quanto ao uso do braço pelo atacante, a ação só pôde ser vista depois de diversas repetições, com a imagem em close e em câmera lenta. Um movimento absolutamente sútil, nada comparável ao lance escancarado da “mano de Dios”, de Malandrona. Além disso, o segundo gol do Red Bulls foi anotado em impedimento, claramente visível até sem auxílio da repetição do vídeo. Então, caro comentarista, mais análise e menos torcida, tá bem?

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