Com a crise brasileira, Argentina passa a protagonizar liderança na América Latina

Macri recebe lideranças internacionais, pelo menos, uma vez ao mês, desde que assumiu; país vizinho está sendo também mais requisitado em encontros internacionais  
 
Mauricio Macri Victor R. Caivano/AP
Maurício Macri Foto: Victor R. Caivano/AP
 
Jornal GGN – A crise institucional e política no Brasil abriu um vácuo de liderança na região latino-americana que começa a ser ocupado pela Argentina. A apuração é da BBC Brasil. Desde que Mauricio Macri assumiu o poder no país vizinho, em dezembro de 2015, recebeu a visita de, pelo menos, uma liderança internacional ao mês incluindo Ângela Merkel, da Alemanha, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e do vice-primeiro-ministro Taro Aso. Ao mesmo tempo, a Argentina passou a ser convidada para eventos internacionais que antes não comparecia, como o Fórum Econômico Mundial de Davos.
 
BBC
 
Com Brasil em crise, Argentina entra no radar das visitas internacionais
 
Por Marcia Carmo
De Buenos Aires para a BBC Brasil
 
A Argentina voltou a entrar na rota de viagem de líderes internacionais e recebeu, desde a posse do presidente Mauricio Macri, em dezembro de 2015, ao menos uma visita por mês de chefes de Estado ou de líderes de organismos internacionais.
 
A lista inclui mandatários de EUA (na época, Barack Obama), Itália, Japão e Alemanha – que não passaram pelo Brasil em suas turnês recentes pela América do Sul.
 
Na semana passada, a Casa Branca informou que o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, visitará Colômbia, Argentina, Chile e Panamá. O Brasil não foi citado no comunicado.
 
Ao mesmo tempo, Macri tem participado de eventos internacionais aos quais antes a Argentina não comparecia, como o Fórum Econômco Mundial de Davos, e realizado viagens frequentes, para destinos como Vaticano (esteve duas vezes com o papa Francisco), EUA e China, além dos países vizinhos – esteve no Chile na última semana.
 
Para completar a abertura argentina ao exterior, Buenos Aires será sede neste ano da reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) e, no ano que vem, do encontro dos países do G20.
 
O país também presidirá o organismo internacional de combate à lavagem de dinheiro, Gafi (Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro), – que entre 2011 e 2014 chegou a repreender a própria Argentina por “deficiências” nessa área.
 
Esse conjunto de fatos tem gerado, de um lado, debates sobre a tomada, pela Argentina, de um possível vácuo deixado pelo Brasil na política internacional. De outro, há expectativas no país sobre quando essa “volta da Argentina ao cenário internacional”, como dizem os especialistas, surtirá efeitos práticos na economia e para os argentinos.
 
Fator novidade
Para analistas consultados pela BBC Brasil, a Argentina passou a ser uma “novidade” que está, no mínimo, despertando a curiosidade de líderes mundiais.
 
“Ocorre aqui agora o mesmo que ocorria quando Lula era presidente (do Brasil). Lula era um sindicalista que chegava à Presidência e era uma novidade que outros líderes e investidores queriam ver e entender de perto”, diz o cientista político e consultor Sergio Berensztein, de Buenos Aires. “Com Macri, apesar de ele ser pró-mercado e de sua trajetória ser muito diferente da de Lula, acontece a mesma coisa.”
 
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Redação

8 Comentários

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  1. O Brasil pode não ser

    O Brasil pode não ser convidado em eventosde grande importancia geopolitica mas será estrele em

    seminarios de combate a corrupção pelo mundo .

  2. O protagonismo é um ciclo: perde-se ou ganha, faz parte

    Como qualquer aspecto dinâmico, ciclos de altas e baixas de prestígio faz parte do sistema das relações internacionais.

    O que é preciso ressaltar é que relações do tipo Brasil e Argentina encontram-se em nível de absouta maturidade secular. Jaz a época em que uma atençãozinha especial conferida por potência mundial para um causava ciúmes roupantes noutro. Ciuminho, puxada de tapete, indiretas, ironias, essas coisas pequenas de se conceber internacionalmente não estão no cardápio desta relação bilateral brasileiro-argentina. Isso é coisa do passado. Tanto um quanto outro, Argentina e Brasil já possuem capacidades suficientes para estabelecer as suas próprias geometrias no cenário internacional, para além de momento políticos internos. 

     

     

  3.  
    Como? Quem vai gastar vela

     

    Como? Quem vai gastar vela com mau defunto?…

    Um País cujas “elites” consente bovinamente entregar a um bando de eunucos velhos, ladrões e entreguistas safados. Até , financiando e promovendo com patos amarelos, golpear as instituições que os próprios canalhas tanto enaltecem com suas hipócritas  perorações. Ah! Vai!… Ninguém lá fora está sob a égide nefasta do fraudulento sistema de desinformação local. Lá, eles estão acostumados com manipulações criminosas e, são mestres em como lidar com bandidos desse quilate.

    Eles sabem perfeitamente que a Nau Brasil se encontra no momento, à deriva, sob o comando dessa ralé invernizada do tucanistão. Aguardam apenas, quem de fato vai assumir o comando após se amotinarem e atirarem ao mar esses patifes que ai estão.

    Orlando

     

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