Ministro da Defesa vai aos EUA discutir setor aeroespacial estratégico do Brasil

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Em Washington, Jungmann esteve em reunião com o setor aeroespacial privado norte-americano – Foto: Divulgação ASCOM/MD
 
Jornal GGN – A abertura do país para investidores norte-americanos pelo governo Michel Temer tem ocupado além dos espaços meramente financeiros, mas também setores estratégicos do Brasil e de grande interesse para os Estados Unidos, como a defesa e a aviação nacional.
 
Em um destes movimentos, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, foi levado a participar de uma reunião, em Washington, na última semana, para “ampliar a cooperação entre os dois países” no “setor aeroespacial privado norte-americano”.
 
De acordo com comunicado divulgado pela própria pasta, a agenda de interesses vai além da comercial, como também a de “identificar possíveis parcerias e principais políticas”.
 
Do Ministério da Defesa
 

Washington, EUA 14/11/2017 – O ministro da Defesa, Raul Jungmann, participou na manhã da segunda-feira (13), em Washington (DC), nos Estados Unidos, de uma reunião com o setor aeroespacial privado norte-americano.  O encontro foi para ampliar a cooperação entre os dois países, estabelecendo uma agenda de interesses em comum, além de identificar possíveis parcerias e principais políticas. 

Com a presença de representantes de diversas empresas e associações foram abordados alguns dos temas prioritários para as duas nações, com o intuito de gerar pautas que possam ser consolidadas em negócios para indústrias de defesa.

Segundo Jungmann, os governos americano e brasileiro devem manter abertos os canais de comunicação governamentais para que continuem a ser apontados modelos de cooperação binacional de médio e longo prazo. O ministro brasileiro argumentou que a política de defesa dever ser articulada como uma questão de Estado e que suas agendas principais tenham continuidade.

Ele explicou que o setor aeroespacial é estratégico para o Brasil: “Nós estamos reformulando toda sua governança para dar para mais previsibilidade e, sobretudo, condições de exercer o nosso potencial nessa área, que precisa de uma ampliação e uma maior atenção em termos governamentais” disse Jungmann.

O ministro Jungmann explicou que o setor aeroespacial é estratégico para o Brasil
 

Na oportunidade,  o ministro encorajou a participação de empresas norte americanas nos processos licitatórios do segundo Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O primeiro dos três satélites do programa  foi lançado em maio deste ano, da base de Kourou, na Guiana Francesa . O satélite possui uso dual, civil e militar. Nas comunicações civis utiliza a banda Ka, o que possibilita acesso à conexão em banda larga em todo o território nacional. A carga útil militar, composta pelas bandas X e Ka militar, permite tramitar informações afetas à área de defesa.

A vice presidente da CompTIA (Information Technology industry & Association), associação comercial que representa a indústria de tecnologia norte americana, Liz Hyman, participou do encontro. Ela acredita que o Brasil é um mercado aeroespacial promissor que poderá despertar o interesse de diversos investidores norte americanos. “O conselho empresarial espacial é um conjunto de empresas interessadas em centros de mercado globais e oportunidades de promoção comercial. Nossa missão é trabalhar com parcerias públicas e privadas. É uma honra participar desta reunião com o Brasil”, destacou Hymann.

Diálogos da Indústria de Defesa

O primeiro “Diálogo da Indústria de Defesa Brasil e Estados Unidos”, realizado em setembro de 2016, em Brasília, reuniu cerca de 150 representantes dos setores público e privado. Durante o encontro foi assinada uma carta de intenção para explorar a colaboração conjunta do comércio de defesa.

Em 22 de março de 2017, o Departamento de Defesa dos EUA e o Ministério da Defesa do Brasil assinaram um acordo mestre de troca de informações (MIEA), que prevê a expansão da colaboração de pesquisa e promove o desenvolvimento de novas tecnologias de defesa.

No inicio de outubro deste ano, aconteceu também aqui em Washington (D.C.), o Segundo Diálogo da Indústria de Defesa EUA-Brasil (DID). Além de gerar uma discussão na área de defesa, o encontro também possibilitou o desenvolvimento de uma melhor compreensão de regulamentos e o avanço no reconhecimento mútuo da certificação de produtos militares.

Desde o início das negociações já foram alcançados progressos nos controles de exportação e de outras questões regulamentares. A expectativa para este segundo ano é fortalecer o comércio bilateral de defesa e investimento e aumentar a cooperação tecnológica.

Autoridade Sul-americana de Segurança

No início da manhã, o ministro Jungmann esteve também com o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos dos Estados Unidos, Thomas A. Shannon Jr. Na pauta, a possibilidade de criação de uma Autoridade Sul-americana de Segurança, junto com Ministério da Justiça e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para lidar com a criminalidade, principalmente, na região de fronteira.

Jungmann esteve também com o subsecretário para Assuntos Políticos, Thomas Shannon, e foi acompanhado pelo embaixador do Brasil em Washington e autoridades do MD
 

Segundo o ministro da Defesa, no Brasil, o crime organizado se nacionalizou e se transnacionalizou, o que representa um risco à sociedade, às instituições e à democracia.

Shannon, que conduziu a embaixada norte-americana no Brasil de 2011 a 2013, ressaltou a importância do compartilhamento de informações, experiências e inteligência entre governos no combate ao crime organizado internacional.

A colaboração entre os Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores também foi tema do encontro com subsecretário norte americano. Criada em 2016, a Comissão interministerial teve início com as negociações entre o ministro Jungmann e o então ministro José Serra, e teve continuidade com o atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes. A Comissão discute temas estratégicos e ligados à base industrial de defesa, além da cooperação internacional. A parceria vem consolidando uma agenda convergente de defesa e diplomacia.

Durante o encontro, Jungmann lembrou ainda que os Estados Unidos são um dos 23 países que participou do AMAZONLOG17, Exercício Multinacional Interagências de Logística Humanitária, que ocorreu de 6 a 13 deste mês, em Tabatinga (AM), na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. O evento, inédito na América do Sul, contou com quase dois mil participantes. O objetivo foi desenvolver doutrina para ações humanitárias, com resposta rápida a adversidades causadas por ondas migratórias, catástrofes e acidentes.

Por fim, foi discutida a promoção bilateral da indústria de defesa e a participação brasileira em operações de manutenção de paz da ONU após o encerramento da missão no Haiti.

 

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

20 Comentários

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  1. Discordo. O usurpador Michel
    Discordo. O usurpador Michel Temer não tem um Ministro da Defesa. Todos os membros da quadrilha dele no governo só fazem uma coisa: ATACAR o Brasil os brasileiros para atender os interesses mesquinhos do Shell, CIA, Itaucard e Embaixada dos EUA, não necessariamente nesta ordem.

    1. O fox paulistinha (nem

      O fox paulistinha (ou qualquer outro cão) não tem a especialidade que os auxiliares do pilantra golpista Michel Cunha Temer de Marinho :

      Farejar din din (mesmo ensaboado)

  2. Eles querem vender caças

    Claro que o objetivo é cancelar a compra de caças suecos com transferência de tecnologia. Eles certamente vão conseguir pois o governo do Brasil esta rifando tudo que se refere a desenvolvimento industrial ou tecnológico. De quebra podem vender uns F-15 ou 16 totalmente controlados por dispositivos de bloqueios para eles explorirem em caso de desobediência. De quebra podem levar, como brinde de Jungmann, a transferência  de Embraer para o Canadá por exemplo, ou o simples fechamento, afinal todos por aqui podem andar de ônibus.

  3. Quanta vergonha estes

    Quanta vergonha estes miseráveis entreguistas nos faz  passar. Agora me diga qual respeito os americanos podem ter diante de salafrários golpistas que topam vender a própria mãe! Sim! A Pátria é a mãe de todos os brasileiros e, não pode ser entregue por esses proxenetas imorais.

    Cadê o patriotismo das Forças Armadas? CANALHAS! MIL VEZES CANALHAS! VOCÊS, VÃO PAGAR MUITO CARO POR ASSISTIR A MÃE PÁTRIA SER ATIRADA À PROSTITUIÇÃO, SEM NADA FAZEREM, CAMBADA DE FILHOS DA PUTA!

    Orlando

  4. Traidor

    Só mais um “brasileiro transnacional” traindo o Brasil.

    Só isso.

    Aliás, com esse sobrenome não me causaria surpresa em saber que se trata de mais um membro da máfia do quipá que tomou o país de assalto no golpe aplicado recentemente…

  5.  
    É o Brasil rumo a ser de

     

    É o Brasil rumo a ser de fato um Estado Livre Associado do EUA, um gigantesco Porto Rico. Não tarda a obrigatoriedade do idioma inglês nas escolas. E ainda há quem duvide da participação dos americanos no golpe de estado trasvvestido de impeachment de 2016. Foi um crime de lesa pátria, e está claro que beneficia os EUA, o grande capital multinacionmal. A compra dos Grippen está em risco, os suecos podem dançar nesta. O pré-sal (um trilhão de dólares, com o pétróleo a US$ 50), já passou para o controle das multinacionais do petréleo, e a produção será procedida no passo dos interessses externos, sem obrigatoreiedade de compras no mercado brasileiro, representando uma sangria anual nosa arrecadação de todos os impostos que deveriam ser pagos. Não é possível passar a controlar tantos recursos sem a participação de nacionais brasileiros, nem muito menos não tem nada de ideológico, mas de participação nas vendas a preço de ouro. Os participantes do golpe, o Supremo Tribunal Federal, as Procuradorias e o Parlamento têm conta prestar ao País por esse crime.

  6. Missão invertida

    A MISSÃO DO MINISTÉRIO DA DEFESA (Do portal=http://www.defesa.gov.br/):

     

    “Coordenar o esforço integrado de defesa, visando contribuir para a garantia

    da SOBERANIA, dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, do

    PATRIMÔNIO NACIONAL, a  SALVAGUARDA DOS INTERESSES  NACIONAIS  e

    o incremento da inserção do Brasil no cenário internacional.”

  7. A origem: 30/06/2015

         Sei que é um saco para ideologizados se aterem a acordos firmados entre Estados, ainda mais quando não são publicados no facebook, ou em seus blogs “preferidos”, mas para quem trabalha ou opera em areas sensiveis ,a leitura critica destes “acordos”, ainda mais quando assinados por Presidentes, e sancionados por ambos Congressos, é tema central visando futuras ações, tanto empresariais como de compreender o que o Estado assinou, e suas provaveis consequencias.

          As ações atuais do Sr. Jungmann estão plenamente respaldadas em 4 Acordos firmados entre Roussef e Obama, no dia 30/06/2015, não Acordos de “partido”, mas de Estado – Estado, portanto validos e aprovados por ambos Congressos, são eles: GSOMIA ( General Security Military Information Agreement ) ; DCA ( Defense Cooperation Agreement ); DID ( Defense industries Dialogue ) e outro ainda mais interessante, que merece especial atenção:

          ” Colaboration on Law Enforcement ” : Firmado entre o DHS ( Homeland Security ) e nosso DPF. 

           Para quem gosta: //obamawhitehouse.archives.gov/the-press-office/2015/06/30/fact-sheet-united-states-and-brazil-mature-and-faceted-partnership

  8. ” Setor Aeroespacial “

         Discutir o que ?

         A suposta ” industria aeroespacial” brasileira é inexistente, acabou, o que existia de interessante e viavel, já encontra-se nas mãos de europeus ( franceses e suecos ) e de israelenses, até as supostas vantagens de Alcantara estão dificeis de vender para prazos alem de 5 anos.

         Um projeto de recuperação de parte desta “industria”, a ALADA , estacionou no MinDef , e o que “sobrou” são as iniciativas israelenses dos “cubesats”, que enfrentam rejeições politicas.

         Até nosso melhor “produto” de defesa, o A-29B Tucano, hoje é um produto americano, montado na Flórida e financiado para vendas externas pelo Pentagono ( DSCA ), como SNC A-29B, e a maior comédia ocorreu semana passada em Dubai, quando a Calidus Group ( uma estatal dos Emirados Arabes ) apresentou um concorrente ao A-29, o B-250 Calidus, em associação/parceria com a brasileira Novaer ( empresa de Santa Catarina ).

          Diante deste quadro, ainda me espanta quando pessoas perguntam porque quem é do ramo, ou foi, tem experiência prévia, deu linha, trocou de País.

  9. Vai sobrar o osso

    Que gente é essa?

    Anos e anos de luta por dignidade, por autonomia, pela Nação Brasil, por um país mais justo e humano, livre e soberano, um sonho se realizando; e tudo destruído em pouco meses por cretinos, cafajestes, por bandidos, criminosos e traidores; por gente sem honra, sem brio, sem caráter.

     

    Bordando Coragem e Luta.

    Homenagem do coletivo de bordadeiras Linhas do Horizonte ao ZÉ

    A imagem pode conter: 23 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas em pé

     

  10. Ilegítimo

    Um governo antipopular, ilegítimo, resultado de um golpe e eminentemente transitório não poderia ter legitimidade para abordar tantos aspectos cruciais para a vida do país. Qual a presa?

    Essas ações – como muitas outras – deviam ser adiadas até as eleições de 2018.

    Hoje correm com a Previdência, sabendo que num governo legítimo isso não funcionaria.

    Por isso é fundamental aquele referendo revogatório, que passe uma borracha às ações do Temer e considere cúmplices os que participaram destas negociatas.

    O pior do governo Temer não é apenas ter pego o cargo por meio de um golpe, mas achar que é mesmo um representante da sociedade com autorização para embutir um programa que não foi votado pelo povo.

  11. Em primeiro lugar, considerar

    Em primeiro lugar, considerar essa chusma de rastejantes vermes, como governo legal, trata-se de enorme impropriedade. Claro. Muitos o fazem, por ignorar como se fabricam as salsichas, e essas coisas.

    Seguramente, este estágio não é majoritário, entre os fregueses desse estabelecimento de troca de informações e idéias. Ponto.

    Dito isso, cabe lembrar aos companheiros que se forma crescente consciência de apoiamento ao grupo de importantes personalidades que se posicionam para defender a completa revogação de todos os atos e ações que possam ser enquadrados como crime de  lesa-pátria, perpetrados por essa quadrilha de usurpadores. Inclusive, a venda dos móveis e utensílios: panelas, talheres, bujão de gás, etc. da casa dos brasileiros.

    Ou seja, qualquer ato atentatório à soberania do Estado Brasileiro e aos interesses de seu Povo e das empresas estratégicas para a economia Nacional.

    Em suma, todos esses cafajestes golpistas, em breve, entrarão na alça de mira e, pagarão por seus crimes. 

    Orlando

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