O PAC e a gestão pública dos Estados e Municípios

Por Carlos B.
 
Comentário ao post “As dificuldades em destravar o saneamento
 
Uma coisa que necessita ser dita, pois não vejo nenhum veículo da mídia tratar do assunto é a questão da gestão pública dos estados e municípios, que não conseguem viabilizar projetos com recursos do PAC. Trabalho na área governamental e vejo como os próprios municípios não conseguem viabilizar as obras. Não tem equipe técnica competente ( na engenharia ou no trabalho técnico social). As seleções do PAC chegam na CAIXA e os municípios simplesmente não conseguem contratar projetos viáveis. Recursos do PAC disponíveis para municípios em todo o Brasil deixam de ser usados por inoperância das Prefeituras. São impressionantes os valores e projetos envolvidos que deixam de ser utilizados…… os recursos retornam ao orçamento da união. Projetos de saneamento (abastecimento de água, estações de tratamento de esgotos), Urbanização de Assentamentos Precários e outros programas do MCidades patinam na lerdeza e inconsequência dos municípios. O Brasil ainda tem muito a se desenvolver no campo da gestão pública. O dinheiro existe, mas os políticos não conseguem montar equipes decentes. Às vezes, obras se iniciam e ficam paralisadas por pura falta de vergonha, pois as construtoras contratadas em licitações “legais” simplesmente abandonam as obras. É uma vergonha….  A culpa como sempre cai no colo do governo federal, mas os problemas estão é lá na ponta, nas cidades, na educação e no caráter dos políticos, que o povo inocentemente escolhe!

 

Redação

15 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Profisionais dos Projetos

    Aí vem de mansinho as empresas profissionais na criação de Projetos de Infra-estrutura. Conheço um monte! Estas fazem com que uma obra que deveria custar 200, 300mil passe a custar um milhão. Isso tudo de forma “legal”. Muitas delas tem prefeitos, deputados ou senadores como ‘sócios’. São absurdos que até pessoas bem simplórias conseguem perceber. Hoje abre-se uma vala para rede pluvial e colaca-se lama asfaltica por cima. Amanhã é a rede de esgotos e mais um remendo na lama asfaltica. Mais pra frente a rede de distribuição de água tem que ser aumentada porque houve um inchaço na cidade por causa da melhoria do saneamento e mais buraco e mais remendos. E assim seguem nossas cidades. Com falta de planejamento, com infra-estrutura precária, prefeitos malucos e semi-analfabetos e vereadores lenientes, verdadeiros bois de presépio!!

  2. Muito bem colocado. Também

    Muito bem colocado. Também tenho essa percepção, de que o problema começa com as prefeituras, que não são bem administradas. E como tem prefeito que não tem idéia de como administrar uma cidade e seu orçamento por ai.  

  3. é por isto que o país não cresce por igual…

    passei um bom tempo pensando que o motivo principal era falta de preparo para a função devido a baixa qualidade técnica dos responsáveis diretos, mas hoje convivo com a certeza de que aproximadamente 70% dos que são eleitos apenas ajustam as soluções apresentadas, 40% das verbas disponibilizadas em proveito próprio ou de seus amigos ou de seus parentes ou amigos e parentes dos donos das empresas

     

    o que tem de caminhões estacionados há meses em locais onde só moram bacanas não está no gibi

     

    todos a serviço há meses, mas  aparentando ter saído da fábrica ontem

     

    procura por carteira de trabalho, não por trabalhadores, também aumentou muito

     

    acorda ministério público, trabalho é o que não falta

  4. O RALO

    Além de muitas e muitas prefeituras não contarem com corpo ttécnico, tem a agravante dos prefeitos contratarem empresas, previamente eleitas para “ganhar” as licitações, para elaboração dos projetos com valores super elevados para serem repassados ao próprio prefeito e a aqueles encarregados de atestarem a execução dos serviços, que os recebem fora da previsão contratual. Este é o ralo por onde escorrem as verbas públicas. 

    1. O ralo é o sistema político, O Bode!

      Me diga uma coisa, empresa vai ficar fazendo projetos pros outros?

      Tem um município lá no meio do nada. Nenhuma empresa aborda. Aí chega uma propondo uma ponte ou o que for, é lógico que ela deve ser contratada. Eu considero justo, desde que os preços estejam dentro dos parâmetros do mercado.

      O direcionamento é legítimo desde que não haja má fé.

      Isso é um ponto. 

      Outro é, tem certeza que tudo o que as empresas privadas querem é superfaturar?

      Não considera possível que eles estejam interessados apenas na obra com os 20% de lucro usual?

      Será que é a empresa quem superfatura ou são políticos que falam “pode botar na conta’?

      Não considera a possibilidade do sistema político ser o problema e não os empreiteiros.

      Foram os empreiteiros que criaram este sistema? Eu acho que não…

  5. Mesmo cidades com um porte de

    Mesmo cidades com um porte de 500 mil habitantes deixam de uitilizar recursos por falta de profissionais com competência e até sem,  para elaborar os projetos. Soube disso conversando em uma de minhas recentes visitas ao Brasil.  O pior, na minha opinião, é a falta de gestão de alguns políticos na esfera municipal e estadual, incompetentes e donos de interesses obscuros, que pouco se preocupam com coisas fundamentais como saneamento e meio ambiente, pontos preponderantes para elevar tanto a qualidade de vida e saúde da população como, assim, impulsionar a economia, coisas intrinsecamente ligadas.   Foi esta  política irresponsável que causou a evasão de técnicos potenciais e efetivos de suas profissões, como engenheiros, e hoje traz outro problema, com as fábricas de diplomas para certificar profissionais de qualificação duvidosa a serem mal pagos em um mercado cada vez mais dominado pelo capitalismo selvagem e predador.

  6. Era so’ o que me faltava, o

    Era so’ o que me faltava, o Carlos B.oca paga, tentando botar na conta dos estados e municipios o fracasso do PAC. Menos ne’ bicho?. Certo q vc esta desempenhando a funcao, mas nem por isso tens a liberdade de tratar os outros como idiotas?

     

    1. Verdade sobre porque o PAC não anda

      O texto está absolutamente correto em relação ao que trata, do real motivo pelo qual as obras do PAC não andam. Trabalho em uma empresa publica nesta área, e vemos o tempo todo projetos nao sairem do papel, dinheiro do OGU nas contas vinculadas aos contratos sem liberação por anos e muitas vezes até sendo devolvidos a Uniao, pois simplesmente as prefeituras não fazem o seu trabalho. Tantas vezes gostariamos de poder chamar nossa imprensa, que divulga só o que lhe interessa, e mostrar o que acontece de fato, como muitos prefeitos não estão nem aí para suas cidades. Mas certamente a imprensa também não se interessaria em  mostrar a verdade, pois se não puderem por a culpa no PT, no Lula ou na Dilma, a noticia não vai valer nada para eles! O PAC NÃO CAMINHA PORQUE DEPENDE DO PODER MUNICIPAL OU ESTADUAL CONTRATAR E TOCAR AS OBRAS COM ALGUMA EFICIENCIA E NÃO HÁ PROFISSIONAIS RAZOÁVEIS NAS PREFEITURAS, ELES NÃO TEM SERIEDADE E COMPROMISSO COM A POPULAÇÃO QUE OS ELEGEU.

      O Governo federal tem feito sua parte sim, priorizando a infra estrutura e disponibilizando recursos, mas na esfera do municipio e dos estados existem os gestores, certo? Ou não tem gestores, mas só politicos pouco éticos interessados em engrossar suas contas bancárias??? Nem com dinheiro e com vontade o PAC não vai andar na mão dos nossos prefeitos…

      Vamos olhar para o que cada um faz em seu trabalho, na sua casa, com seu vizinho, com seu pai, no transito…. Será que muitos de nós se estivessemos lá no municipio ou no governo não fariamos a mesma coisa??

  7. Hahahahaha…Isso como se as

    Hahahahaha…Isso como se as obras tocadas pelo Governo Federal caminhassem de vento em popa e Brasília fosse sinônimo de competência administrativa. 

    Dito de outra forma, se no nível federal há imensa dificuldade para organizar e viabilizar o que é de sua própria competência, mesmo com número substancial de recursos econômicos e de pessoas, sem contar a estrutura técnica, imagine então prefeituras de cidades pequenas, médias e até das grandes.

    A incompetência da administração é fruto de muitas causas, dentre elas o nível educacional dos cidadãos – que daí impõe ausência de planejadores competentes – da falta de escolas de governo, de cultura cívica, visão de longo prazo, boas fontes de informação etc…  

    Pois essa visão incrível pensa o país como se fosse a Inglaterra, a Alemanha ou a França que desenvolvem suas localidades há séculos. 

    Nosso caso é outro completamente diferente. Outro sistema econômic, outra formação cultural, instituições democráticas, participação popular… Enfim, só a forma de ocupação do nosso território já se apresentaria como meio suficiente para entender a dificuldade da situação.   Os municípios são portanto desde sempre a realidade triste da administração pública. O elo fragilíssimo do processo. Mas – como se vê – também os grandes culpados.  Agora, já que a dificuldade de compreensão não é fácil, peguem um Estado pobre do país. Digamos o mais precário deles, o Maranhão. Vocês acham que o feudo do Sarney tem alguma chance de se desenvolver SEM o auxílio do governo Federal? Não, NENHUMA.  Imagine agora o interior do Maranhão, as pequenas cidades deste “ente federativo”. Qual a chance deles?   Vou repetir: acordem pra vida! Deixem de ver as coisas de seu país com olhos suecos ou canadenses. O trem aqui é feio. O buraco é fundo. E não é empurrando com a barriga que as coisas vão se resolver. 

  8. Obras de saneamento

    É verdade, existe um pouco de tudo isso dos comentários, mas o que talvez se desconheça, é que as licitações não estão atraindo nenhum proponente, na maioria dos casos são caracterizadas como desertas e mesmo repetindo o processo, convidando as empresas ,elas não se presdispõem a apresentarem proposta.

    Razões que as construtora argumentam para decinarem do convite são:

    01- O agente financeiro( CEF) asfixiam o contratado, na liberação das medições, muitas vezes fazendo pequenas empresas financiarem a obra.

    02-Mercado aquecido, empresas sérias não querem trabalhar com poder público.

    03- Salários históricos do corpo técnico das prefeituras uma vergonha, como conseguir bons profissionais com esses salários?

    04-Enquanto isso, protesto por mais saúde, mais médicos.

    05-Cada real investido no saneamento representa cinco que seram poupados na saúde.

    Vamos criar o mais engenheiros( com salário dígno) para o saneamento, aí garanto que as obras e projetos 

    de saneamento terão certamente continuidade.

  9. Obras de saneamento

    É verdade, existe um pouco de tudo isso dos comentários, mas o que talvez se desconheça, é que as licitações não estão atraindo nenhum proponente, na maioria dos casos são caracterizadas como desertas e mesmo repetindo o processo, convidando as empresas ,elas não se presdispõem a apresentarem proposta.

    Razões que as construtora argumentam para decinarem do convite são:

    01- O agente financeiro( CEF) asfixiam o contratado, na liberação das medições, muitas vezes fazendo pequenas empresas financiarem a obra.

    02-Mercado aquecido, empresas sérias não querem trabalhar com poder público.

    03- Salários históricos do corpo técnico das prefeituras uma vergonha, como conseguir bons profissionais com esses salários?

    04-Enquanto isso, protesto por mais saúde, mais médicos.

    05-Cada real investido no saneamento representa cinco que seram poupados na saúde.

    Vamos criar o mais engenheiros( com salário dígno) para o saneamento, aí garanto que as obras e projetos 

    de saneamento terão certamente continuidade.

  10. Ora, mas então a culpa é dos

    Ora, mas então a culpa é dos Municípios?

    Planejar é inclusive estudar bem os possíveis conveniados, e mapear suas (im)possibilidades técnicas, políticas e financeiras. Bons planejadores só são pegos de surpresa com eventos realmente imprevisíveis, e não com intempéries óbvias como a falta de corpo técnico de Municípios para executar planos de saneamento básico.

    Estava assistindo um dos jornais matinais da Globo, que falou sobre o Metrô de São Paulo, da situação insustentável na baldeação entre as estações Paulista e Consolação: o fluxo de passageiros é enorme, tornando-a impraticável em horários de pico e colocando em risco a integridade física de todos.

    Aí, estatuiu-se que os engenheiros não tinham previsto isto. Este é o problema.

    Quando se pega obras em países com tradição de planejamento (França, Alemanha, Japão, EUA, etcétera), encontraríamos locais de baldeação do metrô gigantescos, e aparantemente vazios, “abandonados”.

    Falta de planejamento? Muito pelo contrário!

    Estuda-se, no caso, que em 20, 30, 40 anos, por váriaveis X, Y e Z, que o fluxo de pessoas em tal localidade aumentará não sei quantos %, e assim sendo seria preciso uma estação de tamanho muito maior para comportar todo mundo, mesmo que no dia de hoje passe-se esta sensação de “vazio”.

    O que o Governo de SP fez quando ligou a estação Consolação a Paulista? Deve ter calculado o quanto de pessoas circulam lá HOJE, ou para daqui há 5 anos qual o fluxo de pessoas na estação, e tocou o pau porque é mais barato, mais conveniente, não sei qual a razão, mas a incompetência salta aos olhos.

    Engenheiro tem que saber planejar, e não só fazer construir, colocar a obra em prática.

    No caso do Saneamento, é muito óbvio que a maioria dos Municípios não teriam corpo técnico. Aliás, planejar saneamento básico a nível Municipal é muito restrito, deveria-se fazer no mínimo no âmbito de uma bacia hidrográfica, conforme dita a Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos.

    Pega-se por exemplo o Vale do Paraíba. Imaginemos que o Município de Taubaté consiga recursos do PAC, mas sua vizinha Pindamonhangaba não. Em um caso resolve-se o problema dos dejetos jogados no Rio Paraíba, no outro caso não.

    Resolveu a questão?

    Neste exemplo, temos a Região Metropolitana recém criada, e mesmo que não existisse, poderia-se muito bem criar um Consórcio Público envolvendo União, Governo do Estado e Municípios do Vale do Paraíba para se executar uma política regional.

    Então, não adianta colocar a culpa nos Municípios. É ÓBVIO que a maioria não tem recursos. O que se deveria fazer é PREVER que eles não tinham recursos técnicos e promover soluções concernentes, ao invés de querer fazer tudo de improviso e depois ficar dando murro em ponta de faca.

    1. Amigo, ele não se refere ao

      Amigo, ele não se refere ao Município de SP, do RJ, de BH.

      Ele refere-se a Goiapira do Norte. Goiapira do Norte não tem capacidade técnica.

      E sim, a culpa é dos municípios.

  11. As obras são superfaturadas

    As obras são superfaturadas porque assim querem os políticos.

    É assim que funciona nosso sistema político.

    Só não ve quem não quer.

     

    Aí fica um bando de gente malhando a iniciativa privada como se tivesse qualquer relação com isso.

    Lógico que vão cobrar mais quando um político manda faturar(super) porque o RISCO É TODO DELA.

    São os políticos ESTÚPIDO!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador