Ao negar Ministério da Justiça, Velloso defendeu governo Temer

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Após a grande repercussão de sua proximidade com a cúpula tucana, sobretudo com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Velloso, anunciou no fim da tarde desta sexta-feira (17) a recusa para assumir o Ministério da Justiça. Na nota, disse que Michel Temer presidente é “missão que o destino conferiu” para “recolocar o Brasil nos trilhos”.
 
A entrada de Velloso estava marcada, nos últimos dias, por publicações de suas relações com políticos da principal base aliada do governo Temer, o PSDB, um dos partidos investigados na Operação Lava Jato e que, até o momento, não trouxe muitos avanços contra seus membros por parte da Procuradoria-Geral da República.
 
Se assumisse a pasta oferecida por Temer para que o ajudasse a “salvar o país”, Velloso estaria indiretamente no comando também da Polícia Federal, órgão teoricamente independente, mas que é subordinado ao Ministério.
 
Foi o próprio Aécio que trouxe a “surpresa” a Temer, em reunião marcada na terça-feira (14), a princípio e assim divulgada na agenda oficial como somente entre o presidente e o tucano. O senador levou à reunião Carlos Velloso, seu advogado de diversas causas que tramitam contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF).
 
Diante do turbilhão de informações, o ex-ministro do STF recusou em nota pública o convite feito pelo presidente Michel Temer, admitindo que seus compromissos pessoais com clientes foram o que impediram que aceitasse o posto.
 
Disse, contudo, que vai se manter à disposição do governo peemedebista para ajudar. “Continuarei à disposição do presidente Temer, amigo de cerca de 40 anos, para auxiliá-lo de outra forma, na missão que o destino conferiu ao consagrado constitucionalista de recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento econômico, com justiça social. Cinquenta e um anos de serviço público e, dentre estes, 40 de magistratura, deixam-me seguro de que dei a minha cota de serviço à causa pública”, disse.
 
No encontro que teve com o ex-ministro do STF, Temer disse que faria uma escolha pessoal e sem “conotações partidárias” para o seu ministério. 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

7 Comentários

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  1. http://politica.estadao.com.b

    http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,meirelles-sai-na-frente,70001670564

     

    MEIRELLES CANDIDATO EM 2018, o veterano jornalista João Domingos em materia no ESTADÃO de hoje sobre Henrique Meirelles como candidato à Presidencia em 2018, considerando a MELHORA na economia.

    Pre-candidato em 2006, 2010, 2012 e 2014, Meirelles seria a solução para o mercado.

    Os 12 milhões de desempregados e suas familias seriam seus mais entusiasmados eleitores.

    1. Meu palpite é que

      o candidato presidencial da direita será o Dória.

      Basta que não haja uma denúncia de malfeitos contra ele nos próximos 16, 17 meses…

  2. As favas com Motesquieu
    Mantenha o Amorais no MJ e no STF e provoque uma revolução. Afinal, se o GM pode integrar o governo oficiosamente por que não oficializar a relação?

  3. temer, cunha e moro – as moiras tupiniquins do golpe

    Título do enredo: “temer, cunha e moro – as moiras tupiniquins do golpe no reino da fantasia global onde rico é quem protesta batendo panela da sacada do apartamento de luxo pra ser transmitido ao vivo em sua tela 4K de 51 polegadas”. 

     

     Seria, por puro acaso, o “destino manifesto” nas gravações do sr. Machado, estrategicamente

    desenhado e cumprido por mãos e mentes profanas?

     

    Ou o destino subalterno dos capachos do ideário ultra-neoliberal, seguidores sectários do Consenso de Washington,

     

    questionado até pelo FMI?

     

    Se não foi uma piada de mau gosto, pode até ter alguma razão: o desastre do

     

    ilegítimo, desgoverno desinterino, vai recolocar o país no caminho do qual não deveria ter sido

     

    desviado, através da resistência democrática que está surgindo ao seu caos generalizado, premeditado

     

    mas com efeito reverso – o capitalismo de desastre pode sair pela culatra.

     

    E pra honrar a memória do STF, o autor dessa gafe apresenta a credencial de ser seu

     

    ex-ministro. Explica porque o país soluça com golpes e engasga, sufoca e quase acaba a

     

    cada tentativa de superação de seu DNA colonial, escravocrata e conservador de

     

    oligarquias e seus interesses.

     

    Será esse o verdadeiro destino de um país nascido da violência contra índios e negros,

     

    escravizados pelos interesses econômicos de uma elite internacional, acompanhados, na

     

    exploração do trabalho e na condição sócio-política, por operários/trabalhadores de

     

    qualquer raça e etnia?

     

    Li num mural de rua (grafite, pichação, grito mudo, voz da (in)consciência, como se queira

     

    chamar), na periferia, a frase de Steve Biko, “a maior arma nas mãos do opressor é a mente do

     

    oprimido”.

     

    Que o digam o STF (representando o Judiciário e as instituições acadêmico-culturais em geral e sua “meritocracia”

     

    desvirtuada), as redes (anti)sociais eletrônicas (o espelho mais cândido daquela frase), as empresas de teleaboio

     

    tangidas pela G.lobo.empeledecordeiro.con (modelo de rede de “relações públicas” das oligarquias, um fenômeno

     

    pernicioso de “síndrome de Estocolmo” cultural).

     

     

    Depois do “assalto ao trem pagador” promovido pela camarilha temerária, o Brasil precisa de um líder político de

     

    verdade que ajude o país a realizar seu potencial, com metáforas e projetos que o povo entende e apóia, sem

     

    messianismos ridículos, improváveis e tão desacreditados quanto seus porta-vozes.

     

    Certamente esse sr. Carlos Velloso continuará prestando seus serviços à causa pública nacional através da Chevron.

     

    Qual a diferença mesmo?

     

     

     

    SP, 18/02/2017 – 14:36

  4. Alexandre Moraes e o AI 5

    Enquanto isso, descobri uma coincidência interessante sobre o ex-ministro Alexandre Moraes.

    O infame Alexandre Moraes nasceu no mesmo dia em que foi editado o Ato Institucional 5 – dia 13 de dezembro de 1968.

    No mesmo dia em que foi proferida a frase  “Às favas todos os escrúpulos de consciência”, nascia o infame.

     

  5. Os tucanos iniciam o abandono do puleiro.

    Agora pode-se entender  porque o jornal nacional (plim-plim) jogou no ar , embora editando, as palavras de  Raduan Nassar .  As mudanças, ( pequenas ainda na linha editorial) e a confusão entre as bruxas televisivas, Merval, o menino Doni e programa Painel são apenas a preparação para os cínicos do PSDB, começarem  a criticar o governo  de um lado e apoiar as reformas  do outro. Não debaterão medidas no congresso, mas vão pelas beiradas fazendo o jogo contra. Já contam e continuarão contando com a Globo.  Estão se preparando para 2018 e precisam de espaço para se lançar contra Temer e depois disto tudo,  prometerão, e eleitoralmente, farão  o discurso de  ” uma terceira via”.

    Aécio e Velloso deixaram claro, Temer está aí para fazer o serviço sujo e não para ser popular. Esta é a missão, mas para 2018, veremos discursos  inflamados contra o desgoverno Temer partindo da boca ou seja do bico de tucanos.

    Parece que  tucanos além de ratos são os primeiros abandonar o navio.

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