Ion de Andrade
Médico epidemiologista e professor universitário
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Cantareira: análise gráfica de 10 anos

Nassif, infelizmente não assisti ao debate sobre o problema da crise hídrica de São Paulo e estou trazendo, atrasado, a série histórica dos níveis dos mananciais da Cantareira por trimestre, o que me leva às reflexões abaixo que não provêm de um especialista em assuntos de abastecimento, que não sou, mas à influência da epidemiologia que nos leva às vezes à sensação de que podemos analisar bem mais do que os assuntos ligados à área da saúde, sobretudo em se tratando de séries históricas. Feitas essas ressalvas, seguem abaixo as minhas considerações.

O gráfico acima, construído a partir de informações da Sabesp, disponíveis em http://www2.sabesp.com.br/mananciais/ cobre período de 2004 a 2014 e mostra os níveis dos mananciais da Cantareira nos últimos dias dos meses de março, junho, setembro e dezembro de cada ano, que representam os últimos meses de cada trimestre.

Em primeiro lugar observa-se a atipia do ano 2013/2014, a última série de meses, que foge claramente à média. Em segundo lugar observa-se que o declínio vem se desenhando desde os últimos quatro anos, período durante o qual os pontos mais altos, e os mais baixos foram sempre inferiores aos do ano anterior, mostrando declínio contínuo.

Em terceiro lugar observa-se que os pontos mais baixos das curvas correspondem ao último trimestre dos anos, correspondendo a dezembro. Isto significa que se o volume de água está baixíssimo hoje, tem tendido a declinar até dezembro. Observa-se também clara tendência de nível zero até junho na série atual que é a última. Isto provavelmente significa que o volume morto terá que asseguar água de abasteceimento por seis meses, (julho a dezembro), à cidade de São Paulo. A pergunta que se põe aqui é da suficiência deste volume. Há água suficiente para atravessar seis meses sem racionamento?

Os pontos mais altos são alternativamente o fim do primeiro trimestre, março, ou o fim do segundo trimestre, junho, demonstrando que há longos meses a atravessar até que o ponto máximo de 2015 seja atingido.

Finalmente observa-se que entre o último trimestre dos vários anos, (sempre os de níveis de mananciais mais baixos), e os trimestres de picos, (primeiros e segundos trimestres), há acúmulo situado entre algo como 15 a 30% a depender dos anos. Portanto se 2015 for um ano bom de chuvas poderá elevar os mananciais em 30 pontos. A pergunta que eu faria é: deve o volume morto ser tomado como um volume negativo, ou seja, as chuvas de dezembro a março deverão antes de encher o reservatório principal encher o volume morto ou são volumes geograficamente separados? Se for o mesmo volume e não dois contíguos, as chuvas preencherão primeiro o valor negativo, (o volume morto), para depois preencher o positivo? Em qualquer cenário o próximo ano, mesmo com chuvas na média, ou acima delas, se acompanhará provavelmente de níveis baixos dos mananciais que exigirão um manejo compatível com o racionamento ao longo de 2015.

Se, como a análise da série permite constatar, nem a chuva tem o poder de reverter a situação crítica dos mananciais a níveis seguros no próximo ano, o racionamento se coloca, então, como alternativa incontornável a considerar as médias anteriores e a falta de alternativas para o abastecimento, (ou há?). Quanto mais tarde for decidido pior, pois o racionamento não traz água nova, apenas lentifica o consumo da água que ainda está nos mananciais.

Concluo, com a humildade de um não especialista, com base no que mostra o gráfico da série de dez anos, que seria certamente muito prudente que o racionamento fosse decretado o quanto antes, afinal ninguém sabe ao certo o que é realmente a falta de água corrente contínua e irremediável para 8 milhões de pessoas por meses, risco que me parece não pode ser descartado num horizonte de alguns meses. Trata-se de um fenômeno desconhecido considerando a realidade urbana e complexa de uma megalópole. As experiências de falta d’água contínua no Brasil vêm do Nordeste, nos períodos de seca e vêm de cidades bem menores que São Paulo, onde com frequência os carros pipa são mobilizados para uma, cada vez mais rara, necessidade emergencial.

A afirmação de que há água suficiente até o próximo ano, pode não estar bem fundamentada nas médais anteriores e pode ser excessivamente otimista. A atipia de 2013/2014, (a última série), aponta para situação sem paralelo e de extrema gravidade, cujo manejo requer, a meu ver, prudência proporcional e racionamento.

Ion de Andrade

Médico epidemiologista e professor universitário

26 Comentários

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    1. Entre 2000 e 2010 a população…

      …da grande São Paulo passou de 17,8 para 19,6 milhões. A cidade de São Paulo de 10,4 para 11,2 milhões de habitantes… não é por aí…

    2. Acho que a analise deve de ser outra.

      Eu acho que a analise deveria ser mais acurada .

      O crescimento da população aumenta sem dúvida o consumo mas o crescimento econômico , aumenta o consumo mesmo que a população não cresça.

      O consumo de água não se dá só com os humanos. 1 milhão a mais de carros é no mínimo 4 milhões de litros de água só nos radiadores. Imaginem o consumo de lava jatos, de oficinas etc.

      Crescimento economico eleva o consumo de todos os bens materiais, inclusive de água.

      1. Caro Fernando
        Concordo

        Caro Fernando

        Concordo plenamente com você, o crescimento econômico afeta todas as esferas sociais de consumo, inclusive a água.

        É o caoshidrico.

        Em SP, é milhões de tudo.

        Saudações

         

  1. Desgoverno

    Ion,

    Este também é o gráfico da insensatez da irresponsabilidade do desgoverno paulista.

    Volume armazenado de água de 2014 semelhante ao de 2004, muito bem. Se a população da Grande São Paulo cresceu neste intervalo de 10 anos, a atual situação já é a pior possível. 

  2. f*deu…

    Se os números não estiverem mascarados pelos “gestores” tucanos, será bom começar logo comprar carro pipa, puxar tubulação da pqp pra trazer água, cavar poço, elevar o preço da tarifa e racionar, racionar, racionar…

    Eita “competência de jestao” dessa tucanada…

    Isso sem contar o que já enfiaram de dinheiro no Tietê e nos demais rios que servem de esgoto hoje em sumpaulo.

    E ainda falam mal do PT…

  3.  Retirei do site que você

     

    Retirei do site que você linkou. Analisando a média histórica da pluviometria se tem uma idéia da gravidade da estiagem. Querer tirar dividendos políticos disso é uma tremenda canalhice.

     

     

     volume armazenado

    8,4 %

     

    pluviometria do dia

    0,1 mm

     

    pluviometria acumulada no mês

    0,7 mm

     

    média histórica do mês

    83,2 mm

     

       volume armazenado

    33,2 %

     

    pluviometria do dia

    0,0 mm

     

    pluviometria acumulada no mês

    2,0 mm

     

    média histórica do mês

    78,3 mm

     

       volume armazenado

    74,7 %

     

    pluviometria do dia

    0,0 mm

     

    pluviometria acumulada no mês

    0,6 mm

     

    média histórica do mês

    60,5 mm

     

       volume armazenado

    47,0 %

     

    pluviometria do dia

    0,2 mm

     

    pluviometria acumulada no mês

    5,2 mm

     

    média histórica do mês

    68,0 mm

     

       volume armazenado

    93,3 %

     

    pluviometria do dia

    0,0 mm

     

    pluviometria acumulada no mês

    4,6 mm

     

    média histórica do mês

    80,8 mm

     

       volume armazenado

    98,9 %

     

    pluviometria do dia

    0,0 mm

     

    pluviometria acumulada no mês

    14,7 mm

     

    média histórica do mês

    133,6 mm

     

     

    1. Dividendos políticos quem tira

      são Aecio e Aloysio que vão até o STF pela CPI da Petrobas e agora depois de um grande estrago na imagem da empresa, abandonam a CPI.

      A crítica à falta de investimentos da SABESP é plenamente válida e joga por terra o conceito de “gestores eficientes” dos tucanos, afinal a outorga do Cantareira para a SABESP já há 10 anos atrás previa uma redução da dependência do sistema Cantareira, e nada nesse sentido foi feito.

    2. É o que o PSDB e mídia fazem

      Todo dia. E nunca vi você vir aqui falar das canalhices deles. Hipocrisia sem limites hem! No olhos dos outros é refresco?

    3. Governo que depende de chuva

      Governo que depende de chuva é ineficiente, ignorar isso é hipocrisia.

      O governo é incompetente e deu azar, que mostrou a sua incompetência.

      Já ouviu falar em investimentos em novas fontes de captação e abastecimento de água ?

      Se o sistema é vulnerável porque depender apenas de um ?

    4. Tremenda canalhice. é

      Tremenda canalhice. é submeter a população a esta situação perfeitamente evitável caso fossem feitos os investimentos necessários e deixassem de considerar água uma mercadoria.

    5. Engraçado Pachetucanão, lá no

      Engraçado Pachetucanão, lá no Nordeste, onde convivemos com estiagens bem mais frequentes e implacáveis, os governantes e o povo têm aprendido a driblar os caprichos da Natureza, seja com a construção de barragens ou pequenos açudes (aproveitando e armazenando água em tempos de chuvas), perfurando poços onde o lençol freático permite, construindo redes de adutoras para movimentação de água, essas são alternativas viáveis e pra lá de conhecidas dos brasileiros.

      O convívio com a seca nos obrigou a buscar outras alternativas de abastecimento já que sabemos a mãe Natureza tem o coração bem grande mas tem também seus limites e é muito caprichosa nos seus desígnios, ela não é culpada de nada, somos nós com a nossa prepotência e arrogância (e no caso em questão, a bossalidade tucana e a evidente falta de planejamento de governança hídrica) que fabricamos esse tipo de situação.

      Por que a “nata” dos gestores brasileiros do PSDB, encastelados em SP já a 16 anos não consultou as áreas técnicas especializadas em recursos hídricos?

      Então a culpa é somente de São Pedro e da Natureza?

      E falar da incompetência dos tucanos em relação a essa crise de abastecimento de água em SP agora é sinônimo de “canalhice”?

      E dizer, o PIG e os tucanos, que a Transposição do Velho Chico é obra faraônica que não saiu do papel e falácia eleitoreira é sinônimo de que? Pode nos dizer?

      1. João:
        Bem a propósito a sua

        João:

        Bem a propósito a sua citação sobre a Transposição do Velho Chico.

        Eu quero ver quem vai ter a “cara de pau” de criticar essa obra que, por mais dificuldades que tenha, está sendo tocada “na marra” levando esperanças a milhares de nordestinos que sempre sofreram com a seca..

        Eu espero que, com essa tragédia que se avizinha em São Paulo, meus ouvidos sejam poupados de críticas “hidrológicas” ao PT…

         

    6. Quem está politico-manipulando a grave situação é o Alckmin

      O raciocínio curto e torcedor inverte os fatos que lhe passam na cara.

      Quem está manipulando politicamente a gravíssima situação é exatamente o tucanato de Alckmin.

      Ele já deveria ter tomado diversas providências no passado (planejamento e ações) e no presente (racionamento) para não por em risco a população mais densa do país, sob seu desgoverno (estava muito ocupado com trensalões).

      O comentarista traz mais fatos evidenciando a gravdidade e sua conclusão simplória é que “estamos torcendo” por eles.

      Estamos aqui discutindo a irresponsabilidade e a desfaçatez política de um governo (tucano histórico) incompetente (e corrupto) que não tomou e ainda não toma as providências necessárias e imperativas para evitar uma catástrofe.

      Não será com reportagens do JN da “carioca” Globo com zelosos zeladores que este risco desaparecerá.

      Tudo por uma auto-prioridade eleitoral. A população que se vire com poças e canecas

      A explicação “natural”, todos sabemos (e não foi vc que as trouxe).

      Voce é que está torcendo para o sucesso desta sordidez política,

      Está torcendo contra a população paulista, defendendo a sedação midiática da população, sobrepondo objetivos de manutenção de um poder que não serve à esta mesma população.

      Vc e muitos aqui precisam enxergar política nao como um racha d efutebol, mas como um jogo de interesses para atender a maioria (melhor ainda, a todos, e não alguns poucos).

      Não se trata de dividendos políticos.dae um lado, mas de não assumir prejuízos políticos de outro, por sua própria incompetência, por não agir de acordo com o risco de desastre, fingir que está tudo bem (vc mesmo percebe que não).

      Se há uma tremenda canalhice aqui, é a sua e do tucanato que vc tenta defender.

       

      1.     Ola,
            O comentário não

            Ola,

            O comentário não foi cananha, apesar que esta palavra também não deveria ter sido usada nele.

             A questão, como ele e você colocam de forma diferentes é que a maioria das análise são feitas politicamente. Afinal, tanto houve uma queda do nível de chuvas, como esta deveria ter sido prevista por um bom gestor. A mesma queda afetou os reservatórios de hidrelétricas e não fosse a herança maldita do FHC estaríamos falando de falta de água e energia.

             Porém, talvez o mais importante, para variar, está saindo da nossa pauta: qual a proposta do futuro governador petista para resolver isso e qual o custo? Sim, eu acho que ele será o futuro governador, também pela falta de água que se aproxima. Sim, ele deveria ter uma boa proposta para analisarmos pois senão ficamos no incopetente e rezamos por chuva.

              Tenho a impressão que este clima de preto e branco na discussão chegou na campanha política – seja qual for – pois não temos mais propostas práticas: é tudo vou investir na saúde, na educação na segurança. Todos vão, mas ninguém diz como…

        1. Olá Carlos

          Seu educado comentário talvez não tenha percebido ou considerado a frase generalizada e indiscriminada:

          “Querer tirar dividendos políticos disso é uma tremenda canalhice.”

          É certo que temos aspectos técnicos e naturais no assunto. É certo também que para que o paulistano não sofra riscos no futuro (a região metropolitana ainda cresce) algo precisará ser feito.

          Mas é exatamente aí que entra a política: nada será feito sem ela, pois a natureza a ignora e a técnica não se faz sozinha.

          Aqui não estamos torcendo (pode ser que haja um ou outro) pelo desastre, mas criticando a política dos que se dizem gestores, quando não passam de corruptos de casaca que negociam os recursos naturais, industriais, comerciais, financeiros e sociais do país e de sua população com enorme desfaçatez.

          E isso, podemos resolver.

          Sem depender da natureza.

          Sds

  4. A incompetência desses

    A incompetência desses “grandes gestores” diante de uma tragédia que se aproxima não é de hoje é fato inegável. Resta saber se não estão gostando de ver “na crise uma oportunidade” para “ver o circo pegar fogo”.

    Não me surpreendo com mais nada nessa oposição.

  5. A decisão do racionamento barra. . . .

    A decisão do racionamento barra nas repercussões políticas desse ato em ano eleitoral. Acredito que se não fosse ano eleitoral essa medida já teria sido tomada, e como diz  o Ion de Andrade, quanto mais tarde for tomada pior será. Eu diria que essa falta de água é uma mistura de azar com incompetência, pois se tratando de um insumo básico como a água não dá para ficar a mercê da sorte de chuvas abundantes, por outro lado medidas mais sérias como o próprio racionamento e a adução de água de outro manancial para suprir a represa já deveriam ter sido tomadas há mais tempo.

  6. A água é pública, o lucro é privado

    Enquanto a caixa secava, a unidade metropolitana norte da Sabesp, encravada na Cantereira, aumentava o volume faturado continuamente… Parece que a ordem era “vender” todo o estoque, já que a Sabesp não é uma empresa pública de saneamento, é uma corporação privada que “vende” a água fornecida de graça pelo sócio majoritário: o Estado. No mesmo período, ela distribuiu 2 bilhões de dólares em dividendos, a metade dos últimos dez anos…!

    “Segundo os dados apresentados pela unidade da estatal para concorrer ao Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento 2013, o volume total faturado pela unidade que abastece toda a zona norte da Grande São Paulo de São Paulo, mais os municípios produtores do sistema Cantareira – Bragança Paulista, Joanópolis, Piracaia, Atibaia, Mairiporã e Franco da Rocha -, passou de 350 milhões de metros cúbicos em 2010 para 370 milhões em 2012. Um crescimento de 6% na véspera da seca.”

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/da-agua-da-bica-a-sabesp-a-seca-em-sao-paulo-e-culpa-de-quem/

  7. Análise correta.

    Caro Ion.

    Como sou Engenheiro e Mestre em Recursos Hídricos tenho o prazer de dizer: A tua análise está correta!

    Só poderia complementar que analizando um pouco uma curta série histórica dos dados por ti referido, acho que há uma grande probabilidade, de mesmo com volume morto e racionamento, de chegar a um ponto do reservatório simplesmente secar (diria que esta chance está em torno de 30%), se eu tivesse paciência de retirar ponto a ponto os dados da Sabesp poderia dizer com mais certeza. Se olharmos as médias históricas de chuvas nos meses de Junho a Setembro, estes meses sempre tem um défict hídrico que depleciona o reservatório em torno de 10% a 20%, logo mesmo com o volume mínimo e racionamento não haverá água.

    O problema principal que o sistema já está subdimensionado e trabalha sempre na esperança de boas chuvas, um bom cálculo hidrológico demonstraria isto, mas me parece que meus colegas hidrólogos paulistas estão quietinhos para não queimarem o filme com seus clientes em potencial.

  8. Previsões para o Cantareira

    Esperar que o problema seja resolvido com as chuvas de verão é extremamente arriscado.

    As previsões oficiais utilizam uma média de chuva a partir de dados de 1930. Mas a média de chuva dos últimos 10 anos é 12% menor que a média histórica. E a média da vazão afluente dos últimos 10 anos é 18% menor que a vazão afluente histórica. E é essa vazão afluente que indica a água que está entrando no sistema, efetivamente.

    Com os reservatórios extremamente baixos, a vazão afluente no sistema permanecerá bem abaixo da média histórica, mesmo com chuvas na média, pois somente após a saturação de todo o solo da bacia é que, potencialmente, as vazões de afluência tenderão para seus valores históricos novamente.

    Ainda que consideremos o período de novembro/14 a abril/15 com uma afluência média mensal no Cantareira da ordem de 80% da média histórica, (estimativa extremamente otimista face às circunstâncias de esgotamento em que se encontra o sistema) e mantidas as liberações de água atuais de 3,0m3/s e 21m3/s para o PCJ e a SABESP nesse período, o início do período seco de 2015 encontrará o Cantareira com o seu volume útil praticamente ZERADO. As chuvas do verão 2014/2015, na melhor das hipóteses (afluência de 80% da média histórica a partir de novembro), serão suficientes, apenas, para repor o volume morto que será utilizado agora em 2014.

     

     A previsão oficial é que o volume morto do Jaguari/Jacareí supra a atual demanda até final de setembro. Após, será utilizado o volume morto do Atibainha, suprindo o sistema até início das chuvas em novembro. O que acontecerá depois de novembro com o Cantareira estará TOTALMENTE dependente de São Pedro.

    E o interessante é que se aproxima um EL NIÑO no próximo verão.

    http://www.cpc.ncep.noaa.gov/products/analysis_monitoring/enso_advisory/ensodisc.html

    E vale lembrar que a maior seca registrada na região do Cantareira (ainda não havia os reservatórios) tinha sido em 53/54, ano de EL NIÑO. No verão de 91/92 não houve chuva suficiente para reposição de água nas represas, ano de EL NIÑO. Em 2003/2004, foram registrados os menores níveis do cantareira até então, ano de EL NIÑO.
     

    Se a situação vencer as eleições em SP um racionamento violentíssimo deverá ser implementado logo após as eleições.

    Se perder, provavelmente continuará apostando na chuva, pois se ela não vier, o problema de 2015 será do adversário vencedor. E que problema!!!

     

     

     

     

     

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