Em dúvidas de nomeação à Justiça, Temer critica pressões, mas deve ceder

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Após a recusa do ex-ministro Carlos Velloso ao posto de ministro da Justiça, em substituição a Alexandre de Moraes, que nesta terça-feira (21) é sabatinado a uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Michel Temer segue sondando quem ocupará o Ministério.
 
Temer busca um perfil como o de Velloso para a pasta: ao mesmo tempo supostamente técnico, por carreira no Supremo, devendo ser visto com certa imparcialidade, alguém que mantenha trânsito político a aliados e à cúpula do governo.
 
Nesse sentido, o presidente teria indicado a parlamentares que sua preferência ainda é por um nome do meio jurídico, com passagem por tribunais superiores. A informação é de reportagem de O Globo, que revela, por outro lado, um plano B: atender à bancada do PMDB na Câmara, que exige um nome no governo.
 
As pressões de parlamentares provocam, ainda, uma ampliação do racha na base aliada no Congresso. Segundo o Painel da Folha, Temer sinalizou que a bancada do PMDB foi além do limite da pressão por nomeações. O Planalto teria deixado claro que as indicações devem ser definidas de acordo com compensações da governabilidade.
 
O último movimento foi o de emplacar para a pasta o subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil e ex-advogado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e de membros do PMDB, Gustavo Rocha. Aliados de Temer sustentam o perfil técnico de Rocha e seu trânsito por peemedebistas, que apoiam o nome.
 
Além disso, Gustavo Rocha poderia significar uma tentativa de “acalmar os ânimos” de Cunha e suas consequentes pressões por mirar o próprio presidente e toda a sua cúpula de governo na Operação Lava Jato.
 
Também, o subchefe de assuntos jurídicos chegou a representar a atual primeira-dama, Marcela Temer, em ações da família presidencial contra os jornais Folha e O Globo, sobre as chantagens sofridas por Marcela de um hacker.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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