Fernando Azevedo e Silva admitiu pressão política de Bolsonaro nas Forças Armadas

Demitido do Ministério da Defesa, Fernando Azevedo e Silva admitiu que estava desconfortável dentro do governo e que foi pressionado a envolver as Forças Armadas na política

Foto: REUTERS/Adriano Machado

Jornal GGN – Demitido do Ministério da Defesa, de forma inesperada pelo presidente Jair Bolsonaro, Fernando Azevedo e Silva admitiu a interlocutores que estava desconfortável dentro do governo e que estava sendo pressionado a envolver as Forças Armadas na política.

De acordo com a agência Reuters, interlocutores de Azevedo afirmaram que ele manifestava preocupação e incômodo dentro do governo de Bolsonaro, que supostamente solicitava o engajamento das Forças Armadas em decisões políticas. O então ministro se manifestava contrário a tal cenário, o que seria uma das razões para a sua demissão.

Após ser demitido, diversos ministros do Supremo e parlamentares telefonaram para Azevedo, que narrou a situação. Segundo o general, não há, contudo, riscos de instabilidade institucional com as mudanças ministeriais feitas nesta segunda (29).

De acordo a agência, Azevedo teria indicado que, inclusive se o mandatário agisse para a atuação política das Forças Armadas, não há atualmente o desejo do comando das forças em se envolver politicamente e que elas “estão comprometidas com o estado democrático de direito”.

A pressão política, contudo, foi o que levou à sua saída do governo. Entre as soliticações feitas por Bolsonaro a Azevedo dentro do Ministério foi a troca do comandante do Exército, general Edson Pujol, o que foi negado pelo ex-ministro.

Em novembro passado, Pujol deixou claro que o Exército não iria se intrometer politicamente. “Não queremos fazer parte da política governamental ou política do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre no nosso quartel, dentro dos nossos quartéis. O fato de, eventualmente, militares serem chamados a assumir cargos no governo, é decisão exclusiva da administração do Executivo”, disse.

Na manhã de hoje (30), Azevedo se reuniu com os comandantes das Forças Armadas para tratar sobre a possível saída ou não deles no cargo.

Redação

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