Para Padilha, São Paulo já vive racionamento de água

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo Alexandre Padilha disse na tarde desta sexta-feira (25), durante entrevista coletiva à imprensa, que o Estado já vive racionamento de água, embora o atual chefe do Executivo, Geraldo Alckmin (PSDB), prefira o termo “rodízio” para abordar a redução no fornecimento de água para diversos municípios da Grande São Paulo. Para Padilha, até agora, o interior paulista é a região mais afetada.

“O governo do Estado já faz racionamento em São Paulo. Estava viajando e tinha acabado de ser anunciado o corte do fornecimento de água da Sabesp [Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo] para a região metropolitana de Campinas, que é a que mais sofre com a não redução da dependência do Cantareira”, disse o petista.

O Sistema Cantareira vem atingindo, nos últimos meses, margens históricas em questão de falta de água. Essa semana o volume chegou a menos de 12% de sua capacidade. O governo estadual culpa o longo período de estiagem e analisa a transposição de águas de outros lugares, como o Rio Paraiba do Sul, para repor o reservatório, mas já sinalizou que será necessário utilizar o volume morto do Cantareira. Alckmin também anunciou essa semana que utilizará água do Sistema Rio Grande, um dos braços da Bacia da Billings, para amenizar a falta de água. Além disso, afirmou que, em breve, haverá multa para quem  aumentar o consumo.

A crise no sistema que abastece 55% da região metropolitana de São Paulo foi motivo para um protesto nesta sexta, realizado no leito seco da represa Jaguari-Jacareí, na região de Campinas. Manifestantes pediram racionamento e medidas de restrição ao consumo para a Grande São Paulo, da mesma forma que foram aplicadas ao interior. Na ocasião, o Consórcio CPJ (das bacias de Piracicaba, Jundiaí e Capivari) pediu a não utilização do volume morto do Cantareira.

Para Padilha, falta transparência ao governo estadual quando o assunto é racionamento. “Em fevereiro, o prefeito de Guarulhos ficou sabendo por e-mail de técnicos da Sabesp que a cidade teria quase 400 litros por segundo a menos de água. E segundo informações da própria imprensa, se reduziu a disponibilidade de água na Capital, sobretudo nas periferias. O racionamento já acontece. Falta sinceridade,  transparência e planejamento ao governador”, concluiu o ex-ministro.

A Sabesp oficializou, em março, a redução em 390 litros por segundo (do total de 2.500 litros por segundo) do volume de água fornecido a Guarulhos por meio do Sistema Cantareira. Isso fez com que o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) adotasse rodízio para 850 mil moradores. À época, o órgão municipal lembrou que a Sabesp já havia iniciado, em fevereiro, o corte de venda de água por atacado. Na prática, isso representou racionamento para 210 mil moradores de seis bairros da cidade. 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

7 Comentários

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  1. “Agora conseguimos entender

    “Agora conseguimos entender por que Alexandre Padilha não tira a água da cabeça: são suas relações com cachoeiras e lava jatos.”

    DE FELIPE SIGOLLO, dirigente do PSDB paulista, sobre a suspeita da PF de que Padilha tenha indicado um executivo para o laboratório de um doleiro.

    1.   Hahahaha, hahaha, hahaha…

        Hahahaha, hahaha, hahaha… ha…

        Foi engraçado o comentário, mesmo que falso. Agora quando é que os fulanos do PSDB vão falar dos bilhões roubados no metrô, dos bilhões destinados a amigos via pedágios, dos mafiosos do PSDB envolvidos com o tal doleiro, com… etc etc etc

  2.  
    Dificil de entender é como

     

    Dificil de entender é como uma empresa de abastecimento de agua distribui tantos dividendos a acionistas e não investe um tusta em ampliação do armazenamento em uma cidade em que o consumo não para de crescer, Cachoeiras de perguntas que não são feitas nem apuradas pela gloriosa midia do tucanistão se acumulam no imenso reservatório onde escondem toda a podridão dos quase 30 anos de tucanismo paulista.

  3. Catástrofe nacional

    A falta de água em São Paulo, se os prognósticos mais negativs se confirmarem, é uma tragédia nacional. Água não serve somente para tomar banho e para beber. A água está presente na quase totalidade da atividade industrial em grande volume. Faltar água em São Paulo significa impacto sobre renda, empregos, salários.

    Noutra linha, o abastecimento rudimentar com caminhões pipa pode servir para pequnas cidades, mas com 20 milhões de habitantes…Creio que faltar água para tanta gente, a confirmar-se por quanto tempo, porque o padrão climático deste ano poderia repetir-se no próximo, me parece um fato sem precedentes em se tratando de megalópoles.

    Acho que o esforço de criar CPIs e de escandalizar um erro empresarial da petrobrás numa compra que dá lucro até hoje é cortina de fumaça para desviar a atenção da catástrofe nacional que se avizinha. Esta sim, se vier como parece que vem, de proporções não registradas na história.

    O que acontece quando falta água na torneira de uma megalópole de 20 milhões. Quantos ficam sem água de beber? Quantos postos de trabalho viram fumaça? quantas indústrias param?

    Caiamos na real: o que os vinte anos de governos do PSDB fizeram pode obrigar o Brasil a desvendar página muito crítica.

    Tomara que chova.

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