Privatizações de Bolsonaro devem afetar do petróleo à água

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução redes
 
Jornal GGN – Entre as propostas da equipe de Jair Bolsonaro de desestatização de empresas como resposta para a economia estão a privatização das Companhias Docas e da Amazonas Energia. O governo Bolsonaro acredita que as privatizações irão reduzir o tamanho da dívida pública e os juros relacionados a ela. 
 
Petrobras, distribuidoras de energia, administradoras de portos, Correios, entre outras devem ser alvo das medidas radicais do novo presidente. E além da própria já tão criticada privatização da Petrobras e de outras quase 50 estatais criadas pelo PT que, segundo o presidente eleito Jair Bolsonaro, estão todas envolvidas em corrupção, o seu governo pretende tirar do controle do Estado também o setor de geração de energia no Brasil e já avalizou, inclusive, desestatizar o abastecimento de água.
 
A privatização das Companhias Docas inclui a desestatização de todas as administrações de portos no país, incluindo a Codesp, responsável pelo Porto de Santos (SP), de maneira gradual, incluindo essas administrações nos programas de concessões, privatizando, pouco a pouco, todas elas.
 
Já no quesito energia, a prioridade de Bolsonaro é vender a Amazonas Energia. A distribuidora tem uma dívida atualmente com a Petrobras bilionária, que precisaria ser quitada para a sua licitação. Outra opção, analisada pelo governo Bolsonaro, é acabar com a Amazonas Energia. 
 
Além dessa, outras distribuidoras de energia elétrica podem ser extintas pelo governo Bolsonaro. Publicamente, ele defendeu que as afetadas serão as distribuidoras.
 
Ainda sem uma claridade de quais empresas efetivamente serão privatizadas por Bolsonaro, os anúncios superficiais sobre o tema do mais novo presidente do país atraiu investidores estrangeiros, que já se mostraram interessados na compra de empresas nacionais. 
 
Seguindo a linha que já vinha sido adotada por Michel Temer, as áreas de maior interesse internacional no Brasil são energia, logística e transporte, que devem sofrer diversas concessões e licitações a partir de 2019.
 
“Eu diria que algumas empresas estatais já estão numa lista do governo para futura privatização o que também é bom porque além do recurso que entra com ele vem a tecnologia e o know-how”, afirmou o Conselheiro de comércio exterior da França para a América Latina e Caribe, Charles-Henry Chenut à agência RFI.
 
“Do outro lado, as empresas consideradas as queridinhas do Brasil serão temas de mais debate”, completou, mostrando-se interessado na venda pelo Brasil de nacionais como a Petrobras, Eletrobras, de controle de portos e até de água.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Petróleo, água e… saúde.

    Junto com o desmonte da previdência social e do SUS, com a proteção ao empresário e aumento da vulnerabilidade do trabalhador, com o aumento do desemprego, vai precisar aumentar em muito o número de vagas na cadeia para os pobres, “quase todos pretos”. Mas também parece estar na pauta privatizar o sistema carcerário, o que, se não aumenta as instalações dos presídios promove um “sempre cabe mais um”. Com direito a quentinha padrão iniciativa privada: estragada.

    Some-se a essa tragédia a privatização da educação, que doutrinará os estudantes para a competitividade “vale tudo”, a qualquer custo, a exarcerbação egóica e uma mediocridade infinita, como já são as unisquinas, e pronto: não haverá investidor estrangeiro que resista ao nosso país. Talvez aumente até nosso PIB, quem sabe encostando no do Reino Unido, porque não? Certamente a indústria farmecêutica, os médicos e os da saúde mental terão muito a ganhar com o povo todo adoentado e demente. Tudo isso e encarcerado, já pensou?

    Os transtornos mentais provocados pelas mudanças neoliberais

    A austeridade deteriora a saúde mental dos gregos

    O que a venda crescente de antidepressivos revela sobre a nossa sociedade?

     

    Ah, antes que me esqueça! Traficantes, só se forem congressistas ou protegidos desses, hein? Lugar de avião é na cadeia.

  2. Reducao taxa de juros sera contraproducente
    O Bolsonaro prometeu que vai bsixar os juros para baratear o credito. Numa situacao em que os paises mais seguros estao aumentando suas taxas de juro, o capital fugira para tais paises, reduzindo a oferta de capital e aumentando em consequencia a taxa de juros aqui no Brasil

    1. Pequenos juros
       

      Grandes empréstimos.

      Veja se não é legal pegar um monte de dinheiro para comprar baratinho uma empresa lucrativa e pagar a perder de vista, enquanto as ações da empresa vão às alturas e você vai lucrando, lucrando, lucrando…sem precisar melhorar serviços e nem investir na sua empresa.

      Pense grande.

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