Queira ou não, o Estado sempre estará presente

Por ArthurTaguti

Comentário ao post “O mito do ‘Estado ineficiente’

A discussão sobre a eficiência do Estado não é parâmetro apenas para aferir se a economia de livre mercado é uma melhor opção do que uma totalmente planificada. De fato, esta discussão está sendo gradativamente superada.

O campo de visão tem que ser mais largo que a simples viseira de cavalo. Nos dias de hoje, o importante é que esta ideologia (a da “ineficiência estatal”), amplamente divulgada pela mídia, serve diuturnamente para contrapor o liberalismo econômico à social democracia, influencia na decisão dos governantes e dos eleitores se querem ou não maior intervenção estatal, diz respeito a discussões sobre o tamanho do Estado, e por aí vai.

A discussão tem sua coloração acadêmica, mas o campo de atuação é majoritariamente político, e a hegemonia da concepção de mercado totalmente livre significa bilhões e bilhões de dólares a mais de dividendos para os principais agentes econômicos que a defende.

Você usa um exemplo extremo (URSS) para provar que o Estado seria ineficiente, mas o ponto não é este. Por que você não compara a Islândia pré-2008 (que abraçou o liberalismo econômico com todas as forças) com outros países nórdicos social-democratas?

Por que não o Welfare State da Alemanha, França e Reino Unido com o liberalismo econômico dos Estados Unidos e Japão? Seriam comparações mais honestas do que usar dois extremos e decidir pela vitória completa de um modelo contra o outro.

Isto sem contar que, queira ou não, o Estado sempre estará presente, mesmo que para “socializar prejuízos”.

Tanto que a crise americana de 2008 ocorreu por que lá houve um afrouxamento da regulamentação estatal nas atividades financeiras, e só não quebrou o mundo porque o governo dos EEUU decidiu fazer o que os liberais têm ojeriza, qual seja intervir na economia. O próprio “Obamacare” é um sintoma que, mesmo que isso não signifique intervenção estatal propriamente dita, a tal da “mão invisível” do mercado só redunda em exclusão, consagração da lei do mais forte e desigualdade crescente, mesmo em países opulentos.

Redação

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Espertalhões X Corruptos

    Há duas horríveis opções:

    liberar tudo nas mãos de espertalhões capitalistas, ou

    liberar o estado corrupto para se intrometer em tudo que fazemos.

    Fazer a media disso é preciso enquanto não

    encontramos uma consistente terceira via.

      1. Corruptores & Corrompidos

        Espertalhoes Capitalistas são os que corrompem.

        Corruptos são sempre agentes do Estado, capitalistas ou socialistas.

        Vivemos nessa nojenta negociação.

        Não dá pra liberar nenhum dos dois.

        Aja controle!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador