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Comentário ao post “O mito do ‘Estado ineficiente’“
A discussão sobre a eficiência do Estado não é parâmetro apenas para aferir se a economia de livre mercado é uma melhor opção do que uma totalmente planificada. De fato, esta discussão está sendo gradativamente superada.
O campo de visão tem que ser mais largo que a simples viseira de cavalo. Nos dias de hoje, o importante é que esta ideologia (a da “ineficiência estatal”), amplamente divulgada pela mídia, serve diuturnamente para contrapor o liberalismo econômico à social democracia, influencia na decisão dos governantes e dos eleitores se querem ou não maior intervenção estatal, diz respeito a discussões sobre o tamanho do Estado, e por aí vai.
A discussão tem sua coloração acadêmica, mas o campo de atuação é majoritariamente político, e a hegemonia da concepção de mercado totalmente livre significa bilhões e bilhões de dólares a mais de dividendos para os principais agentes econômicos que a defende.
Você usa um exemplo extremo (URSS) para provar que o Estado seria ineficiente, mas o ponto não é este. Por que você não compara a Islândia pré-2008 (que abraçou o liberalismo econômico com todas as forças) com outros países nórdicos social-democratas?
Por que não o Welfare State da Alemanha, França e Reino Unido com o liberalismo econômico dos Estados Unidos e Japão? Seriam comparações mais honestas do que usar dois extremos e decidir pela vitória completa de um modelo contra o outro.
Isto sem contar que, queira ou não, o Estado sempre estará presente, mesmo que para “socializar prejuízos”.
Tanto que a crise americana de 2008 ocorreu por que lá houve um afrouxamento da regulamentação estatal nas atividades financeiras, e só não quebrou o mundo porque o governo dos EEUU decidiu fazer o que os liberais têm ojeriza, qual seja intervir na economia. O próprio “Obamacare” é um sintoma que, mesmo que isso não signifique intervenção estatal propriamente dita, a tal da “mão invisível” do mercado só redunda em exclusão, consagração da lei do mais forte e desigualdade crescente, mesmo em países opulentos.
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Espertalhões X Corruptos
Há duas horríveis opções:
liberar tudo nas mãos de espertalhões capitalistas, ou
liberar o estado corrupto para se intrometer em tudo que fazemos.
Fazer a media disso é preciso enquanto não
encontramos uma consistente terceira via.
Espertalhões capitalistas
Espertalhões capitalistas também costumam ser corruptos.
Corruptores & Corrompidos
Espertalhoes Capitalistas são os que corrompem.
Corruptos são sempre agentes do Estado, capitalistas ou socialistas.
Vivemos nessa nojenta negociação.
Não dá pra liberar nenhum dos dois.
Aja controle!