A Alstom e o pane no metrô de SP

Por Gilberto _

Porque a Alstom não é citada nas falhas constantes da Linha 4?

Da Alstom

Infraestrutura para a Linha 4 do Metrô São Paulo

A Alstom, como parte do Consórcio Via Amarela, forneceu toda a infra-estrutura para a Linha 4, incluindo a alimentação de energia (alta, média e baixa tensão, além do sistema de catenária rígida), telecomunicação (monitoramento das estações por câmeras, sistema de telefonia VoIP, além do sistema de TVs e som nas estações), sistema de controle local (informações da estação para o centro de controle) e auxiliares (como por exemplo as escadas rolantes, elevadores e ar-condicionado para as estações).

Da Folha de S.Paulo

Agora, governo cobra plano contra pane

Para secretário dos Transportes Metropolitanos, houve ‘excesso de cautela’ e ViaQuatro preferiu ‘errar por segurança’
Decisão de manter linha 4 fechada ontem causou racha entre técnicos do Estado

DE SÃO PAULO

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) determinou ontem a elaboração de um plano de contingência, em até 15 dias, para agilizar a tomada de decisões no caso de panes na linha 4-amarela do metrô.

A ordem é que técnicos do Metrô, CPTM e ViaQuatro preparem um relatório de procedimentos padronizados a serem tomados para cada falha.

A decisão foi tomada ontem, após a própria gestão tucana admitir a falta de articulação para definir se a linha 4 deveria ficar totalmente fechada em razão da pane. 

O secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse à Folha que houve “excesso de cautela” e que a ViaQuatro “preferiu errar pela segurança a tomar um risco de um acidente”.

Para ele, a linha 4-amarela não precisava ter parado de funcionar devido à falha. Apesar do desconforto, Fernandes considera que era possível operá-la parcialmente entre Butantã e Paulista.

“Não havia necessidade de paralisar a linha inteira. Poderia ter operado até a Paulista, enquanto se resolvia a falta de compatibilidade da sinalização na Luz”, disse.

Houve um racha entre técnicos do Estado e da ViaQuatro para tomar a decisão. Embora a palavra definitiva coubesse ao secretário, a ViaQuatro se manifestou contrária a operar parcialmente -temia lotação na Paulista. 

“A decisão final era minha. Mas não havia consenso. Se nós já tivéssemos uma análise de contingência…”, disse. Mas não foi um erro não ter um plano desses antes? 

“Estamos aprendendo. É uma novidade”, responde. O secretário ressaltou a necessidade de unificar os procedimentos em horas de crise. “Precisamos ter um rol de contingências. Previamente.” 

Alckmin foi avisado da falha às 6h, por telefone. Ele declarou ontem que a pasta investigaria a pane, mas que era cedo para falar em punição da concessionária. Citou ser um “dever” da ViaQuatro ter “plano de contingenciamento e de comunicação”.

‘INFÂNCIA’

Sobre a falha de ontem, Fernandes alegou que ela é natural pelo fato de ser um sistema novo. “Toda tecnologia na infância tem mais falhas que na maturidade.”

Ele disse não prever punição para a ViaQuatro porque não houve negligência. 

Afirmou, porém, que ela terá perdas econômicas. Primeiro pela falta da receita quando a linha ficou fechada. Segundo porque a falha interfere nos indicadores contratuais de performance da concessionária -que motiva descontos na remuneração.
 

(ALENCAR IZIDORO, NATÁLIA CANCIAN E TALITA BEDINELLI) 

Luis Nassif

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