A gestão da Infraero

Por Adriano S. Ribeiro

Do Jornal do Brasil Online

Infraero deve ser repensada para melhorar setor aéreo, diz Ipea

Portal Terra

DA REDAÇÃO – Um estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o mercado de aviação, apontou que um dos principais entraves para a solução dos gargalos nos aeroportos brasileiros é a maneira de gestão representada pela Infraero.

Segundo o levantamento “Panoramas e Perspectivas para o Transporte Aéreo no Brasil e no Mundo”, “os gargalos de infraestrutura passam necessariamente pela redefinição do papel da Infraero e até de sua própria existência”.

Autarquia criada em 1972 pelo Ministério da Defesa, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária centraliza a administração de 67 aeroportos e 32 terminais de logística em todo o País, o equivalente a 97% de todo o transporte de carga e de passageiros do Brasil.

Tendo em vista esses números, e considerando que “menos de um terço das unidades não são deficitárias”, o relatório aponta que a incapacidade da agência em promover os investimentos necessários para a ampliação da infraestrutura dos aeroportos.

O Ipea afirma que “o mercado interno brasileiro para o transporte aéreo de passageiros deve mais do que triplicar de tamanho nos próximos 20 anos”, e sugere cinco alternativas para que o País consiga melhorar a administração do setor diante da crescente demanda.

Entre elas, está a abertura do capital da Infraero (com participação majoritária do setor público, a exemplo da Petrobrás); a concessão da administração dos aeroportos à iniciativa privada, com investimentos orientados pela Infraero; a realização de parcerias público-privadas para ampliação dos terminais e a concessão dos direitos de construção e administração de novos aeroportos à iniciativa privada.

Situação

Segundo o levantamento, alguns dos principais aeroportos do País já não atendem a demanda. E a situação pode piorar, já que a perspectiva é de aumento dessa demanda nas próximas décadas. O aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, por exemplo, tem sua capacidade máxima em horário de pico em 53 operações por hora. Mas os pedidos de pouso e decolagens chegam a 65, exigindo o deslocamento de voos para outros aeroportos.

“O que o estudo mostra é que hoje já existe uma demanda reprimida, mais pedidos de voos e decolagens do que esses principais aeroportos conseguem atender. Como a perspectiva de crescimento do PIB brasileiro esses problemas deverão se acentuar. É uma situação bastante séria”, disse Carlos Campos Neto, consultor do Ipea.

Para Josef Barat, um dos autores do estudo, o risco de o País viver um novo “apagão aéreo” não poderá ser descartado, caso as medidas necessárias para evitar o problema não sejam tomadas. Ele aponta como uma das orientações, a necessidade de concentrar os investimentos nos aeroportos de maior demanda. “A Infraero manteve um modelo de distribuição de recursos entre os aeroportos. Esse foi um modelo adotado no Brasil durante várias décadas e que hoje não é mais funcional, não faz mais sentido”.

Além de Guarulhos, o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, também apresenta demanda acima da capacidade, com pelo menos dez voos sendo deslocados para outros aeroportos nos horários de pico. Em Brasília, a capacidade máxima é de 36 voos e os pedidos de pousos e decolagens chegam a 45. Em Porto Alegre, a capacidade máxima é de 14 operações nos horários de maior movimento, mas os pedidos chegam a 20.

Luis Nassif

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