Ana Estela Haddad: ‘Dicotomia entre técnico e político é falsa’

Em entrevista para o Sala de Visitas, primeira dama expõe o que pensa sobre política e gestão 
 
 
Jornal GGN – A primeira dama da cidade de São Paulo, Ana Estela Haddad, deixa para trás uma gestão mais humanizada como legado na prefeitura. Sem deixar de lado suas atividades como docente na Universidade de São Paulo (USP), Ana Estela atuou como voluntária da prefeitura coordenando o programa São Paulo Carinhosa, voltado à melhoria de condições de vida de crianças de até 6 anos. A proposta articula núcleos de 14 secretarias para avançar em políticas para essa faixa. 
 
O recorde histórico de 375 novas unidades de escolas de educação infantil na cidade é fruto dessa política. O município ainda não conseguiu alcançar 100% da meta de vagas para atender o déficit por creches, mas conseguiu registrar, em 2016, o menor índice de carência de vagas nesse setor nos últimos anos. 
 
A vivência na gestão pública vem de longa data. Ana Estela tem um vasto currículo com passagens no Ministério da Educação, onde idealizou e implementou o Programa Universidade para Todos (Prouni) e ajudou a desenvolver a Lei 10861/14, que instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conais). No Ministério da Saúde, a primeira dama foi diretora de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), participando da idealização e implementação do Pró-Saúde e Telessaúde Brasil, esse último um programa nacional de qualificação de servidores do Sistema Único de Saúde (SUS). O currículo da professora Haddad é ainda mais extenso, mas vamos parar por aqui para o leitor não perder o fôlego. 
 
Ela foi a entrevistada da nova edição do programa na Sala de Visitas com Luis Nassif, que você acompanhará na íntegra nesta quinta (03), a partir das 18h, aqui no GGN. Quando perguntada sobre o fim da gestão Haddad na prefeitura de São Paulo, Ana Estela fez questão de pontuar que a alternância do ciclo político sempre foi considerada no exercício das atividades dentro a prefeitura de São Paulo. 
 
“Sempre uma gestão implica que cada um quer dar sua marca, que pode ter troca de equipe e isso gera, às vezes, em quem não está tão experimentado [na gestão], uma eminência de querer paralisar. E a minha compreensão é justamente o contrário. Acho que, até o último dia de onde você está é seu trabalho e sua a missão fazer o melhor que pode. Como uma corrida de passagem de bastão”, analisou.  
 
A professora da USP aproveitou para pontuar que, para ela, na gestão pública não deve haver separação entre técnico e político. “Eles estão juntos e são a mesma coisa. Uma decisão técnica passa por um olhar político, e vice-versa. Essa dicotomia [que alguns criam] é falsa”, pontuou. 
 
Ana Estela seguiu fazendo uma espécie de autocrítica, sem citar nesses termos, à gestão Haddad, que apesar de entregar São Paulo com as contas em ordem e alcançar metas estipuladas nos serviços de saúde, educação e transporte, está concluindo o mandato com baixa popularidade.
 
“De certa maneira [na gestão pública] a gente precisa ganhar mentes e corações. Às vezes você enfrenta muitas resistências [na implantação de uma nova medida] para convencer a população de que é bom. Esse mesmo tipo de processo você tem que fazer para dentro da gestão [entre os servidores]”. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Vz71BwtTyQA ]
 
[video:https://www.youtube.com/watch?v=sLCFHA-5Pc8
 
 
O programa completo do Sala de Visitas com Ana Estela Haddad e participação de outros entrevistados você acompanha nesta quinta (03), aqui no GGN, a partir das 18h. A entrevista da primeira dama na íntegra, já está disponível para assinantes da Revista GGN
 
Redação

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