Às vésperas de fechar o ano, Temer endurece tom para reforma da Previdência

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Beto Barata / PR
 
Jornal GGN – Em jantar no Palácio da Alvorada com ministros, lideres partidários e deputados federais convocados, o presidente Michel Temer fez um duro discurso, pressionando pela aprovação da Reforma da Previdência.
 
No gesto que demonstrou os últimos esforços do mandatário na aprovação da pauta, no encontro desta quarta-feira (06), o peemedebista inverteu completamente o discurso de que a reforma irá prejudicar os mais pobres e alegando que a não reforma é que iria.
 
“Como vamos explicar para a sociedade? A única explicação que vejo, a única justificativa, é dizermos que não votamos para manter privilégios”, disse Michel Temer.
 
A menos de duas semanas do fim do ano legislativo, a pressa de Temer é que o texto seja aprovado pelo menos na Câmara até o fim deste ano. Entretanto, nos bastidores, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já analisa que não será mais possível. 
 
Isso porque o texto precisa ser aprovado em dois turnos no plenário da Câmara, antes de chegar ao Senado, e ainda conta com resistência de parte da base aliada, pela impopularidade da medida às vésperas do ano eleitoral.
 
Já o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, vem adotando uma fala otimista. Em café da manhã nesta quinta-feira (07) com jornalistas, sobre o balanço da pasta neste ano, insistiu na importância da aprovação da reforma, e negou que o governo tenha jogado a toalha.
 
“Houve manifestação positiva por parte dos partidos, mas é um processo politico complexo, denso. O ambiente hoje é mais positivo do que na semana passada”, disse.
 
Aguardando a expectativa de que outros partidos fechassem a questão, da mesma forma como fez o PMDB, o governo se viu frustrado com a bancada tucana, que apesar de concordar com a alteração na aposentadoria, não quis obrigar seus correligionários a votarem a favor.
 
Ainda, no mesmo jantar, outros partidos de siglas pequenas aproveitaram para cobrar de Temer cargos e promessas do governo que não foram cumpridas com os fiéis aliados. No fim do dia, Maia e Temer devem se reunir novamente para fazer uma avaliação sobre a quantidade de apoio que contam para a matéria passar na Câmara.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. às….

    Governo distribuirá mais de 500 milhões às Centrais Sindicais. O Brasil se perpetua no atraso. Nossa Sociedade não influencia nem controla coisa alguma. Só é preciso agradar às Elites, seus Feudos e suas Capitanias Hereditárias O Povo Brasileiro, desorganizadamente, sem mecanismos, nem estruturas para se representar, apenas seguirá bovinamente com sua revolta que nada altera, nem modifica. Muito menos constrói. Está faltando dinheiro na atual falácia da miséria nacional? Não para os feudos. Mas dirão:elites são os outros. E 2019 vem com urna eletrônica, voto obrigatório, horário político obrigatório, biometria obrigatória, fundo partidário bilionário, seu habitual choramingo, e elites que se empanturram de nababescas verbas públicas dizendo para você ter calma. E se possível ser gentil. O Brasil se explica. E se lamenta.    

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