A população de rua em São Paulo

Enquanto isso pelas ruas da maior e mais rica cidade do país….

Vida nas ruas é realidade para 13.666 em São Paulo

De São Paulo, da Radioagência NP, Aline Scarso.

18/06/10

http://www.radioagencianp.com.br

Na cidade de São Paulo, o Censo da População de Rua referente ao ano de 2009, indicou que 6.587 pessoas moram integralmente nas ruas, principalmente nas regiões centrais da cidade. Quase metade dessa população não consegue atendimento na única política pública da prefeitura municipal para a questão: pouco mais de 7 mil vagas distribuídas em hotéis, repúblicas sociais, instituições conveniadas e albergues, para 13.666 pessoas em situação de rua da cidade.

Conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe), pelo menos 1842 crianças e adolescentes vivem nas ruas da cidade. Em média, já estão nas ruas há três anos, a maioria entre 12 a 17 anos. 15% das crianças têm menos de seis anos.

Para a socióloga Maria Antonieta da Costa Vieira, apesar da situação caótica, a indiferença reina na cidade.

“Não é problema das ruas, é um problema da sociedade. Só que para determinados segmentos sociais – de baixa renda, com uma situação de desestruturação familiar – a rua passa a ser uma saída. A visão da sociedade é extremamente preconceituosa. As soluções apontadas são soluções higienistas, de ‘limpa, tira, coloca em uma instituição’.”

Maria Antonieta da Costa Vieira e a economista Silvia Maria Schor são pesquisadoras da Fipe e participaram da coordenação do Censo de moradores de rua. No processo de pesquisa, observaram que não basta ter trabalho para manter o ser humano longe da penosa vida das ruas. Para Silvia Maria, a falta de proteção da família e o uso de drogas podem influenciar na mesma medida.

“Você não sabe se a pessoa perdeu o emprego porque começou a beber ou começou a beber porque perdeu o emprego. Ou se a pessoa começou a se dar mal no trabalho porque a situação na família já estava difícil. Muito provável é um processo interativo e as mudanças vão acontecendo juntas.”

De acordo com o Censo, a idade média dos que estão na rua é de 40 anos. Cerca de 65% é parda e negra e 93% sabe ler e escrever. 70% são oriundos do estado de São Paulo, de outros estados do Brasil, e até mesmo do exterior. O restante são moradores da própria cidade.

Morar na rua tem um custo mínimo para a manutenção da vida: comida, remédios, cigarros. Segundo as pesquisadoras, poucos são os que vivem somente de esmolas. Ainda de acordo com Silvia Maria Schor, quase 70%, trabalha catando latinha, desabastecimento de caixas no Ceasa, fazendo bico de segurança. Em media, ganham R$ 19 por dia, renda insuficiente para sair das ruas.

“A degradação física vai progredindo e cada vez menos os moradores de rua têm chances de ocupação ou mais regular ou menos informal. Um jovem que fica na rua por muito tempo, para se… 

Luis Nassif

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