O incêndio na Cidade do Samba

Do Estadão

Fogo destrói parte da Cidade do Samba e muda as regras do carnaval no Rio

08 de fevereiro de 2011 | 0h 00

Bruno Boghossian e Roberta Pennafort – O Estado de S.Paulo

O incêndio que em três horas arruinou o trabalho de meses nos barracões da Grande Rio, Portela e União da Ilha, na Cidade do Samba, mudou as regras do carnaval carioca deste ano: não haverá rebaixamento no Grupo Especial. Também ficou decidido que as três escolas que perderam fantasias, carros alegóricos e sofreram cerca de R$ 8 milhões em prejuízos não serão julgadas.

As mudanças foram anunciadas ontem à noite pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), ao lado do presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Luiz Castanheira.

DeacDe acordo com a nova regra, apenas a campeã do Grupo de Acesso neste ano subirá para o Grupo Especial no carnaval de 2012 e duas deste grupo serão rebaixadas após o desfile do ano que vem. Como as três escolas afetadas se apresentavam na segunda-feira, também houve alteração na ordem do desfile. A Portela será a terceira a entrar na Sapucaí no domingo, no lugar da Mocidade de Padre Miguel, que foi para a segunda-feira.

Pedindo a compreensão do público, Paes afirmou que não será possível realizar a troca de ingressos. Hoje deverá ser anunciado o aporte de recursos da prefeitura para as escolas afetadas – o prefeito disse que vai buscar ajuda na iniciativa privada.

Administradora da Cidade do Samba desde sua inauguração, em 2005, a Liga também teve dependências queimadas. O chamado Museu do Carnaval pode ter sido o foco inicial – bombeiros ainda não sabem se o fogo começou lá ou no barracão da União da Ilha nem qual foi a causa. Um laudo será elaborado pela Polícia Civil, que não acredita em incêndio criminoso.

O fogo começou por volta das 7 horas e foi controlado depois das 10. O trabalho de rescaldo foi acompanhando por dezenas de funcionários. Muitos choravam.

Na Grande Rio, a mais afetada, as perdas foram de quase 100% – 3,3 mil fantasias e oito carros acabaram destruídos. Após passar mal, o presidente, Helio Oliveira, tentava não esmorecer. “A Grande Rio desfila nem que seja com uma camiseta e uma pluma. A vontade não foi queimada.” Na Portela, 2.800 fantasias foram queimadas, mas os carros se salvaram; na União da Ilha, o fogo destruiu 2.300 fantasias e afetou parte dos carros. / COLABOROU ALFREDO JUNQUEIRA 

Luis Nassif

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