Dilma Rousseff: “Há mudanças, mas não se muda de lado”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Em entrevista a jornal mexicano, a presidente falou da importância econômica do país latino e disse que foi mais fácil suportar a ditadura do que a pressão atual da direita

Do La Jornada

Traduzido pelo Jornal GGN

A presidente brasileira contou sobre seu gosto pela pintura, e discutiu a possibilidade de fazer uma pausa em suas atividades oficiais para ver os murais de Diego Rivera e obras de Remedios Varo, que agora está de visita ao México

Poucos dias depois de receber o primeiro-ministro chinês, que concordou em construir uma ferrovia interoceânica, crucial para o Brasília-Pequim, vistos com desconfiança por Washington, a presidente do Brasil Dilma Rousseff está se preparando para começar na segunda-feira sua primeira visita de Estado para o México, onde espera por numerosas reuniões oficiais, após os quais espera ter uma pausa para ver os murais de Diego Rivera e ver se há qualquer sinal de Remedios Varo.

Rousseff conhece das artes plásticas desde que tomou posse; em 2011, organizou amostras da pintora modernista brasileira Tarsila do Amaral e do renascentista italiano Michelangelo Caravaggio.

Durante a entrevista com o La Jornada, falou detalhadamente de duas obras do também modernistas brasileiro Emiliano Di Cavalcanti, que adornam o oficial residencial Palácio da Alvorada.

Além da pintura, a defesa da soberania do petróleo é outro tópico que fascina essa mulher sem meias palavras, que está lançando seu segundo mandato para o qual foi eleita em outubro do ano passado.

Esta é o quarto consecutivo governo do Partido dos Trabalhadores, os dois primeiros (entre 2003 e 2011) pelo lendário Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma e Lula – aqui os presidentes são chamados pelo nome de batismo – na sexta-feira à tarde reuniram-se em Brasília, presumivelmente para abordar a situação política conturbada, seguindo as intrigas de desestabilização por parte do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e pelo conglomerado de mídia Globo, que se estabeleceu como grupo dominante graças aos favores prestados pela ditadura militar (1964-1985), que prendeu e torturou a presidente de hoje.

Acontece que as elites políticas e midiáticas procuram restaurar o ciclo neoliberal e, para isso, eles precisam acabar com os programas sociais, nacionalismo petroleiro (pivô da crise atual) e a diplomacia independente de Washington, bem como orientadas para a América Latina.

– A viagem ao México consolida a opção para a América Latina?

– Uma das coisas que me impactaram muito sobre o México, em 1982, quando eu fiz a minha primeira viagem foi ver uma reprodução da cidade indígena anterior a La Conquista, onde havia um sistema de abastecimento de água naquela época não existia na Europa.

Quando eu fiz essa viagem, o Brasil não olhava para a América Latina, mas apenas para os Estados Unidos e Europa, e isso se reflete na política externa; eu não estou dizendo que não devemos nos relacionar com americanos e europeus, mas argumentam que a nossa política externa mudou (nos últimos 12 anos) em relação ao modelo anterior.

Estamos comprometidos com a América Latina, onde existe identidade cultural.

A propósito, nós também olhamos para a África, porque esse continente é muito importante na formação do homem e da mulher brasileira, e da nação brasileira (milhões de africanos chegaram como escravos durante o império Português).

Agora, eu acho que é o momento histórico do reforço das relações entre a América do Sul e México, uma das nações mais ricas cultural e economicamente; um país latino-americano localizado no hemisfério norte.

É uma relação que interessa ao Brasil, porque estamos conscientes da importância do México para a unidade da América Latina. Unidade a ser dada, respeitando as diferenças entre os países.

Não à ALCA

A partir da Cúpula das Américas em 2005, em Mar del Plata, tornou-se mais claro que o distanciamento entre o México e maior parte da América do Sul foi por causa do apoio de Vicente Fox para a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), um projeto categoricamente rejeitado pela equipe formada por Hugo Chavez, Nestor Kirchner e Lula.

– A sua viagem é o reencontro entre Brasil e México?

– Acho que minha jornada abre um novo capítulo nas nossas relações. Quando recebi o presidente Enrique Peña Nieto, ele veio logo depois de ser eleito, nós concordamos que o Brasil era abordagem fundamental para o México e para eles era essencial aproximar-se do Brasil. E que era fundamental para a nossa região que isso acontecesse.

Estou convencida de que ambos os países irão se beneficiar em economia e comércio, e eu acho que o acordo automotivo em vigor foi um passo importante. Este acordo mostra o que é o caminho a seguir, e que é possível assinar outros.

Tenho a convicção de que esta conveniência é mútua, e acho que o presidente Peña Nieto concorda.

Há pessoas que acreditam que as economias do Brasil e do México competem uma com a outra; Acho que essa é uma visão equivocada, as nossas economias são complementares.

Nossos países representam os dois maiores mercados da América Latina, e é importante que o México possa fazer mais investimentos no Brasil e vice-versa.

Somos o segundo destino para o investimento direto mexicano, só nos ultrapassa os Estados Unidos; isto significa que existe uma roda que está girando e favorece a integração.

Fiquei feliz em saber que a empresa brasileira Braskem irá formar uma parceria com a mexicana Idesa para criar um complexo petroquímico.

Eu acredito que os nossos países são capazes de fazer acordos de complementaridade da cadeia de produção, produzindo uma parte aqui e outro ali.

Isso pode ocorrer na cadeia da indústria naval, petróleo e gás, onde o México tem a Pemex e o Brasil tem a Petrobras, empresas que têm modelos regulatórios semelhantes.

– Podemos então falar de um vínculo forte, surge o eixo mariachi-bossa nova?

– Pode chamar de mariachi-bossa nova. Não, melhor, vamos chamá-lo de eixo tequila e caipirinha (risos).

– É possível acordo Pemex-Petrobras?

– Sempre considero que é possível, e já teve um acordo em 2005, em vigor, que é o Acordo Geral de Cooperação Científica, Técnica e Formação.

A Petrobras é uma empresa com ações listadas em bolsas de valores (Nova York e San Paulo) e a Pemex está tomando um quadro regulamentar similar.

Nós podemos agir sobre o nível de investimentos na cadeia de abastecimento, onde podemos participar, porque no Brasil nós temos estaleiros.

– A Pemex poderia explorar petróleo no Brasil?

Claro que pode, como qualquer outra empresa estrangeira.

-O Brasil está interessado?

-Lógico. Não tenho dúvida de que está. Eu acho que isso também será adequado para a Petrobras, por conta da tecnologia de exploração em águas ultra-profundas.

– Mas a Pemex não participou dos leilões de grandes poços no pré-sal (em águas profundas).

– Não participou porque assim decidiu na época. Mas iríamos ver com muita simpatia que venham agora. A Pemex é uma das maiores empresas nacionais de petróleo do mundo. É uma empresa bem-vista, apoiado pelo povo mexicano.

Eu vou contar uma história: no Brasil teve um escritor e cronista de futebol Nelson Rodrigues, quando se referia à seleção brasileira disse que era a pátria verde e amarela com botas de futebol.

Analogamente, a Petrobras é uma empresa amada pelo povo brasileiro, para mim é tão importante para o Brasil como o time de futebol, e eu acho que no México algo parecido com a Pemex ocorre, uma vez que o grande presidente Lazaro Cardenas nacionalizou os hidrocarbonetos nos anos 30.

Descongele com Obama

Em setembro de 2013, sabendo que a Agência de Segurança Nacional (NSA, por sua sigla em Inglês) tinha roubado informações de seu governo e a Petrobras, Dilma se levantou contra Barack Obama: ela exigiu explicações sobre as operações da agência e rejeitou um convite para fazer uma visita de Estado a Washington. O gelo entre Brasília e Washington só quebrou em abril deste ano, durante a Cúpula das Américas no Panamá, onde os líderes deixaram para trás suas diferenças e concordaram em se reunir novamente dentro de um mês na Casa Branca.

– Ficou satisfeita com as explicações de Obama sobre as manobras da NSA?

– A NSA investigou ilegalmente a Petrobras e o governo brasileiro, com a desculpa de que fez por causa da ameaça do terrorismo após os atentados de 11 de setembro de 2001.

Logo se soube que algo semelhante aconteceu também com o governo alemão, o governo com o qual fizemos uma apresentação em conjunto na Organização das Nações Unidas (ONU).

Diante dessas circunstâncias, o presidente Obama adotou várias resoluções, incluindo a que determinou que não é para espionar países amigos.

Eles, os Estados Unidos, nos disseram que a partir de então nunca mais ocorreu aquilo (espionagem ilegal contra o Brasil).

– Então, este assunto está encerrado?

– Para nós está concluído. Creio que o governo Obama tomou medidas adequadas no âmbito das suas competências. Essa é a nossa convicção.

– É construtiva a aproximação entre Washington-Havana, iniciada no Panamá há um mês?

– Para mim, foi uma das principais iniciativas tomadas nos últimos anos, pois fecha a primeira guerra fria no nosso continente. Queremos que isso se aprofunda e traga o fim completo do bloqueio contra Cuba, algo que não é dependente do poder executivo dos EUA, mas do Congresso.

O Brasil financiou o maior porto de águas profundas em Cuba, o Mariel (inaugurado por Dilma e Raúl Castro em 2014). A oposição brasileira estava completamente cáustica a esse financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

 -Então, a política do BNDES foi bem sucedida, apesar das críticas da direita?

– Essa política não foi do BNDES, foi do governo brasileiro; o BNDES é um banco cem por cento controlado pelo governo. Acreditamos que o processo de relações democráticas em Cuba passe a apostar na abertura, no investimento e na abertura das relações comerciais entre os EUA e Cuba.

O embargo não leva a nada; depois de mais de meio século, não levou a nada.

Eu acho que os Estados Unidos deram um passo extremamente feliz, estratégico para a América Latina.

E eu digo mais. Eu acho que o presidente Obama deu esse passo com grande coragem e que isso não volte para trás; a roda da história não pode retroceder, acho que agora haverá investimentos em Cuba.

Cuba é um país especial para nós latinoamericanos, e eu sei que para a maioria dos mexicanos.

Ora, tudo isso que aconteceu entre os Estados Unidos e Cuba não foi apenas mérito deles; a este respeito, gostaria de falar um pouco do Papa Francisco, eu posso fazer isso?

– Claro.

Significa que o papa Francisco desempenhou um papel fundamental, pois além de ser chefe da Igreja Católica Apostólica e Romana, ele era alguém com discernimento para perceber que, se havia algo importante para os povos deste hemisfério, para os cubanos, em particular, foi a retomada das relações.

Sem mudar de lado

São cerca de 18h30 de sexta-feira. A entrevista seria de 40 minutos, passaram-se mais de 70 e nenhum sinal do fim. Dilma fala de seus três anos presa por ter confrontado com armas a ditadura e seu saldo desta opção política.

– Eu conversei muito sobre isso com o presidente Mujica; não me arrependo de nada, é claro que você precisa entender o que eram as circunstâncias políticas naquela época (final dos anos 60 e início dos anos 70). Condições que nos levaram a agir como agimos (luta armada); É uma situação que já não existe agora. Isso é a primeira coisa.

A segunda é que há mudanças, mas você não muda de lado.

Anos mais tarde você vê que erros foram cometidos; há coisas que são o fruto da juventude, mas agora não vou colocar-me contra o que eu estava durante a minha juventude.

E eu nunca esqueci o que aconteceu comigo, minha vida é, sem dúvida, marcada por isso.

Uma vez eu fui para depor no Congresso e alguém (um senador de direita) me disse que eu tinha mentido durante as sessões de tortura. E é bom o que fiz, porque se um diz a verdade durante a sessão de tortura, entrega companheiros, seus amigos.

Eu não critico o que se fala diante da tortura. Nas sessões, a um eles disseram ‘se falar, paro de te torturar’, e isso desencadeia uma luta interna, tem que se segurar e não falar. Todo mundo encontra forças dentro de si, por que você tem convicções. Eu não estou dizendo que quem aguentou é um herói, ninguém é herói.

Durante os dias que passei sob tortura, eu estava enganando a mim mesma para resistir; me dizia a mim mesma: “agora eles vão voltar”, para estar preparada. E no final, eles (os opressores) voltavam, me colocavam no pau de arara, me davam um choque (bastão elétrico).

Qual é a estratégia para resistir? Em primeiro lugar, não devemos pensar, fazer quase um exercício de meditação  em toda a sua cabeça, e assim não se corrói pelo medo. O medo está dentro de nós. A dor humilha, degrada. Resistir é difícil.

– Se você resistiu a isso, agora você pode tranquilamente suportar as pressões da direita contra seu governo?

– Eles são muito mais fáceis de suportar. Eu não quero dizer que seja facílimo, ou que não seja irrelevante. O difícil foi resistir àquilo, e quando uma pessoa resiste não se torna herói, se torna gente.

– Ou se torna presidente.

– Seria melhor chegar à Presidência da República sem ter que passar pela tortura (rindo).

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

13 Comentários

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  1. Entrevista de Dilma

    Notável a boa qualidade desta entrevista. Difere, para muito melhor, que entrevistas levadas pela tradicional brasileira. Mostra a correção do termo PiG para qualificar nossa midia

  2. Dilma

    Muto boa entrevista. Dilma agil, leve, discorrendo com segurança sobre os temas abordados. Eh isso ai, e como diz o entrevistador, é a presidente Dilma lançando seu segundo mandato. Pé na estrada, presidente, e olho vivo. 

  3. Outra falha da Folha?

    O DCM publicou uma notícia, que teria saído da Folha (tentei acessar o link e deu erro):

     

    Da folha:

    A presidente Dilma Rousseff afirmou não temer um eventual processo de impeachment e disse que essa discussão tem atualmente um viés de “arma política” contra sua gestão.

    “Eu acho que tem um caráter muito mais de luta política, entende? Ou seja, é muito mais esgrimido como uma arma política. Agora, a mim não atemorizam com isso. Eu não tenho temor disso, eu respondo pelos meus atos. E eu tenho clareza dos meus atos”, afirmou em entrevista ao jornal mexicano “La Jornada”, na última sexta-feira e publicada neste domingo (24).

     

     

    Na reportagem do jornal mexicano não tem nada sobre “impítimam”.

     

    Falha da Folha?

     

    1. Na reportagem não sei, mas na

      Na reportagem não sei, mas na transcrição da entrevista no insuspeito site www2.planalto.gov.br consta o seguinte trecho :

      Presidenta: Sem base real, porque o impeachment está previsto na Constituição, não é? Ele é um elemento da Constituição, está lá escrito. Agora, o problema do impeachment é sem base real, e não é um processo, e não é algo, vamos dizer assim, institucionalizado, tá? Eu acho que tem um caráter muito mais de luta política, você entende? Ou seja, é muito mais esgrimido como uma arma política, não é? Uma espécie de espada política, mistura de espada de Dâmocles que querem impor ao Brasil.

                  Agora, a mim não atemorizam com isso. Eu não tenho temor disso, eu respondo pelos meus atos. E eu tenho clareza dos meus atos. Então…

    1. Li e não vi graça nenhuma.

      Li e não vi graça nenhuma. Tampouco senti  vergonha. 

      Talvez seja por conta de não possuirmos  a imensa cultura de que és portador expressa em textos aqui colocados  onde o kkkkkkk é o núcleo temático e reflexivo. 

        1. Baixar a crista…

          Muito simples e fácil, num teclado mandar alguém ” baixar a crista “. Gostaria muito de ver essa ” altiva crista ” enfrentando um pau de arara!  Mesmo odiando a Presidenta, um pouco de sensibilidade, faz com que, no mínimo, se cale diante desse post. Há ocasiões em que o silêncio se faz necessário. O verdadeiro FREE reconhece as virtudes ,mesmo daqueles que não aprecia. O oposto, denota alguns predicados não honrosos. Boa noite. 

          1. Desde quando uma pessoa que

            Desde quando uma pessoa que supostamente esteve sob o infame “pau da arara” tem a licença de falar asneiras? 

            Falar das civilizações pré-colombianas, futebol e das cores do México nem foi o pior da entrevista, o pior de Dilma é quando ela tenta falar de política e economia. dái revela-se a gerente que faliu a Pão & Circo na Galeria Olaria em POA.

             

  4. Dilma, de um modo geral, se

    Dilma, de um modo geral, se sai bem em entrevistas.

    É inteligente, honesta, domina os temas sobre sua alçada. Quase sempre argumenta com profundidade expondo detalhes inéditos, a uma distância sideral do tipo de informação que os jornais brasileiros trabalham.

    Os caras simplesmente não sabem o que é uma apuração decente e vivem no mundo da fantasia dos aquários, inventando cânceres e guerras de cabides, totalmente descolados da realidade.

    Li outro dia, na blogosfera progressista, alguém comentando que ela pensa melhor do que fala, mas que, ainda assim, em situações de grande stress, como nos debates ao vivo com os presidenciáveis, superou com folga Serra, Aécio e outros candidatos e candidatas.

  5. Free Walker troll. A

    Free Walker troll. A presidente mostrou que conhece um pouco a historia do Mexico. Leia ” O dia que os deuses chegaram” de Eric Von Daniken, e vc vai aprender tambem. Sabe onde fica a cidade de Palenque?

  6. Sinto grande orgulho e cada

    Sinto grande orgulho e cada vez mais em ter votado na Dilma pra presidente. Que resistência!!! Não é para qualquer um.

  7. erro

    Abaixo do título do post, vcs colocaram a seguinte chamada:

    Em entrevista a jornal mexicano, a presidente falou da importância econômica do país latino e disse que foi mais fácil suportar a ditadura do que a pressão atual da direita

    Essa chamada não bate com o que está dito na entrevista:

    – Se você resistiu a isso, agora você pode tranquilamente suportar as pressões da direita contra seu governo?

    – Eles são muito mais fáceis de suportar. Eu não quero dizer que seja facílimo, ou que não seja irrelevante. O difícil foi resistir àquilo, e quando uma pessoa resiste não se torna herói, se torna gente.

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