Funcionários da Caixa levantam suspeitas de interesses em nomeação de Pedro Guimarães

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Fotos: Divulgação
 
Jornal GGN – A indicação de Paulo Guedes, o futuro ministro da Economia de Jair Bolsonaro, de enviar Pedro Guimarães para a Presidência da Caixa Econômica Federal incomodou os funcionários do banco público. Em nota pública, as entidades representativas dos empregados da Caixa analisaram a escolha com “imensa preocupação” por conflito de interesses e outras suspeitas.
 
Tanto Pedro Guimarães, quanto Rubem Novaes estavam sendo sondados para o Banco do Brasil e para a Caixa e seus nomes foram confirmados nesta quinta-feira (22) para os comandos das instituições. Guimarães é atual sócio-diretor do banco Brasil Plural, que atua no mercado de capitais.
 
Tendo experiência em processos de privatizações no Brasil, o novo escolhido para a Presidência da Caixa por Paulo Guedes coordenou mais de R$ 150 bilhões em operações na bolsa de valores e outros R$ 30 bilhões de mudanças em empresas em casos de privatizações, incluindo o do Banespa.
 
Mas para além de suas posições econômicas, os funcionários da Caixa destacam o conflito de interesses na nomeação, uma vez que o Brasil Plural, do qual Guimarães é sócio-diretor, é “o principal credor no processo de recuperação judicial da empresa Ecovix, na qual Caixa e Banco do Brasil também são credores”.
 
Além disso, outras suspeitas foram levantadas: “Pesa contra a empresa de Pedro Guimarães a suspeita de envolvimento na supervalorização artificial registrada pelo FIP Florestal, fundo do qual a empresa Brasil Plural é gestora. A operação causou prejuízos à Funcef e à Petros e está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal no âmbito da Operação Greenfield.”
 
“Esses motivos tornam a indicação de Pedro Guimarães extremamente temerária e suspeita, para muito além dos interesses privatistas os quais, ademais, jamais foram mantidos em segredo.
 
 É importante lembrar que a CAIXA não pertence a um Governo, mas ao Estado Brasileiro. A CAIXA mantém hoje a melhor estrutura de capital entre todos os bancos brasileiros, já alcançou este ano o maior lucro da sua história, vem sendo administrada nas últimas gestões por empregados de carreira da empresa e continua sendo o banco essencial para a sociedade. Precisamos estar atentos”, concluíram as entidades, em nota.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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