Guedes afirma que Petrobras não será privatizada ‘neste mandato’

Guedes prometeu fazer novas privatizações até o final do ano, como a Eletrobras e Correios, e correr com concessões de portos e dos aeroportos do Galeão, Santos Dumont e Congonhas.

Agência Brasil

Em Paris, onde participa das discussões para levar o Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Paulo Guedes concedeu entrevista e afirmou que a Petrobras não está com privatização prevista ‘neste mandato’. O ministro concedeu entrevista na embaixada brasileira em Paris e comentou a troca de presidente da estatal, minimizando os impactos da medida na própria Petrobras.

Lembrou ele que Bolsonaro disse expressamente que não privatizaria a Petrobras neste primeiro mandato, mas que nunca disse nada sobre um segundo mandato. Se colocou como pessoalmente favorável à privatização da Petrobras, mas disse que a decisão final cabe ao presidente da República.

“Quando penso em Petrobras, penso que a gente deveria privatizar a Petrobras, mas eu não tenho votos. Sou só um ministro da Economia. Eu não tenho nada a comentar sobre a Petrobras”, disse ele.

Disse ainda que o único nome que indicou para a Petrobras foi do economista Roberto Castello Branco, que lá ficou de janeiro de 2019 a fevereiro de 2021.

Quanto à troca do general Joaquim Silva e Luna pelo economista Adriano Pires na presidência da estatal, Guedes disse que a mudança não deverá ter consequências práticas na empresa, não a considera importante e não espera que tenha efeitos reais.

Guedes prometeu fazer novas privatizações até o final do ano, como a Eletrobras e Correios, e correr com concessões de portos e dos aeroportos do Galeão, Santos Dumont e Congonhas.

Falou ainda da alta da inflação, colocando a alta na conta de fatores internacionais, como a guerra da Ucrânia e os efeitos da pandemia na economia global.

“A inflação nos EUA saiu de 0% a 8,5%. Na Alemanha, também saiu de 0% para 7%. É claramente um fenômeno global e temos dois fatores: o impacto da pandemia, com a contração da cadeia de mantimentos e de fornecedores, menos serviços, e o governo respondeu a isso aumentando as políticas fiscais e monetárias, aumentando a demanda. Isso gerou inflação, naturalmente, mesmo antes da guerra”, disse ele.

Guedes considera que o Brasil está mais preparado para lidar com a inflação pois o Banco Central aumentou a taxa Selic de 2% para 11,75% ao ano desde agosto de 2021. Ele acha que os Bancos Centrais europeus estão aumentando os juros muito lentamente.

“Tem algo errado nos Bancos Centrais da Europa. Eles não estão praticando uma boa política monetária, com 8% de inflação e taxas de juros de 0,5% [ao ano]. A inflação vai ser um grande problema aqui [na Europa]”, finalizou.

Com informações da Agência Brasil.

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Redação

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  1. O esforço do Brasil em encontrar o “elo perdido”na trajetória do País prossegue, sempre buscando exteriormente as soluções que se precisa internamente. Fazer parte da OCDE não seria muito diferente de fazer parte da Europa e estar na comunidade do euro. É um sinal de status, mas não vai mudar o que você é. A não ser que você mude o que você é. E isso não vai acontecer somente porque o País se associou à OCDE. A OCDE não é nenhum medicamento, nem para o Brasil ou para qualquer outro membro da instituição. Nem mesmo os EUA recebe alguma solução para os problemas pertencentes a ele e a sua sociedade, desta ou outra instituição internacional. Não vai acontecer nada. Todos os problemas continuarão esperando soluções.
    Transformar esse assunto num acontecimento de relevância maior do que tem, demonstra falta de rumo. Somente privatizar e realizar concessões não irá resolver a situação. Necessidades de gastos maiores e um teto cada vez mais baixo. Sem crescimento não se chegará a lugar nenhum. A questão da inflação é geral, mas não serve como desculpa pro País continuar sem correr atrás do prejuízo.

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