A gráfica da Folha e o Enem

Por Claudio Toledo

Será que a Folha de S.Paulo, via gráfica Plural, está tentando melar o Enem?

No site da Folha.com, pode-se ler a defesa que a gráfica Plural, cuja dona é a Folha. Ela apresentou o preço mínimo, mas foi impugnada pelo governo por razões mais que óbvias. Foi a empresa que deixou vazar, no ano passado, o Enem e criou todo o salseiro. Agora, segundo o jornal dos Frias, ela diz que quer saber porque não poderá imprimir as milhões de provas. Se o Inep, órgão do MEC que organiza o exame, deixasse, logo seria acusada de prevaricação, leniência ou até conivência com o mal feito. Faz parte de toda licitação recursos e mais recursos dos perdedores. Ela foi ganhadora, mas se tivesse um pingo de juízo nem teria entrado no certame. Aliás, ela já havia sido alertada de que era uma empresa desqualificada, porque não apresenta quesitos mínimos de segurança.

O que se viu a partir daí? Que a empresa quer atrasar a impressão do Enem, apostando contra, manchando a imagem do exame perante a opinião pública. Ela pode ficar nessa chicana jurídica até o ponto de inviabilizar o futuro de milhões de jovens que contam com as provas para poder ingressar no ensino superior, nas federais ou nas particulares, via Prouni. Os sites e jornais se apressam em passar a impressão de que não vai dar certo. Não deu daquela vez, não dará desta também. E a Folha ainda faz a defesa de sua empresa.

Vamos torcer para que as empresas envolvidas, Folha e Plural, tenham consciência de que não se pode brincar com o futuro desse país. Se estiverem fazendo isso apenas por uma questão de negócio, que tenham celeridade e resolvam logo essa discussão, não inviabilizando a confecção das provas. Mas se estiverem fazendo isso pensando em prejudicar a imagem do governo federal só para respingar na campanha eleitoral (Dilma é Lula, Lula é Enem), então a coisa é pior do que se imaginava. 

Da Folha.com

Inep diz que cronograma do Enem está “sendo cumprido” após suspensão de licitação

OInO Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) informou nesta quarta-feira que o cronograma para a realização da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano está “sendo cumprido”, mesmo após a suspensão do pregão para contratação de serviços de impressão pela juíza federal substituta da 2ª Vara de Brasília, Candice Lavocat Galvão Jobim. 

De com nota divulgada pelo órgão, a Gráfica Plural foi inabilitada porque os atestados de capacidade técnica apresentados pela empresa não atenderam às exigências do edital. O Inep também confirma que a Plural recorreu à Justiça Federal, em Brasília, que apesar de não ter concedido liminar, sobrestou o processo licitatório e solicitou informações ao Inep, que deve encaminhar sua posição nos próximos dias.

A Gráfica Plural (parceria do Grupo Folha e da Quad Graphics), impetrou mandado de segurança, com pedido de liminar, contra ato do Inep, órgão do MEC responsável pelo Enem.

O Inep inabilitou a Plural do processo licitatório, apesar de a gráfica ter apresentado o menor preço para o serviço –R$ 64,85 milhões. A empresa Donnelley Moore apresentou preço de R$ 68,831 milhões.

Os passos seguintes da licitação, segundo o edital, implicavam uma vistoria à gráfica para comprovar as condições de segurança e sigilo, que o Inep não realizou.

No site de compras da União, é dito que um “parecer técnico” concluiu que a Plural “não comprovou a execução de manuseio de dados variáveis em condições de segurança e sigilo”.

A Plural contesta. Diz que sua desclassificação ocorreu antes mesmo da segunda etapa do processo de habilitação, que seria a da verificação “in loco” dos requisitos de segurança e sigilo.

A juíza ainda não apreciou o pedido da Plural, de que prossiga no processo de habilitação, com a consequente realização da vistoria.

A suspensão do pregão tem por objetivo ouvir do Inep as alegações da desclassificação. Só então será definido se a Plural permanece no processo licitatório. O Inep deve apresentar sua justificativa até a próxima sexta-feira. 

Luis Nassif

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