Bolsonaro viaja a Brasília para iniciar transição de governo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Jair Bolsonaro anunciou nas redes sociais que irá viajar a Brasília, nesta semana, para dar início à transição de governo. O presidente eleito afirmou que seu grupo irá “absorver” dados oficiais a respeito da situação da máquina pública e divulgá-los.

“Em Brasília, teremos acessos iniciais a números e informações que serão passadas aos brasileiros”, prometeu nas redes sociais.
 
Bolsonaro deve embarcar na terça (6). Há pelo menos 24 pessoas, de um limite de 50, que já foram nomeadas para o gabinete de transição. Ônyx Lorenzoni, o ministro anunciado para a Casa Civil, coordena o grupo.
 
Segundo a Folha de S. Paulo, boa parte dos nomes do gabinete de transição de Bolsonaro que estão em Brasília foram indicados por militares.
 
Na quarta (7), Bolsonaro terá um encontro com o atual presidente Michel Temer e com o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal. Ele retorna ao Rio de Janeiro, na quinta (8).
 
Até o momento, há quatro ministros confirmados: general Augusto Heleno (Defesa), Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).
 
“A lista pode chegar a 17, a depender de como será o desenho final da Esplanada dos Ministérios”, acrescentou o jornal.

Segundo a Folha de S. Paulo, boa parte dos nomes do gabinete de transição de Bolsonaro que estão em Brasília foram indicados por militares.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  1. Os ministráveis de Bolsonaro

    Malta deu duas voltas à Terra em dois meses

    Intercept: e quem pagou a gasolina foi você, seu otário!
    ImprimirPublicado 05/11/2018 no Conversa Afiada malta.jpeg

    O pastor Malta (à direita) ora ao lado do Presidente que acabava de se eleger no 28 dia de outubro.

    Intercept achou Magno Malta, o elefante na sala num texto de setembro, quando ele ainda era candidato a Senador e antes, portanto, de tomar uma surra de um jovem assumidamente homossexual:

    ‘Pastor de Bolsonaro’ gastou meio milhão de reais com gasolina paga pelo eleitor

     

     

    De mãos dadas, Jair Bolsonaro e Magno Malta fizeram uma oração inflamada dentro de um camarim da Rede Globo. O senador e pastor capixaba era o único político de relevo a acompanhar o candidato à Presidência pelo PSL nos bastidores do Jornal Nacional, em que foi entrevistado no dia 28 de agosto. Ao final, Bolsonaro, como se estivesse prestes a entrar num campo de futebol para uma partida decisiva, bateu palma para o time: “Bora!”.

    Descrito como “vice dos sonhos” por Bolsonaro, Malta é também o cliente dos sonhos de dois postos de gasolina em Vila Velha, no Espírito Santo, onde mantém um escritório de apoio. De abril de 2009 até julho deste ano, Malta, eleito pelo PR, torrou R$ 472 mil em combustível nesses dois estabelecimentos. Quase meio milhão de reais em cota parlamentar consumida em gasolina, segundo notas apresentadas pelo senador por exigência legal. São gastos incomuns no Senado.

    O volume de combustível adquirido por Malta e seus assessores nos postos, considerando a média atual de R$ 4,47 por litro de gasolina no Espírito Santo, seria suficiente para adquirir 105.593 litros de gasolina. O volume permite percorrer 1.055.930 km com um carro padrão de autonomia de 10 km/l. Embora seja um número subestimado, já que a conta é feita com o elevado valor atual do litro da gasolina, ainda assim seria possível atravessar o estado do Espírito Santo, em linha reta, de norte a sul, 2.823 vezes. Ou seja, Magno Malta e sua equipe teriam cruzado o estado a cada 29 horas ao longo dos últimos nove anos.

    Esses postos, distantes 5 km entre si, pertencem a uma mesma pessoa: José Tasso Oliveira de Andrade, ex-deputado estadual e ex-chefe da Casa Civil do Espírito Santo (1999-2001). Ele está em segundo plano na política local desde 2013, quando foi condenado em segunda instância por roubo de dinheiro público.

    O caso envolve a participação dele num esquema de drenagem de recursos públicos, com pagamentos em espécie a candidatos do extinto PFL, do então governador José Ignácio Ferreira e seus aliados. O total movimentado seria de R$ 5 milhões. Na denúncia, José Tasso é acusado de receber para si parte dos recursos desviados e de compor uma espécie de comitê que distribuía verbas ilícitas a políticos de sua escolha. Ele foi condenado a cinco anos e nove meses de prisão pelo crime, em regime fechado. Na época do veredito, Magno Malta já abastecia exclusivamente nos postos de José Tasso – os únicos dois que ele possui em Vila Velha.

    O Tribunal Regional Federal da 2ª Região confirmou a sentença em dezembro de 2013, mas determinou que, em razão da “comprovada fragilidade do quadro de saúde”, ele cumprisse prisão domiciliar. No entanto, como José Tasso estava com mais de 70 anos na época da condenação, sua pena foi prescrita.

    Tasso também foi condenado em uma outra ação, essa por sonegação de impostos envolvendo um de seus postos de gasolina, no município de Cariacica. Nesse caso, ele foi sentenciado em 2015 a dois anos e nove meses de prisão, mas recorreu à segunda instância. O ex-deputado ainda é réu pela sonegação de mais de R$ 1,7 milhão em impostos (valores não corrigidos pela inflação) na operação do mesmo posto. Em um quarto processo, instaurado neste ano, ele é acusado de lavagem de dinheiro.

    Voltas ao mundo

    Como todo parlamentar, além do gabinete em Brasília, Magno Malta tem escritório de apoio em seu estado de origem, o Espírito Santo. São dois endereços, um em Vila Velha e outro em Cachoeiro de Itapemirim, município no sul do estado, quase divisa com o Rio de Janeiro. José Tasso foi prefeito na cidade. Apesar de ter escritório no município, Malta nunca declarou ter abastecido em postos de lá. Ao todo, Malta tem à sua disposição 24 servidores pagos pelo Senado, divididos nesses dois escritórios. Supondo que a quantidade de servidores tenha permanecido constante desde 2009 e que todos eles tivessem como atribuição se deslocar para atividades parlamentares, cada um em um carro, o que é obviamente irreal, é como se cada um deles consumisse praticamente um tanque cheio por mês (43 litros de gasolina, ao preço de hoje) durante nove anos.

    Os outros dois senadores da bancada do Espírito Santo, o tucano Ricardo Ferraço e Rose de Freitas, do Podemos, apresentam números muito menores de gastos com gasolina: mesmo somados não atingem o consumo de combustível do gabinete de Malta. Em 2018, até julho, Malta já tinha gastado R$ 39 mil nos seus postos de preferência. Ferraço declarou R$ 16 mil em combustível no mesmo período (41% do gasto de Malta). E Rose de Freitas, que concorre ao governo do estado, apresentou notas em postos de gasolina num valor total de R$ 7,7 mil (19,7%). Os outros dois senadores, ao contrário de Malta, registram abastecimento em vários postos diferentes. Em Brasília, onde Malta passa a maior parte de seus dias, o Senado registrou gastos de R$ 6,9 mil com gasolina para seu carro oficial até julho deste ano.

    Nas idas de Malta ou de sua equipe aos postos em Vila Velha, os desembolsos geralmente são grandes, acima dos R$ 3 mil por nota emitida. Ainda assim, há ocasiões em que os gastos chamam ainda mais atenção. No dia 14 de novembro de 2013, por exemplo, ele deixou R$ 12.892,97 de sua cota parlamentar no posto. Um mês antes, no dia 16 de outubro, o senador já tinha gasto R$ 11.901,38.

    Em novembro de 2013, o preço médio de revenda da gasolina no Espírito Santo, segundo a ANP, era de R$ 2,881. Em outubro daquele ano, R$ 2,887. Somados apenas aqueles dois meses, Magno Malta teria comprado por volta de 8.596 litros do combustível. É mais do que o suficiente para dar duas voltas na Terra, considerando um tanque comum com autonomia de 10km/litro, como o Logan.

    O Intercept procurou o senador Magno Malta para que comentasse a reportagem. Fizemos duas perguntas: “Por que houve um gasto tão grande de combustível no período (média de R$ 4.250 mensais)?” e “Por que, ao longo de anos, o abastecimento ocorreu apenas em dois postos, do mesmo dono?”.

    O senador, através de sua assessoria de imprensa, disse apenas que cumpre a lei. “Estamos cumprindo o rigor da lei com postura ética, moral e transparência. Não tem nenhuma irregularidade.”

    ‘Meu homem é o Malta’

    O mandato de Magno Malta é marcado pelas ações contra a pedofilia. São mais abundantes as imagens dele vestindo uma camiseta preta com frases contra abuso infantil do que de terno e gravata. Nas horas vagas, o senador, um integrante da bancada evangélica, ainda atua como cantor gospel.

    A proximidade com Bolsonaro não é repentina. Há tempos que Malta e o deputado formam uma dobradinha política. O senador era o principal cotado para ser o vice do candidato do PSL. Mas a negociação envolvia o PR, que acabou optando por entrar no barco do tucano Geraldo Alckmin. Bolsonaro acabou trazendo para sua chapa o general Hamilton Mourão. Numa entrevista à Globonews, no dia 3 de agosto, Bolsonaro minimizou o fato de o PR não ter topado a coligação com ele – o que implicou num tempo de TV semelhante aos dos candidatos mais nanicos (8 segundos).

    “Meu homem é o Magno Malta”, disse, refutando a informação de que ele tinha cortejado o condenado por corrupção Valdemar Costa Neto, presidente do partido. “Me agregava, e muito, a companhia do senhor Magno Malta.”

    Dias antes dessa entrevista, Bolsonaro também já havia declarado a confiança em Magno Malta. “Nós temos namorado não o PR, mas o senador Magno Malta. (…) É um homem de Deus, um homem que tem uma atividade intensa dentro e fora do Parlamento”, disse durante discurso num evento de campanha na Bahia.

     

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