Ônibus andam mais rápido que os carros nas faixas exclusivas

Do blog de Marcos O. Costa

Em São Paulo, novas faixas tornam os ônibus mais rápidos do que os carros

Segundo o Estadão as novas faixas de ônibus da avenida 23 de Maio tornaram o ônibus mais rápidos do que os carros. Segundo o jornal os coletivos percorrem o trecho de 23 km do Terminal Capelinha até a praça da Sé em  1h50, trinta minutos mais rápido do que os automóveis. Até o momento foram instalados 60 km de faixa e ao final do ano a Prefeitura pretende atingir 220 km, segundo a Rede Brasil Atual.

Este pode ser o início de um processo que reverta os históricos privilégios concedidos aos automóveis durante o desenvolvimento da Cidade de São Paulo. Ao longo dos últimos 70 anos rios, matas, parques e edifícios históricos, foram destruídos para dar lugar aos carros. O transporte público foi negligenciado. A mancha urbana se expandiu rumo às periferias aumentando o tamanho e a quantidade das viagens dos paulistanos, especialmente dos mais pobres.

São Paulo se transformou em uma cidade dependente do carro. Seu uso exaustivo e o aumento da frota nos últimos anos levou a cidade ao limite. 90% da poluição do ar sai dos escapamentos dos veículos que circulam pelas ruas de São Paulo. Montanhas de recursos públicos são gastos anualmente na expansão e manutenção do imenso sistema viário paulistano. E ainda assim os congestionamentos alcançam os 300 km de extensão.

As novas faixas qualificam o transporte público de São Paulo. Elas servem de incentivo para que os usuários dos ônibus permaneçam dentro do sistema. Com os ônibus mais rápidos do que os carros, diminui o número de interessados em migrar para o transporte individual. Claro que a contrapartida destas melhorias é a diminuição da velocidade dos carros, que acabam por perder espaço nas avenidas com faixas exclusivas. Mas é impossível transportar 20 milhões de pessoas por meio de carros, pelas ruas e avenidas de São Paulo. Medidas simples (e baratas) como esta, mostram que a cidade pode ter uma outra matriz de mobilidade urbana.

Que esta seja apenas a primeira mudança neste sentido.

Luis Nassif

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