Os ônibus municipais

Por Marcos Vinicius

Nassif a Folha de hoje traz uma matéria sobre os ônibus em São Paulo que me despertou algumas questões (clique aqui).

Esse setor aparentemente é um foco de corrupção em grande parte das cidades; sempre se fala de subsídios, é comum haver junção de interesses de sindicatos e donos das empresas quando se desejam reajustes. me lembro de disputas pesadas quando a Marta mexeu com esse setor e as empresas alegarem baixa lucratividade – ao que o secretário municipal respondeu estranhar que, apesar disso, ninguém abandonava o negócio.

É um setor fundamental, mas pouco vejo estudos sobre planilhas, sobre as imbricações entre política e o funcionamento do serviço, sobre sua regulação, sobre otimizar o sistema. O pessoal da comunidade não teria isso para disponibilizar aos novos dirigentes públicos municipais?

Por transporteiro

Olá!

Por trabalhar no setor, prefiro desta vez manter meu anonimato.

A questão do transporte público é gravíssima. Falando por Brasília, mas sabendo que isto se repete em outras cidades:

1- Transporte público envolve muito dinheiro. Só pensar que pelo menos 1/5 das pessoas de uma cidade normal, diariamente, realizam 2 viagens, a um custo que varia entre 1R$ e 2,5R$. é muito dinheiro para não ter político e tudo mais envolvido.

2- As empresas cometem autofagia. Não é só o ilegal que pirateia linha. O legal também.

3- Qualquer auditoria minimamente séria na gestão de transportes públicos encontraria tanta irregularidade que surge a pergunta se não é melhor começar do zero.

4- a bagunça não é mérito de apenas um governo. há décadas há grande descaso. Aqui há vontade de reorganizar, mas a coisa tá muito bagunçada. Trabalho para anos.

5- a bagunça se sustentava porque todos andavam de ônibus. consumidores cativos. mas agora que todo mundo tem uma moto, um carrinho, muita gente parou de andar de ônibus por ter 1 outro veículo. outros pararam por falta de $$$ mesmo.

6- As decisões são políticas. Vêm de cima para baixo, já tomadas.

7- as empresas são autuadas e nada acontece. Elas não pagam e fica por isso mesmo.

8- aqui em Brasília vc tem diversos deputados e senadores no setor de transporte. Vc acha que muda algo?

9- o sistema que gere a bilhetagem em Brasília foi feito e é gerido pelos próprios operadores. Isso diz algo?

Luis Nassif

40 Comentários

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  1. Lembro de Marta usando colete
    Lembro de Marta usando colete à prova de balas depois que a direção do sindicato dos motoristas e cobradores foi presa, acusada de promover um locaute na cidade. Ela comprou uma guerra e, de fato, o transporte melhorou. Pena que a atual administração tenha abandona os projetos na área.

  2. Olá!

    Por trabalhar no setor,
    Olá!

    Por trabalhar no setor, prefiro desta vez manter meu anonimato.

    A questão do transporte público é gravíssima. Falando por Brasília, mas sabendo que isto se repete em outras cidades:

    1- Transporte público envolve muito dinheiro. Só pensar que pelo menos 1/5 das pessoas de uma cidade normal, diariamente, realizam 2 viagens, a um custo que varia entre 1R$ e 2,5R$. é muito dinheiro para não ter político e tudo mais envolvido.

    2- As empresas cometem autofagia. Não é só o ilegal que pirateia linha. O legal também.

    3- Qualquer auditoria minimamente séria na gestão de transoprtes públicos encontraria tanta irregularidade que surge a pergunta de se não é melhor começar do zero.

    4- a bagunça não é mérito de apenas 1 governo. há décadas há grande descaso. Aqui há vontade de reorganizar, mas a coisa tá muito bagunçada. Trabalho para anos.

    5- a bagunça se sustentava porque todos andavam de ônibus. consumidores cativos. mas agora que todo mundo tem uma moto, um carrinho, muita gente parou de andar de ônibus por ter 1 outro veículo. outros pararam por falta de $$$ mesmo.

    6- As decisões são políticas. Vêm de cima para baixo, já tomadas.

    7- as empersas são autuadas e nada acontece. Elas nãi pagam e fica por isso mesmo.

    8- aqui em Brasília vc tem diversos deputados e senadores no setor de transporte. Vc acha que muda algo?

    9- o sistema que gere a bilhetagem em Brasília foi feito e é gerido pelos próprios operadores. Isso diz algo?

  3. A forma como o transporte
    A forma como o transporte público é gerido no Brasil lembra à prática comum no início do século passado (e até hoje) que o trabalhador ao se deslocar para um determinado local,às custas do empregador, ficaria devendo a passagem, e depois a alimentação e moradia, que eram cobradas em valores muito acima do normal. Ou seja havaria um pagamento a outrem para você ter condições de trabalhar. Isto se chama de regime de escravidão.

    È comum vermos a multidão de pessoas que preferem se deslocar a pé,d e bibicleta, moto, etc. A ter que pagar por um ônibus, caro, sujo e lotado de gente.

    Em outros países mais “desenvolvidos”, transporte público é uma forma de serviço que visa atender principalmente às necessidades do trabalhador, e não explorá-lo, como no Brasil. A partir do momento em que é mais barato ir ao trabalho utilizando um carro ou moto (por exemplo), vê-se que tem alguma distorção muito grande.

    Como nos regimes escravocratas e de coronéis qualquer alteração, que deverá ter conotação de revolução, provocará a muito choro, revolta e até, provavelmente, mortes.

  4. É mesmo Marcos. Esse setor
    É mesmo Marcos. Esse setor empresarial é meio “poluido”, digamos assim…
    Aqui mesmo no Recife o Ministerio Publico acaba de propor Ação de improbidade Administrativa contra o Ex-prefeito João Paulo, que deixou a prefeitura agora neste inicio de mes, em razão de uma lei sancionada no ano passado concedendo isenção de tributos ( não sei se total ou parcial…) às empresas de onibus.
    Na campanha eleitoral foi divulgado que a medida visava evitar um reajuste que prejudicaria os usuarios.
    Mas agora, no inicio do ano, os donos das empresas já dizem que as passagens terão aumento em Fevereiro.

    Cá comigo tenho uma ideia meio maluca: Que tal tentarmos fazer do transporte coletivo municipal um serviço publico suportado por verbas do Tesouro. Onibus “de graça” para todos. ( ou sem cobrança de tarifa, melhor dizendo). Os custos seriam cobertos pelos impostos ( talvez um acrescimo na gasolina ou outras taxas…)

  5. Gostaria que os brasileiros
    Gostaria que os brasileiros descobrissem que documentacao eh fundamental, que preco eh documentacao, e gostaria que ninguem jamais discutisse carros brasileiros ou sistema de transporte publico sem especificarem os precos das pulguinhas assassinas e das passagens de onibus, em qualquer estado que seja. (porque desde que eu me entendo por gente os precos eram indexados ao valor do dolar.)

    Eh importante.

  6. Aqui no PR houve a alguns
    Aqui no PR houve a alguns anos uma experiência em uma cidade chamada Ivaiporã, onde o prefeito colocava ônibus de graça para a população e as despezas eram divididas entre o poder público e varias empresas que anunciavam no ônibus.

    Sei que a população gostava, e o politico também pois rendia muitos votos, não sei dizer se o serviço continua ativo.

    Talvez seja viável principalmente onde se tenha pouco volume de passageiros, em cidades maiores é quase impossivel pois os “interesses” são muito graúdos.

  7. Aqui em Juiz de Fora, o
    Aqui em Juiz de Fora, o ex-ex-prefeito, Alberto Bejani, foi filmado cobrando propina na negociação do reajuste do preço da passagem com os proprietário de empresas de ônibus. Os “empresários” queriam aumentar o valor e isso o digníssimo prefeito só autorizaria sob a condição de receber um “troco”, é mole!? Ano passado o prefeito Alberto Bejani foi preso pela PF na Operação Pasárgada e ficou pouco tempo detido em Belo Horizonte por este e outros crimes como liberação irregular de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

  8. Emanuel, na minha opinião o
    Emanuel, na minha opinião o sistema de transporte coletivo deveria ter caixa único, controlado por um ente público autônomo e transparente. As empresas de ônibus seriam contratadas por meio de licitação para prover o serviço mediante remuneração própria, desvinculada da catraca específica daquela linha. É um setor que sim, precisa de verba pública e subsídios. Se podemos construir uma ponte de 200 milhões para uso de carros particulares, porque não podemos gastar 2 milhões por mês na melhoria da qualidade do trasnporte coletivo?

  9. Ninguém comenta o fato de que
    Ninguém comenta o fato de que os ônibus aqui em São Paulo, pelo menos, são de pessima qualidade.. principalmente os novos. Estes novos fazem barulho demais, parecem aviões com suas turbinas ligadas. Não há controle de qualidade nenhum sobre o barulho emitido pelos mesmos. Tudo bem q isso é um problema bem menor do que a falta de veiculos, mas reflete o descaso com que isso é tratado pelo poder público.. e o kassab tá fazendo isso só pra cumprir uma promessa eleitoreira, né não?

  10. Valeu, Kleber…
    Quer dizer
    Valeu, Kleber…
    Quer dizer que pelo menos uma tentativa já houve?
    Isso indica que minha ideia não é tão louca assim…
    Acho que ainda tenho cura. rsrsr

    ( eu começaria pelas cidades menores mesmo. Até para criar padrões de atuação, fiscalização, etc…)

    Só o que ia se economizar em saude mental evitando as brigas pelo troco…. rsrsrs

  11. Andar de ônibus em São Paulo
    Andar de ônibus em São Paulo é pagar caro (R$2,30) para ser humilhado. Agora em janeiro então é uma beleza. As empresas diminuem nitidamente o número de ônibus com o argumento de que são férias escolares. Desde quando a maior demanda vem dos alunos? Pego ônibus no ponto inicial e todo dia são as MESMAS pessoas no busão. A diferença é que agora agente vem mais juntinho.
    Às 18h é impossível pegar um ônibus que não esteja lotado. Não é cheio não, é LOTADO. Humilhante. Outro dia o motorista reclamou porque uma moça pediu pra descer pela frente. Detalhe: ela estava gravidíssima e acompanhada de uma idosa.
    E os motoristas são ameaçados de demissão caso sejam complacentes com a boiada. Sem contar nas condições de trabalho dos próprios. Tem que fazer necessidade em botecos perto do ponto final. Almoçam marmita dentro do busão. Até pra tomar água os caras sofrem. É triste.
    Não me conformo com quem anda de ônibus e votou no Kassab: merecem este prefeito. Um horror.
    Sem falar no PCC que controla o esquema das vans. Que nojo.
    Mas quem mandou votar? Tome!!!!

  12. serão 1000 onibus á menos
    serão 1000 onibus á menos produzidos, é um numero significativo para uma economia que está tensa anté a perspectiva de uma recessão, principalmente porque os onibus são comprados por meio de finame, com prazos longos e juros baixos.

    fico pensando se o alvo era mesmo a tarifa do onibus!

  13. Sem querer mudar de assunto,
    Sem querer mudar de assunto, mas, indo na mesma toada, a PMSP tem contratos de varrição de ruas e limpeza de bocas de lobo cujos contratos determinam um número necessário de equipes de varrição e limpeza dependendo da regional, bairro ou zona e recebem por isso.

    As grandes dúvidas são : tais empresas contratadas mantêm EFETIVAMENTE o número de equipes conforme determinado no contrato? Como a PMSP fiscaliza? Apenas com base em planilhas apresentadas pelas contratadas?

  14. Nassif
    Esse assunto, pela sua
    Nassif
    Esse assunto, pela sua importância, merece um aprofundamento fundamentado em estudos e casos de outros países. Há interesses envolvidos e mitos são criados em função destes. Por exemplo, em muitos países desenvolvidos o transporte público é subsidiado e ninguém se horroriza com isso. Aqui, é uma heresia se cogitar essa possibilidade. Também em muitas cidades, o transporte público é da prefeitura e operado por funcionários públicos (até nos Estados Unidos). Aqui, nem pensar!
    Há (ou pelo menos havia) municípios no Estado de São Paulo onde o transporte público é gratuito, bancado pela prefeitura.
    Seria muito bom ter aceso a essas informações.

  15. “Por exemplo, em muitos
    “Por exemplo, em muitos países desenvolvidos o transporte público é subsidiado e ninguém se horroriza com isso”: todos os casos sao anteriores ao neoliberalismo, cuja meta era fazer os governos deixarem a populacao ao deus-darah. Essa eh a razao que a saude, educacao, seguranca, e infraestrutura cairam aos pedacos nos”paraisos” daquela fabrica de milionarios, o neoliberalismo.

  16. Sobre um ponto específico que
    Sobre um ponto específico que foi citado: o que as pesquisas sobre o setor indicam é que transporte municipal é subsidiado em todas as grandes cidades do mundo.

    Cidades de países de população com poder aquisitivo muito maior fazem isso e lá nós chamamos de amparo social ou de política pública.

    Há indícios que sugerem que o transporte público é dos ítens que mais afetam o bolso dos trabalhadores urbanos, já que atua em efeito cascata.

    A discussão recente de ciência política indica que diminuição no custo dos transportes públicos tem um efeito de Bolsa-Família das cidades: garante ao trabalhador não apenas mais recursos no bolso, mas o próprio direito à cidade.

  17. No que mantenho, a partir de
    No que mantenho, a partir de Cuiabá, publiquei artigo em que o jornalista Gibran Lachowiski aborda a sempre polêmica questão do transporte público, em Cuiabá, capital do Mato Grosso. Acho que é mais um contribuição para uma ampla abordagem desta questão que, há muitos e muitos anos, clama aos céus::

    Perícia do ministério público coloca SMTU sob suspeita de FAVORECER EMPRESÁRIOS do transporte
    Por Gibran Lachowski

    Os cálculos da tarifa do transporte coletivo em Cuiabá contêm informações distorcidas que asseguram há anos o aumento indevido em benefício dos empresários do setor. É o que aponta o laudo do Setor de Perícias e Suporte a Diligências do Ministério Público Estadual (MPE).

    O material é datado de agosto de 2007 e fundamenta a ação civil pública movida pelo promotor de Defesa da Cidadania, Alexandre Guedes, que foi deferida parcialmente pelo juiz José Zuquim, da Vara de Ação Civil Pública e Popular da Comarca de Cuiabá. Com essa decisão parcial, a prefeitura está proibida de aumentar a passagem, ao menos que comprove tecnicamente tal necessidade.

    Segundo o laudo pericial, os cálculos da tarifa que vêm sendo efetuados pela SMTU (Superintendência Municipal de Trânsito e Transporte Urbanos da capital) e o Corecon (Conselho Regional de Economia) não levam em consideração os milhares de passageiros que utilizam as dezenas de micro-ônibus.

    Essa omissão de dados contribui para o estabelecimento de valores acima do real, uma vez que quanto menor o número de passageiros, maior a tarifa do serviço de transporte, segundo fórmula de cálculo do Ministério dos Transportes, que embasa os reajustes no setor.

    Dois lucros, uma só prestação de contas

    A perícia também descobriu que os empresários têm dois tipos de faturamento, mas apenas um é colocado na planilha de custos. Eles ganham dinheiro com a venda de passagens e também com a venda de publicidade nas traseiras dos ônibus e nos pontos de embarque e desembarque.

    O primeiro lucro é computado, mas o segundo não. Dessa forma, os empresários lucram duas vezes. O correto seria, de acordo a perícia do MPE, que o segundo ganho fosse abatido no valor da passagem, diminuindo seu valor.

    SMTU descontrolada

    O laudo pericial identificou ainda que a SMTU não tem controle nenhum sobre os dados colocados nas planilhas de custos pelos empresários do setor. Ou seja, a Superintendência não possui um cadastro com os valores dos itens, insumos e serviços do sistema de transporte coletivo e não faz pesquisa de mercado para comparar se o que os empresários declaram está correto ou não passa de mentira e manipulação.

    Dessa forma, o valor da tarifa do serviço público de transporte é determinado ilegalmente pelos próprios empresários do setor. Pois por lei quem deveria estabelecer os preços dos serviços públicos seria o sistema público, no caso, a SMTU.

    Além disso, a perícia descobriu que os cálculos feitos pela CPI do Transporte da Câmara de Vereadores de Cuiabá em 2005, pela SMTU e o Corecon em 2006 e 2007 não batiam uns com os outros, ainda que trabalhassem com os mesmos itens, serviços e insumos, como óleo diesel, pneus, lubrificantes, salários de motoristas e cobradores. Tal fato corrobora com a falta de critérios precisos para a definição do cálculo.

    Para maiores informações: http://www.paginadoe.com.br

  18. No blog que mantenho, a
    No blog que mantenho, a partir de Cuiabá, publiquei artigo em que o jornalista Gibran Lachowiski aborda a sempre polêmica questão do transporte público, em Cuiabá, capital do Mato Grosso. Acho que é mais um contribuição para uma ampla abordagem desta questão que, há muitos e muitos anos, clama aos céus::

    Perícia do ministério público coloca SMTU sob suspeita de FAVORECER EMPRESÁRIOS do transporte
    Por Gibran Lachowski

    Os cálculos da tarifa do transporte coletivo em Cuiabá contêm informações distorcidas que asseguram há anos o aumento indevido em benefício dos empresários do setor. É o que aponta o laudo do Setor de Perícias e Suporte a Diligências do Ministério Público Estadual (MPE).

    O material é datado de agosto de 2007 e fundamenta a ação civil pública movida pelo promotor de Defesa da Cidadania, Alexandre Guedes, que foi deferida parcialmente pelo juiz José Zuquim, da Vara de Ação Civil Pública e Popular da Comarca de Cuiabá. Com essa decisão parcial, a prefeitura está proibida de aumentar a passagem, ao menos que comprove tecnicamente tal necessidade.

    Segundo o laudo pericial, os cálculos da tarifa que vêm sendo efetuados pela SMTU (Superintendência Municipal de Trânsito e Transporte Urbanos da capital) e o Corecon (Conselho Regional de Economia) não levam em consideração os milhares de passageiros que utilizam as dezenas de micro-ônibus.

    Essa omissão de dados contribui para o estabelecimento de valores acima do real, uma vez que quanto menor o número de passageiros, maior a tarifa do serviço de transporte, segundo fórmula de cálculo do Ministério dos Transportes, que embasa os reajustes no setor.

    Dois lucros, uma só prestação de contas

    A perícia também descobriu que os empresários têm dois tipos de faturamento, mas apenas um é colocado na planilha de custos. Eles ganham dinheiro com a venda de passagens e também com a venda de publicidade nas traseiras dos ônibus e nos pontos de embarque e desembarque.

    O primeiro lucro é computado, mas o segundo não. Dessa forma, os empresários lucram duas vezes. O correto seria, de acordo a perícia do MPE, que o segundo ganho fosse abatido no valor da passagem, diminuindo seu valor.

    SMTU descontrolada

    O laudo pericial identificou ainda que a SMTU não tem controle nenhum sobre os dados colocados nas planilhas de custos pelos empresários do setor. Ou seja, a Superintendência não possui um cadastro com os valores dos itens, insumos e serviços do sistema de transporte coletivo e não faz pesquisa de mercado para comparar se o que os empresários declaram está correto ou não passa de mentira e manipulação.

    Dessa forma, o valor da tarifa do serviço público de transporte é determinado ilegalmente pelos próprios empresários do setor. Pois por lei quem deveria estabelecer os preços dos serviços públicos seria o sistema público, no caso, a SMTU.

    Além disso, a perícia descobriu que os cálculos feitos pela CPI do Transporte da Câmara de Vereadores de Cuiabá em 2005, pela SMTU e o Corecon em 2006 e 2007 não batiam uns com os outros, ainda que trabalhassem com os mesmos itens, serviços e insumos, como óleo diesel, pneus, lubrificantes, salários de motoristas e cobradores. Tal fato corrobora com a falta de critérios precisos para a definição do cálculo.

    Para maiores informações: http://www.paginadoe.com.br

  19. Empresas de onibus deveriam
    Empresas de onibus deveriam ser estatizadas e ponto final. E assim no resto do mundo. E, no resto do mundo, o piso dos onibus sao baixos, nao ha necessidade alguma de ficar subindo escada ja que nao sao produzidos sobre carroceria de caminhao.

    So mais uma coisa. Por que nao dao autonomia administrativa pras areas metropolitanas pra regulares elas proprias (via governante eleito pela populacao) a questao do saneamento e do transporte publico?

  20. O Brasil ja teve transporte
    O Brasil ja teve transporte publico de qualidade, eficiente e barato nas primeiras décadas do seculo XX. Eram os bondes ou tramways em SP, Rio, Santos, Recife, P.Alegre, explorados geralmente pela concessionária de energia elétrica. A demagogia populista dos anos 50 inviabilizou os investimentos e extinguiu o serviço. Na fase seguinte entraram os concessionários-bacalhau, que até hoje dominam o ramo em todo o Brasil, com alta concentração em cinco grupos, antes regionais, agora nacionais. São empresarios predadores, sem nenhum interesse em prestar um serviço de bom nivel, o coração do negocio são os arreglos com a politica municipal e a compra e venda de chassis e carrocerias. Todos os grandes grupos tem concessionarias, compram os chassis de si próprios e tambem tem fabricas de carrocerias.
    São empresarios pré-modernos, com contabilidade de boteco, detestam pagar impostos e contribuições previdenciarias, são péssimos patrões, as empresas são campeãs de processos trabalhistas. Os sindicatos patronais são os QGs da turma, para ratear o terriorio e pressionar por aumentos, muitas vezes em conluio com os sindicatios dos motoristas e cobradores.O negocio em geral segue o mesmo modelo, os mercados são dividios em multiplos CNPJ, quando as dividas em uma empresa ficam muito altas, são alaranjadas e se abre outra para a mesma linha. Como em geral todo o esquema opera em cumplicidade com a area politica, a bandalheira passa batida, com autuações burocráticas e cobranças idem.

  21. Na maioria das grandes
    Na maioria das grandes cidades do mundo o transporte coletivo é considerado serviço publico e operado pela Prefeitura, como N.York, Paris, Londres, etc Se concedido a inicitiva privada em termos modernos para empresas com plano de negócios bem definido, pode ser viabilizado como foram as concessões de rodovias. É da logica do transporte coletivo o subsidio em beneficio da população e do bem publico. Como o sistema é forte gerador de fluxo de caixa à vista, tem excelente base para modelos modernos de concessão, mas a licitação deveria ser feita por uma Agencia reguladora nacional, é assunto de interesse nacional. Bom transporte coletivo melhora a saude fisica e psiquica das populações, melhora a produtividade da economia, diminui a poluição, melhora a eficiencia energetica. O atual sistema é péssimo, um mafuá de corrupção, um feudo para maus empresários, é incrivel como resistiu à modernizaçao da economia brasileira nos ultimos 50 anos.
    É um setor que afeta a vida coridiana de mais de 100 milhões de brasileiros, é de grande interesse do Estado no seu nivel mais alto.
    Atualmente todo o sistema está relatalhado e gerido como bolsões do atraso, que realemnte são, cusando prejuizos, sofrimento, perdas e ineficiencia para toda a sociedade brasileira. No transporte intermunicipal e interestadual de passageiros a situação é bem melhor, há empresários modernos, o sistema de concessões é mais transparente, não depende de baixa politica municipal, mesmo com defeitos, é um sistema eficiente.

  22. Capitalismo é livre
    Capitalismo é livre concorrência, não? Então por que não há concorrência no transporte coletivo?

    Em Guaíba, Grande Porto Alegre, RS, foi feita uma cooperativa popular de transporte que iria diminuir a tarifa pela metade. A Metroplan, agência que regula o transporte da região metropolitana, PROIBIU! Alegou que a linha já tinha permissionário.

  23. O setor está no ramo da
    O setor está no ramo da contravenção, vide acusações contra Nenê Constantino, ligações com o assassinato de Celso Daniel, e por aí vai.

  24. Caros Maria e Fabricio
    Caros Maria e Fabricio Vasselai,

    não tenho nada contra ter subsídio no transporte público, minha questão é se ele é sempre necessário e qual o seu valor. Como são montados os custos das empresas, qual a taxa de retorno, qual o risco do negócio, entre outrs fatores. Quais e quanto são esses custos?

    Enock, dados interessantes!

    Esse setor, assim como a mairia absoluta dos serviços públicos municipais, são uma caixa-preta em um lugar de pouca luz.

  25. Aqui em Brasília a família
    Aqui em Brasília a família Canhedo – lembram? aquela da falida Vasp- é dona de quase TODAS as linhas de ônibus. E pior: está inscrita na dívida pública do Distrito Feederal. Motivo? Compra combústível em Goiás mas não paga o diferencial de alíquota de ICMS. Tem mais. Sabe quem fornece? A Shell que não está nem aí para isso. Enquanto isso as pessoas que moram em Brazlândia (cerca de 25 Km de Brasília) sofrem com ônibus velhos, montados sobre carrocerias de caminhão. Isso sem falar na absoluta falta de transporte nos fins de semana. O que mais me entristece é que o MPDFT não faz nada. è sua obrigação defender o cidadão brasileiense destes abutres do transporte público. Pra terminar: se é assim aqui em Brasília, penso que deve ser pior em outras cidades.

  26. Nassif,

    Está no meu blog.
    Nassif,

    Está no meu blog. Abraços.

    http://stoa.usp.br/xandebueno/weblog/40731.html

    Kassab e o populismo de Classe Média

    Antes de trucar a renovação da frota dos ônibus em São Paulo, Kassab deveria refletir melhor sobre a questão.

    Bom, inicio esse texto já desqualificando-o. Não sei afirmar com certeza qual é o tamanho do subsídio do transporte em São Paulo. Também não tenho a menor idéia se ele equivale ao montante liberado em outras grande capitais da Europa, como Londres, Paris e Berlin. O que posso afirmar é que somos a única na lista que não possui uma malha de metro condizente com o tamanho da cidade, tampouco uma integração inteligente dos meios de transporte. O fato é que o Bilhete Único veio, viu e venceu e de resto nenhuma grande revolução no transporte público na cidade de São Paulo foi feita neste sentido. A não ser a integração entre o bilhete único e o metrô, mas para quem conhece os pacotes oferecidos pelas “SPTrans” mundo afora, chega a ser risível.

    Hoje, escutando a rádio Joven Pan fui informado que o prefeito Kassab cortará a renovação da frota de ônibus em São Paulo, reduzindo a compra dos mesmos para apenas 170 sob a alegação que não que queria subir o preço das passagens tampouco aumentar o subsídio. Direto ao ponto: foi a medida mais idiota adotada desde o início da crise. E por que?

    Bom, ônibus novos poluem menos, tem rendimento superior e, dependendo da quantidade de unidades articuladas e bi articuladas, podem dar mais conforto aos usuários e retirar alguns carros da rua. Ajuda bastante no sentido de não complicar mais o transito em São Paulo e confere um confortinho a mais às pessoas que pagam R$2,30 na catraca mais subsídios.

    Outra questão que me chamou a atenção nesta “brilhante” decisão, foi a completa falta de visâo de estado de nosso prefeito. Na ânsia de agradar a classe média, compradora da idéia de que o governo deveria evaporar – mesmo depois de tudo que tem ocorrido no mundo – Kassab não exitou em fazer uma demagogia para mostrar austeridade. Mas para mim, austeridade seria abrir a planilha das empresas, tornar públicos os dados e tentar aumentar a eficiência do sistema via redução de custos de O&M e outros, afinal de contas ele é azeitado com dinheiro público. Se não houvesse tal possibilidade, ele poderia mexer por dois ou tres anos na na rentabilidade das empresas obrigando-as a analisar os custos gerenciáveis e otimizá-los.

    Kassab ainda poderia encomendar um estudo à SPTrans analisando o montante de investimentos e bater em duas portas: A do BNDES afim de obter uma linha de financiamento (lembremos que com o advento do bilhete único, o caixa do setor de transportes ficou mais previsível, o que facilitaria a obtenção de uma linha de financiamento com menor custo financeiro).

    Além disso, chamaria os fabricantes e negociaria bons descontos na aquisição dos veículos. Lembrem-se que VW, Mercedes e outras montadoras estão salivando por conta da queda das vendas e seguramente reduziriam seus preços.

    Para concluir, se tais medidas fossem ao menos pensadas iriam manter o mercado automobilístico aquecido com suas fábricas de automóveis, fornecedores de matérias primas e toda cadeia produtiva, além de assegurar um bom punhado de empregos “salvos.”

    Se Lula é populista com “os debaixo”, Kassab consegue ser populista com os “do meio”. Essa doutrina dominou a economia brasileira por um bom número de anos e, pelas números do PIB e de desempregados, sabe-se bem no que ela deu. Estou indignado!

  27. “O setor está no ramo da
    “O setor está no ramo da contravenção, vide acusações contra Nenê Constantino, ligações com o assassinato de Celso Daniel, e por aí vai”: documentacao com links, please. De onde saiu isso?

  28. “Em Guaíba, Grande Porto
    “Em Guaíba, Grande Porto Alegre, RS, foi feita uma cooperativa popular de transporte que iria diminuir a tarifa pela metade. A Metroplan, agência que regula o transporte da região metropolitana, PROIBIU!”: esse eh o capitalismo FEITO POR LOBISTAS. Eles sao ESPIOES DE SABOTAGEM DA POPULACAO.

  29. O transporte de ônibus me São
    O transporte de ônibus me São Paulo não anda porque a classe média é burra e não anda de ônibus. Ficam endeusando o Metrô, fazendo a felicidade das empreitras e políticos, (Porque será que o Kassab deu dinheiro para as obras em ano eleitoral?) Vejam como Bogotá e Cidade do México estão resolvemdo o problema de transporte: ônibus com um custo de 1/5 em relação ao metro. Mas a classe média gosta de olhar para Londres, Paris, Nova Iorque. No dia que a classe média tiver de egar busão, e por detrás disso é que esta o pavir ao pedágio urbano, aí sim haverá pressão na classe política por um sistema eficiente e confortável. Até lá, escutaremos a ladainha do Metro-Salvação, com a benção da Santa Maracutaia e do Nosso Senhor da Propina. Amém.

  30. Nassif

    Sugiro a criaçào de
    Nassif

    Sugiro a criaçào de um grupo de discussão sobre mobilidade urbana e mobilidade sustentável na Comunidade, onde poderíamos discutir o transporte público, a crise da indústria automobilística e o trânsito nas cidades, a questão energética, os acidentes de trânsito e a saúde pública, a cultura do automóvel e as perpectivas de transformação do padrão de mobilidade vigente.

    Aproveito para sugerir o Nei Simas, que faz parte da comunidade, para coordenar o grupo. O Nei tem um curriculum invejável, já tendo prestado serviços por todo o Brasil e muitos países da América Latina, como consultor do PNUD. É um estudioso do transporte público e da mobilidade sustentável.

    Eli, abra a discussão você mesma e me passe o link através dos comentários.

  31. Nassif, sou regulador de
    Nassif, sou regulador de sinistros há 12 anos. Nas gestões de Maluf e Pitta, me lembro de ter feito algumas apurações de roubo de valores em uma garagem em Parelheiros, SP, onde cada vez que ia, era uma nova razão social, embora fosse fisicamente a mesma empresa.
    Me chamava muito a atenção a forma da Prefeitura reembolsar os vales-transportes, fossem de trabalhadores ou estudantes, que eram contabilizados em valores unitários maiores que a tarifa paga em $ ao cobrador.
    Oriundo do RJ, um dia perguntei a um supervisor porque havia tantos ônibus em São Paulo com aquelas plaquetas internas de itinerários de ruas do Rio de Janeiro, quando me foi explicado que a Prefeitura reembolsava ao operador, na forma de subsídio, o prejuízo operacional. Ou seja, no estado que fabrica a maior parte dos veículos comerciais do País, as empresas de ônibus preferiam comprar unidades USADAS no estado vizinho MAIS CARAS QUE NOVAS.
    Realmente, acho que a “Martaxa” quebrou uma máfia!

  32. Eu penso que se uma
    Eu penso que se uma prefeitura não é capaz de gerir uma empresa pública de ônibus, ela também não é capaz de regular um sistema concessionado, portanto – e por entender que se trata de um serviço público essencial -, eu defendo que as prefeituras assumam as rédeas disso por meio da criação da empresas de públicas – ou quem sabe empresas de economia mista.

    Mas se pensarmos bem, tanto o modelo de empresas públicas de ônibus quanto de concessões públicas para empresas privadas são potencialmente viáveis, mas dependem de uma variável que nem sempre é favorável: A competência técnica das prefeituras em realizar o que quer que seja. Eu, que não sou nem um um pouco entusiasta desse modelo de representação municipal, prefiro fico por aqui mesmo, porque esse debate dá pano pra manga…

  33. Respaldo a iniciativa de Eli
    Respaldo a iniciativa de Eli pro grupo de discussão sobre mobilidade urbana. Aliás, poderia ser um só grupo que incluisse o subtema de mobilidade sustentável. Já é hora de colocar esse tema em relevância no blog.

  34. Transporte público na grande
    Transporte público na grande São Paulo é um lixo. Ônibus ruins, superlotados, sem horário; metrô superlotado. Falta construir mais uns 150 km de metrô, o que Serra não está interessado em fazer.

  35. Canso de ver pessoas
    Canso de ver pessoas defendendo que a solução para o trânsito de sp é o metrô, discordo. São Paulo melhorou muito no transporte na época em que a Marta fez auterações nas linhas, regulamentou os perueiros, implantou o bilhete único, renovou a frota e investiu pesadamente nos corredores de ônibus e terminais. Ai chegou o Sr. Serra e trouxe no bolso o Sr. Kassab, o mesmo que por motivos politicos já vinha há anos comendo pelas beradas nas gestões de Maluf e Pitta. Resumindo não fizeram um investimento sequer no setor, terminaram a obra do fura fila, que éra o grande elefante branco do Pitta, e para enganar a população mais uma vez, no ultimo ano de mandato, pintaram o metrô como sendo a única alternativa para São Paulo. POBRE SÃO PAULO! POBRE PAULISTA!

  36. Em Santos também querem fazer
    Em Santos também querem fazer algo estranho.
    Em 2006 foi feito em projeto de integração metropolitana com corredores e ônibus bi-articulados orçados na época em R$ 262,1 milhões (R$ 125,7 para o setor público e R$ 136,4 para a iniciativa privada).
    Agora o projeto é com bondinhos, numa velocidade média de 20 km/h e orçado em R$ 750 milhões.

    Parece que vai ser muito dinheiro pra muita gente.

    Solução simples mas que trariam grandes impactos aos passageiros não são nem discutida. A implantação de um bilhete único metropolitano com integração por tempo, como é feito em São Paulo, e uma melhor gestão das linhas de ônibus já ajudariam muito.

  37. É público e notório que as
    É público e notório que as “lotações” em São Paulo , na periferia, tem que pagar pedágio para o PCC, um valor de 35 reais em média, agora multiplique o total de “lotações” que existem em São Paulo por 30 reais. Quando será que a políca, ministério público e afins…tomarão providências?

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