“Travem a batalha da comunicação”, é a ordem de Dilma aos ministros

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Na primeira reunião ministerial, a presidente defendeu os ajustes fiscais e “aperfeiçoamento” das políticas sociais
 
 
Jornal GGN – “Devemos enfrentar o desconhecimento, a desinformação sempre e permanentemente. Sem tréguas. Não permitam que a falsa versão se crie. Reajam aos boatos, travem a batalha da comunicação”, disse a presidente Dilma Rousseff aos ministros, rompendo o silêncio na sua primeira manifestação pública desde a posse. 
 
O aviso foi claro. Dilma declarou guerra à manipulação da imprensa, esboçando sequência ao possível foco de seu segundo mandato: a comunicação. Pediu à sua equipe ministerial que falem mais, reajam mais, comuniquem-se claramente. 
 
A pauta da regulação da mídia, com encaminhamento garantido por Dilma, e um dos temores dos grandes veículos, já recaiu sobre a cobertura, que neste primeiro mês de novo mandato, foi marcado por bombardeio exaustivo sobre todas e quaisquer declarações dos ministros, com especial enfoque para a equipe econômica. 
 
Por outro lado, o pedido de comunicação da presidente é visto como contraditório, considerando o hiato de um mês de silêncio, momento em que a população aguardava manifestações sobre as diretrizes que serão adotadas por Dilma para a gestão que segue.
 
Ao criticar as distorções das notícias, Dilma finalmente abordou o tema delicado da crise hídrica. Em resposta aos jornais que repudiaram seu silêncio e a responsabilizaram pela falta de água em alguns estados do país, a presidente recordou aos veículos quem eles deveriam cobrar: os governos estaduais.
 
“Lembrem-se que, desde o início desta que é a maior estiagem das últimas décadas, o Governo Federal apoiou e está apoiando de todas as formas, inclusive com vultosos investimentos, investimentos elevados, às demandas dos Governos Estaduais, responsáveis constitucionais pelo abastecimento de água”, disse.
 
Ajustes fiscais
 
Dilma também justificou as medidas de ajustes fiscais como de caráter corretivo. “São medidas estruturais que se mostram necessárias em quaisquer circunstâncias”, disse a presidente. “Tudo o que estamos fazendo visa manter e fortalecer o modelo de desenvolvimento que mostrou ser possível conciliar crescimento econômico, distribuição de renda e inclusão social”, completou, referindo-se ao pacote de aumento de impostos, anunciado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na última semana.
 
A presidente defendeu a retomada de estabilidade e credibilidade econômicas, que são fatores obrigatórios para “as mudanças que o país espera para os próximos quatro anos”. “Contas públicas em ordem são necessárias para o controle da inflação, o crescimento econômico e a garantia, de forma sustentada, do emprego e da renda”, disse.
 
Quanto às modificações que refletem em direitos trabalhistas – ocasionadas pelas medidas provisórias 664 e 665, editadas pelo Planalto no final de 2014, que buscariam “corrigir distorções e fraudes” e a redução de R$ 18 bilhões nas despesas da União -, Dilma defendeu que não são “ajustes fiscais”, mas “aperfeiçoamento de políticas sociais”.
 
Leia mais: Sem recuos, encontro de ministros e centrais sindicais promete desacordo
 
Dilma Rousseff enfatizou que não foram apenas essas medidas de maior repercussão na imprensa que foram tomadas para promover o reequilíbrio orçamentário.
 
Na política fiscal, por exemplo, citou as correções nas alíquotas da CIDE sobre o combustível e do IOP sobre o crédito pessoal, além as propostas de correção do PIS/COFINS sobre bens importados e do IPI sobre cosméticos. Também deixou clara a intenção de cortar custos da máquina pública de parlamentares, com o Projeto de Lei Orçamentária de 2015. Enquanto a discussão ocorre no Congresso, a presidente decidiu reduzir em 1/3 o limite orçamentário de todos os Ministérios. 
 
Leia também: Mídia & Governo: A guerra da comunicação, por Luciano Martins Costa
 
Leia, abaixo, o discurso na íntegra:
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

29 Comentários

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  1. ” travem a batalha de

    ” travem a batalha de comunicação”

    Enquanto isso ela e o pessoal que escreve os discursos dela ficam “mudando de canal” e enchendo as burras dos donos da comunicação.

  2. Quando era criança,

    Quando era criança, repetia-se sempre o bordão de que “se quer que os menores façam alguma coisa correta, o exemplo tem de vir de cima (dos pais)”. Acho que este bordão deveria ter sido ensinado a nossa presidenta. Se quer que os ministros se comuniquem melhor, que sejam mais claros e que não deixem de responder às questões espinhosas, a própria presidenta deveria dar o exemplo indo às redes de rádio e TV uma vez por mês fazendo um balanço de tudo que foi feito. Deveria reduzir também em 1/3 as verbas de publicidade e cortar subsídios aos veículos de comunicação como na compra de papel para impressão de jornal.

    O povão paga a sua conta mesmo porque não tem como se safar. Está tudo descontado em seu contra-cheques ou embutidos nos impostos que paga nos produtos e bens adquiridos. Já alguns empresários se locupletam cada vez mais com as crises sejam elas financeiras ou de identidade.

    Tome tento Presidenta!!

    1. [  Quando era criança,

      [  Quando era criança, repetia-se sempre o bordão de que “se quer que os menores façam alguma e coisa correta, o exemplo tem de vir de cima (dos pais)[ Essa é um visão romântica e imbecil do que é o Estado. Quem faz de fato uma Nação não quem esteja na cúpula do poder, quiçá teve que se submeter as piores corrupções para que fosse possível  cehgar lá, mas o cidadão que vende café na esquia e não rouba nem R$ 0,1 no troco, até porque poderá levar uns tapas e esse jamis roubará nada do Estado, talvez um grade de bueiro para fazer uma chapa para esquenta o café

  3. Como a DILMA espera vencer a

    Como a DILMA espera vencer a batalha da comunicação se ela não corta as linhas de provisões do INIMIGO ?!?!?

     

    “O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”

  4. “Façam o que eu digo…

    e não o que faço. De minha parte, continuarei calada, deixarei a “grande” mídia ter sempre a última (de preferência a única) palavra e para tanto a apoiarei com polpudas verbas ditas de propaganda”. Isso é Dilma.

  5. Ou seja: façam o que digo,

    Ou seja: façam o que digo, mas não façam o que faço.

    Ora, presidente Dilma, deixe de bazófias e de lero-lero. A verdadeira comandante não ensina, FAZ! A senhora é que deve dar o exemplo. Essa responsabilidade é intransferível. Tome para si a agenda da Secretaria de Comunicação Social. Antene-se mais acerca do que ocorre além palácios. Fale com e para o povo. 

    Quem deve precípuamente defender um governo é o mandatário maior. Claro que isso exige critérios. Também não fica bem uma Chefe de Governo e de Estado ficar à postos para responder ou contraditar qualquer “pé rapado” da mídia oposicionista, a exemplo dos “reinaldos” “jabores”, “mirians”, mervais” et caterva da vida. .  Se esta incide em falsidades, seletividades, responda aos dono,  aos barões diretamente repondo a verdade e os expondo pela falta de ética. 

    Assuma, encampe de peito aberto esse projeto de regulação ECONÔMICA da mídia. Trata-se de uma necessidade. É uma questão crucial para um país que almeja uma democracia plena, qual seja, aquela onde nada e ninguém se coloca e age  acima e ao revel das instituições políticas e, no extremo, da própria Lei. O país, tal como ocorre hoje, não pode ter “donos”. Prescinde de quem quer ter sob controle tanto a esfera pública como privada. Estão transformando um país multicultural numa gororoba informe, ínsipida, indistinguível.

    Liberdade plena de expressão e de imprensa, sim! Mas limites quanto ao aspecto material sob pena, como sói hoje ocorrer, dessas liberdades se transformarem em contrafação. Liberdades sem tutelas políticas, ideológicas, e principalmente econômicas. 

     

    1. Tá difícil de defender esse

      Tá difícil de defender esse governo Dilma, né JB? Eu, como sempre ataquei os governos petistas, me sinto tranquilo, não errei, mas me imagino na situação de vocês tentando, em legítima defesa, salvar essa tragédia que é Dilma Rousseff.

       

  6. Muito bem que se comuniquem,

    Muito bem que se comuniquem, é importante. Mais importante ainda é realizarem algo de bom. Aguardemos, porque só bate boca não resolve.

  7. PARECE QUE ACORDARAM!

    Enquanto a mídia dá pouca importância a certas informações, e em outros casos arrasta a divulgação por vários meses, dando o máximo de visibilidade; o governo vai na onda, como se aquilo fosse o correto e inconstestável, sendo cúmplice da própria manipulação, ainda que por omissão.

    É muito bom e indispensável, que os integrantes do governo não enfiem o rabo no meio das pernas, diante das manipulações da mídia paga. E muito mais do que isso, precisamos que os políticos que apoiam o governo , também reajam a essa manipulação. Pois são eles que estão por trás de diversos movimentos sociais, que quando saem às ruas, não podem ser escondidos. O povo sente a omissão dos políticos que estão por trás do governo, de coletivos como a UNE, o MST, a CUT, etc; que não se manifestaram, por exemplo, quando:

    __Engavetaram o processo contra o financiamento público de campanhas.

    __Aberrações políticas alegaram a inconstitucionalidade da PEC 73/2005, nosso direito de cassar políticos por iniciativa e voto popular.

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.353408031461532.1073741837.300330306769305/353408038128198/?type=3&theater

    __Anularam o VOTO IMPRESSO.

    __etc…

    O que o povo pode pensar, de quem foi eleito para defendê-lo, mas se cala diante de atrocidades, como as apontadas acima? É muito simples, o povo identifica a conivência, a cumplicidade, a omissão; e tudo vira farinha do mesmo saco. Parece que claro, que isso chegou ao limite…

    Porém, Sra. Presidenta, a questão principal é puramente matemática. Se existe toda essa manipulação, é porque apenas meia dúzia de gente decide o que divulgar nas TVs, e em toda a mídia paga. Se houvessem dezenas de canais de TVs competitivos, as principais rádios e jornais fossem democratizadas, sendo proibido que ficassem nas mãos de poucas pessoas; a Sra. não acha, que seria bem mais fácil a divulgação de outros pontos de vista nesses meios de comunicação de massa? 

    Vamos trabalhar para isso, convidamos a todos para que participem dessa iniciativa popular; e ao governo, para que use todo seu poder de pressionar o Congresso, para que aprove logo a democratização da mídia e a reforma política:

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.300951956707140.1073741826.300330306769305/532492050219795/?type=3&theater 

    Aliás, Sra. Presidenta, a hora das mudanças é agora. Porque o PMDB e os partidos aliados não arriscariam perder seus cargos no governo, que precisam ser tomados, caso votem contra no Congresso. Deixar isso para fim de mandato, leva ao fracasso, como no caso da PEC 73/2005, que foi engaveta, e precisa ter sua tramitação retomada. Isso porque em fim de mandato, esses cargos já estão expirando, e não mais valor algum.

     

  8. Sempre liberdade de imprensa, não de empresas !!!!!

    Já estou ficando de saco cheio com esta balela de jogo de esconde esconde !!!!!

    Se é para fazer que se faça logo, ou seja que cumpra o que determina a CF, nada mais!!!

    Transferir responsabilidades, nunca foi ato de estadista, ou de quem pretenda ser, e ficar falando para se travar uma “Batalha das Comunicações” enquanto municia o adversário com vultuosas verbas publicitárias da União, é nos fazer de otários !!!

    Muito já fizemos por ete governo !!!! Haja visto o sufoco que foi as manipulaões da midia quando da última eleição !!!

    Torno a dizer o que disse no início – Estou ficando de saco cheio, e se o governo não tem “culhões” ou vulva, para enfrentar os coronéis midiáticos, que relaxe e goze, como disse tempos atrás uma petista, hoje debandada !!!!!!

  9. QUÁ, QUÁ, QUÁ, QUÁ…

    (Tou so copiando e colando comentários que fiz em outros blogs…)

    AGORA VAI??? QUE PIADA DE MAU GOSTO, PRESIDENTA!!! QUEM ACREDITA NISSO???

    “Não permitam que a falsa versão se crie. Reajam aos boatos, travem a batalha da comunicação, levem a posição do governo à opinião pública. Sejam claros, precisos, se façam entender. Não deixem dúvidas.”

    Essa parte da fala da Presidenta é de uma PATETADA sem tamanho! (Nem vou analisar o resto…)

    E a culpade ter chegado a esse ponto é do PT, do LULA e da própria DILMA!

    Foram cagões com a mídia desde o início dos governos, ainda em 2002. A Veja despejava (e despeja) mentiras e mais mentiras e a Secom despejava VERBAS e MAIS VERBAS para a Abril.

    Em que estariam pensando as pessoas presentes nessa reunião? Certamente dando risadas por dentro.

    Governos Lula & Dilma e PT foram e são frouxos e medrosos com a mídia. Não enfrentou, não vai enfrentar e vai continuar tomando porrada do PIG.

    EU ACHO É POUCO PARA VER SE ESSE BANDO DE CAGÕES – PT, LULA & DILMA – UM DIA ACORDA!!!

  10. SYRIZA E PODEMOS AVANÇAM NA EUROPA, E DILMA SE RENDE COM LEVY

    Syriza e Podemos avançam na Europa, e Dilma se rende com Levy

    publicado em 26 de janeiro de 2015 às 12:27

    Syriza-e-Podemos

    Alexis Tsipras (Grécia) e Pablo Iglecias (Espanha) vão ceder às levyandades do mercado?

    “A Grécia vai deixar a austeridade da catástrofe e do medo”, garantiu Alexis Tsipras no seu discurso. “Os que foram derrotados foram a elite e os oligarcas. Vamos ter de volta a nossa dignidade, a nossa soberania.”

    SYRIZA E PODEMOS AVANÇAM NA EUROPA, E DILMA SE RENDE COM LEVY

    por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador

    A vitória do partido de esquerda Syriza, na Grécia, é uma resposta da Democracia contra o chamado “Mercado” – que tenta sequestrar a vontade popular impondo um programa liberal “inevitável” (como se homens e mulheres não pudessem escolher o seu caminho).

    O Syriza ganhou as eleições na Grécia, com maioria no Parlamento e provavelmente sem necessidade de acordos ou alianças. A vitória veio depois de 6 anos de crise social catastrófica. E vejam que curiosa a forma como a imprensa brasileira trata o assunto:“Esquerda radical vence na Grécia“, diz o UOL/Folha; “Esquerda radical chega ao poder na Grécia e preocupa Europa”, diz o Estadão.

    Desde 2008, os governos gregos seguiram à risca o programa neoliberal do FMI e da União Européia – sob supervisão da Alemanha. Resultado: cortes, desemprego, recessão.

    A economia grega encolheu 25% em 6 anos. Um de cada quatro trabalhadores perdeu o emprego. Houve um desmonte do Estado, uma submissão completa ao chamado “Mercado”. Mas a imprensa brasileira jamais chamou os governos gregos anteriores, que adotaram esse programa suicida, de “direita radical”, ou de “ultraliberais radicais”.

    Pouco importa, a essa altura. A tentativa agora será emparedar o Syriza, gerando tensões, obrigando a nova liderança grega a “jogar o jogo” de Merkel.

    O problema para a direita liberal européia é que há outro jogo em andamento. Na Espanha, o “Podemos” (que “O Globo” também chama de “esquerda radical”) é favorito para vencer a eleição deste ano. Com um programa de aprofundamento da Democracia.

    O líder do “Podemos” espanhol, Pablo Iglesias, fez aliás um comentário cáustico sobre a vitória do Syriza na Grécia:  “Os gregos não terão mais à frente do governo um delegado a serviço de Angela Merkel”.

    O Syriza e o Podemos não são “radicais”. Esse adjetivo é uma forma de jogá-los numa espécie de gueto ideológico. Radical era a Thatcher  que esculhambou o Estado inglês. Radical é o Samaras (primeiro-ministro grego, ultraliberal, que fez o serviço sujo para o FMI e a Merkel).

    Radical, talvez, fosse o Lênin. Ah, se algo parecido com Lênin existisse na Grécia, o Samaras estaria a caminho do fuzilamento. Mas não é assim. O Syriza joga na Democracia. É uma chance de resgatar a Democracia da mão dos fundamentalistas liberais.

    O curioso é que a Europa – ou parte dela ao menos – ameaça virar à esquerda no exato momento em que o Brasil faz um estranho giro à direita. Joaquim Levy foi à Europa para participar do convescote liberal em Davos (Suiça). Parece que o Brasil volta aos tempos de FHC, quando ministros bem comportados se exibiam como fiéis cumpridores da fórmula liberal. Patético.

    Durante 6 anos, enquanto a Europa se afundava em desemprego e recessão, o Brasil (sob o comando de Guido Mantega na Fazenda) resistia, e adotava uma fórmula oposta à sugerida pelos neoliberais.

    Grécia, Espanha, Portugal e Itália seguiram à risca a formulinha liberal. Naufragaram, deixaram a Alemanha mais forte, e agora buscam saídas.

    Mas o jogo é confuso. Na França, a crise ameaça levar o país para a direita fascista. Le Pen (a filha) com sua Frente Nacional (extrema-direita) pode ganhar o poder, depois da traição programática do PS (Partido Socialista) francês. Não será uma saída pela esquerda. Mas Le Pen significará também o fracasso da Europa liberal.

    Nessa hora dramática, e depois de ter resistido bravamente, o Brasil inicia um ajuste liberal – com a marca da traição programática que deixou o PS francês em frangalhos.

    O que o Syriza tentará fazer a dura penas na Grécia (mas com maioria parlamentar e mobilização nas ruas) é o que o PT já conseguiu fazer nos últimos anos: programas sociais, redução da desigualdade, defesa do Estado e da soberania nacional.

    Tudo isso corre risco aqui no Brasil. A direita pode implodir, por dentro, o que se conseguiu construir nos últimos 10 ou 12 anos.

    As ações de Levy e a omissão de Dilma (que sumiu e não fala com sua base social) mostram que o quadro pode se agravar.

    Se Dilma não corrigir o rumo, o Brasil irá para a recessão. Com a direita babando pelo impeachment e os movimentos sociais nas ruas, estará aberta a disputa: mais adiante, teremos uma saída a la Syriza? Ou no estilo Le Pen?

    Hoje, o jogo está indefinido.

    O Brasil tem um mercado interno poderoso e um arremedo de Estado social criado nos anos Lula. Tem bancos públicos e uma classe trabalhadora razoavelmente organizada. Tem um partido de esquerda (?) ainda com alguma força, como o PT.

    Deveria usar esse patrimônio para impedir que a crise se aprofunde.

    A Esquerda pode costurar um programa que signifique defender os avanços dos anos Lula, radicalizando a Democracia, defendendo o papel do Estado e rejeitando o programa dos Armínios e Levys.

    O PT e Lula ainda podem ajudar a costurar esse novo pacto. Mas se não agirem rápido, correm o risco de virar um PASOK (o velho partido de centro-esquerda grego, que teve menos de 5% dos votos) ou um PS francês – que jogou a história no lixo e abriu caminho para a extrema-direita fascista.

  11. “Levy erra. Problema é a alta rotatividade

    “Levy erra. Problema é a alta rotatividade e não o seguro-desemprego”

    publicado em 26 de janeiro de 2015 às 17:00

    levy

    Juvandia Moreira

    Para Juvandia Moreira, o ministro  Joaquim Levy está “atacando as consequências e não a causa”

    por Conceição Lemes

    Em 29 de dezembro de 2014, o governo Dilma editou uma série de medidas provisórias (MPs) que alterarão auxílios previdenciários, como a pensão por morte, seguro-desemprego e auxílio-doença.

    Especificamente em relação ao seguro-desemprego, as novas regras que passam a valer a partir de março são as seguintes:

    *O trabalhador que solicitar o benefício pela primeira vez, terá de ter trabalhado por 18 meses nos 24 anteriores.

    *Na segunda solicitação do benefício, ele terá de ter trabalhado por 12 meses nos 16 anteriores.

    *A partir da terceira solicitação, terá de ter trabalhado, pelo menos, por seis meses ininterruptos nos 16 meses.

    As centrais sindicais, dentre as quais a CUT, são contra essas medidas.

    O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) calcula que a mudança pode restringir o acesso ao benefício a mais de 2 milhões de trabalhadores.

    Para colocar mais lenha na fogueira, na última sexta-feira 23, o ministro Joaquim Levy disse que o atual modelo de auxílio-desemprego do país está “completamente ultrapassado”.

    A declaração foi dada em entrevista ao jornal Financial Times, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

    Matéria do G1 explica:

    Em inglês, Levy utilizou a expressão “out-of-date” (em tradução livre, obsoleto ou ultrapassado) para se referir ao sistema de benefícios previdenciários. Ele citou a necessidade de “livrar-se de subsídios e ajustar os preços” como providências imediatas de sua política fiscal.

    Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, discorda da declaração.

    “Para começar, o ministro Joaquim Levy ignorou totalmente o lado dos trabalhadores”, detona Juvandia em entrevista a esta repórter.

    “O foco do ministro Levy está completamente errado. O problema não é o seguro-desemprego, mas a nossa alta rotatividade”.

    “O ministro deveria estar preocupado com a rotatividade imensa, apesar da baixa taxa de desemprego”.

    “Antes de sair dando declaração por aí, o ministro tem de investigar por que, apesar da baixa taxa de desemprego, a rotatividade é alta”.

    Alta rotatividade significa que as pessoas não estão ficando muito tempo no emprego.

    A questão é por quê. Tem a ver com as características do setor? É problema de sazonalidade? Ou será que as demissões não são formas de reduzir custos? Demite-se um que está para ganhar mais para pagar menos ao novo trabalhador?

    Juvandia prossegue nas críticas à proposta de Levy:

    “A alta rotatividade é que tem de ser investigada e combatida”.

    ” O ministro Levy precisa olhar mais e melhor o mercado brasileiro para depois falar. E aí buscar soluções que não prejudiquem os trabalhadores”.

    “Para resolver o problema de fato, é fundamental um processo de negociação. E não ficar atacando as consequências e não o problema em si”

  12. ALTAMIRO BORGES

    Dilma e a batalha perdida!

    por Altamiro Borges, em seu blog

    Na abertura da primeira reunião ministerial do seu segundo mandato, nesta terça-feira (27), a presidenta Dilma Rousseff criticou as manipulações da mídia e conclamou sua nova equipe a travar o debate de ideias na sociedade. “Nós devemos enfrentar o desconhecimento, a desinformação, sempre e permanentemente. Vou repetir: sempre e permanentemente… Reajam aos boatos. Travem a batalha da comunicação”, afirmou. O discurso até é bonito, aguerrido, mas seus efeitos podem ser frustrantes. Afinal, o governo até hoje não adotou as medidas necessárias para travar a “batalha da comunicação” e para se contrapor à mídia monopolizada e manipuladora.

    Durante meia hora, a presidenta reeleita abordou vários temas. Ela tentou explicar as medidas econômicas adotadas neste início do seu segundo mandato. Afirmou que elas decorrem da crise internacional, que afetou os preços das commodities e reduziu os investimentos, e também dos problemas internos. Em outro trecho, ela garantiu que o “equilíbrio fiscal” não afetará os avanços sociais dos últimos 12 anos. “Quando for dito que vamos acabar com as conquistas históricas dos trabalhadores, respondam em alto e bom som: ‘Não é verdade!’. Os direitos trabalhistas são intocáveis, e não será o nosso governo, um governo dos trabalhadores, que irá revogá-los” (leia a íntegra do discurso abaixo).

    O discurso indica uma maior compreensão sobre a urgência da “batalha da comunicação”. O problema é que os instrumentos para esta batalha são limitados. Até recentemente, a própria Dilma Rousseff evitava as polêmicas e o confronto com as falsidades e as meias verdades veiculadas na mídia tradicional. Ela acabou vestindo o figurino de “gerentona” e “tecnocrata”. A presidenta só mudou de atitude, assumindo uma postura de estadista e líder política, na campanha eleitoral do ano passado. Não vacilou, inclusive, em utilizar três minutos do seu último programa eleitoral “gratuito” para criticar a “criminosa” revista Veja. Na sequência, porém, a presidenta “sumiu” e voltou a adotar a tática defensiva.

    A área de comunicação do governo, que inclui todos os ministérios e os postos chaves de aliados no parlamento, ficou sem dar respostas aos novos ataques da oposição demotucana e da sua mídia. A presidenta foi acusada de “estelionato eleitoral”, de trair seu programa de campanha, de chefe de uma “organização criminosa”, de jogar o país na recessão e de todos os males que afligem a nação – inclusive pela falta de água em São Paulo. A resposta a esta onda devastadora foi tímida – para não dizer inexistente. Agora é conferir se a base de apoio do governo terá mais energia para travar a “batalha da comunicação”.

    Além disso – e o que é pior –, durante o seu primeiro mandato, Dilma Rousseff manteve intacto o poder destrutivo dos monopólios midiáticos. Ela abortou qualquer projeto de regulação democrática dos meios de comunicação. Preferiu a repetir a platitude do “uso do controle remoto”. Não fez nada para regulamentar os preceitos inscritos na Constituição Federal, que proíbe – entre outras pragas – os monopólios neste setor. Ela arquivou as resoluções aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e as propostas elaboradas pela equipe do ex-presidente Lula.

    Agora, Dilma prega a urgência da “batalha da comunicação”, mas está totalmente desarmada para travar esta batalha estratégica. Nem mesmo as medidas que independem de votação no Congresso Nacional – hoje um campo ainda mais desfavorável, com ampla maioria conservadora – foram implementadas no primeiro mandato. As verbas publicitárias continuaram alimentando cobras, reforçando os monopólios. A experiência da construção de uma tevê pública, a TV Brasil, também foi menosprezada, quase abandonada.

    Um balanço geral indica que a tal “batalha da comunicação” pode se transformar numa batalha perdida, num mero jogo retórico. Para enfrenta-la de fato, o segundo mandato da presidenta Dilma precisará fortalecer e revitalizar a sua própria área de comunicação. Nenhuma “desinformação” deve ficar sem resposta – inclusive com a utilização legal da rede nacional de rádio e tevê. Mais do que isto, Dilma precisará mostrar que está disposta, de verdade, a enfrentar o poder da ditadura midiática – seja rediscutindo a distribuição das verbas publicitárias, reforçando o sistema público de comunicação e propondo um amplo debate à sociedade sobre a regulação democrática da mídia. A conferir!

  13. Eu entendo que a palavra do

    Eu entendo que a palavra do governo é votar no Eduardo Cunha para presidir a Camara, por esta razão o vice presidente prestigiou.

     

  14. Talvez……………..

    Até agora, não postaram meu comentário sobre este artigo, talvez por um exagero meu, e o moderador não o tenha considerado.

    Mas….., vai que pega, e o que postei não foi nada escabroso, somente dizendo ” que tem que ter culhões ou vulva para “peitar”  os coronéis midiáticos!!!

    Ou então, a midia tem algum dossiê contra os governos, sejam eles de que partido forem,  e de vários integrantes do Congresso e isto os tornam reféns desta midia prostituta !!!!!!!

    Por isto não fazem nada !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  15. Não existe comunicação sem MEIO de comunicação!

    A comunicação está bloqueada em todos os sentidos pela … míRdia! (meio…).

    Não passa som, luz, radiação eletromagnética, nada que eles não queiram! As vezes filtrados…

    (sim há alguns buraquinhos com tênues vazamentos. mas só quem está perto deles é que os percebe).

    Quando será que a nossa brava presidenta vai entender isso?

  16. Pelos comentários, agora só

    Pelos comentários, agora só resta mesmo o “Tiro no peito”. A oposição deve estar exultante e já preparando o terno da posse  do Temer.

  17. O estilo “bateu levou”, de

    O estilo “bateu levou”, de saudosa memória, é o caminho mais rápido para o fim.

    O estilo “engole sapo e faz uma piada”, do Lula, é  bem mais indicado. Mas a Dilma não escuta mais o Lula.

    1. Meus comments não são mais

      Meus comments não são mais publicados, não sei porque, nunca agredi ninguém.  Mas tudo bem, nem que seja para o(a) moderedor(a)o  quero dizer que estrelei o comentário do Alex Sotto.

       

  18. Comentários censurados ??????????????????

    Sr. Moderador !

    Meus dois comentários sobre o artigo em pauta, postados em torno das 15 horas, foram censurados ?

    1. Travar?

      wendel, você talvez tenha mostrado aqui que  o TRAVAR (ironicamente, quem sabe!) utilizado pela jornalista Patrícia Faermann  pode significar claramente o que Dilma muito fez, que foi travar o seguimento das comunicações, amarrar, mandar que tudo ficasse sob as ordens dela.

  19. Desculpas……………………

    Retornando, venho apresentar minhas desculpas ao moderador, pela cobrança feita sobre a não publicação de meus comentários, os quais, foram, ainda que com algum atraso, publicados.

    Assim, ratifico minhas desculpas, e afirmo que o GGN é um dos sites que frequento com muito prazer, tendo inclusive nestes vários anos, sendo um grande contraponto à midia prostituta !!!!

    Nossos sinceros agradecimentos  e, caso futuramente o Nassif sofra qualquer retaliação pela sua combatividade, estaremos sempre a postos.  

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