União deixa de repassar a Ibama e órgãos por crise

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Coluna de Ilimar Franco desta sexta (29) mostra que a União está com dificuldades para repassar recursos em vários gabinetes de Ministérios e órgãos federais, por conta do défict fiscal de quase R$ 115 bilhões, em 2015, e a previsão para este ano. Um dos casos foi o repasse ao Ibama, que ficou por quatro meses sem receber do governo. 
 
Ainda de acordo com o jornalista, o Conselhão reuniu para discursar primeiro os conselheiros e, em seguida, a resposta dos ministros a respeito das críticas. 
 
Por Ilimar Franco
 
Penúria federal
 
Com déficit fiscal da União de quase R$ 115 bilhões em 2015 e previsão de mais aperto este ano, o governo Dilma vem segurando as liberações de recursos para as despesas de vários ministérios e órgãos federais. No Ibama, por exemplo, uma das empresas contratadas resolveu cruzar os braços ontem, depois de ficar quatro meses sem receber, afetando serviços de fiscalização do instituto.
 
Mais aperto à vista
 
O Ibama deve à empresa Locamérica, que aluga carros usados nas fiscalizações, R$ 7,4 milhões. Segundo o instituto, o atraso ocorre pelas “limitações financeiras estabelecidas pelo contingenciamento do Orçamento da União”. Hoje, um dos principais casos monitorados pelo Ibama é o caso do rompimento de barragem em Mariana (MG). A empresa aceitou voltar ao serviço, sob condição de solução até 5 de fevereiro. A penúria na Esplanada deve piorar com o anúncio dos cortes de 2016, no dia 12.
 
“Estamos muito preocupados com o desemprego na juventude. Ele cresce três vezes mais que o da população em geral. Milhares de jovens saindo das universidades e sem mercado de trabalho”
 
Carina Vitral, presidente da UNE, sobre o seu discurso no Conselhão
 
Sem réplica
 
O Planalto fechou a reunião do Conselhão à imprensa com medo de críticas dos conselheiros. Foi estratégico, ainda, na ordem dos discursos: primeiro, os conselheiros; depois, os ministros. Para evitar que o governo fosse rebatido.
 
Nova Controladoria
 
O ministro Valdir Simão (Planejamento) irritou representantes de servidores públicos na reunião do Conselhão. Focou seu discurso na necessidade do controle da gestão. “Puseram um controlador no ministério. Agora, temos a CGU 2 no governo”, disse um dos indignados, referindo-se ao fato de ele ter comandado a CGU.
 
Foi mal, chefe
 
Com o tempo cronometrado para o discurso, no Conselhão, a ministra Kátia Abreu (Agricultura) fez a plateia gargalhar. “Ih, presidente (Dilma), eu sei que esse é seu slide preferido, mas vou ter que pular. Não vai dar tempo!”, lamentou.
 
De volta para casa
 
Juízes auxiliares afastados de suas repartições de origem há mais de quatro anos têm até domingo para fazer as malas e voltar. A ordem partiu do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), após constatar que há magistrados “emprestados” há mais de dez anos a tribunais superiores, como o STJ e STF. Em todo o país, há 631 casos.
 
Os largados
 
O CNJ alega que, nas jurisdições originais dos magistrados afastados, acumulam-se milhares de processos. Em Brasília, há uma turma tão antiga que se criou até um clube informal — a Associação dos Juízes Largados à Própria Sorte.
 
R$ 6 bilhões a mais
 
Com o aumento do salário mínimo acima do previsto, técnicos do Orçamento refazem as contas do déficit projetado para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 2016. Subiu de R$ 125 bilhões para R$ 131 bilhões.
 
Presidente da Frente de Prefeitos, Marcio Lacerda (BH) pediu à ministra Cármen Lúcia (STF) decisão rápida sobre a redução da dívida dos municípios.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. ķkkkkkkkkkkk
    Eu acho que o Estado do Rio de Janeiro deveria contribuir mais compartilhando sua receita de royalties uma vez que vai se beneficiar da brilhante administração petista na Petrobras e o mar é da União.

  2. Meio bilhão para administradora do Mineirão!

    Enquanto isso em Minas, um dos estados mais quebrados por sucessivas gestões tucanas, a PPP do Mineirão já repassou  à Minas Arena, em três anos, 454,7 milhões de reais! Quase meio bilhão de reais, torcida brasileira!! Notícia no jornal O Tempo de hoje. 

     

  3. é fácil, é só fiscalizar por correspodência!

    manda uma cartinha  perguntando se o cara matou, desmatou, ou destruiu de alguma outra maneira a natureza. e depois esperar a resposta!

    não é só ibama que está parando as atividades.

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