Ocupação Povo Sem Medo segue em luta e caminhada de 23km até Alckmin

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]


Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – Foram mais de 10 mil pessoas juntamente com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) a caminho do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, para cobrar de Geraldo Alckmin a desapropriação do terreno onde estão mais de 7 mil famílias da ocupação Povo Sem Medo, em São Bernardo do Campo.
 
A insatisfação dos movimentos sociais aumentou depois que uma decisão judicial, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo, proibiu o show do cantor e compositor Caetano Veloso, que ocorreria às 20h45 desta segunda-feira (30), na Ocupação.
 
“É a primeira vez que sou impedido de cantar no período democrático”, manifestou-se Caetano Veloso, que ainda assim tentou fazer a apresentação, chegando ao local por volta das 19h. Entretanto, os organizadores do evento, acompanhados de lideranças como Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, anunciaram que a decisão da justiça seria respeitada.
 
“Talvez com isso eles pretendessem  que a gente reagisse no mesmo nível e fosse para a agressão com a Guarda Civil ali na frente”, afirmou Boulos, criticando a Prefeitura, a Justiça e o Ministério Público. Imediatamente após o anúncio, o público começou a gritar “Amanhã, amanhã”. 
 
Acompanhada de Caetano, estavam a produtora Paula Lavigne e o cantor Criolo. Paula usou o microfone para se desculpar com a pletéia do cancelamento inesperado e injusto do show de Caetano. “Estamos aqui, estamos juntos”, disse o cantor. 
 
Em troca, os artistas que participaram do evento na Ocupação realizaram um ato em um pequeno palanque, perto do local da coordenação, com palavras de ordem e manifestações de protestos. Estiveram presentes as atrizes Sônia Braga, Letícia Sabatella, e Alinne Moraes, e a cineasta e apresentadora Marina Person.
 
“Vocês são exemplo para nós, de esperança, alegria, riqueza, cultura. Muito obrigado por nos ensinarem”, disse Letícia Sabatella. “A luta de vocês é completamente legítima e ela tem de continuar”, disse Marina Person. As artistas foram à Prefeitura de São Bernardo e ao Ministério Público tentar, sem sucesso, a liberação do show, o que não pode ocorrer.
 
Por volta das 20h, o ato na Ocupação terminou com os gritos de “Fora Temer” e “Fora Orlando [Morando, prefeito tucano de São Bernardo]”.
 
Os ativistas, manifestantes e integrantes do MTST acordaram com mais ânimo para seguir os protestos e traçaram uma passeata do Jardim Planalto, em São Bernardo do Campo, no ABC, rumo ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, na zona sul de São Paulo. Caminhando por 23 quilômetros, os manifestantes pretendem alertar para a luta.
 
“Estamos ocupando uma página da história do país. Vamos mostrar ao prefeito (Orlando Morando, do PSDB) e ao governador que moradia não é privilégio, é direito”, disse Andreia Barbosa, da coordenação do MTST.
 
Veja como foi o ato de ontem:
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Caetano Veloso,Freixo,Boulos
    Caetano Veloso,Freixo,Boulos e quejandos não dão ponto sem nó.Vou ficar quieto.Conheço Caetano de outros carnavais principalmente depois que se aburguesou-se.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador