25 curiosidades sobre o Muro de Berlim

Enviado por Adir Tavares

Do Opera Mundi

Por Rafael Targino

No aniversário de 25 anos da queda, conheça 25 fatos sobre o Muro de Berlim. Derrubada da barreira que separava as duas Alemanhas virou símbolo do fim da Guerra Fria; cidade comemora com instalações de balões representando muro

muro de berlim alemanha portalMuro de Berlim e Portão de Brandemburgo

A queda do Muro de Berlim, um marco do fim da Guerra Fria e símbolo do desmantelamento do bloco socialista do leste europeu, completa 25 anos neste domingo (09/11). Antes desse aniversário histórico, conheça 25 fatos sobre a barreira que dividiu a Alemanha por 28 anos:
 

1. A Alemanha Oriental surgiu antes do Muro de Berlim: A Alemanha Oriental – conhecida em português pela sigla RDA (DDR, em alemão) – surgiu anos antes da construção do Muro. Em 7 de outubro de 1949, o novo país foi fundado a partir dos territórios controlados pela União Soviética (após a divisão feita ao fim da Segunda Guerra entre os vencedores). Um contraponto direto ao lado controlado por EUA, França e Reino Unido, que, em 16 de setembro do mesmo ano, arquitetavam a criação da República Federal da Alemanha (RFA, ou BRD, em alemão). No lado oriental, a capital era Berlim; no ocidental, Bonn.

2. Mesmo com duas Alemanhas, Berlim continuava sem divisão física: A cidade foi dividida em quatro partes entre os vencedores da Segunda Guerra: EUA, Reino Unido e França a Oeste, União Soviética, a Leste. Mesmo após a criação das duas Alemanhas, havia certa liberdade de movimento entre as zonas, por mais que o controle (especialmente de leste a oeste) tenha sido aumentado gradativamente. O metrô, com várias linhas que iam de um lado a outro, circulava normalmente.

3. Stalin tentou unificar as Alemanhas: Em março de 1952, o então líder soviético, Josef Stalin, enviou uma proposta aparentemente boa para as forças capitalistas: tratado de paz e eleições livres em uma Alemanha reunificada. A condição era que o novo país não poderia entrar em nenhuma aliança militar contra os antigos ocupantes. O então chanceler alemão ocidental, Konrad Adenauer, recusou o plano, o que muitos historiadores veem hoje como um erro, já que poderia, em tese, ter evitado os 37 anos seguintes de divisão. Mas a proposta de Stalin tinha seus “poréns”: ela fazia com que a nova nação renunciasse a antigos territórios prussianos a leste – o que tinha potencial para acabar com a força política de Adenauer.

4. Stalin autorizou a criação de um “muro virtual”: Com a recusa de Adenauer, Stalin chamou a direção da Alemanha Oriental (notadamente Walter Ulbricht, primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Socialista Unificado da Alemanha – SED, em alemão – e quem efetivamente mandava no país) para uma reunião em Moscou. O líder soviético deu dois conselhos: “organizar o próprio Estado” e “reforçar a proteção da fronteira” entre os dois países. Foi o suficiente: em 26 de maio de 1952, os líderes orientais fecharam a fronteira entre as zonas e estabeleceram perímetros máximos de circulação de estrangeiros dentro da área sob controle soviético – em uma espécie de “muro virtual”.

5. Alemanha Ocidental ganhou soberania no mesmo dia do fechamento da fronteira: No mesmo 26 de maio de 1952, um tratado dava soberania (mesmo que relativa) à Alemanha Ocidental, permitindo que ela entrasse na Otan (Aliança do Tratado do Atlântico Norte) três anos depois.

6. O lugar para fugir era… Berlim: A fronteira interna entre os dois países havia sido fechada, mas ir de um lado para o outro não era muito difícil: bastava viajar a Berlim. A cidade continuava dividida, mas atravessar de uma zona a outra não era tão complicado. Isso preocupava Ulbricht.

7. Morte de Stalin atrasou construção: Em janeiro de 1953, Stalin havia acertado com Ulbricht a colocação de guardas na fronteira entre as zonas soviética e dos outros ocupantes em Berlim. Segundo a historiadora Hope M. Harrison, professora da George Washington University, no livro “Driving Soviets up the Wall”, os homens seriam colocados para “acabar com o acesso descontrolado a Berlim Oriental a partir dos setores ocidentais” e, principalmente, vice-versa.

Frederick Taylor, autor de “Muro de Berlim”, uma das obras mais importantes sobre o tema, afirma que isso era, basicamente, “a premissa de uma fronteira fortificada em Berlim”. Em 1º de março, no entanto, Stalin sofreu um derrame, morrendo no dia 5. O novo governo soviético, então, engavetou os planos para a capital da RDA.

8. Fugas para Berlim Ocidental ajudaram o governo da RDA a decidir pela barreira: Mesmo com controles cada vez mais rígidos, o número de pessoas que atravessavam da zona soviética para a zona controlada pelos capitalistas só aumentava. Em maio de 1961 (ano da construção do Muro), 17.791 haviam fugido para o oeste; em junho, 19.198; só nas duas primeiras semanas de julho, 12.578. Até o fechamento da fronteira, o número total superava 870 mil.

9. “Ninguém pretende construir um Muro”: Walter Ulbricht ficou famoso por essa frase, dita durante uma entrevista coletiva à imprensa em 15 de junho. Na conversa com os jornalistas, ele havia deixado claro que, assim que Berlim saísse do controle das forças de ocupação, o SED assumiria o controle de todas as rotas aéreas e terrestres que tivessem como origem ou destino a capital Oriental.

Vídeo mostra a resposta de Walter Ulbricht sobre construção do Muro (em alemão):

Na entrevista, uma repórter do jornal Frankfurter Rundschau, da Alemanha Ocidental, perguntou a UIbricht: “Em sua opinião, a criação de uma cidade livre [no caso, Berlim sem ocupação] significa que a fronteira do Estado ficará no Portão de Brandemburgo?” O líder alemão oriental respondeu:

“Depreendo de sua pergunta que existem na Alemanha Ocidental pessoas que gostariam que mobilizássemos operários da RDA para construir um muro. Não tenho conhecimento de qualquer intenção neste sentido. Os operários da construção civil em nosso país estão ocupados principalmente na construção de casas, e suas forças são completamente consumidas nesta tarefa. Ninguém pretende construir um muro.”

10. Barreira foi construída de um dia para o outro: 1 hora da manhã, 13 de agosto de 1961, domingo: sob o comando do então secretário de Segurança do Comitê Central do SED e futuro líder da Alemanha Oriental, Erich Honecker, soldados foram posicionados a cada dois metros ao longo de toda a fronteira interna de Berlim. Enquanto isso, outras tropas cercavam a parte ocidental com arame farpado e mais bloqueios. A iluminação nas ruas próximas foi desligada enquanto o trabalho era feito.

Segundo o historiador Frederick Taylor, 68 dos 81 pontos de cruzamento entre as zonas soviética e as outras foram fechadas, além das 193 ruas que atravessavam as fronteiras. Linhas de metrô (U-Bahn) e de trem (S-Bahn) foram interrompidas.

Às 6h, Berlim amanhecia fisicamente dividida.

11. Nem o prefeito de Berlim sabia do fechamento da fronteira: A construção da barreira física pegou todo mundo de surpresa: Washington, Londres, Paris, Bonn e… o então prefeito de Berlim, Willy Brandt. No dia anterior, de forma quase premonitória, Brandt havia feito um discurso em Nuremberg, ao sul da Alemanha Ocidental, durante a campanha eleitoral para a chancelaria do país (cargo para o qual era candidato). O político disse, se referindo ao número de pessoas que fugiam da porção oriental:

“Eles temem que as malhas da cortina de ferro se fechem definitivamente. Pois receiam ser encarcerados numa enorme prisão. Pois sentem a terrível angústia de que venham a ser esquecidos, descartados, sacrificados no altar da indiferença e das oportunidades perdidas…”

Após o discurso, Brandt pegou um trem noturno para a cidade de Kiel, ao norte. Às 5h da manhã, ele foi acordado com uma mensagem urgente do chefe de gabinete: o Leste estava fechando a fronteira. O prefeito estava de volta a Berlim já na hora do café da manhã.

13. EUA, França e Reino Unido evitaram confronto: Recebida até com certo alívio pelos Estados Unidos, a notícia da divisão da cidade provocou menos reações das forças dos países capitalistas do que esperava o prefeito Brandt. A cidade tinha um mandatário, mas eram os comandantes militares das potências de ocupação que ditavam os rumos. Brandt foi ao encontro da Kommandatura (como era chamado o grupo, sem representante soviético desde 1948) para discutir a situação e saiu decepcionado: por mais que eles estivessem solidários, só decidiram mandar patrulhas adicionais para as fronteiras após a reunião.

Além disso, forças de segurança dos três países afastaram berlinenses ocidentais que tentavam ajudar orientais a ultrapassar a recém-construída barreira.

Aconteceu, após a construção, um reforço na presença de tropas em Berlim, mas não houve uma reação militar de nenhum membro da aliança.

14. Muro dividiu ruas ao meio: Por conta da divisão estabelecida após a Segunda Guerra Mundial, havia determinadas ruas em que a zona soviética, por exemplo, terminava literalmente no meio da pista. Com a construção da barreira física entre as áreas, vizinhos foram, de repente, separados e impedidos de atravessar de um lado para outro.

O caso da Bernauer Straße (rua Bernau), no bairro de Prenzlauer Berg, foi um dos mais notáveis: ela foi partida ao meio. Atualmente, no local há um memorial do Muro.

15. Muro dividiu o metrô ao meio: Além de todos os problemas inerentes à divisão repentina de uma cidade, situações curiosas acabaram sendo criadas. Como dividir o metrô, por exemplo? Havia linhas que saíam de Berlim Ocidental, entravam na RDA e voltavam para o setor dos outros aliados (a linha existe até hoje e liga o norte ao sudeste da cidade). A solução foi fechar as estações de Berlim Oriental sem interromper o tráfego de trens, o que provocou o surgimento de estações fantasma, onde não havia parada. Elas eram fortemente vigiadas e protegidas até quanto a uma possível fuga dos guardas que cuidavam do local.

Algumas estações foram simplesmente muradas por dentro.

estações muradas metrô de berlimMapa do metrô de Berlim em 1968; em claro, o Muro e as estações “fantasma” a leste

16. Muro cercou bairros e criou “ilhas” capitalistas na Alemanha Oriental: A divisão entre as potências ocidentais e os soviéticos não se restringiu ao meio da cidade. Bairros mais afastados sob domínio dos países capitalistas foram praticamente cercados pelo Muro e viraram ilhas dentro do território oriental. No total, foram criados 12 exclaves.

Um desses lugares é um pacato bairro chamado “Steinstücken” (do alemão “pedaços de pedra”), onde hoje não moram mais do que 300 pessoas. Após uma troca de terras entre as duas Alemanhas, foi aberta uma estradinha que ligava a região a Berlim Ocidental – devidamente margeada pelo Muro.

17. Número de mortos tentando atravessar Muro até hoje é incerto: Até hoje, pesquisadores não conseguem fechar um número preciso de quantas pessoas tentaram atravessar o Muro e morreram, muito porque o governo da RDA (que chamava a barreira de “muro de proteção antifascista”) evitava divulgar as mortes – que eram sempre um constrangimento no resto do mundo.

Uma pesquisa da Universidade de Potsdam, em 2011, fala, no entanto, em 136 mortes causadas por tiros disparados por guardas da fronteira. Só que esse total já foi revisto: dois anos depois, o número subiu para 138.

O caso mais famoso é o do jovem Peter Fechter, que tentou atravessar o Muro aos 18 anos, em agosto de 1962, junto a um amigo. Na hora em que os dois subiam a primeira barreira de arame farpado, os guardas começaram a atirar. Fechter foi baleado em uma artéria da perna e ficou sangrando e pedindo por ajuda até morrer. Ninguém, nem do lado ocidental, nem do oriental, foi ajudá-lo. Uma hora depois, o jovem faleceu e foi “recolhido”.

O constrangimento provocado pelo caso – fartamente fotografado – fez com que a RDA enfrentasse protestos e mudasse as regras, autorizando “atendimento imediato” em casos semelhantes.

18. O Muro não era só um muro, mas pelo menos dois: Com o passar dos anos, o Muro foi se sofisticando. No final, havia, pelo menos, um muro de contenção, duas cercas, uma barreira antiveículos, arames farpados e torres de observação. Essa área entre os muros ficou conhecida como “faixa da morte”: o objetivo era dificultar ao máximo a passagem para o outro lado.

faixa da morte muro berlim“Faixa da morte” em Berlim, sob a neve, em foto de 1987

19. Economia ajuda a explicar a queda: A Alemanha Oriental entrou nos anos 1980 ainda como grande potência do bloco socialista, mas com a economia desandando. Junte-se a isso uma onda reformista, que se iniciou na Polônia, e podem-se ter algumas razões para o fim da RDA.

Um dos “czares” econômicos da Alemanha Oriental afirmava que, em 1989, se o padrão de vida da população não fosse reduzido em 30%, o país não conseguiria fechar as contas do ano. O Muro caiu antes, entretanto.

20. Um piquenique na Hungria tirou o primeiro tijolo do Muro de Berlim: Em agosto de 1989, Áustria e Hungria fizeram um piquenique exatamente na fronteira entre os dois países. Foi a oportunidade para que vários alemães orientais fugissem para o lado ocidental.

21. Erro de comunicação provocou abertura surpresa da fronteira: Em 9 de novembro de 1989, o governo da RDA recém empossado (com Egon Krenz no lugar de Erich Honecker no comando do país) tentava controlar as seguidas manifestações por mudança. Em uma coletiva de imprensa, o então porta-voz do governo, Günter Schabowski, anunciou que qualquer cidadão poderia atravessar a fronteira da Alemanha Oriental sem autorização prévia.

O anúncio foi tão surpreendente que, efetivamente, os jornalistas que estavam no local não entenderam o que estava acontecendo e, de acordo com Taylor, precisaram fazer uma pausa para um café para pensar. A questão é que a medida só valeria a partir do dia seguinte — o que Schabowski não sabia. Ele acabou dizendo que a norma entraria em vigor imediatamente.

Os jornalistas não sabiam o que fazer, mas, como a coletiva era transmitida ao vivo, a população entendeu bem o que estava acontecendo. Foi o suficiente para que uma multidão, antes mesmo do término da entrevista, já se aglomerasse em frente aos postos de controle em Berlim.

Sem conseguir segurar o público, os guardas liberaram a passagem. Era o fim do Muro.

22. Líderes mundiais não esperavam abertura: Por mais que uma série de protestos já tomasse a Alemanha Oriental (em especial nas cidades de Berlim Oriental e Leipzig), não se acreditava que a RDA tivesse as fronteiras abertas.

No dia da queda, o chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl, nem em Bonn estava: o político participava de um jantar com o novo governo reformista da Polônia em Varsóvia. Informado da situação, interrompeu o banquete e correu para a Alemanha.

23. Muro dos anos 2000 teria barreiras de micro-ondas e sensores sísmicos: O governo da Alemanha Oriental acreditava que o Muro iria durar ainda muito tempo. Por isso, sempre tentava melhorá-lo. No começo de 1989, Berlim Oriental começou a estudar avanços tecnológicos para a construção, como barreiras de micro-ondas e sensores sísmicos que detectariam movimentos. A ideia era tornar o Muro mais “humano” e diminuir os casos fatais entre os que tentavam atravessar o obstáculo.

muro de berlim dia seguinteDia seguinte à queda do Muro de Berlim: fato abriu caminho para a reunificação alemã

24. Um quarto de século depois, Muro virtual ainda existe: A Alemanha virou um só país em 1990, mas, até hoje, sente os efeitos da reunificação, em um processo que envolveu a transferência da capital de Berlim pra Bonn. O que foi então comemorado, hoje, provoca sentimentos de nostalgia entre os antigos moradores de cada um dos lados, criando uma espécie de “muro virtual”: seja nos estilos de construção dos bairros (o modelo socialista domina a paisagem das cidades a leste), seja nos hábitos das pessoas. Isso abriu margem para um preconceito de ambos os lados: os “Ossis” (ao alemão Ost, “leste”) reclamam dos “Wessis” (de West, “oeste”), que reclamam dos “Ossis”.

25. Nas comemorações dos 25 anos, Muro está sendo “reerguido”: Desde o começo do ano, a Alemanha lembra o Muro com diversos eventos, mas o ápice foi no dia 7 de novembro: a barreira foi “reconstruída” com balões de luz. A instalação, que fica na cidade até hoje, percorre 15 km do trajeto onde ficava o Muro. Veja no vídeo como ficou:

 

Redação

20 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Monumento à Guerra Fria

    Passei pelo muro algumas vezes na década de oitenta, quando estudava na Alemanha. Ficava imaginanando se algum dia um muro dividisse minha cidade, meu país, e sempre bati na madeira, pois os extremismos ideológicos dos homens acabam em atos tresloucados que causam muita infelicidade. Era uma época boa em minha vida, mas convivi com uma das piores facetas que o homem pode expressar. A intolerância, que alguns irresponsáveis querem incentivar no Brasil, ultimamente.

    1. o mundo mudou, as pessoas também

      as esquerdas abandonaram esses caminhos, por sinal foram em contextos totalmente diferentes. Nâo comem mais criancinhas. É muito surrado o termo socialismo, não existem fórmulas, ninguém fez previsões de como seriam as transformações (apenas alguns racunhos panfletários, só isso). Mas há quem acredite que haja irresponsáveis pretendendo uma fórmula autgoritária, quando eu acho que o caminho é uma revolução, uma transformação democrática, a violêndcia certamente partirá da classe dominante – e dos que com ela compartilham em ideologia. Vejam-se as mentiras golpistas da midia, de uma revista Veja, de jornais e televisão reproduzindo denúncias que não tinham provas e nem eram delação premiada, pois só com provas é que se concedem delação premiada. Sim, ha nazistas, há porra-loucas até na Suécia, quanto mais por aqui, mas nada melhor do que o longo e difícil passo pra democracia plena – Igualdade, Fraternidade e Liberdade, lemas da Revoluçaõ Francesa, onde existem no mundo? Foram alcançados pelnamente? Sim, certamente na Alemanha Oriental havia uma ditadura, um país satélite da extinta URSS,contextos totalmetne diferentes. Nâo devemos dar bola a ínfima parcela de fanáticos que seguem cartilhas pra uma superação do capitalismo – e ninguém sabe o que virá depois, democracia e socialismo são utopias, a serem perseguidas.

      1. Sim

        É por aí, Nickname. Como você disse até nas democracias mais consolidadas acontecem atos desesperados de extremistas que só conhecem o argumento da violência, vide aquele criminoso nazista na Noruega recentemente. E era mesmo, um outro contexto, eu estudava na Alemanha Ocidental, mas lembrava bem dos vários jovens alemãs que cruzavam o muro para comer mais barato ,para comprar livros mais baratos (eu inclusive), ou seja, todos queremos o melhor do mundo (ou dos mundos, sei lá). Eu sabia equilibrar o que poderia ser positivo, mas a política pode retalhar um povo, como foi o caso, e isso eu sempre temi isso . Agora vejo idiotas incentivando “separatismo”, ou seja, não sabem conviver com as diferenças. Idéias do “Mein Kampf” ? Só pode ser. Nazismo nunca mais.

         

  2. Não é bem assim

    Discordo dos termos “fuga”, “fugir”. É como em Cuba, as “fugas” , o país sem o desenvolvimento, ou em desenvolvimento predcisa de divisas (moeda valorizada, dólar) e por isso as dificuldades para cidadãos vciajarem (juntar moeda local por supervalorizada moeda que o governo centralizado necessita pra dar o mínimo de igualdade, ou quase, à população. Creio que era isso que tb acontecia com a RDA Alemanha Oreintal, não que fosse uma prisão, como o post e a mídia e livros propagam. O mujro foi construído devido às inúmeras provocações do lado ocidental (leia-se EUA e cia.). Ninguém fala do clima de guerra, em que o desespero força a uma máxima unidade e centralização, não é por gozar que o governo cubano, por exemplo, ainda se mantém em vigia, inúmeros atentados terroristas, inclusive derrubada de avião com esportistas cubanos, provocados por uma parte de cubanos que residem e se foram pra Miami (mafiosos, raivosos anticomunsitas, ou contra o goerno revolucionário que acabou com o quintal americano e com o bordel que era Cuba sob a ditadura de Fulgêncio Batista. Erros absurdos sempre acontecem – a Revolução Francesa guilhotinou milhares – veja o número da população daquela época 1789 !… e teve seu período denominado de Terror – há um livreto de bolso de Hobsbawn específico sobre a revolução francesa, linguagem acessível, sucinta sobre a Revolução Francesa. Voltando às 2 Alemanhas: creioque era fácil atravessar a fronteira, o muro ficava no meio do território, e não na relativamente fronteira entre as 2 Alemanhas (muita gente acha que ficava dividindo as duas alemanhas!! E a mídia ocidental calada, omitia as provocações – em Cuba, p cx também – e exagerava nas “fugas” com – acho – meias verdades das dificuldades de cidadãos emigrarem, viajarem. A Coreía do Norte: até hoje as 2 Coréias estáo formalmente em guerra, não fizeram acordo de paz, e existe um muro pelo mesmo motivo (mas, se não me engano, foi construído pelos EUA e o governo da Coreía do Sul). Isso é assunto que dá pano pra manga, poderíamos ir até o Vietnam invadido e colonizado antes pelso franceses, dividido, e a resistência do sul junto com os vietnamitas “do norte” lutaram até expulsar o grande irnmão do norte, do nosso norte. Nada se compara com os genocídios de Hiroshima e Nagasaki quando o Japão já estgava perdendo a guerra, e outros tantos genocídos direta e indiretamente provocados pelso EUA, essas mil coisas que não se fala, não se relembra.

    1. Fazer o quê, o sujeito

      Fazer o quê, o sujeito insiste que lá se vivia e vive bem…

      Perguntinha? Tem ou teve alguém que fugiu, sim, FUGIU de um país capitalista para um comunista correndo risco de vida? Vem com papinho de divisas…

      1. não disse que se vivia bem

        se a suíça fizesse fronteira com o Brasill, eu, você e todo o mundo “fugiria”, viajaria legal ou ilegalmente, sem ou com passaporte. Quem é que não gosta de conforto, de mil possibilidades de consumo (e, por vezes, de ser consumido, virar um simples consumidor, mais pra objeto do que pra ser humano). Não vou reler , mas creio que escrevi que havia didatura nos países satélites da então URSS. Por ser ditadura, acredito que havia também fugas, pela dificuldade de obter passaporte, mil burocracias, a guerra fria, um jogo de propaganda dos dois lados, aí é um vale-tudo , infelizmente, como qq guerra. Me diga onde existe democracia total, igualdade, fraternidade e libverdade objetivos da revolução francesa de 1789, me diga.

      2. Cara larga de ser Simplistas

        Cara larga de ser Simplistas aqui do Brasil fugiu varios devido a Ditadura Militar de Direita.1964.

        ou vamos a 2009 varios profissionais de Portugal e Espanha vieram para o Brasil,graças a crise do Capitalismo,de 2008.

      3. Finalmente alguem lucido

        Finalmente alguem lucido nesses comentários. Conheci bem as duas Alemanhas, meu primeiro marido, Álemao, tinha família dos dois lados. A banana que se levava escondido fazia uma festa. Nem da para comparar as duas Alemanhas, ate hoje a geração que sofreu o “brain wash” ainda corre atras do resto. Uma cidade que mostra claro a diferença entre socialismo/democracia e Praga. Ate os olhos dos moradores hoje em dia tem mais vida. Conheci também parte de Cuba velejando com meu segundo marido, moramos a 90 milhas náuticas de Cuba. Não a Cuba turística ou um tour bancado pelo governo mas o lado Sul e o desespero do povo. Ainda não me decidi quanto a lado partidário, nem direita nem esquerda, ate aparecer algo melhor, se aparecer, tenho certeza que a democracia oferece melhores condições de vida. No dia que as pessoas do lado “capitalista” começarem a fugir para Venezuela, Cuba, etc. Ai sim vou acreditar no que atualmente se chama de “socialismo” mas na verdade e comunismo disfarçado. O que me entristece e ver pessoas inteligentes caírem no discurso vermelho. E ver que todo o bom trabalho feito para controlar a inflação foi pro brejo.Enfim ainda bem que provavelmente não estarei aqui para ver o final dessa bagunça e não tenho netos, morro em paz.

  3. Ao muro… ao PT… ao Foro

    Nosso muro caiu

    E nos fez ficar assim

    O capitalismo o destruiu

    E arrematou o butim

     

    O construímos bem

    Para fugas impedir

    E não perder a ninguém

    Daqui não podia sair

     

    O nosso partido se f*deu

    Nós tivemos que mudar

    Se lá nosso muro caiu

    Aqui o PT vai outro levantar

    1. Muro

      Caro Sobiescki, quanto aos muros “pollíticos” concordo que são um atraso e abomino todos, o de Berlim é exemplar. Graças a Deus caiu, e caiu tarde! Há quem diga também que outros muros devem cair, como o da Palestina, e até o “muro” da Wall Street, de onde já partiram várias maldades disfarçadas de bondades. O problema é que às vezes o muro cai para o lado errado. Para o caso específico do muro berlinense, com o qual convivi durante um tempo, recomendo o filme “A vida dos outros”.

  4. Quem falou primeiro sobre muro no Brasil?

    Não foi a esquerda quem primeiro falou sobre a construção de um muro dividindo o Brasil em dois. Foi a direita. É essa direita raivosa que deseja fazer a mesma coisa que a Alemanha Oriental fez, mas um pouquinho diferente. Se a direita não conseguiu enxergar ainda o resultado da votação no PT como vão conseguir enxergar um futuro para uma só parte do país? Dilma teve mais votos no Sul/Sudeste/Centro Oeste que no Norte/Nordeste. Não culpem aquelas duas regiões sem antes entenderem o porque que ela foi tão votada nas outras três. Se conseguirem entender o resultado da eleição talvez esqueçam do desejado muro, caso contrário tomem calmantes e leiam sobre democracia. A Alemanha Oriental construiu o muro porque quem mandava era a URSS e ela não tinha, nem nunca teve até ruir, a noção de estado democrático de direito. Eles sairam de um império para uma ditadura. Não desejamos aqui outra ditadura e muito menos um império. Já passamos por isso antes e não são boas as lembranças.  

  5. é por aí, Luis

    vc deve saber durantet a guerra fria (que continua contra Cuba, p ex) havia intensa propaganda do lado ocidental, rádios emitindo programas que falavam do para´´iso do lado de cá, parece que prometiam ajuda , etc a quem pulasse o muro, isso auemntava a propaganda capitalista contra o lado pseudo-socialista (sim, nunca houve sociaalismo em nenhum país, o conceito de socialismo, e socialismo real era propaganda dos regimes ditos comunistas, e o lado de cá, EUA usavam este mesmo conceito pra dizer que aquilo era socialismo, quer dizer ambos usavam a mesma palavra sobre algo que ambos sabiam, ambos os governos sabiam que não era nada disso). Estive em Havana durante 25 dias, independente, conversei com todo o tipo de gente e opinião, fugi quase sempre dos reteiros turísticos , claro, e ionício de 89, houve um atentado contra uma estação de eletricidade, isso em 1989 ! Se pegarmos a história (Fernado Moraes tem um livro sobre isso, mas não é o único) fala dos atentados violentos contra Cuba, contra a população, contra as colheitas de cana e alimentos – daí uma influência pequena ou grande sobre o abastecimento – claro que as economias centralizadas nunca deram conta do recado, fracassam, e passam a imagem de que socialismo é distribuir a pobreza. Atentados contra Fidel Castro há sempre, houve o famoso e mais clara Invasão Pela Baía dos Porcos, por americanos e mercenários, então, como se pode reagir e se prevenir contra isso? Quando estive lá eu gosto de levar rádionho de pilha, todo o mundo ppode pegar a rádio Marti, transmitida desde EUA, pra dizer que o governo americano não incentiva tal absurdo, a rádio tranmite de área internacional no Caribe, eu ouvia horrores, só faltavam dizer que Fidel era o satanás, e que os EUA, e cia eram paraísos. Claro, vi num onibus, uma moça lendo um livro cuja a capa consegui ver que era o extremo oposto, uma catgequização que certamente dizia que o capitalismo era o pior dos mundos um inferno. Um barbeiro gozou comigo e um lambigo que viajou, ele não acreditava que no Brasil não havia pobreza, miséria mendigos, mas não acreditava, mesmo, certamente achou que éramos agentes da CIA ou algo que o valhad, a gozação foi recíproca. Andei muito e não vi mendigos, um ou outro raro desses que se recusam as casas de abrigo. Cuba conseguiu um índice de mortalidade infantil menor do que os EUA !!! Isso é dar valor à vida e ao ser humano. Conheci por dentro o sistema de saúde – sem nenhum contato, na época meu oculista disse que Cuba estava mais adiantado em microcirurgia de miopia – hoje certamente somos muuito mais adiantados, mas na época não. Nunca tinha passado por tantos exames , e a sala de cirurgia era como uma linha demoantagem, cubanos eseprando gratuitamente serem atendidos, uns 10 simultaneamente ou quase simultanemanete, eu por ser estrangeiro tive um tratamento diferenciado, lfui operado sozinho naquela ampla sala de cirurgia, o tratamento que vi era praticamente de igual pra igual, vi ministro da educação trajando aquela roupa comum, sem pose, misturado no meio da gente. Claro, Fidel tem um aparato de segurança enorme, claro sofreu inúmeros atentados. Usei o câmbio negro proibido (as tais divisas, cambio ilegal, mas praticado, há o jeitinho cubano, o povo é como o baiano e o carioca, gozador, crítico da própria situação e dos dirigentes, eu vi em pleno elevador numa area militar quando fui comprar e ocnhecer o escritório do quae único jornal existente, o Gramna, uma faxineira vendo que éramos estrangeiros curiosos soltou uma gracinha contra as malandragens dos direigente cubanos, detalhe no elevador só tinha oficial militar que a olhou com um olhar como se fosse aqui ou em qq zona militar, mas garanto que não foi olhar de que ela seria presa. Fui pego com meu colega e numa saleta fomos arrodeados por paisanos da polícia que nos deram uma carão, uma reprimenda, pra nunca mais fizeessemos aquilo que era ilegal – mas todo omundo ssabia e a policia fechava os olhos aas vezes. é impossivel um controle total sobre uma população, o resto é lenda, ou exageros. Mas vamso parar por aí que a conversa poderia ser muito clonga e chata pros demais visitantes e participantes. So acredito num sistema teoricamente socialista que seja com liberdade a mais ampla possivel, acho que as esquerdas, com ínfimas exceções, pensam assim, os erros e ditaduras são praticamente do passado, claro que nao falo nas ditaduras com aas quias não se fala pela mídia, so quanod é conveniente, ditaduras e estímulos e apoios que os EUA dão, e dão a golpes militares, e fecham olhos a genocídios, mas somente a mídia alternativa, algumas que não temos, sóp fuçando, falam sobre as realidades mundiais, claro que nada é imparcial, mas pode se aproximar.

    1. muro berlim

      Foi socialismo sim, e deu errado. Bem dentro das ideias de Marx e Lenin. É que na prática a teoria é diferente. E todo ser humano não dogmático aprende com a…. experiência. Agora, isso não é razão pra não se ser de esquerda, nem pra achar que não tem imperialismo, dominação e exloração. Nem Marx nem Lenin têm monopólio do pensamento da esquerda. E é normal que tenham coisas que não queremos mais. Não são deuses. E os tempos mudam. Deixem os esse negócio de pensament único.

       

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador