Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
[email protected]

75 anos da retirada de Dunquerque, por Andre Araujo

Por Andre Araujo

Em 26 de Maio de 1940 se inicia a epopeia da retirada das tropas britânicas e elementos do exército francês derrotado das praias de Dunquerque, na costa atlântica francesa.

Um feito extraordinário que permitiu a recuperação de 338 mil soldados britânicos que tiveram fundamental importância na sequência do conflito que se iniciava. Todo o equipamento, artilharia, tanques foram deixados para trás mas os homens da Força Expedicionária Britânica foram em sua quase totalidade resgatados.

Até hoje há enormes dúvidas sobre as razões pelas quais as forças alemãs estacionaram no perímetro de Dunquerque e deixaram os ingleses escaparem. Há uma série de razões presumidas, políticas e militares, até hoje motivo de debate.

1. Hitler tinha expectativa de uma paz com a Inglaterra e não convinha estragar o terreno impondo uma captura de tantos prisioneiros, que seria humilhante e traumática, aumentando a resistência da Inglaterra.

2. Hitler estava satisfeito com a vitória esmagadora sobre a França e seus aliados na Europa ocidental e não queria gastar mais recursos militares só para fazer  prisioneiros, que teriam que ser guardados e alimentados.

3. O Exercito alemão estava exausto pela campanha no front ocidental e as tropas entraram em situação de descanso após a derrota francesa. Havia muitos problemas mecânicos nos tanques, faltava combustível e munição, já se anteviam grandes problemas na administração dos territórios franceses ocupados, era melhor os ingleses irem embora, para Hitler a vitória na Europa ocidental já era definitiva.

4. Havia conflitos dentro das forças armadas alemãs. A Luftwaffe, força aérea, era domínio do segundo homem mais forte do Reich, o Marechal Goering que estava incomodado com seu papel secundário na guerra da frente ocidental. Pediu a Hitler deixar a cago da Luftwaffe a liquidação da Força Expedicionaria britanica em Dunquerque, para não dar ao Exército mais esse galardão. De fato, a Luftwaffe bombardeou as praias de Dunquerque todos os dias durante a evacuação, mas foi muito prejudicada pelo tempo nublado, afundou algumas barcaças e navios, mas não impediu a retirada.

A evacuação das tropas em Dunquerque envolveu 5.500 navios, iates, lanchas e barcaças. Todos os barcos oceânicos disponíveis na Inglaterra foram mobilizados para a retirada, até barcos de pesca e lanchas. O grande problema era chegar da praia aos barcos, foram montados pontões improvisados com grande dificuldade.

A retirada de Dunquerque, apesar de ser o final de uma derrota, foi glorificado pelos ingleses, tema de muitos filmes e livros e passou a ser considerada uma vitória britânica porque a perda dessas tropas seria considerada uma tragédia na Inglaterra. Era o grosso do exercito britânico combatente disponível naquele momento.

Os comandantes militares alemães, especialmente o Marechal Rundstedt, nunca se conformaram com o estancamento das divisões Panzer olhando os ingleses fugirem, Rundstedt fala desse episódio com amargor em suas memórias.

Parece no balanço que a decisão de Hitler foi mesmo política, num gesto de cavalheirismo com os ingleses, ele naquele momento inicial da guerra tinha planos de uma aliança entre o Reich e o Império Britânico, a ida secreta de Rudolf Hess, vice Fuhrer, à Inglaterra fazia parte de plano de oferecer uma aliança com os ingleses, algo que era uma ilusão alemã.

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

35 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Sucata obsoleta

    O equipamento, a artilharia, e os tanques deixados para trás não passavam de sucata obsoleta.

    O rearmamento com material preponderentemente vindo dos EUA tornou o Exército Britânico mais competitivo.

    Mas os combatentes não eram substituíves!

     

    1. Exato, O combatente não era substituível.

      E foi este exercito  Inglês que voltou na Normandia em 1944. E com ele Montgomery, o planejador e elaborador da operação Overlord que escapou em Dunquerque. Como citado por muitos generais Ingleses e Americanos, Montgomery e Patton foram dois patifes. Mas nenhum exercito podia se dar ao luxo de ficar sem eles. Mont no planejamneto minucioso, Patton no avanço desembestado. Uma ratificação, o exercito britânico tinha seu próprio armamento e equipamento, mas nunca desenvolveu, exceto no final da guerra com o Comet, um tanque eficiente como o Sherman. Assim o Sherman também foi o principal tanque das divisões Britânicas.

  2. O “Se”

    O famoso “Se” da história. Se Hitler não tivesse ordenado a suspenção da ofensiva, teria provavelmente varrido o exercito inglês, já em plena retirada e derrotado, e o que restava do exército francês. E o que teria acontecido depois ? Embora não se saiba, esta decisão fatal provavelmente custou a Hitler sua derrota, pois um “acordo” após a rendição da força que estava encurralada na praia teria evitado muitas derrotas que se seguiram. A explicação do André é consistente, mas ainda há nuvem de dúvidas sobre o que teria realmente levado os alemães a renunciarem a uma vitória que , aparentemente, seria tão clara. Um dos mistérios da guerra.

  3. E se…

    Existe uma opinião de que se Hitler tivesse capturado as tropas inglesas em Dunquerque e estivesse preparado para uma grande invasão através do Canal da Mancha, ele teria conseguido invadir a Inglaterra e os EUA não teriam alternativa senão aceitar a situação e manter-se neutro.

    Essa hipótese foi usada no argumento do filme “Fatherland” de 1994, com Rutger Hauer, que não fala específicamente de Dunquerque, mas desenvolve uma trama em uma linha do tempo alternativa onde os alemães teriam conseguido invadir a Inglaterra e estabelecido um equilíbrio de poder com os EUA, mantendo-se em estado de guerra, mas sem combates diretos até 1964, ano em que se passam os eventos do filme.

    Ninguém sabe se uma invasão da Wehrmacht teria sucesso, mas é opinião de um grande número de pessoas que a estratégia de deixar com a Luftwaffe a responsabilidade de atacar a Inglaterra na esperança de quebrar a moral do povo britânico foi um erro monumental.

    1. Não tem se nesta hipótese.

      Em nenhum momento as forças alemãs tiveram condições de condições de invadir a Inglaterra, cruzar o canal da mancha com armamento pesado não é uma operação simples, se (agora um se) os alemães tivessem tentado cruzar o canal e atacar a Inglaterra teriam perdas tamanhas na travessia causadas pela marinha Inglesa de tal ordem que chegariam aos frangalhos do outro lado.

      A vitória Alemã contra a França foi mais causada pela total falta de interesse dos comandos das tropas fancesas do que pela derrota física das mesmas.

      Há um detalhe que todos esquecem (ou querem esquecer) as “poderosas divisões panzers” não eram tão poderosas na época da batalha da França e esta dispunha de armamento capaz de, se não vencer, neutralizar por completo as divisões blindadas alemãs, esta interpretação não é minha, é de vários especialistas militares que estudaram os armamentos que dispunham ambos os lados.

      1. Sim, os tanques alemães eram

        Sim, os tanques alemães eram inferiores aos franceses. Não foi por falta de interesse, e sim por uma questão estratégica, embora inferiores as divisões panzers atacaram em uma força conjunta enquanto os tanques franceses estavam distribuídos pela infantaria, pois serviam de apoio. O ataque fulminante em forma de foice “cortou” os aliados ao meio isolando parte do exército francês e a FEB (força expedicionária britânica) nos arredores de Dunquerque.

    2. O efectivo militar Inglês era bem maior do que 338 mil.

      O efetivo militar que dispunham os Ingleses era bem maior do que 338 mil que estavam em Dunkerque. Haviam tropas coloniais espalhadas por todo o mundo e se houvesse um perigo claro da invasão da Inglaterra estas tropas teriam sido chamadas para a Ilha.

      O exército Alemão não tinha a mínima condição técnica para invadir a Ilha, e para conseguir isto demorariam de um a dois anos, tempo suficiente para a Inglaterra se preparar para a invasão. Enquanto não fosse conseguido o domínio aéreo nunca as tropas alemãs poderiam tentar invadir, pois ficar 50km no mar sob o fogo de artilharia pesada e aviação não haveria nenhuma chance.

      1. Eu concordo com o que você

        Eu concordo com o que você está dizendo. Mas há considerações das pessoas que aventam a hipótese da invasão da Inglaterra que ´pe interessante contrapor. Primeiro os 338 mil representavam forças mobilizadas e treinadas. Embora o Império Britânico tivesse tropas espalhadas pélo mundo, não seria fácil transportá-las para a Inglaterra a tempo. Estamos falando em um cenário de Blitzkrieg e na hipótese que a máquina de guerra alemã pudesse sustentar essa velocidade. Nessa hipótese a invasão pelo Canal da Mancha teria que ser previamente  preparada embora fosse difícil manter o segredo de um tipo de preparação dessas.

        A questão da Marinha Britânica é bastante relevante, realmente a Inglaterra dispunha da maior e mais poderosa marinha do planeta e a movimentação das naves de combate seria muito mais ágil do que o transporte das tropas coloniais. A Alemanha praticamente não possuia marinha e só o Bismark, por maior e portentoso que fosse não faria frente aos numerosos e modernos couraçãdos britânicos. Quem defende a hipótese da invasão propões um cenário onde os U-Boats, novidade para os britânicos, conseguissem afundar os primeiros couraçãdos e formar uma barreira de contenção por tempo suficiente para o transporte das tropas alemãs. Eu acho essa idéia muito questionável, mas não é absurda.

        Entenda bem, eu concordo com seu ponto de vista, apenas estou especulando sobre os argumentos contrários em um simples exercício de imaginação, nada mais. Dois pontos eu considero bem relevantes. Primeiro a costa britânica é muito abrupta e com muitas falésias. A invasão deveria ser por um porto, mas já naquela época os portos estavam bem fortificados e com belonaves protegendo-os, os alemães teriam que ter desenvolvido uma tecnologia de transporte de tropas e desembarque que não existia na época, algo que foi difícil para os americanos e britânicos em 1944, mesmo com condições mais favoráveis. Segundo a resistência da população britânica seria muito diferente da apatia (ou estupefação) da população francesa. Os ingleses iriam resistir muito mais e as linhas de bastecimento teriam que não bastava transportar as tropas, teria que dominar a navegação pelo Canal, como os Ingleses e americanos fizeram em 1944.

         

        1. Ruy, vamos aos fatos.

          U-Boats atacavam navios comerciais e quando foram formados os comboios com destroiers defendendo contra os U-Boats eles se borraram todos. Logo para defender o Canal da Mancha seria muito fácil para a marinha inglesa se ela tivesse (como sempre teve) domínio aéreo.

          Os aviões que os alemães dispunham não eram páreo para os Ingleses e imagine, atravessar 50 km com barcos de desembarque sob fogo da ilha, da marinha e ainda da aviação, se chegasse uns 10% do outro lado os ingleses comeriam o fígado deles.

          Como bem colocasse, em 1944, com domínio aéreo e marítimo completo, com uma Alemanha já pela capa da gaita, os aliados tiveram uma boa dificuldade em invadir a Normandia, agora imagina a Alemanha querendo em 1939 invadir a Inglaterra, nem a pau.

          Só mais um detalhe, se os ingleses colocassem seus navios em portos no canal, protegidos dos U-Boats, toda a artilharia desses navios seria utilizada como artilharia costeira, e estes navios atiravam com precisão a 10km ou mais.

          Hitler era louco, fdp e tudo o que se pode falar, porém não era burro, ele sabia que uma tentativa de invasão só poderia ser feita com o domínio aéreo, e este ele nunca teve.

          1. Lógico, isso tudo SE eles
            Lógico, isso tudo SE eles fossem desembarcar ali justamente no.local de mais fácil defesa para os ingleses.

            Já defender a ilha toda, é outra coisa.

            Uma cabeça de ponte, e o 6th exército faria o resto.

  4. Há uma hipótese que não foi considerada!

    Há quatro hipóteses que foram ventiladas, porém em nenhum momento se ponderou que a o motivo fosse o medo que encurralando as tropas inglesas contra o mar estas teriam somente duas hipóteses, ou a rendição ao lutar.

    A segunda hipótese, lutar poderia dar tempo para a reorganização do exército francês, que estava com aproximadamente 60% a 70% do armamento pesado INTACTO (tanques, artilharia, etc.).

    1. O exercito Francês estava desestabilizado

      Desde que os Alemães isolaram o exercito Inglês e parte do exercito Francês no norte da França com a operação de pinça na invasão da Holanda e Belgica e pelas Ardenas. O que restou do exercito francês, sem sua força aérea totalmente destruída pela Luftwaffe,não poderia mais oderecer resistência contra os Alemães. O apoio aéreo foi fundamental para o avanço Alemão. O som dos Stukas era fatal para qualquer soldado aliado naqueles dias.

      1. Mais uma vez a lenda dos Stukas!

        Os Stukas eram mais uma lenda do que uma grande arma, ele se demonstrou tão ineficiente que já em setembro de 1940 ele foi tirado do combate no front inglês, ele era lento (310 km/h) frente aos aviões Ingleses e mesmo frente ao único avião frances que era mais moderno o Dewoitine D.520 (535 km/h). Quando entrou na batalha da Inglaterra foi um desastre, os ingleses deram a lel um apelido tipo pata choca ou coisa semelhante, ele era efetivo somente contra populações civis que não possuiam nenhuma defesa e suas sirenes que só serviam para aterrorizar davam o sinal que ia cair uma bomba.

        Num front longo como o da batalha da França, onde os Stukas nem conseguiam acertar os blindados franceses o que os aliados temiam eram os Messerschmitt Bf 109, e não os Stukas.

        Estes aviões ficaram famosos pelo bombardeio de aldeias e cidades espanholas como Guernica e depois contra países como a Polônia, Dinamarca e Noruega. Agora se os soldados franceses ficavam com medo? Não era necessario muita coisa.

        1. Caro Rdmaestri

          Você está confundindo o tipo de operações. O Stuka nunca foi um avião de bombardeiro estratégico, falha da Luftwaffe em não investir em um quadrimotor de grande porte para este tipo de missão, como os Britânicos fizeram com o quadrimotor Lancaster e os Americanos com o B17, B24 e o mosntruoso para época B29!. A Luftwaffe era uma força aérea tática. Sua função desde o inicio da sua formação era o apoio aéreo ao avanço relámpago Blitzkrieg dos tanques, tanto que seu principal bombardeiro, Henkel 111 seria classificado como bombardeiro médio pelos Ingleses e Americanos. A operação dos Stukas era opoio cerrado, bombardeando o fronte para o avanço alemão. Sua sirene, instalada propositalmente, emitia um uivo que gelava a espinha de qualquer um, especiamente no inicio da guerra, quando tantos os Franceses como britânicos e por tabela os EUA e a Russia deconheciam o efeito de uma tática de avanço rápido pelas divisões panzer e infantaria para limpeza do terreno. O Stuka era bom como bombardeiro picado e antitanque! O maior as de caça tanque da Guerra, Hans Ulrich Rudel, só pilotou Stukas em toda a guerra. O Stuka era fenomenal, mas não sobriveria se não houvesse supremassia aérea dos Alemães. Na Batalha da Inglaterra, ele ridiculamente, no início, foi utilizado para bombardear as torres de radar da Inglaterra. O menospreso alemão pelos Ingleses era tão grande, que eles achavam que em duas semanas o comando de caça britânico seria destruído. O custo foi o massacre dos Stukas, principalmente por que os caças Messerschmitt BF 109 só tinham poucos minutos de combate sobre a Grã-bretanha por risco de pane seca. Aí, os Stukas eram chamados pelos Ingleses de disputa de tiros no Barril. Caso queira ler um livro muito bom, indico o livro Com asas de Águia de Michel korda. Vai descobrir muitas coisas novas sobre a 2º guerra Mundial, inclusive como foi construido o primeiro sistema de defesa áerea antecipado pelos Ingleses, com auxílio do radar e do caça Spitfire.

           http://www.objetiva.com.br/livro_ficha.php?id=1049

          http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans-Ulrich_Rudel Este foi o primeiro A10 da História! Fez fama na frente russa até 1945.

          2.530 missões de combate, 9 vitórias (7 caças em combate) +519 tanques destruídos, 800 veículos de todos os tipos, 150 peças de artilharia, inúmeras pontes, 70 embarcações anfíbias, um encouraçado, um cruzador, um destroyer.

          Josef Stálin ofereceu uma recompensa de 100.000 Rublos a quem conseguisse abatê-lo.

          1. Este aí debaixo que foi herói!

            Seu nome era Luiz Lopes Dornelles, era tenente aviador e participou de 89 missões na Itália, morreu em combate em 26 de abril de 1945 e tem um grande detalhe ERA MEU TIO. Se eu tivesse dinheiro e tivesse tido notícia com antecedência do desfile que fizeram na Rússia em homenagem aos seus mortos na segunda grande guerra, eu iria com a foto dele no peito carregando com o maior orgulho, vou colocar uma pequena biografia dele, pois ele tem dois livros escritos em seu nome, um em português e outro em italiano.

            Grande aviador brasileiro sempre se destacando desde seus estudos na escola militar acabou atingido antes de completar sua 89ª missão em 26/04/1945.

            Ele sim foi um herói, saiu aqui do Brasil para defender o mundo contra os FDP dos fascistas e nas suas 89 missões deve ter mandando muitos para o ar.

            Nasceu em São Paulo no dia 09 de junho de 1920 e ingressou a Escola Militar no Ano de 1939, sempre este estava destacado entre os melhores de sua turma desde sua passagem na escola militar até sua estadia na Escola da Aeronáutica dos Afonsos. Terminado o curso foi servir em missões de patrulha no Atlântico à bordo de um P-40 na Base Aérea de Natal juntamente com outros companheiros recém formados nos Afonsos que executavam as mesmas missões. Passou pelo Panamá onde tornou-se destaque pela habilidade em tiro terrestre e estar entre os melhores no tiro aéreo.

            Chegando a Itália voava pela Esquadrilha Amarela do Capitão Joel Miranda, esta esquadrilha conhecida pelo imenso espírito combatente que seu capitão incentivava aos seus pilotos, acontece que em missões de caça bombardeiro estas eram acabaram sendo extremamente perigosas no jeito que os “Jambocks*” lançavam-se sobre o inimigo e por volta do mês de fevereiro a Esquadrilha Amarela acabou deixando de existir devido ao grande número de baixas que haviam sofrido onde grande parte de seus pilotos ou haviam saltado sobre linhas inimigas ou haviam sido mortos.

            Era um grande guerreiro que não media esforços no cumprimento do dever, durante o período em que esteve operando acabou perdendo vários colegas que estavam junto ao mesmo só que na função de ala, foram ao todo 4 alas abatidos em suas missões. No dia 26 de Abril de 1945 já sob a ofensiva da primavera que os brasileiros tinham que atuar árduamente para cumprir a meta de missões diárias Dornelles partiu para atacar uma locomotiva em Alessandria, ao fazer o mergulho e explodir a locomotiva o avião não regressou acredita-se que o aviador brasileiro tenha sido ferido durante o mergulho por isso não fez o regresso tendo o avião chocado-se contra o solo, havia faleceu defendendo seu país em terras estrangeiras.

            E tem mais, foi um dos pilotos com maior número de missões na Itália, 89 missões e foi o último a ser abatido da FEB.

            Os nossos pilotos voavam muito mais do que os pilotos norte-americanos, que faziam de 30 a 40 missões e retornavam para o USA, os Brasileiros não tinham reserva, e se aguerra tivesse durado mais dois naos provavelmente eles atingiriam mais de duzentas missões cada um.

            Ele era quieto e reservado, sabia que a cada missão estava mais perto da morte, mas como medida de economia o Getúlio e as Forças Armadas não treinaram mais pilotos, seu pai, meu avô era general do exército na época, mas em nenhum momento tentou tirar o seu filho do front, isto que se chama uma família de militares que só foi interrompida pela ditadura, pois todos os irmãos que pensaram em servir as forças armadas desitiram quando viram o que elas estavam virando.

          2. Não entendi sua derivação de rumo

            Estavamos discutindo sobre história, não família. Minha família é de origem belga. Meu avó era judeu belga e lutou na primeira guerra mundial junto ao Rei Leopoldo. Antes da segunda guerra mundial veio trabalhar no Brasil, na mina de Morro Velho e depois na Belgo Mineira. Morreu em 1940 de infecção generalizada, mas minha avó disse que foi de paixão com a rápida queda da Belgíca e da França. Meu Irmão foi procurar recentemente nossa origem na Belgica e não encontrou ninguem na cidade de origem dos meus avós. Mais de 50 mil judeus belgas foram deportados e mortos em campos de extermínio. Provavelmente o resto da minha família também.

            Li vários livros sobre a participação brasileira na guerra, gostei do Missão 60 do Pereyron e do Senta Pua do Moreira Lima. Não só brasileiros fizeram mais missões que os americanos, mas também Ingleses, Canadenses, Australianos, Poloneses, Tchecos, Franceses Livres, Sul Africanos, Russos e de muitos outros países. Os próprios pilotos americanos faziam um segundo ou terceiro turno de combate também. A vantagem dos Americanos era a quantidade, o que dava este luxo. Tem também alguns livros muitos bons sobre a FEB. Achei excelente Barbudos, Sujos e Fatigados do Cesar Campiane Maximiano. Acho muito legal a história, adoraria ser sido historiador e por isto acho importante deixar as paixões pessoais de de lado, quando discutimos a históra. Ninguem aqui discute o heroímos do Dorneles e de muitos outros Brasileiros como os próprios Pereyron, Moreira Lima ou o Torres com 100 missões.

            Hitler foi um FDP, mas temos de dscuti-lo na história pelo que fez e seu significado na história. E todos que foram envolvido por ele, vítimas, tanto do lado alemão como do aliado. Rudel foi um ás dos Stukas e eu respeito isto. Logo após a graduação, trabalhando, tive dinheiro e aprimeira coisa que fiz foi curso de piloto privado e paraquedismo. Adoro voar. Infelizmente não virei piloto comercial mas satisfiz minha paixão, pilotando e saltando de aviões. Assim tenho respeito por todos aqueles que voaram, sejam aliados ou do eixo, japoneses, alemães ou italianos. Fizeram seus nomes que estão gravados na história. 

          3. Foi dificil, vergonhoso

              O 350 th Fighter Group, ao qual a 1st Brazilian Fighter Squadron ( 1st BFS na terminologia da USAAF ) foi agregado durante a II GM, é uma unidade extremamente reverenciada nos Estados Unidos, em uma base aerea da USAF que visitei, existe um monumento muito bem cuidado, com as bandeiras dos paises que formaram esta unidade (americanos, ingleses, sul africanos e brasileiros ) – a base é longe do “circuito diplomático”.

               Vc. acredita , que a época, a USAF adquiria bandeiras brasileiras, o que nos Estados Unidos não é tarefa facil, para colocar no munumento, e que nosso “adido militar” nunca tinha ido lá.

               Das unidades estrangeiras que receberam a mais alta condecoração americana na II GM, a PCU, são apenas 4 em relação a aviação, e o 1st BFS é uma delas .

          4. E não reverenciamos ninguém.

            Se estivessemos nos Estados Unidos, já teríamos no mínimo dois filmes reverenciando alguns feitos da nossa FEB na Itália. Meu irmão foi até a vila a onde caiu o avião do meu tio. Tinha uma criança que ao ver o corpo do meu tio, que ficou surpreendentemente intacto e deitado sobre o solo como estivesse dormindo ficou tão impressionado com a imagem que depois montou um memorial numa sala para a visitação pública sobre ele. E os italianos na região respeitam muito os brasileiros que foram de uma terra distante para libertá-los do nazismo.

            Precisamos resgatar não só um mas todos aqueles que sem o mínimo preparo, sem muito treinamento foram como voluntários até a Europa para lutar contra o nazi-fascismo.

            Apesar da falta de treinamento era tão voluntariosa a disposição dos brasileiros que em alguns casos quando o front era composto de mais de uma nacionalidade, os alemães preferiam atacar os outros do que os brasileiros. Há inclusive o famoso caso dos três brasileiros que lutaram bravamente contra inúmeros alemães e morreram, as tropas alemãs ao enterra-los fizeram uma homenagem aos tres bravos. Quantas pessoas sabem disto?

          5. A famosa comenda Fita Azul

            O 1º esquadrão Brasileiro foi uma das únicas unidades a receber a condecoração.

            Os feitos do 1ºGAvCa durante a Campanha da Itália foram ainda mais enaltecidos no dia 22 de abril de 1986. Nesse dia o Grupo recebeu, das mãos do Sr. Embaixador dos EUA no Brasil, acompanhado do Secretário da Força Aérea dos EUA, a Presidential Unit Citation (Air Force), concedida pelo governo norte-americano. É para nós motivo de orgulho sabermos que, à parte outras poucas unidades da USAF, apenas o 1ºGpAvCa e duas unidades da Royal Australian Air Force – os Esquadrões 2 e 13 – foram agraciadas com tal comenda.

            “Seus feitos permanecerão vivos enquanto os homens voarem. Suas vitórias, no campo de batalha, estarão em nossos corações enquanto os homens honrarem o heroísmo e a coragem.” – E. Aldridge Jr., Secretário da USAF, quando da entrega da Presidential Unit Citation ao 1ºGAvCa .

          6. Pois é, nesta data a minha mãe ainda estava viva e consciente!

            Se ela tivesse conhecimento disto ela ficaria muito orgulhosa pela parte que competia ao irmão e seus colegas, que até o fim de sua vida ela tinha muita saudade, muito carinho e orgulho. Ninguém comunicou a ela e provavelmente nem aos parentes dos outros aviadores.

          7. O D-4 do MUSAL

             Era o “numeral” do P-47D, no qual ” O Baixinho ” foi abatido na região de Alessandria, liderando a “Amarela”, atualmente um P-47D ainda em condição de voo ( mas não voa pela preciosidade ), que está no MUSAL é em homenagem a ele.

          8. Pelo que eu li

            Não deram autorização de vôo. Mas a FAB estava louca para decolar. Fez apenas alguns taxi na pista.

          9. Uma unica

             Só decolou, era para fazer um “toque – arremetida”, mas no toque o velho problema apareceu, esquentou demais e foi preferivel abortar o circuito proposto.

          10. Que eu saiba nunca decolou

            Segundo a revista Força Aérea, só foi feita a ligação do motor e ele rodou pela pista de taxi testanto os comandos e aceleração. Nunca desgrudou a roda do chão. Mas não foi dada homologação para decolar. Não sei se por medo da perda do avião ou por um acidente que poderia matar o piloto.

  5. Parece no balanço que a

    Parece no balanço que a decisão de Hitler foi mesmo política, num gesto de cavalheirismo com os ingleses, ele naquele momento inicial da guerra tinha planos de uma aliança entre o Reich e o Império Britânico, a ida secreta de Rudolf Hess, vice Fuhrer, à Inglaterra fazia parte de plano de oferecer uma aliança com os ingleses, algo que era uma ilusão alemã.

    Não tenha dúvida, se não fosse essa ilusão de considerar os ingleses futuros aliados [contra a URSS] a WWII teria um desenvolvimento completamente diferente. Mas foi mais do que ilusão, foi ingenuidade… A ingenuidade do psicopata em achar que ninguém se importa com vitimas que vivem marginalmente ou até mesmo possa encarar seus crimes como um serviço a bem da sociedade… Mas naturalmente não havia como a Inglaterra sujeitar-se a conviver com o domínio militar da Alemanha sobre toda Europa e deu no que deu.

  6. Não existem dúvidas

    Hitler desejava um pacto de aliança ou neutralidade com a Inglaterra para não encarar uma segunda frente enquanto invadia a URSS. Tentou poupando os soldados ingleses em Dunquerque e continuou até o gesto desesperado de enviar seu vice Fuhrer, Rudolf Hess, solitariamente em um Messershcmidt ME-110 até a propriedade do Duque de Hamilton, próximo a Glasgow. O Duque, como grande parte da artistocracia inglesa, era simpático à Hitler. Já os grandes industriais, banqueiros, temiam perdas com um avanço da Alemanha. Churchill parece que soube manobrar bem nessas contradições. A segunda frente, temida por Hitler, só apareceu em 1944, quando a guerra já estava praticamente definida. 

  7. Hitler só fez merda.
    Se tem
    Hitler só fez merda.
    Se tem uma.decisão acertada, não foi dele.
    Um idiota completo que jamais entendeu as peças no tabuleiro.

    Mandou um fanático , um novo rico, uma pessoa de baixo padrão negociar, com os ingleses uma possível aliança.
    Logo com os ingleses, os donos do mundo.

    1. Hitler mostrou ser um estrategista nato

      Que surpreendeu a propria Wehrmacht. Sem Hitler nunca a Alemanha chegaria onde chegou em 1940. A principal falha de Hitler foi: Invadir a Russia sem o lado ocidental do front ter sido resolvido. Stalin não pretendia declarar guerra a Alemanha antes de 1945 (Os Senhores da Guerra, Berthon & Potts)

  8. Um adendo necessário

    Para Hitler, um pacto com a Inglaterra não era apenas uma manobra tática, como alguns possam imaginar. Tratava-se de uma união ideológica. Não é mera interpretação de fatos, mas a simples leitura do “Mein Kampf”. Nele, Hitler imagina uma Europa unida por laços de sangue caucasianos, rumando contra os eslavos. Os ingleses são citados como da mesma formação étnica dos alemães. E aos eslavos, os vários povos ao leste, são dedicados os piores adjetivos. Vale lembrar que a palavra “eslavo”, parecida em vários idiomas, veio do latim scravus, que quer dizer escravo.   

  9. ” Ops. Ariel ” – Outras retiradas

      Em 14/06/40 foi ordenado por W. Churchill ao Gen. Allan Brooke ( Comandante das remanescentes forças britanicas em França ), que estas se retirassem para os portos franceses ainda em posse dos aliados, para serem recambiadas a Inglaterra – Iniciou-se em 15/06 as “Operações Ariel”, que se estenderam por 10 dias, retirando através de 8 portos, o total de 191.870 homens ( ingleses, canadenses, franceses, tchecos, poloneses e belgas ), incluindo alguns equipamentos pesados.

        Poderiam ter retirado mais uns 3.000/3500, mas o afundamento do HMS Lancastrian no estuario do Rio Loire, na saida do Porto de Saint Nazaire, os impossibilitou – morreram.

  10. O ultimo navio e “Halt order”

      Na madrugada de 4/6/1940, o ultimo navio britanico, deixa Dunkerke, o D-85 HMS Shikari.

      Já sobre o porque da “halt order ” para que a linha alemã, há 18 milhas de Dunkerke, estabiliza-se, sem progressão blindada, mantendo a linha defensiva de Lens – Bethune – Sain Omer – Gravelines, dada por HH a Rundstedt ás 11:42 de 24/05/40, os pontos que vc. levanta são os aceitos totalmente ou em partes.

       Mas a descisão, de acordo com as atas que sobraram dos arquivos do OKW, sobre a “reunião de Cambrai ( 02/06/40)”, entre HH e seus generais, sobre a sequencia da Batalha da França , é clara a respeito sobre Dunkerke ser uma operação secundaria, que o importante era: reorganizar a logistica dos 3 Grupos de Exército alemães, desloca-los o mais rapidamente possivel para o Sul – em especial a região do Baixo Sena, impedindo que o restante das forças francesas, e  britanicas ( 3 divisões + 1 Blindada ), conseguissem estabelecer um fronte defensivo continuo.

  11. O mais importante não foi

    O mais importante não foi falado. Embora Hitler tivesse o desejo de uma possível “aliança” com a Grã Bretanha ele não deixaria de tirar de combate 300 e tantos mil soldados britânicos fazendo estes de prisioneiros, aumentaria inclusive o poder de barganha para uma possível negociação futura. 

    A “fuga” britânica só foi possível graças as divisões do exército francês que seguraram um número bem maior de divisões alemãs em Dunquerque, o que possibilitou a retirada aliada, se não fosse a atuação dos franceses os britânicos não teriam soldados para poderem “lutar outro dia”. 

    O fato de Runstedt lamentar em suas memórias mostra que a evacuação não aconteceu por suposta “piedade” de Hitler e sim porque algo obstruiu isso.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador