A mensagem atualíssima de um juiz de direito ao filho que se tornou um militar digno, por Luis Nassif

Rui Moreira Lima é uma das glórias da Aeronáutica. Serviu na campanha da Itália, sempre se destacou por uma lealdade e um legalismo que lhe garantiram o respeito até de adversários.

Rui Moreira Lima é uma das glórias da Aeronáutica. Serviu na campanha da Itália, sempre se destacou por uma lealdade e um legalismo que lhe garantiram o respeito até de adversários.

Fui honrado pelo convite de seu filho, Pedro Luiz Moreira, para escrever o prefácio de sua biografia, “Adelphi! Voando por Justiça e Liberdade”, dele e da pesquisadora Elisa Colepicolo.

O início do livro menciona figura fundamental na formação de Rui: seu pai, o desembargador Bento Moreira Lima.

Quando Rui comunicou sua decisão de se tornar militar, recebeu a seguinte carta do pai:

“Caxias, 31 de março de 1939

Rui,

És cadete, amanhã, depois, mais tarde… general. Agora deves dobrar os teus esforços, estudar muito… Obediência aos teus superiores, lealdade aos teus companheiros, dignidade no desempenho do que te for confiado, atitudes justas e nunca arbitrárias.

Sê um patriota verdadeiro e não te esqueças de que a força somente deve ser empregada ao serviço do Direito. O povo desarmado merece o respeito das forças armadas. Estas não devem esquecer que é este povo que deve inspirá-las nos momentos graves e decisivos.

Nos momentos de loucura coletiva deves ser prudente, não atentando contra a vida dos teus concidadãos. O soldado não pode ser covarde e nem fanfarrão. A honra é para ele um imperativo e nunca deve ser mal compreendida.

O soldado não conspira contra as instituições pelas quais jurou fidelidade. Se o fizer, trai os seus companheiros e pode desgraçar a nação.

O soldado nunca deve ser delator, se não quando isso importar em salvação da Pátria. Espionar os companheiros, denunciá-los, visando interesses próprios, é infâmia, e o soldado dever ser digno.

Aí estão os meus pontos de vista. Deus te abençoe.

Bento Moreira Lima

Luis Nassif

15 Comentários

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  1. Quem lê este artigo, e faz um contraponto aos dias atuais, tem a nítida impressão de que a honra a ética e a moral foram todas sepultados no passado junto com estes homens. Hoje honra ética e moral foram substituídas por uma única virtude que é ter dinheiro não importando a que preço.

  2. Nassif: com a morte do Desembargador e do Brigadeiro esgotou-se um perído áureo, “que os anos não trazem mais” (CaemiroDeAbru), pois “Itabira é apenas um retrato na parede; mas como doi” (Drummond). Essa é nossa triste realidade de hoje…

  3. “…O soldado não conspira contra as instituições pelas quais jurou fidelidade. Se o fizer, trai os seus companheiros e pode desgraçar a nação…” Não foi exatamente o que aconteceu no Golpe Civil Militar Fascista de 1930? Julio Prestes havia alertado. Traidores desgraçarão a Nação. E esta desgraça já dura 90 anos. Mas começa a ser extinta….Coincidência, um Paulista de volta ao Poder depois de quase 1 século? Afinal, Somos a Pátria das Coincidências, não é mesmo? Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação.

  4. Já li o livro que ele escreveu sobre a participação dele na Segunda Guerra Mundial o livro chamado SENTA A PUÁ. Li uma entrevista dele que em ele diz que sobrevoou a coluna do General Mourão Filho que partiu de Juiz de Fora pra dar o golpe de 1964 e que o governo deveria ter dado ordem para que ela fosse bombardeada, coisa que não foi feita e o Brasil mergulhou no terror e horror da ditadura militar. 2016 DILMA FROUXA ROUSSEF IGUALMENTE ACOVARDADA NÃO ORDENOU REPRESSÃO AOS GOLPISTAS CONSPIRADORES, fazendo com que milhões de brasileiros sofram a violência da fome e da miséria. ADELPHI pra quem souber o que é e eu sei.

  5. Fonte: http://www.abra-pc.com.br/estoria69.html#693

    Na época que coincidiu com a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939), foi lançada no Brasil, pela Companhia de Cigarros Castelões, uma marca que ficou famosa pela propaganda no rádio: Cigarros Adelphi, anunciado com o som de várias pessoas batendo palmas intermitentes (pá… parapá) seguidas da palavra “Adelphi” dita de modo enérgico.

    Os cigarros eram acondicionados em carteiras de papelão azul com letras douradas. Em cada carteira havia uma figurinha ou um cheque, com valores numerados, que, quando colecionados, somavam pontos e podiam ser trocados por brindes, que eram pequenos objetos para uso pessoal ou doméstico, em uma loja situada na Rua Marechal Floriano, no centro da cidade do Rio de Janeiro.

    A saudação do “Adelphi” surgiu durante viagem a São Luís do Maranhão, em 1940, quando estavam a bordo do vapor “Itapagé” o então cadete Rui Barbosa Moreira Lima, o 1o Ten Av do Exército José Ribamar Raposo, ambos conterrâneos e mais um grupo de aproximadamente sete jovens. Entre as várias brincadeiras feitas de modo a afastar a monotonia da viagem, estes resolveram que, a cada porto que o navio atracasse para carga e descarga, um deles seria responsável por “abduzir” um prato e um talher dos restaurantes nos quais almoçassem.

    Distribuída que foi a missão entre os vários componentes do grupo, esta foi devidamente cumprida, com a quantidade de pratos e talheres aumentando nos portos de Salvador, Maceió, Recife e Natal, sendo Fortaleza o fim da linha. Sob determinação de Raposo, os pratos roubados eram colocados por sob as camisas e, batendo nos pratos com os talheres, todos a um só tempo repetiam a saudação dos cigarros Adelphi. Tal brincadeira pegou, e passou a ser feita nas refeições, antes do início de shows e mesmo para saudar o Comissário de Bordo e o Comandante do “Itapagé”. Após a viagem, no entanto, a brincadeira caiu no esquecimento. Os cigarros Adelphi foram produzidos apenas até 1942.

    Quando o 1o GpAvCa chegou a Camp Shank, na Virgínia, Estados Unidos, em agosto de 1944, ficou sob quarentena por um período de 48 horas. Não havendo o que fazer, seus integrantes passaram a bolar brincadeiras e a cantar velhas canções onde pudesse ser dada ênfase ao coral. O então Tenente Rui Moreira Lima, lembrando-se da brincadeira de sua viagem de quatro anos antes, apresentou-a ao grupo e o “Adelphi” consagrou-se, no início, como uma saudação em tom de brincadeira sendo apresentada ao Coronel Nero Moura. Bem aceita que foi, passou a ser utilizada para saudar alguém que tivesse realizado alguma coisa diferente. General Cannon após receber um Adelphi

    Certa vez o Comandante da 12th Tactical Air Force, Gen John Kenneth Cannon (1892-1955) fez uma visita ao 1o GpAvCa, sendo recebido formalmente pelo TenCel Nero Moura e, uma vez quebrado o protocolo, este solicitou ao seu pessoal que saudassem o Gen Cannon com um “Adelphi”, no que foi pronta e entusiasticamente atendido. O sucesso foi tal que o TenCel Moura teve que “se virar” para explicar ao Gen Cannon que aquela era uma saudação honrosa da caça brasileira, utilizada para saudar apenas grandes personalidades.

    Desse dia em diante o “Adelphi” foi oficializado no 1o GpAvCa, passando de simples brincadeira a saudação séria. Sua utilização passou a ser cada vez mais restrita, sendo, no entanto, sempre oferecido aos companheiros abatidos em combate.

    Atualmente, o 1o Esquadrão do 16o Grupo de Aviação (1o/16oGAv) , baseado em Santa Cruz (RJ) e equipado com aeronaves de ataque Embraer A-1 (AMX), adotou a palavra “Adelphi” como designação oficial da unidade e do código de seus pilotos, perpetuando assim uma tradição e fazendo uma justa homenagem aos veteranos do 1o GpAvCa.

  6. Fonte: http://www.abra-pc.com.br/estoria69.html#693

    Na época que coincidiu com a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939), foi lançada no Brasil, pela Companhia de Cigarros Castelões, uma marca que ficou famosa pela propaganda no rádio: Cigarros Adelphi, anunciado com o som de várias pessoas batendo palmas intermitentes (pá… parapá) seguidas da palavra “Adelphi” dita de modo enérgico.

    Os cigarros eram acondicionados em carteiras de papelão azul com letras douradas. Em cada carteira havia uma figurinha ou um cheque, com valores numerados, que, quando colecionados, somavam pontos e podiam ser trocados por brindes, que eram pequenos objetos para uso pessoal ou doméstico, em uma loja situada na Rua Marechal Floriano, no centro da cidade do Rio de Janeiro.

    A saudação do “Adelphi” surgiu durante viagem a São Luís do Maranhão, em 1940, quando estavam a bordo do vapor “Itapagé” o então cadete Rui Barbosa Moreira Lima, o 1o Ten Av do Exército José Ribamar Raposo, ambos conterrâneos e mais um grupo de aproximadamente sete jovens. Entre as várias brincadeiras feitas de modo a afastar a monotonia da viagem, estes resolveram que, a cada porto que o navio atracasse para carga e descarga, um deles seria responsável por “abduzir” um prato e um talher dos restaurantes nos quais almoçassem.

    Distribuída que foi a missão entre os vários componentes do grupo, esta foi devidamente cumprida, com a quantidade de pratos e talheres aumentando nos portos de Salvador, Maceió, Recife e Natal, sendo Fortaleza o fim da linha. Sob determinação de Raposo, os pratos roubados eram colocados por sob as camisas e, batendo nos pratos com os talheres, todos a um só tempo repetiam a saudação dos cigarros Adelphi. Tal brincadeira pegou, e passou a ser feita nas refeições, antes do início de shows e mesmo para saudar o Comissário de Bordo e o Comandante do “Itapagé”. Após a viagem, no entanto, a brincadeira caiu no esquecimento. Os cigarros Adelphi foram produzidos apenas até 1942.

    Quando o 1o GpAvCa chegou a Camp Shank, na Virgínia, Estados Unidos, em agosto de 1944, ficou sob quarentena por um período de 48 horas. Não havendo o que fazer, seus integrantes passaram a bolar brincadeiras e a cantar velhas canções onde pudesse ser dada ênfase ao coral. O então Tenente Rui Moreira Lima, lembrando-se da brincadeira de sua viagem de quatro anos antes, apresentou-a ao grupo e o “Adelphi” consagrou-se, no início, como uma saudação em tom de brincadeira sendo apresentada ao Coronel Nero Moura. Bem aceita que foi, passou a ser utilizada para saudar alguém que tivesse realizado alguma coisa diferente. General Cannon após receber um Adelphi

    Certa vez o Comandante da 12th Tactical Air Force, Gen John Kenneth Cannon (1892-1955) fez uma visita ao 1o GpAvCa, sendo recebido formalmente pelo TenCel Nero Moura e, uma vez quebrado o protocolo, este solicitou ao seu pessoal que saudassem o Gen Cannon com um “Adelphi”, no que foi pronta e entusiasticamente atendido. O sucesso foi tal que o TenCel Moura teve que “se virar” para explicar ao Gen Cannon que aquela era uma saudação honrosa da caça brasileira, utilizada para saudar apenas grandes personalidades.

    Desse dia em diante o “Adelphi” foi oficializado no 1o GpAvCa, passando de simples brincadeira a saudação séria. Sua utilização passou a ser cada vez mais restrita, sendo, no entanto, sempre oferecido aos companheiros abatidos em combate.

    Atualmente, o 1o Esquadrão do 16o Grupo de Aviação (1o/16oGAv) , baseado em Santa Cruz (RJ) e equipado com aeronaves de ataque Embraer A-1 (AMX), adotou a palavra “Adelphi” como designação oficial da unidade e do código de seus pilotos, perpetuando assim uma tradição e fazendo uma justa homenagem aos veteranos do 1o GpAvCa.

  7. Nassif – o que esperar de um herói do jornalismo brasileiro? Somente Dignidade!!!

    Emocionado e super honrado dedico o grito de guerra do pai na Itália:

    Pá,Pá ,Pá ,Pá!

    Adelphi!
    Senta a Pua, Brasil!

    Seu amigo e admirador

    Pedro Luiz Moreira Lima

    1. Tive a honra de conhecê-lo, já bastante idoso. Um homem simples e bem-humorado, com muitas histórias para contar – o natural para quem teve uma vida cheia. De eventos e de dignidade.

    2. Sinta-se orgulhoso pelo homem honrado, valente e digno que foi seu pai tanto nos campos de batalha da Itália quanto tenho certeza para com vocês da família. ADELPHI.

  8. Os atuais governantes e apoiadores deles deveriam ter essa mensagem como leitura de cabeceira. Lê-la diariamente, ao acordar e ao dormir, e, principalmente, praticar tudo que está escrito

  9. Honra e dignidade são artigos raros hoje em dia.
    E não somente nas Forças Armadas, mas em todas as instituições brasileiras. Pobre Brasil e infeliz do seu povo.

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