A renúncia de Barbosa e a saída de Jânio Quadros

Sugerido por IV Avatar

Do Jornal do Brasil

O aproveitador

No dia 12 de maio de 2014, o Jornal do Brasil publicou um artigo na editoria Opinião ressaltando que as decisões monocráticas de autoridades permitem uma reflexão sobre esses personagens, que apostam na estratégia de chamar a atenção da opinião pública através da mídia, para serem transformados em heróis. Porém, é justamente esse caminho que coloca em risco os seus cargos nas instituições, abrindo a possibilidade de abandonarem os postos antes do tempo previsto. Citamos que um mandato que encerraria em novembro deste ano, poderia ser abandonado muito antes, para uma saída como líder:

Não é normal o deterioramento e as decisões tomadas por homens públicos quando essas decisões visam exclusivamente conseguir que a mídia os transforme em novos ídolos, nunca em grandes líderes.

As decisões monocráticas de determinadas autoridades permitem uma reflexão sobre esses homens, que pensam que, no Brasil, essas decisões só servem para que, chamando a atenção da opinião pública, se transformem em heróis, para em seguida colocar em risco a sua própria instituição, com a possibilidade de abandonar o posto antes do tempo determinado – encerramento do mandato seria em novembro, mas o afastamento pode vir antes -, para saírem como líderes.

Em compensação, não se importam com o que pode acontecer com a imagem da instituição em que trabalham, podendo colocar em risco a soberania do poder judiciário.

Renúncia de Joaquim Barbosa relembra saída de Jânio Quadros do poder

Parecia um dia normal na rotina do Supremo Tribunal Federal até o presidente da casa, o ministro Joaquim Barbosa, ocupar a sua cadeira na manhã desta quinta-feira (29/5) para anunciar uma decisão que pegou o povo brasileiro e o colegiado de surpresa. A forma de renúncia de Barbosa, nomeado na expectativa da contribuição de um grande jurista que prestou serviços relevantes ao país, remeteu a um outro episódio histórico: o ato de saída do presidente Jânio Quadros do governo, no dia 25 de agosto de 1961. 

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-RJ (OAB-RJ), o advogado Felipe de Santa Cruz, encontra semelhanças nos perfis de atuação de Joaquim Barbosa e do ex-presidente Jânio Quadros, que também renunciou em meio a muitas polêmicas e questionamentos. “Os dois personagens se parecem. São dados à rompantes e atitudes autoritárias. O Joaquim Barbosa, por exemplo, teve sérias dificuldades com a advocacia. Mas isso não é desmérito as suas conquistas no STF. Teve uma trajetória brilhante e conquistou uma posição de muito respeito e profissionalismo”, considerou Santa Cruz, lembrando ainda que JB foi o primeiro ministro negro a ocupar a presidência do STF. 

"Os dois personagens se parecem. São dados à rompantes e atitudes autoritárias", comentou presidente da OAB-RJ, Felipe de Santa Cruz

“Os dois personagens se parecem. São dados à rompantes e atitudes autoritárias”, comentou presidente da OAB-RJ, Felipe de Santa Cruz

Felipe de Santa Cruz recebeu a notícia da renúncia de JB durante um encontro das seccionais da OAB em Recife, realizado nesta quinta-feira. Ele avalia que, do ponto de vista pessoal, é um direito de Joaquim Barbosa se aposentar. Santa Cruz comentou que nos corredores do STF já se cogitava há algum tempo o afastamento do presidente da casa, por causa das fortes dores na coluna que o impediam de permanecer sentado por muito tempo nas sessões. 

No entanto, na análise jurídica de Santa Cruz, a renúncia gerou um “estranhamento” pela falta de justificativas do presidente do STF, que nos últimos anos conquistou uma posição de destaque no cenário nacional, especialmente em torno do Mensalão.

Redação

6 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. O STF

    JB, cabe lembrar com a ajuda de uns três as vezes quatro ministros, transformou o STF num circo midiático. Permita-me escrever, em uma magistratura carente de grandes juristas, o que se destacou foi o arbítrio, a grosseria com seus pares e advogados de defesa, a falta de embasamento jurídico em decisões, a manipulação, mas JB agradou, nesse período, a elite poderosa que desta povo, fez bem o seu papel e como papel agora será jogado fora.

  2. Cura em botecos

    Baixo Leblon e baixa boemia de Brasília conhecem bem essas “dores nas costas”.

    Mas vai continuar recebendo do contribuinte 40 pilas por mês. Dá pra passear bastante em Miami, visitar os amigos do IBEC, agradecer os favores da UFRJ (onde também ficou 8 anos recebendo salário sem trabalhar) e orientar teses de mestrado e doutorado das advogadas filhas de colegas seus nas horas vagas.

    Não me surpreendo se for cozinhar na Ana Maria Braga e depois gravar um “Caldeirão visita” com o Tucano Huck. Action de complisance entre copains.

  3. No caso de Quadros já era a

    No caso de Quadros já era a história como farsa, retomava o episódio do suicídiod e Vargas. Barbosa é tragiucomédia, muito pior que a farsa.

  4. Tropego.

    Na verdade, JB não suportaria ver o STF com nona formação, reformar suas decisões políticas sobre o emsalão do PT. Ele está comportando-se como o portugues bêbado que acometido de uma forta dor de barriga, na pressa, arriou as calças mas, esqueceu-se de arriar as cuecas…Bom, o resto os senhores já sabem.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador