Sinais da tragédia nacional na história

Há pouco, cutucando arquivos digitalizados dei com a pérola que segue:

“Em data de 5 de Fevereiro officiou-me o Juiz de Direito da Comarca de Laranjeiras nestes termos:

‘As cadeiras d’ersta comarca achão-se actualmente providas em pessoas que tem a necessaria capacidade para ensinar a mocidade; alguns dos professores cumprem bem com as obrigações dos seus empregos; outros, porém, firmes no erroneo systema de que huma vez providos pódem a asalvo menoscabar das leis, e do juramento por elles prestado, nenhum cuidado empregão[empregam]  em ensinar a mocidade, que depois de muitos annos de escola sahem peiores do que entrarão [entraram] para as aaulas, pois nellas vão aprender máos costumes, e vicios, que não levarão [levaram] da casa de seus paes; e se alguem ha que censure tal conducta aos professores, RESPONDEM QUE NA SUA SALA NÃO HÁ SENÃO MENINOS POBRES, E QUE SEUS FINS HE[é] SEREM SAPATEIROS, PESCADORES, ETC., como se a nação não tivesse interesse, que esses mesmo sapateiros e pescadores fossem homens bem morigerados;(…)'” (*)

Mais aqui: (clique) Brazilian Provincial Reports

Este país chamado Brasil… é um milagre! Com um pensamento corrente desse, acima sublinhado (em maiúsculas)… pra ser o que é… só um milagre. Era pra ser dez vezes pior com uma elite dessa. E um país, acima de tudo é gerenciado pela sua elite. Com uma elite dessa não conheço nação que se aguente. Só por milagre chegamos aonde chegamos.

(*)FALLA que dirigio a Assemblea Legislativa Provincial de Sergipe na Abertura de sua Sessão Ordinária no 1º de amarço de 1850, o Exm. Snr. Presidente da Província, Dr Amancio João Pereira de Andrade. Sergipe, Typographia Provincial. 1850, no Largo do palácio. Administrador J. J. da Silva Braga.

 

P. S. Ainda hoje, salvo as honoráveis exceções, é assim que se “pensa”  em todo este país das Danuzas Leão, Eliane Cantanhede e Boris Casoy da vida.

Luis Nassif

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