Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador?
Por Vitor Souza
Nos últimos anos, cada vez mais ouvimos na grande mídia que o 1º de maio é o “dia do trabalho”.
Outros veículos de comunicação, os sindicatos de trabalhadores, associações estudantis, etc. chamam esse dia de “dia do trabalhador” ou de “dia internacional dos trabalhadores”. Tem diferença? É só uma “frescura de intelectual”? Ou tem algum sentido?
O primeiro de maio é o dia do trabalhador! Não é dia do trabalho. “Trabalho” é um conceito amplo, que tem diversas concepções. Pode se referir aos patrões também. Pode se referir ao local de trabalho, a atividades em geral exercidas pelos seres humanos ou até por máquinas.
O dia internacional dos trabalhadores foi instituído em 1889, em Paris, pela internacional socialista – entidade que reunia partidos socialistas, comunistas e trabalhistas em geral de todo o mundo. Foi uma homenagem aos mártires de Chicago, nos EUA, onde em 1886, no dia 1º de maio, iniciou-se uma greve geral que durou vários dias, reivindicando melhores condições de trabalho, num contexto em que a carga horária de trabalho chegava a 14 horas diárias, os salários eram absurdamente baixos, etc.
Nessa greve, vários trabalhadores foram mortos e diversas lideranças dos operários foram condenados também à morte ou a vários anos de prisões em um julgamento “armado” para condenar os operários (as semelhanças com o contexto brasileiro atual não são mera coincidência).
Então, as origens do 1º de maio são bem específicas. Não é a defesa do trabalho de forma geral e abstrata, mas do TRABALHADOR e de seus direitos! De suas lutas por melhores condições de trabalho que conquistaram os direitos trabalhistas que temos hoje.
Chamar o dia do trabalhador de dia do trabalho é tentar esvaziar o seu caráter de classe, o seu caráter esquerdista e sua origem socialista. É tentar despolitizar a data e fazer dela uma data de comemoração como outra qualquer.
Dia do trabalho nada! Hoje é no Brasil e em parte significativa do mundo, o “dia internacional dos trabalhadores”!
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