O acervo do “Plano Condor” está disponível na internet

Por Adir Tavares

Do site Avante.pt

Parte da documentação relativa ao macabro «Plano Condor», executado pelas ditaduras sul-americanas em conluio com a CIA, e do qual fizeram parte o assassinato em massa, nos anos 70, de militantes progressistas, está agora disponível online. 

O acervo do denominado «Plano Condor», a operação secreta levada a cabo pela CIA em conluio com as ditaduras sul-americanas, encontra-se, finalmente, disponível para quem o quiser consultar. A existência deste processo de assassinato em massa de pessoas que professavam ideologias de esquerda, democráticas e progressistas – bem como de muitos dos seus familiares e amigos -, «apenas» porque se opunham, nos diversos países da América do Sul, aos regimes ditatoriais aliados dos EUA, foi ao longo de décadas desmentido pelas sucessivas administrações norte-americanas, quer Democratas quer Republicanas. Agora, os assassinatos em massa não só estão suficientemente documentados, como essa documentação passou a ficar disponível para consulta na Internet através do endereço electrónico www.ippdh.mercosur.int/archivocondor.

O trabalho de recolha e tratamento dos dados é da responsabilidade do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do Mercosul (IPPDH), cuja sede é em Buenos Aires, capital da Argentina. O guia permite a consulta documental de 71 instituições da Argentina, Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai, e a sua divulgação teve o propósito de apoiar o «Grupo Técnico» na obtenção de dados, informação e arquivos referentes às actuações repressivas do chamado Cone Azul, particularmente da operação «Condor», revela a agência noticiosa argentina Telem, citada pela Prensa Latina.

A mesma fonte reproduz declarações do director deste Instituto, Víctor Abramovich, que destaca a importância do apoio dado a este processo de investigação por parte dos presidentes que governaram a Argentina a partir de 2003, Néstor Kirchner (2003-2007) e a sua esposa, Cristina Fernández, que lhe sucedeu no cargo.

Para Víctor Abramovich, as intervenções destes dois chefes de Estado foram fundamentais para o sucesso da investigação. «Reconstruir a memória enfrentando o Estado é diferente de quando temos o Estado como aliado. Era impossível pensar na sistematização desta informação sem instituições que, dentro do Estado, se dispusessem a investigar», afirmou Abramovich.

Desde o passado dia 5 de Março que decorre na Argentina um julgamento que visa provar e condenar os responsáveis pelos crimes contra a humanidade e as 

Luis Nassif

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