Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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O assassinato da Família Imperial Russa, por André Araújo

O assassinato da Família Imperial Russa

por André Araújo

17 de julho de 1918 é a data do fuzilamento em Ekaterimburgo da Familia Romanoff , o Czar, a Czarina e cinco filhos, um menino e quatro moças adolescentes , executados no porão de uma casa onde estavam presos por um pelotão de soldados irregulares do Soviete da cidade.

O fato está envolvido em brumas, controvérsias, mistérios, tudo muito trabalhado por historiadores especialmente britânicos. Os executores foram membros do Soviete de Ekaterimburgo, região mil quilometros a leste de Moscou, por ordens locais.

Está praticamente esclarecido que não foram ordens de Moscou para essa execução, o Birô Politico do Partido na capital preferia ter a família como prisioneira para futura troca. Mas a Rússia ainda estava em guerra civil contra o chamado Exército branco que operava perto de Ekaterimburgo e o soviete local imaginou que os brancos iriam libertar a Família Imperial para reconduzir o Czar ao Poder.  O Exército branco tinha apoio dos EUA e Inglaterra e era constituído na maioria por tchecos sob comando de Almirante russo e financiado com remessas de dinheiro dos EUA.

O Exército chegou a ter 40.000 homens bem armados e operou até 1921 com pleno apoio de Churchill, que era entusiasta dessa operação que fez demorar a consolidação do poder soviético  na região a Leste de Moscou.

Em Moscou a notícia da execução dos Romanoff foi recebida com apreensão, afinal o Czar Nicolau II era primo irmão do Rei George V da Inglaterra, ambos netos da Rainha Vitória e Lenin temia maior reforço dos brancos em consequência.

As controvérsias atravessaram todo o período soviético e só após o fim da URSS foi possível a exumação dos corpos e os exames de DNA usando-se como contraprova o sangue do Príncipe Philip , marido da Rainha Elizabeth II, que é da mesma família da Czarina Alexandra. Philip foi a São Petersburgo para participar desse processo.

Os corpos da Família Imperial foram novamente enterrados em cerimônia ortodoxa e daqui a dois anos haverá o centenário das mortes, o que causará emoção da Rússia pela força da memória do regime imperial que permanece no imaginário dos russos por figuras como Pedro, o Grande,  Catarina da Rússia e Alexandre I, vencedor de Napoleão.

Existem outras graves controvérsias, a maior das quais é o fato de que havia por um curto período condições de resgatar a Família Imperial de sua prisão em Ekaterimburgo se o Rei da Inglaterra, George V, se empenhasse nisso.

Uma coluna do Exército branco esteve muito perto da cidade e poderia avançar para o resgate mas para isso seria essencial ordens expressas do Rei britânico, algo que não aconteceu. Até hoje não se sabe porque, afinal os soberanos eram da mesma família e o Rei inglês deveria ter feito todos os esforços para salvar seu primo e familia.

Durante longo periodo acreditou-se que a Princesa Anastácia tinha escapado do cativeiro pela aparição de uma moça que estava se afogando em um canal de Berlim e ao ser salva disse que era Anastácia e forneceu dados particulares dessa princesa russa. Foi interrogada por inúmeros nobres da corte, refugiados em Berlim e não hesitou em nenhuma resposta, que foram precisas. Todavia comprovou-se que Anastácia foi morta junto com a Família e essa moça era de fato uma impostora que deveria por alguma razão ter convivido na Corte e conhecido Anastácia de perto.

O fuzilamento dos Romanoff causou grande impacto na imaginação europeia dos anos subsequentes e, como previu Lenin, causou inútil desgaste ao novo regime soviético, a quem bastava o exílio da Família e não seu assassinato.

A mística dos Romanoff, para o bem ou para o mal, foi tão forte que os fantasmas da execução revivesceram após o fim da URSS com a reabilitação póstuma da memória dos monarcas e seus herdeiros, apesar de Nicalau II ter sido um soberano muito mal avaliado pela História.

 

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

28 Comentários

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  1. Até hoje não entendo como

    Até hoje não entendo como Lenin e depois Trotski foram tão impiedosos, e depois Trostski se rebelar contra Stalin pelas atrocidades cometidas, se ele também tomara ações semelhantes para impor seu regime. 

    Sou meio burrauda para entender a História da Rússia, talvez por isso não chego a uma conclusão das razões desse povo ter sido tão seguido mundo afora por um regime que para se fazer poderoso primeiro teve que dizimar milhares de inocentes. 

    1. Maria, estás aproveitando o ensejo para provocar os outros.

      Maria, estás aproveitando o ensejo para provocar os outros. O artigo nem fala de Trostski nem de Stalin, se queres fazer uma crítica aos dois que faça, mas dentro de um artigo próprio, não entre de carona nas costas do AA.

    2. Entendendo

      Não é tão difícil de entender, Maria. É a lógica do bandido: ele sabe que se quiser que a sua quadrilha domine o território, deve fazê-la cometer o maior número de atrocidades possível, pois assim eles sabem que quanto pior fizerem, mais terrível será a vingança dos rivais, então eles lutarão com todas as forças para não serem derrotados. Se um governo revolucionário encontra-se em um beco sem saída, deve proceder da mesma maneira.

    3. Foram impiedosos pois o tempo

      Foram impiedosos pois o tempo e necessidade assim pedia.
      Stalin foi enérgico, tirânico, pois além de ser da sua natureza, assim exigia o tempo em que vivia e a situação.

      Não temos que gostar da História… Apenas ela é, o que é.

      😉

  2. Porralouquice!

    Quem é de esquerda sabe como poucos o significado das palavras porralouca e porralouquice. 

    Para quem não sabe taí um exemplo claro de como agem esses militantes.

    Eu tambem já fui um desses, mas como eu, a maioria amadurece politicamente com o tempo.

    Já em outros, e eles são muitos, o tempo age no sentido de radicalizar suas porralouquices. Taí a militancia do PSOL/PSTU que me deixa mentir.

  3. Governavam para si mesmo.

    Governavam para si mesmo. Vivendo no luxo e na ostentação, enquanto o povo russo passava fome e vivia como escravo dos grandes proprietários de terra. Os russos fizeram tardiamente o que os franceses fizeram uns cento e poucos anos antes.

    1. De fato os camponeses viviam

      De fato os camponeses viviam mal mas estavam vivos son o regime do Czar, sob Stalin continuaram a viver mal e uma boa parte foi liquidada na coletivização das fazendas, estimam os melhores historiadores como E.H.Carr que 10 milhões de camponeses foram executados por Stalin, os comissarios tambem viviam muito melhor que os camponeses, Beria adorava o luxo, o aparatchik sovietico tinha regalias que o povão nem sonhava.

      1.  
         
        Eh…uma pena. Como os

         

         

        Eh…uma pena. Como os revolucionários soviéticos foram perversos! Credo em cruz, amém cuscuz. Incrível como são malvados os povos eslavos. Lembro que até as autoridades francesas que nunca foram flor para se cheirar, para eliminar seus nobres parasitas tiveram o cuidado de contratar o médico francês Joseph Ignace Guillotin para projetar uma ferramenta para decepar as cabeças de suas Altezas de forma mais harmoniosa, indolor e humana.  

        Nada no entanto, é comparável aos esforços civilizatórios americanos(do norte), demonstrados nos bombardeios cirúrgicos que os ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, cuidadosamente realizam ao redor do mundo. Todo esforçodedicado a  levar democracia, liberdade e riqueza para generosamente compartilhar com os povos irmãos do mundo. Estão ai, as recentes expedições à moda das Santas Cruzadas, pra não deixar cair no esquecimento.

        São notáveis os cuidados com os valores ocidentais, ao empregar tecnologia de ponta pra matar o inimigo terrorista, sem causar dor no próprio desgraçado, nem provocar efeitos colaterais e danos nos terroristas, filhos, ainda em fase de aleitamento. Como assistimos recentemente nas campanhas no, Iraque, Afeganistão e na Líbia. Só não conseguiram fazer o mesmo na Síria, por culpa da Rússia, mais uma vez, esses eslavos.

        Orlando

         

         

        1. Ironia perfeita! A história

          Ironia perfeita! A história mostra que já faz muito tempo que um certo país “cirúrgico” persegue a soberania dos outros países. Como continua até hoje, não é possível descartar uma ww3.

      2. Caro André Araújo, por favor

        Caro André Araújo, por favor tenha cuidado com historiadores que nunca tiveram acesso aos dados primários. É o caso de Edward Hallett Carr.

        Moshe Lewin, autor de “O Século Soviético”, ao menos, foi a Moscou e teve acesso aos arquvos do regime soviético, que registrava tudo e qualquer coisa compulsivamente. A cifra de 10 milhões de mortos como resultado da coletivização não se sustenta. É uma lenda, como a fome na Ucrânia na década de 30, o afamado Holodomor, que só existe como mito na cabeça dos formuladores da Ucrãnia moderna.

        Att.
        César A. Ferreira

  4. Não entendo alguns

    Não entendo alguns comentarios, estou fazendo um registro historico sem nenhum juizo de valor, criticando a monarquia inglesa pela sua indiferença ao assassinato de parentes, os sovieticos não foram os unicos a executarem inimigos.

    1. Nao foi indiferenca

      Eh dificilimo imaginar que a realeza espalhada na Europa toda iria acreditar que uma execucao fosse decisao a ser tomada a nivel local por sabe-se-la-quem -ate hoje nao se sabe.  A familia real estava, de fato, esperando ajuda dos de fora, mas ninguem la de fora achou que fosse acontecer, como os proprios Romanovs nao achavam.

    2. André, não te faz de salame.

      Não houve nenhum comentário contra o artigo!!!

      O artigo é histórico só relata fatos sem juízo de valor e com a correção histórica que foi um ato local de um soviete que estava a ponto de ir para a banha.

  5. Lenin

    André,

    Ano pasado assisti na cinemateca aqui em São Paulo ao filme “Lenin em 1918” sobre a tentativa de mata-lo através de um complô. Em 18 tudo era precário, inclusive o governo na então embrionária URSS. O filme foi feito em 1938 na própria URSS e pertence ao acervo da Mosfilm. Trata-se portanto de um filme realizado na era Stalin e que, obviamente, defende idéias deste. Na década de 30 não era possival qualquer obra de arte escapar ao crivo do poder. Basta estudar a biografia do compositor Shostakovich.

    Essa obra mostra que Lenin seria avesso a violência. Ele teria tentado comtemporizar e mostrar a todos que a revoluão comunista era o melhor caminho a seguir. Pessoas próximas de si é que defendiam o uso da força, entre eles Gorki. Stalin não é personagem no flme.

    O pitoresco é em 1938 a URSS ter encontrados bons atores parecidos fisicamente com Lenin e Gorki, ambos já falecidos.

  6. Uma vez perguntei ao André se

    Uma vez perguntei ao André se ele era favorável à volta da monarquia ao Brasil e ele disse que sim. Eu sou contra. Mas tive pensando = o Brasil talvez já tenha uma monarquia sui-generis = gente que chega ao mundo político pelo voto e a elite do funcionarismo público que entra por concurso. Esse povo tem as benecesses da monarquia mas sem nenhuma obrigação mínima para com o povo – como é o caso da monarquia inglesa. 

    E sobre a Rússia, admiro demais o que eles produziram na arte. Só na literatura a lista é enorme – Tolstoi, Tchekov, Dostoievski, MAiakoviski… E é um povo de uma história sofrida demais, marcada pela fome, morte aos milhões, falta de liberdade. 

    1. Mas foi só no tempo do czar

      Os russos produziram coisas admiráveis na arte, na literatura e na ciência, mas se você prestar atenção, só encontrará nomes notáveis no tempo dos czares, quando boa parte da população era analfabeta. O comunismo parece que esterilizou a imaginação dos russos, e talvez para sempre, pois a Rússia do século 21 não é um país dos mais admiráveis.

      1. Pedro também não exagera! Que

        Pedro também não exagera! Que você tem a dizer sobre Lev Davidovich Landau, Zhakarov e vários prêmios Nobel e matemáticos brilhantes? Mudou apenas o foco da educação na era soviética. Nunca fui e não sou comunista, mas negar a intelectualidade soviética baseado apenas na genética de Lisenko é demais!

      2. Vigotsky ao lado de Piaget é

        Vigotsky ao lado de Piaget é a principal referência no Ocidente na área da Psicologia da Educação. Seu trabalho aconteceu durante o regime comunista e se baseia na teoria socialista com um primor tão grande que ultrapassou o preconceito ideológico. 

        Também posso citar o desenvolvimento aeroespacial, onde a Rússia ainda é referência com a tecnologia desenvolvida no antigo regime. A Nasa até desistiu de desenvolver aplicações próprias e as encomenda deles. 

        Nas artes eu consigo me lembrar agora da qualidade do seu cinema de animação. Igualmente referência nos trabalhos posteriores no Ocidente. 

        Forqm nada menos que 21 Prêmios Nobel nas Ciências desde a revolução, sendo 5 Nobels de Literatura. 

        1. Peça a uma pessoa de cultura geral mediana…

          Peça a uma pessoa de cultura geral mediana para citar os nomes de russos que se destacaram no campo do saber e das artes. Conte quanto nomes serão de indivíduos que viveram na era soviética.

  7. Eles dobram por voce…

    Outro dia estava vendo doc onde se apurou se comprovou o DNA da familia imperial russa, Anastacia era Anastacia mesmo estava enterrada na floresta sombria na cova tambem e cortou o meu coracao….so regimes brutais fazem isso com gente.

     

    1. Regimes brutais como os das

      Regimes brutais como os das revoluções capitalistas, pela Europa, sendo a mais famosa a francesa e sua famosa guilhotina… Mas também há a anterior revolução inglesa, liderada por Cromwell, tão cruel que seu cadáver foi retirado da sepultura, decapitado e pendurado por correntes. Revoluções, quaisquer que sejam, não são um passeio num jardim.

       

  8. Todo o poder aos

    Todo o poder aos Soviets!
    Stalin vive em nossos corações!

    Morram cães sarnentos do fascismo!

     

    Deixando de fora a brincadeira: mais uma bela colaboração do Sr. André Araújo. Belo texto.

  9. A verdade…………

    Alguns artidos do AA postados aquí, provoca em nós buscar pesquisar sobre os fatos narrados.

    Muito embora, e na maioria das vezes, ele só dá um pincelada “an passant” sobre fatos históricos, mas acredito que desperte em muitos, como eu, o interesse em buscar mais à fundo pesquisar fatos, que muitas das vezes, são manipulados pelos historiadores oficiais.

    E isto, nos dá a sensação de incapacidade em tornar publica a verdadeira verdade.

    Pesquisem, pois é como sempre digo, a verdadeira historia não é a oficial mais a real que muitos tentam esconder!!!!!

    Visões da história

    “Resumindo a situação daquele tempo, o historiador israelense Louis Rapoport escreveu[20]:

    Imediatamente após a Revolução [Bolchevique], muitos judeus estavam eufóricos sobre sua alta representação no novo governo. O primeiro Politburo de Lenin  foi dominado por homens de origem judia.

    Sobre Lenin, judeus tornaram-se envolvidos em todos os aspectos da Revolução, incluindo os trabalhos mais sujos. A despeito dos votos comunistas para erradicar o anti-semitismo, ele espalhou-se rapidamente após a Revolução – parcialmente por causa da            proeminência de muitos judeus na administração soviética, tão bem como devido ao impulso traumático e inumano de sovietização que seguiu-se. O historiador Salo Baron tem notado que um imenso e desproporcional número de judeus juntou-se a nova polícia secreta bolchevique, a Cheka e muitos daqueles que cairam em conflito com a Cheka iriam ser baleados por investigadores judeus.

    A coletiva liderança que emergiu nos dias derradeiros de Lenin foi encabeçada pelo judeu Zinoviev, um loquaz, mesquinho, Adonis de cabelos encaracolados cuja vaidade não conhecia limites.”

    “Qualquer um que tenha o infortúnio de cair nas mãos da Cheka,” escreveu o historiador judeu Leonard Schapiro, “fica numa chance muito provável de achar-se confrontando-se, e possivelmente baleado por, um investigador judeu.”[21]. Na Ucrânia, “Judeus perfizeram aproximadamente 80 por cento das fileiras de funcionários e agentes da Cheka,” relata W. Bruce Lincoln, um professor americano de história russa[22]. (Começando como a Cheka , ou Vecheka) a polícia secreta soviética foi posteriormente conhecida como GPU, OGPU, NKVD, MVD e KGB.)

    Na luz de tudo isso, deve não ser surpresa que Yakov M. Yurovksy, o líder da esquadra bolchevique que encarregou-se do assassinato do Czar e de sua família, era judeu, assim como era Sverdlov, o chefe soviético que co-assinou a ordem de execução de Lenin[23].

    Igor Shafarevich, um matemático russo de estatura mundial, tem agudamente criticado a ação judaica em derrubar a monarquia Romanov e estabelecer o regime Comunista em seu país. Shafarevich foi um líder dissidente durante as décadas finais do regime soviético. Um proeminente ativista dos direitos humanos, ele foi um membro fundador do Comitê de Defesa dos Direitos Humanos na URSS.

    Na Russophobia, um livro escrito dez anos antes do colapso do regime comunista, ele notou que judeus eram “fantasticamente” numerosos entre o departamento da policia secreta bolchevique. A característica judaica dos executores bolcheviques, Shafarevich explicou, é mais conspícua na execução de Nicolau II[24]:

    Esta ação ritual simbolizou o fim de séculos da história russa, tanto que isso pode ser comparado somente com a execução de Carlos I na Inglaterra ou Luiz XVI na França. Iria parecer que a representatividade de uma insignificante minoria étnica deveria manter-se tão longe quanto possível desta dolorosa ação, a qual iria reverberar em toda história. Ainda que nomes nós encontramos? A execução foi pessoalmente supervisionada por Yakov Yurovsky quem atirou no Czar, o presidente dos sovietes locais Beloborodov (Vaisbart); a pessoa responsável pela administração geral em Ekaterinoburgo era Shaya Goloshchekin. Para completar o quadro, na parede do cômodo onde a execução ocorreu estava um dístico de um   poema de Heine[25] (escrito em alemão) sobre o Rei Baltazar, que ofendeu Jehovah e foi morto pela ofensa.

    Transcrito do Site Inacreditável (Parte).

    “QUEM TEM MEDO DA VERDADE?“

     

    “A verdade é uma chama que pode iluminar ou queimar

     

    Quem tem medo da verdade? Eis uma pergunta fácil de ser respondida: todos, salvo raras exceções. Quase todas as pessoas a temem, em maior ou menor proporção. E temem relacionar-se com ela de todas as formas: temem conhecê-la, assumi-la, praticá-la e transmiti-la. Conhece-la, na maior parte dos casos, é um empreendimento de custo. Sim, porque ter consciência da verdade pode custar aos homens mudanças em suas vidas, em função das lições implícitas ou explícitas que ela contém. Todo mundo sabe (ou pelo menos pressente) que receber a verdade não é receber uma coisa qualquer, daquelas que podem ser descartadas pelo beneficiário. Embora sempre surja de graça, ela jamais é gratuita, porque sua revelação é sempre acompanhada de cobranças. Os que a conhecem tornam-se devedores …”

     

  10. Abandono e decapitação do regime

    Corrigindo André, mas Nicolau II e George V eram primos por parte de mãe, princesas da Dinamarca. A rainha Vitória era avó do Kaiser Guilherme. Mas Nicolau II de certa forma era um fardo constrangedor até mesmo para seus aliados da Entente, na Primeira Guerra Mundial. Os Estados Unidos só entraram na guerra depois da Revolução de Fevereiro. E o czar cogitou se exilar mas seus aliados (França e Grã Bretanha) se recusaram a abrigá-lo, temendo protestos internos contra o autocrata deposto, sem contar ainda o enfraquecimento da aliança com o Governo Provisório. Isso além de que a rota de fuga mais segura seria através da ferrovia transsiberiana, já que um eventual exílio em países neutros da Europa estava barrado pelos Poderes Centrais.

    Mas o post de hoje traz uma lição útil, no momento do fracasso do golpe na Turquia. Movimentos de mudança de regime se fortalecem quando eliminam fisicamente o rival político que simboliza o regime deposto. A morte do czar e de sua família eliminou eventuais lealdades, já que o irmão do czar já tinha sido executado/desaparecido e o sucessor eventual era um primo distante. Isso provocou fissuras irremediáveis no Exército Branco que não teria o suporte esperado dos poderes da Entente, cansados de guerra após os quatro anos da Primeira Guerra Mundial e que optaram pela contenção ao invés de irem numa guerra que seria muito longa e custosa.

  11. Achei o artigo ótimo. . .

    Achei o artigo ótimo. O André não se posicionou, apenas narrou os fatos, de modo bastante sintético e isento.

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